Migalhas não sustentam, só prolongam a fome. Às vezes, aceitamos tão pouco — um gesto frio, uma atenção pela metade, um espaço apertado no coração de alguém — e achamos que é melhor do que nada. Mas o que parece matar a fome por instantes, na verdade só aumenta o vazio. O que verdadeiramente nos nutre não vem de fora, não depende do outro, nem do mundo. O que preenche vem do silêncio que escutamos quando estamos enraizados em nós mesmos. É o divino que nos habita — essa presença amorosa, viva e sábia — que nos sustenta por dentro. Quando confiamos nisso, paramos de mendigar amor, atenção, reconhecimento. Porque entendemos que não estamos incompletos, apenas esquecidos da nossa inteireza. E quem se lembra de quem é, não se alimenta de pouco: se nutre de verdade, de sentido e de presença.
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