“as palavras são a melhor
celebração da liberdade. porque é entre elas que, desde sempre, se escondem segredos, e é com elas que, para sempre, se farão revoluções. é nas palavras que mergulham todos aqueles e aquelas que procuram ser e saber mais, numa ânsia de mundo. e nós insistimos em ser pequeninos, em caminhar no mesmo chão, quando há tanto céu para conhecer e tantas palavras para fazer voar.
as palavras são a melhor celebração da liberdade. sem dispensar coragem e poesia, aliadas em qualquer cenário, mais bélico ou lírico. e nunca será demais lembrar que, quando nos entregamos às subtilezas das silabas, estamos a juntar o nosso nome ao exército de quem quer lutar e planar, de quem quer ser um pouco mais livre e ir por ai, ao sabor das frases e dos ventos. ao sabor das páginas e dos seus momentos.
as palavras são a melhor celebração da liberdade. com vitórias e derrotas, contadas em todos os idiomas, em sequências de maior ou pior síntese. porque, mesmo sendo um enorme exercício de liberdade, as palavras nunca deixarão de significar, também, uma pequena exigência de reclusão.
pequena porque existe ar infinito dentro de todas as palavras. só depende de nós querermos respirá-lo, em mil conjugações de sujeitos e predicados.
as palavras são a melhor celebração da liberdade. há quem pense que não podem ser aldeia e mundo ao mesmo tempo, mas podem. e são-no sempre, é preciso que se diga. porque das vogais e consoantes que se dizem,e ouvem, escrevem ou lêem nunca depende o lugar, o ruído à volta ou a intensidade da luz. quando queremos mesmo ser livres, abrimos um livro, desdobramos um poema ou prolongamos uma conversa. embarcamos na viagem, mesmo que nunca deixemos de estar num apartamento apertado numa cidade qualquer. porque a viagem por onde as palavras nos levam está em nós.
as palavras são a melhor celebração da liberdade
Nenhum comentário:
Postar um comentário