segunda-feira, 11 de novembro de 2024

AMADA


 A vida precisa ser amada e bem pensada. Às vezes, penso que sabemos tão pouco sobre a arte de viver bem. A vida é feita de encontros e despedidas. Pessoas entram e saem de nossas vidas, e cada uma delas deixa marcas, lembranças e aprendizados. No entanto, quando nos apegamos demais à presença do outro, corremos o risco de nos perdermos quando a partida inevitavelmente chega. Aprender a ser só não é um ato de isolamento, mas de fortaleza interior. É reconhecer que, mesmo quando as companhias se vão, nossa essência permanece intacta. A solidão, muitas vezes temida, é uma oportunidade de autodescoberta. É nos momentos de silêncio e introspecção que aprendemos a ouvir nossa própria voz, a entender nossas emoções e a fortalecer o vínculo com nós mesmos. Ser só é um exercício de amor próprio, uma maneira de encontrar dentro de nós a paz que tantas vezes buscamos no exterior. Quando aprendemos a ser completos em nossa própria companhia, deixamos de temer as despedidas, porque sabemos que o vazio deixado pelo outro não nos define. A vida nos pede resiliência, isto é, saber se refazer depois de um acontecimento. E essa resiliência começa no momento em que percebemos que nosso valor e nossa felicidade não dependem exclusivamente de quem está ao nosso lado. A presença dos outros é um presente, mas não é a base da nossa existência. Aprender a ser só nos dá liberdade. Liberdade para amar sem aprisionar, para deixar partir sem nos perder, para viver cada relação de forma plena, sabendo que, independentemente do que aconteça, estamos preparados para continuar. Talvez seja hora de fortalecer essa relação com o nosso interior, cultivando um espaço onde a paz e a autossuficiência floresçam. Afinal, a verdadeira força não vem de quem está ao nosso lado, mas de quem somos quando ninguém está por perto. Quem aprende a ser só descobre que a solidão, quando bem vivida, é cheia de plenitude e significado. 

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