terça-feira, 9 de setembro de 2025

RIQUEZA

 Nunca gostei da padronização, pois somos únicos: somos parecidos mas jamais iguais. Há uma riqueza escondida no coração de cada pessoa. Para ser diferente, isto é, autentico é preciso muita coragem. A tentação de se encaixar num modelo único é grande. Desde cedo aprendemos a buscar aprovação, a seguir modelos e a repetir padrões para sermos aceitos. O medo de destoar nos leva muitas vezes a silenciar desejos, a esconder talentos, a diminuir quem somos para caber em espaços estreitos. Mas a autenticidade não floresce na repetição, e sim na coragem de ser inteiro. Ser diferente não significa ser contra os outros, mas a favor de si mesmo. É ter clareza de que cada pessoa é chamada a viver uma história única, escrita com dons e experiências que não se repetem. O risco de querer ser “como todo mundo” é perder a essência, transformando-se numa cópia pálida do que poderia ser. A coragem pedida por Sartre é essa ousadia de se assumir, de não abrir mão da própria singularidade em nome de uma falsa aceitação. É uma atitude que exige firmeza, porque nem sempre será compreendida. Quem se atreve a viver com autenticidade pode enfrentar olhares de estranhamento ou julgamentos apressados, mas encontra uma liberdade que os outros dificilmente conhecem. O peso de agradar a todos se transforma em leveza quando entendemos que não precisamos corresponder às expectativas externas, mas sim honrar a verdade que pulsa em nós. O mundo não precisa de mais pessoas iguais, mas de indivíduos que, sendo diferentes, tragam perspectivas novas e ajudem a transformar a realidade. Essa coragem não se conquista de uma vez só, mas em pequenos gestos diários: dizer não quando necessário, afirmar um valor mesmo diante da crítica, seguir um caminho que parece incomum, mas que faz sentido ao coração. A verdadeira grandeza está em viver sem máscaras, em sustentar a própria voz e em permitir que a singularidade se expresse. E quando isso acontece, a vida ganha profundidade, porque passamos a existir de forma autêntica e não apenas a sobreviver em função dos outros. Há um segredo que simplesmente edifica a existência: não ser como todo mundo, mas ser plenamente quem somos.

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