DESAFIO

 O SEU MAIOR DESAFIO

"Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Prov 16:32).

Qual o nosso maior desafio quando pensamos na vida, sobretudo nos aspectos relacionais? Por onde passam os nossos maiores problemas, seja lidando com pessoas ou com nossa própria rotina diária?

O verso de hoje nos fala sobre a longanimidade e o domínio próprio, e tem muito a nos ensinar. Nos diz que "melhor é o longânimo do que o herói de guerra", e afirma que é melhor ser aquele "que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade". Estas são figuras poderosas que devem nos levar à reflexão. Permita-me falar sobre duas realidades, e depois farei algumas aplicações. 

A primeira realidade se refere ao valor. Ela nos ensina que ser "herói de guerra", um fato de incrível dificuldade e profundo valor para a sociedade, é menos importante do que ser "longânimo", alguém perseverante, que age com prolongada paciência com as coisas da vida. Este valor é tanto pessoal quanto missional. Pessoal, pois a longanimidade é fruto do Espírito e agrada a Deus. Assim, os longânimos não apenas agem de maneira espiritualmente saudável em um mundo quebrado, mas o fazem como forma de adoração ao Senhor. Missional, pois a longanimidade produz resultados que geram frutos. Assim, investir em uma pessoa, família, igreja ou povo, quando outros desistem, poderá trazer frutos que florescem para o Cordeiro Jesus. 

É notório, porém, que o "herói de guerra" é reconhecido, aplaudido e carregado nos ombros, enquanto o "longânimo" muitas vezes passa despercebido. Bem, passa despercebido para os homens, não para Deus. Assim, busque ser um cristão com paciência estendida, prolongada, e invista nos caminhos retos em seu coração, e na vida de outras pessoas, até que os frutos apareçam.

A segunda realidade se refere à provação. Lemos que é melhor ser aquele que "domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade". Há aqui um grau de valor, mas também de dificuldade. Dominar uma cidade inteira é mais fácil do que dominar o próprio espírito. Não é curioso notar que ambas virtudes (longanimidade e domínio próprio) são fruto do Espírito Santo? (Gl 5:22-23). Somente pela ação do Espírito Santo de Deus conseguiremos dominar o próprio espírito, sujeitando nossos desejos à vontade do Eterno. 

Portanto, pratique a longanimidade em sua vida, iniciando com os de perto. Lembre-se que quando a paciência acaba, começa a longanimidade! Portanto, pratique a longanimidade com aquelas pessoas e situações que o desafiam nesta área. Lembre-se de que ser longânimo não é ser 'bobo', deixar tudo passar, não agir nem reagir. Ao contrário, ser longânimo é perseverar nos relacionamentos e propósitos difíceis na expectativa de enxergar ali transformação. 

Busque o domínio próprio nas diversas áreas de sua vida. Domínio próprio para ter tempo regular buscando o Senhor na Palavra e em oração. Domínio próprio para trabalhar no tempo certo e descansar no tempo certo. Domínio próprio para não ultrapassar os limites saudáveis no entretenimento. Domínio próprio para não gastar mais do que recebe, honrando ao Senhor que lhe dá provisão. Domínio próprio cuidando do corpo, moderando a alimentação, sono, descanso e exercício. Domínio próprio no tempo com o povo de Deus adorando o Senhor Jesus. Domínio próprio com o tempo de qualidade com a família, sendo uma bênção onde Ele o colocou. Domínio próprio aproveitando as oportunidades para partilhar a sua fé. Que o Senhor nos ajude a sermos cheios de longanimidade e domínio próprio.