quinta-feira, 25 de setembro de 2025

POSIÇÃO

 Vimos ontem que devemos fugir dos falatórios inúteis, conversas vazias que buscam apenas confusão. Mas há também necessidade e espaço para o cristão se posicionar. Na verdade, ele deve fazê-lo, seguindo alguns critérios bíblicos.

“Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto, combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência; porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1Tm 1:18-19).
Paulo recorda a Timóteo que o ministério não é uma caminhada neutra, mas um combate. A vida cristã não se desenrola num campo de tranquilidade, mas em um campo de batalha espiritual. Não somos chamados a uma neutralidade confortável, mas a uma firmeza corajosa. Esse combate, contudo, não é travado com armas humanas, mas “firmado na fé”, na confiança plena em Cristo e em sua Palavra.
O apóstolo nos mostra dois pilares fundamentais no combate cristão: fé e boa consciência. A fé é o alicerce, a confiança no Deus vivo, a certeza de que Ele reina e conduz a história. A boa consciência é a integridade que mantém nossas palavras e atitudes alinhadas à verdade. Quando fé e consciência caminham juntas, o cristão combate de modo correto. Mas quando se abandona a boa consciência, a fé se enfraquece e, como Paulo adverte, alguns acabam naufragando.
Combater firmado na fé é resistir às falsas doutrinas, proclamar a verdade mesmo em ambientes hostis e manter-se confiante diante das pressões. Combater mantendo boa consciência é vigiar para que nosso testemunho não vá na contramão da nossa mensagem. No ambiente dos diálogos e debates podemos afirmar que a fé é aquilo que falamos, enquanto a boa consciência é como falamos.
Por isso, ao defender a verdade, não podemos usar as mesmas armas do mundo. A Escritura não nos autoriza a responder com insultos, ironias ou agressividade, mas nos ensina que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15:1). Nossa firmeza deve caminhar de mãos dadas com a mansidão, nossa coragem deve ser temperada pela humildade, e nossa convicção deve estar enraizada no caráter de Cristo. A defesa da verdade que não reflete a graça do Senhor perde sua força e se torna apenas mais um ruído lançado ao vento.
Assim, somos chamados a combater o bom combate de forma diferente. Não devemos dar o troco na mesma moeda, usar os mesmos subterfúgios, nem adotar o mesmo linguajar que contamina e destrói. O cristão luta com armas espirituais: oração, Palavra, santidade, amor e fé. Esse é o equilíbrio que Paulo nos aponta: uma defesa firme da verdade, mas sustentada por um testemunho que exalta Cristo.

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