Preocupo-me quando vejo líderes alegrando-se com os que choram e celebrando a queda alheia com palavras torneadas por uma falsa espiritualidade. Preocupo-me quando vejo que em nossas vidas ministeriais há pouco lugar para sinceros relacionamentos. Preocupo-me quando nos cercamos de seguidores e até mesmo alguns admiradores mas não contamos com ao menos três amigos chegados e sinceros que possam nos alertar no dia mal. Preocupo-me quando desenvolvemos um estilo de liderança ou pastoreio onde não precisamos prestar contas a ninguém. Preocupo-me quando, prostrados, não podemos confiar nos colegas de ministério que nos cercam para abrirmos o coração, receosos de que isto um dia seja usado contra nós. Preocupo-me quando o mundo age com mais graça e misericórdia com o caído do que a Igreja. Preocupo-me com os relacionamentos.
Normalmente tratamos as pessoas de acordo com aquilo que pensamos sobre elas. E a verdade é que, invariavelmente, desconhecemos aqueles que nos cercam. Desconhecemos suas ansiedades e frustrações, sonhos e esperanças, histórias e paixões.
De certa forma é mais fácil desenvolvermos um caráter íntegro no horizonte da nossa alma do que nos relacionamentos.
Neste universo relacional o maior desafio é amar o diferente. Creio que amar o próximo é um grande passo pelo fato de sermos naturalmente intolerantes com todo aquele que pensa, fala e age diferente de nós. Tornamo-nos, inconscientemente, o paradigma para todo homem. E, assim, o próximo se transforma em um ser difícil de ser amado.
Durante uma gostosa conversa em um café da manhã Valdir Stuernegel afirmou que os amigos nos humanizam, insistindo que todo líder necessita de pelo menos 3 amigos sinceros que possam apontar-lhe o erro, ... “Em todo o tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão”. E isto nos leva a Ralph Emerson quando nos ensina que a única maneira de termos amigos é sermos amigos.
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