Vimos que a nossa identidade foi dada por Deus, pertence a Deus e é guardada em Deus. Nessa perspectiva, se pertencemos a Ele, façamos também o que Ele pôs em nossas mãos. O apóstolo Pedro nos diz: “Vós, porém, sois raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de [...]” (1Pe 2:9). Nesse trecho, “a fim de” é uma expressão chave que merece uma análise mais detalhada.
Objetivamente, Jesus resumiu a nossa finalidade no seguinte mandamento: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo [...]”. (Mc 12:30-31).
Nosso primeiro e maior propósito é amar a Deus. De que maneira amamos verdadeiramente ao Senhor? Quando nossos corações estão ávidos por cumprir os desejos dele e pela causa do Reino. Quando não desejamos nada que não venha dele e não seja por Ele, nem mesmo aquilo que seria motivo de celebração, aprovação ou reconhecimento de muitos. Quando ouvimos a sua Palavra e somos tão somente guiados por ela. Quando Ele se torna o nosso tesouro mais precioso, e podemos dizer como Paulo: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim [...]” (Gl 2:20).
A outra parte do mandamento de Cristo é dirigida aos seres humanos: amá-los como a nós mesmos. Lastreados nessa cosmovisão bíblica, o cristão entende que sua vida, família, profissão e contexto devem ser influenciados e definidos pela Palavra. Assim, sua missão cristã é tudo ser e fazer para a glória de Deus. Desde o entretenimento familiar até o culto público, não há nenhum centímetro de sua vida que não deva ser encharcado com o desejo de adorar a Deus e testemunhar de Cristo.
Se a missão geral da igreja é ser sal que salga e luz que brilha, a missão particular da igreja é a proclamação do evangelho. Essa é uma porção insubstituível e intransferível da missão. Nada substitui a pregação objetiva do evangelho e a igreja não deve, nem pode, terceirizar tal responsabilidade. É na proclamação do evangelho, fazendo discípulos entre todas as nações, que a igreja cumpre a sua missão essencial. É sobre isso que Pedro escreveu, que somos igreja “[...] a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9). Que o Eterno nos ajude a não corrermos atrás do vento! Sejamos sábios e possamos remir nossos dias, empregar bem os dons que Ele nos concedeu e aproveitar as oportunidades de compartilhar o evangelho, levando vidas a conhecerem e adorarem o Senhor Jesus.
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