Há irmãos e irmãs que foram perdoados por Deus, e muitas vezes perdoados pelo próximo, mas não conseguem perdoar a si mesmos. Eles carregam o peso da culpa, a angustiante lembrança de quando caíram, e vivem atribulados e sem paz.
Falamos sobre a oração de Davi no Salmo 51, após ter pecado contra Deus e contra o seu servo Urias. Ele não justificou o pecado, não deu explicações ou tentou culpar outra pessoa. Ao contrário, Davi reconheceu o seu pecado, assumiu a responsabilidade e suplicou a Deus por perdão: “purifica-me”, “lava-me” e “apaga todas as minhas iniquidades” (v.7,9). Aprendemos, assim, que devemos levar o pecado a sério, assumir a responsabilidade e, com o coração arrependido e quebrantado, suplicar o perdão de Deus.
Mas, não raramente, após o perdão de Deus, a culpa pelo pecado insiste em permanecer. Nessa circunstância, é preciso perdoar a si mesmo, como foi perdoado por Deus. Creio que nessa mesma direção, Davi ora a Deus: "Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste" (v.😎. Após ter sido esmagado pelo próprio Deus, confrontando-o com o seu pecado, ele pede perdão, é punido e perdoado pelo Senhor, e ora pedindo que Deus lhe restitua a alegria.
A primeira é que o perdão de Deus é absoluto. Ele não perdoa para depois rever sua posição. Ele não liberta para depois acusar. Ele não joga nas profundezas do mar para logo em seguida resgatar. Se houve arrependimento sincero e você foi perdoado por Deus, deixe para trás o que para trás deve ficar.
A segunda verdade é que os pecados, mesmo quando perdoados, possuem implicações que podem se arrastar ao longo da vida. Sejam implicações pessoais ou relacionais. Se alguém roubou e foi preso, mesmo perdoado por Deus, é possível que ele tenha que lidar com os efeitos do roubo, condenação e prisão por um longo tempo. O fato é que, em várias circunstâncias, o pecado, mesmo perdoado por Deus, trará implicações prolongadas. Mas isto não significa que não foi perdoado e esquecido pelo Senhor. E o Senhor dará graça para os seus filhos lidarem com as circunstâncias e implicações.
A terceira é que, uma vez absolvido por Deus, devemos lançar fora toda a culpa. Em João 8 lemos sobre as palavras e ações de Jesus com a mulher acusada de adultério. Jesus confrontou aqueles que desejam apedreja-la, dialogou com a mulher e disse: "[...] Nem tampouco eu te condeno. Vá e não peques mais". (João 8:11). Jesus tratou (e chamou) o pecado de pecado, perdoou a mulher, retirou dela a condenação e a orientou a não pecar mais. Que Deus nos ajude a sermos duros com o pecado, buscarmos verdadeiro arrependimento, caminharmos em santidade para não pecar mais, lançando fora toda a culpa por aquilo que Deus já perdoou.
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