ESPELHADO

 DESTINO ESPELHADO – Um passado inteiro pela frente e um futuro deixado para trás.

Quando olhamos para um espelho, o que vemos é o que está atrás de nós, não o que está à frente. Por mais límpido que seja seu reflexo, o espelho sempre nos apresentará o lado inverso das coisas. O lado direito se nos apresentará como esquerdo e vice-versa. O apóstolo Paulo afirma que agora vemos como que por espelho, mas um dia finalmente veremos face a face. É na face de Cristo que conseguimos enxergar o futuro. Por isso, devemos manter nossos olhos fitos n’Ele. Mas como podemos olhar firmemente para quem não enxergamos? Se Ele ao menos estivesse aqui em carne e osso, poderíamos vê-lo tal como Ele é. Entretanto, somos alertados pelo próprio Cristo de que mais bem-aventurado é quem não o viu, mas creu. Olhar firmemente para Cristo é enxergar a realidade a partir d’Ele, assim como enxergamos a estrada diante de nós através do para-brisa do carro. É através d’Ele que o futuro nos é descortinado. Olhar firmemente para Cristo é olhar para o nosso destino. Assim como num automóvel, temos diante de nós um enorme para-brisa e três pequenos retrovisores, indicando que, de vez em quando é necessário dar uma breve espiada atrás, sem, contudo, nos distrair do que está à nossa frente.  

Semelhantemente, nosso para-brisa é Cristo, e os três retrovisores, os dois externos e o interno são, respectivamente, as Escrituras, os nossos semelhantes e nossas próprias experiências.  

Quando olhamos para as Escrituras, temos um vislumbre da percepção e da relação que outras gerações tiveram com Deus, e encaramos tais registros como lições divinas. Quando olhamos para o próximo, vemo-nos nele, com suas virtudes e defeitos, com suas potencialidades e limitações. Respeitamos sua história, seu momento atual e suas aspirações. Reconhecemos que alguns deles nos acompanharão ao longo da jornada, enquanto alguns nos deixarão no caminho. Alguns nos surpreenderão, outros nos desapontarão. Porém, todos terão algo a nos ensinar.