sábado, 6 de setembro de 2025

MELHOR

 A vida merece o nosso melhor. Viver atentamente não é difícil e nem complicado, basta não abrir espaço para a distração e o desleixo. Tenho consciência de que se eu ofertar o meu melhor, a vida retribuirá. Posso dizer que presto muita atenção nos detalhes do cotidiano, pois os sinais estão sempre presentes. Às vezes vêm como um gesto pequeno, um olhar demorado, uma palavra simples, mas carregada de sentido. Outras vezes surgem em acontecimentos maiores, como mudanças inesperadas ou situações que insistem em se repetir até que aprendamos a lição. A vida, em sua sabedoria, não nos deixa sem orientação. Somos nós que, na pressa ou na distração, deixamos de perceber as mensagens escondidas no caminho. Estar atento não é viver com medo, mas cultivar sensibilidade. É aprender a escutar com o coração, a observar além da superfície, a sentir o que não está dito. As pessoas também falam através de silêncios, de ausências, de pequenas atitudes que revelam mais do que longos discursos. Quem se dispõe a perceber esses sinais raramente é surpreendido, porque já aprendeu a ler a linguagem da vida. A distração é o grande inimigo dessa percepção. Quando estamos tomados pela pressa, pelo excesso de tarefas ou pelo peso de preocupações, não conseguimos enxergar o que está diante de nós. E é assim que perdemos oportunidades, deixamos escapar afetos, ignoramos chamados interiores. A vida não grita, sussurra. Os sinais não chegam como clarins, mas como brisas que exigem silêncio e presença. Estar desperto é uma forma de viver em profundidade, sem deixar que os dias passem apenas como rotina mecânica. É nesse estado de atenção que percebemos a grandeza do ordinário: o pôr do sol que anuncia descanso, a palavra amiga que aponta direção, a intuição que sugere cautela. Quando aprendemos a reconhecer esses sinais, a vida deixa de ser um enigma assustador e se torna diálogo constante. Nada é por acaso, tudo carrega um sentido, ainda que demoremos a compreendê-lo. Cada novo dia nos dá a chance de desacelerar e afinar o olhar para esses detalhes. Afinal, quem caminha atento não se surpreende por estar perdido, mas se encanta por perceber que sempre houve sinais de amor, de cuidado e de presença ao longo do percurso.

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