sábado, 5 de abril de 2025

OCUPADOS

  O desejo de felicidade faz com que a humanidade esteja em contínuo movimento. Adormecemos e acordamos ocupados com a construção da felicidade. Queremos tanto a felicidade que corremos o risco de sermos felizes e não percebermos. Às vezes, pode acontecer de imaginarmos um determinado estágio de felicidade e ela, porém, se apresenta nas coisas mais simples do cotidiano. É comum ouvirmos a expressão: ‘eu era feliz e não sabia’. Muitos procuram no outro aquilo que ainda não encontraram em si mesmos. Projetam a felicidade em promessas, em presenças, em braços que os abracem e palavras que preencham seus vazios. Mas a verdade é que ninguém consegue ser lar quando o próprio coração anda à deriva. O encontro mais transformador que podemos viver é com quem de fato somos, com o que sentimos, com a história que carregamos. Isso requer coragem para olhar para dentro sem medo, para abraçar nossas fragilidades com a mesma ternura que oferecemos aos outros. A solitude, quando bem vivida, é uma morada de luz. Ela não nos isola; ao contrário, nos reconecta. É nela que ouvimos com mais clareza as respostas que o barulho do mundo abafa. Encontrar-se é perceber que não é preciso alguém ao lado para validar a nossa existência, mas sim um coração inteiro para reconhecer o próprio valor. E quando esse encontro acontece, o amor que se oferece deixa de ser carência e passa a ser abundância. Aí as relações se tornam mais saudáveis, a convivência mais leve e o afeto mais sincero. Que todo o tempo seja de reencontro. Que o silêncio seja bem-vindo, e que a paz que se descobre dentro seja maior do que qualquer ausência. Há beleza em estar consigo mesmo, em descobrir que a felicidade não depende do que falta, mas do que já habita o coração. 

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