A convivência é o melhor espaço para compreender que a vida é feita de diferentes situações. Viver é amadurecer naturalmente, permitindo a compreensão e aceitação de diversas fases e acontecimentos. Nossos gostos mudam com o passar dos tempos, a concentração torna-se uma necessidade e a quietude proporciona descanso. Ninguém consegue viver uma vida inteira na agitação. Algo me diz que, cedo ou tarde, a quietude nos toca e se faz presente no cotidiano. Comigo não é diferente, algumas horas do dia são reservadas para viver distante dos ruídos e das insistentes solicitações tecnológicas, que saúdam sem cessar a superficialidade. A maturidade aquieta porque já soma muitas experiências e sabe deduzir o que é somente ilusão. O encontro com o equilíbrio é uma etapa significativa da maturidade. É interessante observar que, num determinado momento, os extremos são abandonados e a síntese se faz mais presente. Vivo um momento interessante: desconheço os exageros e me aproximo cada vez mais do silêncio e de suas manifestações, principalmente da natureza e de seus encantos. A maturidade nos impulsiona para estarmos mais próximos de pessoas transparentes, que não julgam e que se tornam amorosas pela sensibilidade e transparência. Para chegar à maturidade, o caminho é longo e exigente. Por isso, não é aconselhável apressar o processo. A maturidade chega depois de termos feito as muitas experiências e provas que a vida exige. Mas um dos sinais evidentes da presença da maturidade é quando convivemos serenamente com aquilo que não podemos mudar. Posso afirmar que não é uma conquista fácil, mas é possível dar ritmo à vida, mesmo não concordando com algumas coisas. O que não pode ser mudado sempre vai provocar um certo desconforto, mas não impedirá que a vida siga seu rumo natural. É importante e determinante saber lidar com aquilo que não pode ser mudado. Caso contrário, os dias serão de lamentações e de decepções. Sou imensamente agradecido pela maturidade que me habita e pela capacidade de aceitar o que não pode ser mudado. Viver é bom demais.
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