“hoje dei por mim a dizer que a
vida não pára, mas às vezes, pára mesmo. pára-nos nas mãos, na voz de uma pessoa estranha, e nós perdemos a força toda e a fé toda. sentimos o corpo a ir a procura das últimas gotas, e não há nada no reservatório da esperança. secámos. parámos.
parou-nos a vida, mesmo que não nos apercebamos e, momentos depois, estejamos a dizer que ela não pára.
mas parou.
é então que aparece a lógica, que insistimos em procurar quando tudo o mais falha, e ela lá vai mostrando que continuamos ali; que, mesmo que a força e a fé tenham desaparecido, é possivel continuar. e continuamos. pomos em marcha os planos para que os reservatórios de esperança se encham novamente, e ficamos à espera de ouvir cair a primeira gota, tão necessária. ela demora-se.
percebemos, também, que o tempo importa e deixá-o passar pode ser uma virtude. ficamos quietos.
aos poucos, começamos a sentir um resto de fé e agarramo-nos a ele, feito colete salva-vidas.
damos por nós a dizer que a vida não pára, mas as vezes, pára mesmo, e a única opção que temos é parar também. depois, quando a vida recomeçar, nós recomeçamos. as gotas de força e fé hão de voltar a preencher-nos, e nós saberemos que a vida parou e que agora é tempo de continuar.”
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