Chorando com os que choram (Parte I)
A Igreja de Cristo ao redor do mundo é normalmente identificada pela livre comunhão, encontros públicos de adoração, leitura zelosa da Palavra e disposição para proclamar o Evangelho de Deus. Porém, essa não é a realidade de todos, especialmente da chamada Igreja Sofredora.
Há muitos que, por seguirem a Cristo, estão sujeitos a diversos tipos de perseguição, discriminação e provações. Vários são sequestrados e sobre eles nada se sabe. Muitos vivem encarcerados, seja de forma física, social ou emocional. Milhares são deslocados de suas casas e terras a cada ano. Milhões são preteridos de professar abertamente a sua fé. Há ainda aqueles que sofrem pela exclusão familiar. Segundo a missão Portas Abertas, mais de 365 milhões de cristãos no mundo enfrentam hoje algum tipo de oposição como resultado da sua fé.
É certo que a perseguição não é um fenômeno novo na história do povo de Deus. Em Atos 8, a Igreja que amava a Jesus passou por uma longa provação. Lucas nos diz que a Igreja era “perseguida”, utilizando aqui o vocábulo grego diogmos – que significa um forte e visível ataque – para indicar que o sofrimento da Igreja nesta época de dispersão era perceptível a todos. Homens e mulheres foram mortos, alguns encarcerados, famílias foram partidas ao meio e os que conseguiam fugir deixavam para trás suas vidas e história.
Pintando esse quadro, Lucas também expõe que a Igreja “pranteava” a morte de Estêvão, usando a expressão kopeton – que significa dor da alma. Esse termo mostra o sofrimento emocional pelo qual passavam. No verso seguinte notamos que Saulo “assolava” o povo de Deus, derivação de lumainomai, que possui a mesma raiz da usada em João 10.10, ligada à destruição da fé e das convicções, quando se refere àquele que veio roubar, matar e destruir. Trata-se de um sofrimento espiritual.
Esses três tipos de sofrimento, descritos em contexto de perseguição em Atos 8 (físico, emocional e espiritual), podem ilustrar muito bem as vias de dor da Igreja ao longo de sua história, bem como nos dias de hoje. Oremos, portanto, neste dia, por todos os que sofrem pressões, opressões e perseguições por sua fé no Senhor Jesus, seja em nosso país ou do outro lado do mundo.
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