terça-feira, 2 de setembro de 2025

PALAVRAS

 O cuidado para com as palavras está arraigado dentro de mim. Tenho um cuidado no uso da palavra que, às vezes, é até exagerado. Mas prefiro me esforçar no uso da palavra certa para não machucar ninguém. De fato, as palavras nunca são neutras. Elas podem ser ponte ou muro, sopro de vida ou peso de dor. Cada expressão que sai de nossos lábios traz consigo uma energia capaz de moldar não apenas as relações, mas também a forma como enxergamos a nós mesmos e ao mundo. Quando repetimos frases negativas, quando alimentamos queixas e espalhamos julgamentos, acabamos programando a mente para acreditar que não há saída, que a vida é sempre dura e injusta. Aos poucos, esse modo de falar se transforma em modo de viver. Por outro lado, quando nossas palavras são cuidadosas, quando nos permitimos dizer coisas que inspiram e encorajam, não apenas iluminamos a vida dos outros, mas também fortalecemos em nós mesmos a esperança. As palavras constroem narrativas, e nós somos feitos também das histórias que contamos. Por isso, cada frase dita é como uma chave que abre ou fecha portas. Não se trata de falar apenas coisas bonitas, mas de escolher a verdade com delicadeza, de aprender a colocar firmeza sem ferir, de traduzir sentimentos com honestidade sem esmagar corações. O poder da palavra é tão real que, muitas vezes, uma única frase pode transformar o dia de alguém, assim como pode marcá-lo negativamente por anos. Por isso, a responsabilidade de falar é também uma responsabilidade de amar. O que pronunciamos não desaparece no ar, permanece como eco na memória e no espírito. O convite de cada dia consiste em aprender a ouvir o que sai de nossos lábios. Estamos semeando vida ou espalhando desânimo? Estamos erguendo o outro ou apenas despejando sobre ele nossas sombras? Palavras têm o dom de antecipar realidades: quando falamos com confiança, nosso coração se enche de coragem; quando falamos com fé, nossa alma se fortalece; quando falamos com bondade, criamos um espaço de acolhida ao redor. A programação da vida começa no discurso que repetimos. Que possamos, então, escolher frases que elevem, palavras que libertem e vozes que tragam paz. No fim, nossa vida será também o reflexo daquilo que declaramos diariamente.

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