. Dentro do espaço conventual encontra-se uma bela horta e um jardim, que nos recorda que a vida é feita também de muitas flores. A conjugação das hortaliças com as flores transborda a harmonia que a natureza pode nos alcançar. Se os humanos cultivassem mais flores, o mundo poderia ser mais envolvente. Plantar exige coragem, paciência e uma fé silenciosa de que, em algum momento, o fruto virá. É comum que, ao fazermos o bem, esperemos ao menos um gesto de retorno, um sinal de que nossa dedicação foi percebida. Mas a vida, em sua sabedoria, nem sempre oferece o que esperamos no tempo em que desejamos. Ela trabalha em silêncio, cultivando cada semente em um tempo só dela. Por isso, quem planta com o coração precisa aprender a confiar, mesmo sem garantias. É no segredo da terra que a transformação acontece. E nem tudo que se planta floresce diante dos nossos olhos. Às vezes, o que semeamos brota longe, em outro coração, em outra estação, e talvez nunca saibamos. Ainda assim, vale a pena plantar. Viver sem esperar retribuição é um gesto nobre. É escolher continuar oferecendo o que há de melhor em nós, mesmo quando o mundo parece indiferente. A retribuição pode vir na forma de paz interior, de consciência tranquila, de um sorriso inesperado que nos alcança quando menos imaginamos. E quando o tempo amadurece a colheita, ela chega com generosidade, nos mostrando que nada foi em vão. O que foi feito com amor, um dia floresce. Cada palavra dita com ternura, cada gesto sincero, cada silêncio respeitoso, tudo tem o seu peso no tecido da vida. Plantar o bem é um ato de esperança, uma forma de confiar que existe sentido mesmo quando os frutos ainda não surgiram. E há uma beleza serena em seguir regando aquilo que acreditamos, mesmo quando a terra parece seca. Porque quem planta com verdade, colhe com alma.
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