quarta-feira, 17 de setembro de 2025

CURA

 A substituição do termo "pecado" por "disfuncional" no vocabulário moderno não representa um avanço terapêutico, mas sim um caminho que leva ao esvaziamento do verdadeiro significado da redenção. Essa manipulação da linguagem despreza o diagnóstico central das Escrituras sobre o homem: "pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Romanos 3:23). Ela não cura a alma; pelo contrário, procura tratar sintomas comportamentais com técnicas de ajuste, enquanto a doença real—a separação de um Deus santo—permanece sem ser tratada.

Ao “medicar” a condição humana, transformando falhas morais em meros desequilíbrios, a sociedade não está oferecendo um verdadeiro remédio. Está, na realidade, absolvendo a culpa—aquele sinal interno dado por Deus que nos convence da miséria: "Quando ele [Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (João 16:8). Este processo de convencimento é essencial, pois "a tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação" (2 Coríntios 7:10). Ao dissolver a culpa em terminologia clínica, o homem é roubado do passo crucial que precede a cura: o arrependimento.
Consequentemente, o "paciente" é direcionado para uma jornada infinita de autodescoberta, que, embora ofereça alívio temporal, é incapaz de lidar com a raiz do problema. A Bíblia adverte sobre a insuficiência da sabedoria humana: "Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte" (Provérbios 14:12). Ele é, assim, afastado da única cura real e definitiva.
A esperança de cura verdadeira não vem da ciência comportamental, mas no eterno e decisivo ato de amor divino: o sacrifício de Cristo na Cruz. A Escritura declara que "o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6:23). É somente no reconhecimento do pecado e na aceitação do sacrifício expiatório de Jesus que o ser humano encontra não apenas o perdão, mas a transformação radical: "Logo, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!" (2 Coríntios 5:17).
A Cruz não é um simples símbolo; é o lugar onde a justiça e a misericórdia de Deus se encontram, oferecendo reconciliação com o Criador, que é a verdadeira fonte de saúde integral—espírito (alma) e corpo.

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