O CORAÇÃO OCUPADO
"O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mateus 13:20-22 ACF)
QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DE UM CORAÇÃO OCUPADO?
1º. Um coração ocupado dá atenção demasiada as coisas deste mundo (Mt 13.22). Em Mateus lemos: “mas os cuidados deste mundo... sufocam a palavra, e ela fica infrutífera”. Esse ouvinte chegou a ouvir a Palavra, mas os cuidados do mundo prevaleceram. O mundo falou mais alto que o evangelho. As glórias do mundo tornaram-se mais fascinantes que as promessas da graça. A concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida tomaram o lugar de Deus na vida desse ouvinte. Ele pode ser chamado de crente mundano. Ele quer servir a dois senhores. Quer agradar a Deus e ser amigo do mundo. Quer atravessar o oceano da vida com um pé na canoa do mundo e outro dentro da igreja.
2º. Um coração ocupado está ansioso demais com as preocupações da vida. Podemos falar de “preocupações corrosivas”, isto é, preocupações que devoram pouco a pouco a alma de uma pessoa. A preocupação não só desfibra a resistência à enfermidade, abreviando assim a vida, mas também impede que alguém se concentre nas bênçãos que Deus está constantemente provendo. Jesus disse muitas coisas preciosas sobre esse assunto (Lc 12.4-12, 22-34; cf. Mt 6.25-34; 10.19, 20, 28-31). Podemos chamar de ansiedade excessiva com os problemas da vida, sejam eles reais ou imaginários.
3º. Um coração ocupado é seduzido pelas riquezas (Lc 8.14). Paulo escreveu sobre essas pessoas, “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1Tm 6.9). O apóstolo João advertiu seus leitores:
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2.15-17).
Esse ouvinte dá mais valor à terra que ao céu, mais importância aos bens materiais do que à graça de Deus. O dinheiro é o seu deus. A fascinação da riqueza fala mais alto que a voz de Deus. O esforço para conseguir uma posição social, por meio de posses e segurança material traz ansiedade tal que sufoca as aspirações por Deus.
4º. Um coração ocupado está sufocado com os deleites da vida (Lc 8.14). O apóstolo Paulo disse que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos porque os homens serão “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2Tm 3.4).
Não há nada de errado em desfrutar das coisas que Deus nos oferece graciosamente (1Tm 6.17). A prioridade, no entanto, é a de “buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Aqueles que entendem o verdadeiro valor do Evangelho estão dispostos a abrir mão de tudo para possuir o Reino de Deus, isso era o que o Senhor estava mostrando para os seus discípulos (Mt 13.44-46).
5º. Um coração ocupado não produz frutos perfeitos (Lc 8.14). Quem tem um coração cheio de espinhos chega perto da salvação, mas, ainda assim, não produz “frutos perfeitos”. Como um câncer que prolifera gradualmente mata o corpo, ou como um parasita destrutivo pouco a pouco destrói aquilo que o alimenta, assim esses “espinhos” lentamente, porém com constância, submergem a alma daquelas pessoas que lhe dão as boas-vindas. Tais indivíduos jamais amadurecem. Não chegam a produzir fruto “para a vida eterna” (Jo 4.36). “Demas me abandonou, porque se afeiçoou do presente mundo” (2Tm 4.10; cf. lJo 2.16).
"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo" (I João 2:16 ACF)
(Pr. Silas Figueira)
Conclusão
A Parábola do Semeador; por que o Senhor Jesus nos deu essa parábola? Por que, mas para me incitar a uma investigação séria e um exame diligente, a fim de descobrir que tipo de “ouvinte”eu Sou. Nessa parábola, Cristo comparou aqueles que ouvem a Palavra em vários tipos de solo sobre o qual as sementes caem. Ele os dividiu em quatro classes diferentes. Três dos quatro não produziram frutos perfeitos. Isso é extremamente solene e perscrutador. Em um caso, o Diabo arrebata o bem semente do coração (Lucas 8:12). Em outro caso, eles “por algum tempo crêem, e no tempo da tentação caem” (Lucas 8:13). Em outro caso, eles estão “sufocados por cuidados e riquezas e os prazeres desta vida"(Lucas 8:14). Você, meu leitor, é descrito em algum destes? Não ignore esta pergunta. Nós lhe imploramos: enfrente-o com honestidade e certifique-se de qual dos vários solos representa o seu coração.
Mas existem alguns ouvintes de “boa base”. E como eles devem ser identificados? O que o infalível Filho de Deus disse deles? Como Ele os descreve? Ele disse: “que em boa base estão os que descansam na Palavra de Deus e não duvidam das Suas promessas: estão perfeitamente persuadidos de que estão salvos, mas continuam vivendo o mesmo tipo de vida de antes”? Não ele não fez. Em vez disso, Ele declarou:
"E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança" (Lucas 8:15 ACF)
Ah, caros leitores, a prova é o fruto: não conhecimento, não ostentação, não ortodoxia, não alegria, mas FRUTO: e tal “FRUTO” que a mera natureza não pode produzir. É o fruto da Videira, ou seja, semelhança com Cristo, sendo conforme à Sua Imagem. Que o Espírito Santo busque cada um de nós.
(Arthur W. Pink)
Pense nisso!
▪︎ Parafraseando C. H. Spurgeon: "Os 'convertidos' que nascem emocionados, morrem quando a emoção acaba."
• "Mas o justo viverá pela fé; e, se alguém se retirar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma" (Hebreus 10:38-39 ACF)
• "Porque também a nós foram pregadas as boas novas (EVANGELHO), como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram" (Hb 4.2 ACF)
• "E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos" (2Ts 3.2) Apóstolo Paulo
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