Poucas áreas revelam tanto o coração humano quanto a forma de lidar com o dinheiro. Paulo, escrevendo a Timóteo, traz um alerta que permanece atual e urgente: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6:10).
A expressão “amor ao dinheiro” traduz o termo grego philarguria, que significa literalmente “amigo do dinheiro” e é usado na Palavra para se referir à avareza (Lc 16:14; 2Tm 3:2). Não se trata de possuir bens ou recursos, mas de apegar-se a eles de forma doentia, fazendo do dinheiro um ídolo.
Assim, o apóstolo Paulo é claro: não é o dinheiro em si que é a raiz dos males, mas o amor desordenado a ele. O dinheiro é neutro, podendo servir para sustento pessoal, generosidade e serviço ao próximo e ao Reino de Deus, mas, quando se torna alvo da cobiça, gera orgulho, vaidade, desonestidade, injustiça e afastamento do Senhor.
A metáfora da “raiz” indica a fonte de onde brotam muitos males. A busca obsessiva por riquezas pode produzir corrupção, mentiras, exploração e enfraquecimento da fé. Paulo acrescenta que alguns, tomados por esse desejo, “se atormentaram com muitas dores”, imagem que sugere autodestruição espiritual e emocional. O amor ao dinheiro promete segurança, mas entrega vazio e sofrimento.
A integridade financeira começa no reconhecimento de que tudo o que temos vem do Senhor. Se o dinheiro governa nossas escolhas, seremos conduzidos à avareza, à desonestidade e à perda de valores eternos. Mas, quando Cristo governa o coração, o dinheiro se torna apenas um instrumento, e não um senhor.
A integridade nas finanças se manifesta em honestidade no trabalho, em contentamento com o que já se possui e em generosidade com os necessitados. Além disso, exige vigilância no trato com as dívidas. Muitas vezes, a falta de cuidado leva a compromissos maiores do que a capacidade de cumprir, gerando ansiedade, angústia e desonra. O cristão íntegro deve planejar suas finanças com prudência e evitar a escravidão das dívidas. Quando necessário, deve buscar orientação sobre como administrar os seus recursos.
Devemos aprender a administrar melhor os recursos que o Senhor nos concede, lembrando-nos de três posturas bíblicas fundamentais. A primeira é reconhecer que tudo vem de Deus. Seja pouco ou muito em comparação a outros, cada provisão é motivo de gratidão e contentamento. Alegre-se com o que você tem. A segunda é a generosidade. Não precisamos esperar ter abundância para partilhar o que temos. Cristo nos ensina a ser fiéis primeiro no pouco. Portanto, reparta o que o Senhor lhe dá. A terceira é a disciplina. Viva de acordo com aquilo que possui, não gaste o que não tem e não se deixe seduzir pelas ilusões do consumo, que tentam convencê-lo a comprar o que não precisa para impressionar pessoas que não conhece. Ame o Senhor, não o dinheiro.
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