domingo, 28 de setembro de 2025

NEGRIGENCIA



Estamos concluindo hoje a nossa série devocional “Cuida de ti mesmo”, baseada na primeira carta de Paulo a Timóteo. Espero que tenha sido útil ao seu coração no consolo, edificação e crescimento em Cristo Jesus. Hoje, para concluirmos, gostaria de partilhar sobre o perigo da negligência.


O coração humano, quebrado pelo pecado, tende a valorizar o que tem pouca importância e a deixar de lado o que é de real valor. Seja na vida pessoal, na família, na igreja ou na missão, essa é uma tensão diária. Você já teve dias em que se perguntou: o que fiz de útil hoje?


Assim, as palavras de Paulo a Timóteo soam atuais e necessárias: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti” (1Tm 4:14). A expressão “negligente” traduz o termo grego ameleo, que significa deixar de lado o que é importante ou, simplesmente, ser descuidado. Paulo se referia ao chamado pessoal e ministerial de Deus a Timóteo e, assim, aplica-se a todo aquele que busca servir ao Senhor. 


A negligência espiritual é um perigo constante. Ela se manifesta quando relaxamos nas disciplinas espirituais, deixando a Palavra fechada, a oração rarefeita, a adoração superficial e a comunhão em segundo plano. Também quando a proclamação do evangelho se torna adiada ou silenciada. Com o tempo, o coração se acostuma ao mínimo, o que tem menor valor ganha o centro no palco, e o fervor espiritual se apaga. Paulo exorta Timóteo a não abandonar aquilo que Deus lhe confiou, e a mesma advertência ecoa para nós.


A negligência relacional é igualmente nociva. Quantas vezes deixamos em segundo plano o que deveria receber atenção central? Relacionamentos familiares, amizades e vínculos na igreja sofrem quando são tratados com descuido. Pequenas rachaduras não reparadas se tornam grandes rupturas que, mais à frente, parecem intransponíveis. O chamado bíblico é para amar, conversar, perdoar, cuidar e investir tempo nos mais próximos, lembrando que ninguém é edificado sozinho.


Há ainda a negligência missional. Quando perdemos de vista o chamado do Senhor para que possamos cumprir a missão que Ele nos confiou, nosso coração se volta apenas para o que é imediato e terreno. A tentação é viver centrados em nossos projetos, esquecendo que fomos chamados para proclamar a Cristo, fazendo discípulos perto e longe. Uma igreja negligente na missão é uma igreja que se torna estéril.


Assim, somos chamados a vigiar. Qual tem sido a nossa negligência? Talvez a vida devocional, o lar, o próprio cuidado físico e emocional, a organização financeira, o envolvimento com a igreja ou o compromisso com a missão. A ordem apostólica é clara: não seja negligente! Reavive o dom de Deus em sua vida. Dê atenção ao que é eterno e não permita que o descuido roube aquilo que o Senhor lhe confiou. Que o Altíssimo abençoe a sua vida mais e mais!


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