terça-feira, 11 de junho de 2024

CULPA



Desvia de mim os teus olhos, para que eu volte a ter alegria, antes que eu me vá e deixe de existir (Sl 39.13).


A culpa tem sido um dos grandes motivos do sofrimento do ser humano. Ela é um instrumento da graça divina para nos conduzir à cura; portanto, num primeiro momento, tem uma função terapêutica. O problema é que, quando negligenciamos essa função, damos sequência à nossa vida como se nada tivesse acontecido. Numa linguagem popular, endurecemos o coração, ou por meio de expedientes impróprios, disfarces e dissimulações, empurramos o problema para “debaixo do tapete”. Também pode acontecer, depois de usar sua função de cura, ao confessar o pecado, não aceitarmos o perdão de Deus pela fé, e permanecermos com a mesma culpa, que pode se transformar numa doença física e causar muitos males. Davi inicia seu diálogo com Deus com uma forte disposição para não pecar: “Eu disse: Vigiarei a minha conduta e não pecarei em palavras” (v.1a). No entanto, isso é impossível. Ele tem consciência da culpa: “Livra-me de todas as minhas transgressões”; “Tu repreendes e disciplinas o homem por causa do seu pecado”; “Desvia de mim os teus olhos” (vs.8a, 11a e 13a). Essa é uma verdade cristalina no Antigo e no Novo Testamento. Paulo escreveu: “Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”; “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.12, 23). Davi, mesmo vivendo sob a Lei, no Antigo Testamento, e sendo um pecador absolutamente consciente, é o servo de Deus. Ao viver sob a Lei, ele vislumbra um caminho de graça, afirmando e lançando mão dela para livrar-se da culpa. Ele aponta para este caminho maravilhoso ao afirmar: “Minha esperança está em ti”; “Livra-me de todas as minhas transgressões” e “Ouve a minha oração, Senhor” (vs.7b, 8a, 12a). Ele antecipa a graça por meio da confissão.



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