sábado, 28 de setembro de 2024

SABER

 O modo de saber se de fato você está evangelizando não é perguntar se existem conversões conhecidas como resultado do seu testemunho. O que se deve perguntar é se você está sendo fiel em divulgar a mensagem do evangelho.


J.I Packer


J. I. Packer afirma que "todos os recursos para exercer pressão psicológica a fim de apressar 'decisões' devem ser evitados, sendo, na verdade, considerados tentativas presunçosas de se intrometer na esfera do Espírito Santo". Ele mostra em seguida que tais pressões podem até mesmo ser prejudiciais, pois, embora "possam produzir a forma exterior de 'decisão', não consegue produzir a regeneração nem uma mudança de coração, e, quando as 'decisões' esfriarem, aqueles que as tomaram se revelarão para o evangelho' e antagônicos". Packer conclui em um estilo Puritano: "A evangelização deve ser vista, pelo contrário, como um empreendimento de longo prazo de ensino e instrução pacientes, em que os servos de Deus buscam simplesmente ser fiéis na pregação da mensagem do evangelho e na sua aplicação à vida humana, deixando para o Espírito de Deus a tarefa de, à sua própria maneira e no seu próprio ritmo, atrair homens à fé por meio dessa mensagem". Lembre-se: O Espírito Santo precisa abençoar e abençoará a pregação fiel tanto com a conversão de incrédulos quanto com o crescimento dos crentes na graça. A Palavra de Deus alcançará seu propósito por meio de seu Espírito (Is 55.10,11; Jo 3.8). O Catecismo Maior de Westminster (pergunta 155) afirma que o Espírito de Deus torna "em especial a pregação; da Palavra um meio eficaz de iluminar, convencer e humilhar pecadores; de tirá-los para fora de si mesmo e atraí-los para Cristo; de conformá-los à sua imagem e subjugá-los à sua vontade; de fortalecê-los contra as tentações e corrupções; de edificá-los na graça e estabelecer seus corações em santidade e consolo mediante a fé para a salvação".


A fé, diziam os Puritanos, começa na mente, com a crença na veracidade da mensagem do evangelho. Resulta da iluminação espiritual. Na iluminação, o Espírito aclara a mente, capacitando o homem a receber as realidades espirituais, e imprime sobre a mente a realidade objetiva daquelas coisas sobre as quais a Palavra de Deus dá testemunho. O conhecimento das realidades espirituais, assim dado, é tão imediato e direto como o é o conhecimento das coisas materiais que obtemos através dos sentidos físicos; tal conhecimento produz uma convicção imediata, análoga àquela que a percepção dos sentidos nos traz. A Bíblia alude ao processo, utilizando termos emprestados dos sentidos — visão, audição, paladar (Jo 6.40; Ef 4.21; Hb 6.5) — e diz-nos que isso produz a "forte convicção do entendimento" (Cl 2.2). Essa apreciação espiritual das coisas espirituais é dada ao homem, como um ser que pensa, por meio da exposição raciocinada das Escrituras e da reflexão racional sobre as mesmas. O homem não pode conhecer qualquer objeto espiritual salvo através do uso de sua mente; mas o conhecimento espiritual vai além da razão. Não se trata de mera conjectura lógica ou imaginativa e certamente também não é uma certeza derivada de alguma inferência, extraída de premissas mais certas; antes, sua certeza origina-se da conscientização imediata e do contato com a realidade conhecida. Não é um instável "conhecimento imaginário e flutuante" de segunda mão. E um conhecimento "real" e "sólido", produto de uma direta percepção, por meio do senso espiritual das coisas conhecidas. A operação divina mediante a qual essa percepção é dada é aquilo que Calvino e seus sucessores chamaram de testimonium internum Spiritus Sancti — testemunho interno do Espírito Santo. Paulo refere-se a isso, em 1 Coríntios 2.4, como a "demonstração do Espírito".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PALAVRA

 No contexto bíblico, a metanoia é uma palavra que se refere à transformação da mentalidade que prevalece na vida de uma pessoa. Nossa camin...