Faz tempo que a vida deixou de ser pacata e isolada, dentro de um silêncio cósmico e existencial. Somos invadidos de muitas maneiras e corremos o risco de não ter espaço para a privacidade. Os meios se multiplicaram, a tecnologia se desenvolveu incrivelmente e o coração humano ficou desprotegido. Estamos, cada um do seu jeito, tentando conservar nossa integridade, enquanto buscamos fortalecer relações saudáveis. A saúde física tem recebido um atenção maior, nos últimos tempos. Aos poucos vamos dando uma atenção significativa também para a saúde mental, emocional e espiritual. Não basta ter somente saúde física, precisamos ser um todo saudável. É louvável esse desejo de saúde, mas não podemos nos esquecer que precisamos permanecer humanos. Tenho ouvido frequentemente uma expressão que me faz pensar e agir: ‘tal pessoa não parece gente’. Quando o humano não tem atitudes e posturas adequadas com sua existência e espécie, a preocupação aumenta. Com todos os avanços que estão ao nosso alcance, estamos nos tornando pessoas melhores? Está muito evidente que nem todos aqueles que possuem um corpo saudável estão sendo ótimos humanos. Para permanecer humano não podemos nos afastar da humildade. Não é de hoje que o orgulho faz estragos. Muitos problemas se estabelecem, quando nos esquecemos ou colocamos a humildade em segundo plano. Permanecer humano é conservar a essência, é não deixar morrer aqueles valores que dignificam a vida. As pessoas que fazem a diferença são aquelas que se mantém profundamente humanas e sensíveis, que sabem sorrir, que estendem a mão àqueles que necessitam, que abraçam de coração, que gradecem o hoje e que festejam a chegada do amanhã. Sim, manter-se vivo é algo praticamente natural, mas permanecer humano é uma escolha, um ideal e uma forma criativa de celebrar a vida. Queremos e podemos ser humanos felizes
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