sábado, 1 de junho de 2024

MONTES


Deus é aqui contrastado com os seres criados, os quais, como todos sabem, estão sujeitos a constantes mudanças, de modo que não há nada estável sob o céu. Como, de uma maneira particular, nada é mais cheio de vicissitude do que a vida humana, para que os homens não formem juízo sobre a natureza de Deus com base em sua própria condição flutuante, ele é aqui posto num estado de tranquilidade estável e imperturbavel. Assim a eternidade de que fala Moisés deve referir-se não só à essência de Deus, mas também a sua providência, por meio da qual Ele governa o mundo. Embora Ele sujeite o mundo a infindas alterações, Ele mesmo permanece inamovivel; e isso não só com respeito a sua pessoa em si, mas também com respeito aos fieis, que à luz da experiência descobrem que, em vez de viver em oscilação, Ele é inabalável em seu poder, verdade, justiça e bondade, ainda quando assim tem sido desde o princípio. Essa estabilidade eterna e imutável de Deus não podia ser percebida antes da criação do mundo, já que ela existia quando ainda não existia nenhum olho para dar testemunho dela. Ela, porém, pode ser deduzida a posteriori; pois enquanto todas as coisas estão sujeitas a evolução e incessante vicissitude, sua natureza continua sempre a mesma. Pode haver também aqui um contraste entre Ele e todos os falsos deuses dos pagãos, os quais têm, pouco a pouco, se introduzido no mundo em número mui vasto, através dos erros e estultícia dos homens. Mas já demonstramos o objetivo que Moisés tinha em vista, ou, seja, que NOS EQUIVOCAMOS SE MEDIRMOS DEUS POR NOSSA PRÓPRIA COMPREENSÃO; e que temos de ascender acima da terra, sim, até mesmo acima do próprio céu, sempre que pensarmos Nele.


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