segunda-feira, 26 de agosto de 2024

HOMENS

 QUANDO OS HOMENS DIZEM: EDIFICAREI A MINHA IGREJA (A Ditadura da Fé)


Por Pastor Manoel B Moura Junior 


LEITURA BÍBLICA 


Da mesma maneira Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (BKJ Bíblia King James Atualizada)


Também eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (Nova Almeida Atualizada)

E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê‑la. Mateus 16.18 (NVI Nova Versão Internacional).


Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (ARC Almeida Revista e Corrigida).


Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (ARA ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA).


Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Mateus 16.18 (NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje).


INTRODUÇÃO 


Nenhum edifício erigido por mãos humanas pode ser e permanecer sólido e forte, a não ser que os seus alicerces estejam bem fixos e sejam firmes. Um edifício alto não pode ser construído sobre uma fundação tendente a fragmentar-se. Não se deve construir um edifício sobre mero lixo ou entulho. Sem uma base sólida e sem colunas enterradas profundamente, a estrutura superior cairá. E mais, quanto mais alto o edifício, mais profundas as colunas devem ser. A solidez estrutural do edifício todo repousa completamente na firmeza do alicerce. 

Em nenhum outro lugar essa verdade é mais aplicável do que na construção da igreja, que é “uma casa espiritual” (1Pe 2.5). Jesus Cristo em pessoa é o dono e único Edificador da igreja, como prometeu: “Edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la” (Mt 16.18b). Cristo não disse “vocês edificarão a minha igreja”. Tampouco disse: “Eu edificarei a igreja de vocês”. Em vez disso, afirmou: “[Eu] edificarei a minha igreja”. Cristo, pessoalmente, está construindo a sua igreja, e, como um sábio construtor, está estabelecendo-a sobre fundação de sólidas pedras – o sólido fundamento da doutrina (Ef 2.20).


A quem pertence a Igreja? 


Essa pergunta pode ter uma resposta rápida da parte que daqueles que vão apenas ler o título desse artigo, porém, a resposta não é tão simples o quanto parece. A história da igreja relata o desejo espúrio de muitos homens em tomar a igreja para si e fazer dela um propriedade privada. Os tiranos do passado tentaram se apossar da igreja, mas eles esqueceram-se que a igreja não é uma placa, não está presa ao contexto geográfico e cultural, a igreja não é massa de manobra, a igreja existe há mais de 2000 anos e todos que tentaram fazer da igreja sua propriedade particular morreram e caíram no esquecimento, porém a igreja segue o seu caminho firme e forte naquele que a fundou. 

O presente artigo tem como propósito reacender em nós pastores e nos leitores em geral a visão bíblica e correta a respeito da igreja e do seu proprietário. BOA LEITURA.


1. DITADORES DA FÉ


Em muitas denominações evangélicas há pastores que na verdade são ditadores da Fé. Eles são dominadores, manipuladores legalistas que conduzem a igreja sob o jugo dos usos e costumes, ameaçam o rebanho, condenam tudo e a todos, porém sem o mínimo amparo das Escrituras Sagradas. Por outro lado A liderança ditatorial e dominadora gera subordinados dominados pelo medo. Quantos pastores afirmam que os membros de suas igrejas estão debaixo da cobertura espiritual deles e caso desobedeçam ou saiam de suas igrejas estão amaldiçoados... vocês com certeza já viram e ouviram sobre casos assim. Vamos analisar biblicamente essa postura e reprovar a mesma pela análise exegética/bíblico/teológica.


1.1. O problema da liderança ditatorial e dominadora. 


Portanto, necessitamos olhar de perto para o que Pedro escreveu:


Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. (1Pe. 5.2–3)


Aqui Pedro faz três contrastes sobre a obra e o coração de um pastor: deve haver disposição, não compulsão; serviço, não ganância; e ele deve liderar pelo exemplo, não por coerção.


Dominar é causar conformidade pela força. No contexto do ministério pastoral, isto ocorre quando o rebanho adere às coisas pela compulsão, e não pela obra do Espírito em seus corações. Envolve o uso de intimidação, ameaças ou chantagem. Pode haver alguma conexão com os contrastes anteriores que Pedro tinha acabado de fazer: ser um ditador dominador é uma forma de cobiça (“sórdida ganância”) — cobiça por poder sobre os outros. E da mesma maneira como Pedro havia dito que o pastor deve servir espontaneamente (v. 2), assim também aqueles que seguem devem seguir espontaneamente. Pastores que são ditadores dominadores regem a igreja com base na própria vaidade e ignorância, eles querem a todo custo controlar a vida de seus membros, o que os membros falam, o escutam, comem, bebem, o que os membros vestem, com o que os membros gastam, os lugares que eles devem ou não frequentar etc. Esse tipo de liderança ditatorial expressa um espírito demoníaco , narcisista, megalomaníaco e nazista que visa manter o povo em uma prisão psicológica, espiritual e religiosa. 


1.2. Liderança ditatorial e dominadora é resultado de uma incompreensão do papel do pastor. 


Pastores ditadores e dominadores não possuem a mínima capacidade nem entendimento do que é o ministério pastoral. Muitos deles citam em alta voz o que o escritor aos Hebreus escreveu: 

“Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem.” Hebreus 13.17ª (NVT Nova Versão Transformadora).


Eles exigem obediência à qualquer preço, obediência custe o que custar. Eles exigem tratamento de honra e aí daqueles que não prestar a devida reverência. Eles se intitulam ungidos do Senhor e como tal todos lhe devem obediência.


Eles citam a parte A de Hebreus 13.17 isoladamente, mas veja que esse versículo continua: 


“O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês.” Hebreus 13.17 partes B e C (NVT Nova Versão Transformadora).


O pastor deve servir com alegria, assim como o rebanho deve seguir de bom grado. Embora o pastor esteja sobre o rebanho (1Ts 5.12), essa não é sua única relação com ele. Pedro nos recorda que o rebanho não está apenas “aos seus cuidados” (NVI) (sugerindo que a identidade primária do pastor é de superioridade hierárquica), mas também “entre vocês” (lembrando ao pastor que ele não está acima do rebanho, mas é de fato um membro do rebanho). O pastorado instituído por Deus não age de forma ditatorial e dominadora para como a igreja, os pastores são servos da igreja, pastores não são proprietários da igreja. 


1.3. A liderança ditatorial e dominadora é baseada em valores do mundo. 


Jesus disse:


“Então Jesus chamou todos para perto de si e disse: — Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles.” Marcos 10.42 (NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje).


Este é o caminho do mundo ao nosso redor, mas não deve ser verdade para a igreja local — “mas entre vocês não pode ser assim” (v. 43). Há muito que podemos aprender com insights (Percepções, visões) seculares sobre liderança, mas é necessário também reconhecer que há um claro contraste entre como a liderança é exercida no mundo secular e como é exercida na igreja. Podemos aprender com CEOs (Diretores executivos) e generais, mas os pastores não devem ser CEOs nem generais. 


Infelizmente a igreja atual sofre com diretores executivos e generais. De um lado aqueles que fazem da igreja sua empresa particular e assim administram a igreja apenas como uma fonte de lucro. O movimento neopentescotal gerou a pior maldição no seio evangélico. Além de todas as aberrações que eles pregam, seus líderes são tratados como celebridades, empresários de sucesso, gurus da prosperidade financeira, ícones do mundo business etc. 


• Edir Macedo

• R.R. Soares

• Waldemar Santiago

• Agenor Duque

• Leonardo Sale

• Estevam Hernandes 


Há uma vasta lista de pastores desse movimento herético e maldito que me faltaria espaço para citar aqui.  


Por outro lado temos os generais das igrejas legalistas do movimento pentecostal. Eles se dizem guardiões da sã doutrina e dos bons costumes, mas na realidade não passam de ditadores dominadores agindo de forma hipócrita na igreja: 

• Anciãos da congregação cristã no Brasil 

• Pastores das Assembleia de Deus no Brasil

• Líderes da Igreja Deus é amor

• Líderes da Igreja Cristã Maranata 

Essas são apenas algumas denominações legalistas cujo os líderes são ditadores e dominadores do povo. 


1.4. A liderança ditatorial e dominadora é contrária aos ensinamentos do Novo Testamento sobre o governo da igreja. 


Os cristãos têm convicções diferentes sobre como as igrejas devem ser estruturadas, mas uma coisa parece incontrovertida nas Escrituras: as igrejas devem ser lideradas seguindo o modelo neotestamentário. Em nenhum lugar, o Novo Testamento se refere a um pastor, ancião ou presbítero da igreja como eles fossem donos ou dominadores da igreja. A igreja deve ter um pastor que siga o exemplo de Jesus e dos Apóstolos, tais pastores devem investir em uma pluralidade daqueles que compartilham a responsabilidade de liderança. Nenhuma pessoa deve estar no comando como um general. No entanto, é fácil ter um conjunto de ministros em teoria e ainda assim ter um pastor que seja um ditador dominador. A chave é se há uma clara responsabilidade e correção, e se isto pode ser — e realmente é — exercido. 


2. UMA REFLEXÃO EXPOSITIVA SOBRE 1PEDRO 5.1-4


Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. 1Pedro 5. 1-4 (ARA ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA).


A preocupação de Pedro é com a excelência da liderança das igrejas locais. Quando o “fogo ardente” surgisse, os cristãos das congregações se voltariam para seus presbíteros em busca de encorajamento e de orientação. 


Quais são as qualidades pessoais que distinguem o pastor bem-sucedido? 


Primeiro, uma experiência pessoal e vital com Cristo (1Pe 5.1).


Nesta carta, Pedro não se apresenta como um grande apóstolo ou líder espiritual, mas simplesmente como mais um presbítero. No entanto, menciona que testemunhou pessoalmente os sofrimentos de Cristo (ver Mt 26.36ss). O termo grego traduzido por “testemunha” dá origem à palavra “mártir”. Pensamos em um mártir apenas como alguém que deu a vida por Cristo, e foi exatamente o que Pedro fez; mas, essencialmente, um “mártir” é uma testemunha que diz o que viu e ouviu. É interessante ler 1 Pedro 5 levando em consideração as experiências pessoais de Pedro com Cristo. O texto de 1 Pedro 5.1 remete ao Getsêmani e ao Calvário. A “glória que há de ser revelada” lembra a experiência de Pedro com Cristo no monte da transfiguração (Mt 17.1-5; 2Pe 1.15-18). A ênfase de 1 Pedro 5.2 sobre o pastor e as ovelhas traz à memória, sem dúvida alguma, João 10 e a admoestação de Jesus a Pedro em João 21.15-17. A advertência em 1 Pedro 5:3 sobre os líderes serem “dominadores” dos santos lembra a lição de Cristo sobre a verdadeira grandeza em Lucas 22.24-30, bem como outras ocasiões em que ele ensinou seus discípulos a respeito da humildade e do serviço. A oração em 1 Pedro 5.5: “cingi-vos todos de humildade”, remete ao cenáculo, onde Jesus cingiu-se de uma toalha e lavou os pés dos discípulos (Jo 13.1-17). A advertência sobre Satanás em 1 Pedro 5.8 é paralela à advertência de Jesus de que Satanás “peneiraria” Pedro e os outros após tolos (Lc 22.31). Pedro não deu ouvidos a essa advertência e acabou negando seu Senhor três vezes. É interessante observar que o verbo “aperfeiçoar” (1 Pe 5.10) é traduzido por “consertando as redes”, em Mateus 4.21, no relato do chamado dos quatro pescadores para servirem ao Senhor. Em outras palavras, Pedro escreveu sua epístola inspirado pelo Espírito de Deus, de acordo com sua experiência pessoal com Jesus Cristo. Seu relacionamento com Cristo era vital e estava sempre crescendo, permitindo que o apóstolo ministrasse com eficácia ao povo de Deus. 

O pastor deve ser um homem que caminha com Deus e que cresce em sua vida espiritual. Paulo admoestou o jovem Timóteo: 

“Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto” (1 Tm 4.15). 


No original, o termo “progresso” significa “avanço pioneiro”. Os pastores devem estar sempre avançando para novos campos de estudo, realização e ministério. 


“Se os líderes da igreja não estiverem progredindo, a igreja como um todo também não avançará.”


“Amamos nosso pastor – um membro muito dedicado de uma igreja me disse durante um congresso. – Mas estamos cansados de ouvir sempre as mesmas coisas. Ele se repete com frequência e parece não saber que há outros livros na Bíblia além de Salmos e Apocalipse.”


Esse pastor estava precisando tornar-se um “pioneiro espiritual” e avançar para novos territórios, a fim de conduzir seu povo a novas bênçãos e desafios. Por vezes, Deus permite que sobrevenham tribulações a uma igreja para que seu povo seja forçado a crescer e a descobrir novas verdades e novas oportunidades. Por certo, Pedro cresceu em sua experiência espiritual ao sofrer por Cristo na cidade de Jerusalém. Claro que não era um homem perfeito, tanto que Paulo teve de repreendê-lo uma vez por sua incoerência (Gl 2.11-21). Mas Pedro era submisso a Cristo e estava disposto a aprender tudo o que Deus desejava lhe ensinar. 


Se me pedissem para dar um conselho a pastores do rebanho de Deus de hoje, eu diria: 


“Cultivem um relacionamento crescente com Jesus Cristo e compartilhem com as ovelhas o que ele dá. Desse modo, tanto vocês quanto as ovelhas crescerão.”


Segundo, Uma terna preocupação com as ovelhas de Deus (1Pe 5.2,3).


A imagem do rebanho é usada com frequência na Bíblia e é bastante instrutiva (ver SI 23 e 100; Is 40.11; Lc 15.4-6; Jo 10; At 20.28; Hb 13.20, 21; 1 Pe 2.25; Ap 7.17). Éramos como ovelhas desgarradas caminhando para a destruição, mas o Bom Pastor nos encontrou e nos recolheu no aprisco. Ao contrário dos cães e porcos, as ovelhas são animais puros (2Pe 2.20-22).

 As ovelhas costumam se arrebanhar, e o povo de Deus deve permanecer unido. São conhecidas por sua ignorância e por sua tendência de se perder se não seguirem o pastor. Normalmente são indefesas e precisam do pastor para protegê-las (SI 23.4).


As ovelhas são animais extremamente úteis. Os pastores em Israel não criavam ovelhas para o abate (o custo era muito alto), mas para que produzissem lã, leite e cordeiros para aumentar o rebanho. O povo de Deus também deve ser útil ao Senhor e, sem dúvida, deve se “reproduzir” levando outros a Cristo. As ovelhas eram usadas para os sacrifícios, e devemos ser “sacrifício vivo”, fazendo a vontade de Deus (Rm 12.1,2). Pedro lembra os pastores das responsabilidades que receberam de Deus. Alimentar o rebanho (v. 2). A palavra alimentar quer dizer “pastorear, cuidar”. O pastor precisava realizar várias tarefas a fim de cuidar do rebanho. Tinha de proteger as ovelhas dos ladrões e saqueadores, da mesma forma que o pastor deve proteger o povo de Deus dos que desejam saquear o rebanho (At 20.28-35). 


Por vezes, as ovelhas não gostam quando seu pastor as repreende ou adverte, mas esse ministério é para seu bem. O pastor fiel não apenas protege o rebanho, como também o conduz de um pasto a outro, a fim de que as ovelhas sejam devidamente alimentadas. O pastor sempre ia adiante do rebanho e explorava a região para ter certeza de que não havia nada ali que fizesse mal às ovelhas. Verificava se não há via cobras, valas, plantas venenosas e animais perigosos. Como é importante os pastores conduzirem as pessoas aos pastos verdejantes da Palavra de Deus, a fim de que se alimentem e cresçam! Por vezes, era necessário o pastor procurar uma ovelha desgarrada e lhe dar atenção pessoal. Hoje em dia, alguns pastores só estão interessados em multidões e não têm tempo para os indivíduos. 


Jesus pregou a grandes multidões, mas separou tempo para conversar com Nicodemos (Jo 3), com a mulher samaritana junto ao poço (Jo 4), e outras pessoas com necessidades espirituais.


Paulo ministrou às pessoas de Tessalônica pessoalmente (1 Ts 2.11) e as amava profundamente. Se uma ovelha é rebelde demais, o pastor pode precisar discipliná-la de algum modo. Se uma ovelha tem uma necessidade especial, o pastor pode carregá-la nos braços, junto ao coração. No final de cada dia, o pastor fiel examinava as ovelhas uma por uma para ver se precisavam de atenção especial. Ungia as feridas com óleo curativo e removia espinhos da lã. Um bom pastor conhecia todas as ovelhas pelo nome e entendia as características específicas de cada uma.


Não é fácil ser um pastor fiel das ovelhas de Deus! É uma tarefa que não tem fim e que exige o poder sobrenatural de Deus, a fim de ser realizada corretamente. O que torna esse trabalho ainda mais desafiador é o fato de que o rebanho não pertence ao pastor, mas sim a Deus. Às vezes, ouço um pastor dizer: 


“Bem, na minha igreja as coisas funcionam assim...” 


e sei o que querem dizer, mas estritamente falando, trata-se do rebanho de Deus, comprado com o sangue precioso do seu Filho (At 20.28). Nós, pastores, devemos ter cuidado com o modo de ministrar às ovelhas de Deus, pois, um dia, teremos de prestar contas de nosso ministério. Mas, nesse dia, as ovelhas também terão de prestar contas de como obedeceram a seus líderes espirituais (Hb 13.17), de modo que tanto os pastores quanto as ovelhas têm uma grande responsabilidade mútua.


Supervisionar o rebanho (v. 2). Podemos observar que o pastor está tanto “entre” o rebanho como “sobre” ele, uma situação que pode tornar-se problemática, se não for devidamente compreendida pelas ovelhas. Pelo fato de ser uma das ovelhas, o pastor está “entre” os membros do rebanho. Mas pelo fato de ter sido chamado para liderar, está “sobre” o rebanho. Há quem procure enfatizar o relacionamento “entre” e que se re cuse a aceitar a autoridade do pastor. 

Outros querem colocar o pastor em um pedestal e transformá-lo em um “supersanto” que nunca se mistura com as pessoas. A fim de ter um ministério eficaz, o pastor precisa dos dois níveis de relacionamento. Deve estar “entre” seu povo, a fim de conhecê-lo, descobrir quais são suas necessidades e problemas; e deve estar “sobre” seu povo, a fim de conduzi-lo e de ajudá-lo a resolver seus problemas.


Não deve haver conflito entre o pastoreio e a pregação, pois ambos são ministérios do pastor fiel. O pregador precisa ser um pastor, a fim de aplicar a Palavra às necessidades das pessoas. O pastor precisa ser um pregador, a fim de ter autoridade ao participar de suas necessidades e problemas diários. O pastor não é um palestrante religioso que, a cada semana, transmite uma série de informações sobre a Bíblia. Ele é um pastor de ovelhas que conhece seu rebanho e que procura ajudá-lo por meio da Palavra. A liderança espiritual de um rebanho traz consigo certos perigos, e Pedro indica alguns pecados dos quais os pQUANDO OS HOMENS DIZEM: EDIFICAREI A MINHA IGREJA (A Ditadura da Fé)


Por Pastor Manoel B Moura Junior 


LEITURA BÍBLICA 


Da mesma maneira Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (BKJ Bíblia King James Atualizada)


Também eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (Nova Almeida Atualizada)

E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê‑la. Mateus 16.18 (NVI Nova Versão Internacional).


Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (ARC Almeida Revista e Corrigida).


Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16.18 (ARA ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA).


Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Mateus 16.18 (NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje).


INTRODUÇÃO 


Nenhum edifício erigido por mãos humanas pode ser e permanecer sólido e forte, a não ser que os seus alicerces estejam bem fixos e sejam firmes. Um edifício alto não pode ser construído sobre uma fundação tendente a fragmentar-se. Não se deve construir um edifício sobre mero lixo ou entulho. Sem uma base sólida e sem colunas enterradas profundamente, a estrutura superior cairá. E mais, quanto mais alto o edifício, mais profundas as colunas devem ser. A solidez estrutural do edifício todo repousa completamente na firmeza do alicerce. 

Em nenhum outro lugar essa verdade é mais aplicável do que na construção da igreja, que é “uma casa espiritual” (1Pe 2.5). Jesus Cristo em pessoa é o dono e único Edificador da igreja, como prometeu: “Edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la” (Mt 16.18b). Cristo não disse “vocês edificarão a minha igreja”. Tampouco disse: “Eu edificarei a igreja de vocês”. Em vez disso, afirmou: “[Eu] edificarei a minha igreja”. Cristo, pessoalmente, está construindo a sua igreja, e, como um sábio construtor, está estabelecendo-a sobre fundação de sólidas pedras – o sólido fundamento da doutrina (Ef 2.20).


A quem pertence a Igreja? 


Essa pergunta pode ter uma resposta rápida da parte que daqueles que vão apenas ler o título desse artigo, porém, a resposta não é tão simples o quanto parece. A história da igreja relata o desejo espúrio de muitos homens em tomar a igreja para si e fazer dela um propriedade privada. Os tiranos do passado tentaram se apossar da igreja, mas eles esqueceram-se que a igreja não é uma placa, não está presa ao contexto geográfico e cultural, a igreja não é massa de manobra, a igreja existe há mais de 2000 anos e todos que tentaram fazer da igreja sua propriedade particular morreram e caíram no esquecimento, porém a igreja segue o seu caminho firme e forte naquele que a fundou. 

O presente artigo tem como propósito reacender em nós pastores e nos leitores em geral a visão bíblica e correta a respeito da igreja e do seu proprietário. BOA LEITURA.


1. DITADORES DA FÉ


Em muitas denominações evangélicas há pastores que na verdade são ditadores da Fé. Eles são dominadores, manipuladores legalistas que conduzem a igreja sob o jugo dos usos e costumes, ameaçam o rebanho, condenam tudo e a todos, porém sem o mínimo amparo das Escrituras Sagradas. Por outro lado A liderança ditatorial e dominadora gera subordinados dominados pelo medo. Quantos pastores afirmam que os membros de suas igrejas estão debaixo da cobertura espiritual deles e caso desobedeçam ou saiam de suas igrejas estão amaldiçoados... vocês com certeza já viram e ouviram sobre casos assim. Vamos analisar biblicamente essa postura e reprovar a mesma pela análise exegética/bíblico/teológica.


1.1. O problema da liderança ditatorial e dominadora. 


Portanto, necessitamos olhar de perto para o que Pedro escreveu:


Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. (1Pe. 5.2–3)


Aqui Pedro faz três contrastes sobre a obra e o coração de um pastor: deve haver disposição, não compulsão; serviço, não ganância; e ele deve liderar pelo exemplo, não por coerção.


Dominar é causar conformidade pela força. No contexto do ministério pastoral, isto ocorre quando o rebanho adere às coisas pela compulsão, e não pela obra do Espírito em seus corações. Envolve o uso de intimidação, ameaças ou chantagem. Pode haver alguma conexão com os contrastes anteriores que Pedro tinha acabado de fazer: ser um ditador dominador é uma forma de cobiça (“sórdida ganância”) — cobiça por poder sobre os outros. E da mesma maneira como Pedro havia dito que o pastor deve servir espontaneamente (v. 2), assim também aqueles que seguem devem seguir espontaneamente. Pastores que são ditadores dominadores regem a igreja com base na própria vaidade e ignorância, eles querem a todo custo controlar a vida de seus membros, o que os membros falam, o escutam, comem, bebem, o que os membros vestem, com o que os membros gastam, os lugares que eles devem ou não frequentar etc. Esse tipo de liderança ditatorial expressa um espírito demoníaco , narcisista, megalomaníaco e nazista que visa manter o povo em uma prisão psicológica, espiritual e religiosa. 


1.2. Liderança ditatorial e dominadora é resultado de uma incompreensão do papel do pastor. 


Pastores ditadores e dominadores não possuem a mínima capacidade nem entendimento do que é o ministério pastoral. Muitos deles citam em alta voz o que o escritor aos Hebreus escreveu: 

“Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem.” Hebreus 13.17ª (NVT Nova Versão Transformadora).


Eles exigem obediência à qualquer preço, obediência custe o que custar. Eles exigem tratamento de honra e aí daqueles que não prestar a devida reverência. Eles se intitulam ungidos do Senhor e como tal todos lhe devem obediência.


Eles citam a parte A de Hebreus 13.17 isoladamente, mas veja que esse versículo continua: 


“O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês.” Hebreus 13.17 partes B e C (NVT Nova Versão Transformadora).


O pastor deve servir com alegria, assim como o rebanho deve seguir de bom grado. Embora o pastor esteja sobre o rebanho (1Ts 5.12), essa não é sua única relação com ele. Pedro nos recorda que o rebanho não está apenas “aos seus cuidados” (NVI) (sugerindo que a identidade primária do pastor é de superioridade hierárquica), mas também “entre vocês” (lembrando ao pastor que ele não está acima do rebanho, mas é de fato um membro do rebanho). O pastorado instituído por Deus não age de forma ditatorial e dominadora para como a igreja, os pastores são servos da igreja, pastores não são proprietários da igreja. 


1.3. A liderança ditatorial e dominadora é baseada em valores do mundo. 


Jesus disse:


“Então Jesus chamou todos para perto de si e disse: — Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles.” Marcos 10.42 (NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje).


Este é o caminho do mundo ao nosso redor, mas não deve ser verdade para a igreja local — “mas entre vocês não pode ser assim” (v. 43). Há muito que podemos aprender com insights (Percepções, visões) seculares sobre liderança, mas é necessário também reconhecer que há um claro contraste entre como a liderança é exercida no mundo secular e como é exercida na igreja. Podemos aprender com CEOs (Diretores executivos) e generais, mas os pastores não devem ser CEOs nem generais. 


Infelizmente a igreja atual sofre com diretores executivos e generais. De um lado aqueles que fazem da igreja sua empresa particular e assim administram a igreja apenas como uma fonte de lucro. O movimento neopentescotal gerou a pior maldição no seio evangélico. Além de todas as aberrações que eles pregam, seus líderes são tratados como celebridades, empresários de sucesso, gurus da prosperidade financeira, ícones do mundo business etc. 


• Edir Macedo

• R.R. Soares

• Waldemar Santiago

• Agenor Duque

• Leonardo Sale

• Estevam Hernandes 


Há uma vasta lista de pastores desse movimento herético e maldito que me faltaria espaço para citar aqui.  


Por outro lado temos os generais das igrejas legalistas do movimento pentecostal. Eles se dizem guardiões da sã doutrina e dos bons costumes, mas na realidade não passam de ditadores dominadores agindo de forma hipócrita na igreja: 

• Anciãos da congregação cristã no Brasil 

• Pastores das Assembleia de Deus no Brasil

• Líderes da Igreja Deus é amor

• Líderes da Igreja Cristã Maranata 

Essas são apenas algumas denominações legalistas cujo os líderes são ditadores e dominadores do povo. 


1.4. A liderança ditatorial e dominadora é contrária aos ensinamentos do Novo Testamento sobre o governo da igreja. 


Os cristãos têm convicções diferentes sobre como as igrejas devem ser estruturadas, mas uma coisa parece incontrovertida nas Escrituras: as igrejas devem ser lideradas seguindo o modelo neotestamentário. Em nenhum lugar, o Novo Testamento se refere a um pastor, ancião ou presbítero da igreja como eles fossem donos ou dominadores da igreja. A igreja deve ter um pastor que siga o exemplo de Jesus e dos Apóstolos, tais pastores devem investir em uma pluralidade daqueles que compartilham a responsabilidade de liderança. Nenhuma pessoa deve estar no comando como um general. No entanto, é fácil ter um conjunto de ministros em teoria e ainda assim ter um pastor que seja um ditador dominador. A chave é se há uma clara responsabilidade e correção, e se isto pode ser — e realmente é — exercido. 


2. UMA REFLEXÃO EXPOSITIVA SOBRE 1PEDRO 5.1-4


Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. 1Pedro 5. 1-4 (ARA ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA).


A preocupação de Pedro é com a excelência da liderança das igrejas locais. Quando o “fogo ardente” surgisse, os cristãos das congregações se voltariam para seus presbíteros em busca de encorajamento e de orientação. 


Quais são as qualidades pessoais que distinguem o pastor bem-sucedido? 


Primeiro, uma experiência pessoal e vital com Cristo (1Pe 5.1).


Nesta carta, Pedro não se apresenta como um grande apóstolo ou líder espiritual, mas simplesmente como mais um presbítero. No entanto, menciona que testemunhou pessoalmente os sofrimentos de Cristo (ver Mt 26.36ss). O termo grego traduzido por “testemunha” dá origem à palavra “mártir”. Pensamos em um mártir apenas como alguém que deu a vida por Cristo, e foi exatamente o que Pedro fez; mas, essencialmente, um “mártir” é uma testemunha que diz o que viu e ouviu. É interessante ler 1 Pedro 5 levando em consideração as experiências pessoais de Pedro com Cristo. O texto de 1 Pedro 5.1 remete ao Getsêmani e ao Calvário. A “glória que há de ser revelada” lembra a experiência de Pedro com Cristo no monte da transfiguração (Mt 17.1-5; 2Pe 1.15-18). A ênfase de 1 Pedro 5.2 sobre o pastor e as ovelhas traz à memória, sem dúvida alguma, João 10 e a admoestação de Jesus a Pedro em João 21.15-17. A advertência em 1 Pedro 5:3 sobre os líderes serem “dominadores” dos santos lembra a lição de Cristo sobre a verdadeira grandeza em Lucas 22.24-30, bem como outras ocasiões em que ele ensinou seus discípulos a respeito da humildade e do serviço. A oração em 1 Pedro 5.5: “cingi-vos todos de humildade”, remete ao cenáculo, onde Jesus cingiu-se de uma toalha e lavou os pés dos discípulos (Jo 13.1-17). A advertência sobre Satanás em 1 Pedro 5.8 é paralela à advertência de Jesus de que Satanás “peneiraria” Pedro e os outros após tolos (Lc 22.31). Pedro não deu ouvidos a essa advertência e acabou negando seu Senhor três vezes. É interessante observar que o verbo “aperfeiçoar” (1 Pe 5.10) é traduzido por “consertando as redes”, em Mateus 4.21, no relato do chamado dos quatro pescadores para servirem ao Senhor. Em outras palavras, Pedro escreveu sua epístola inspirado pelo Espírito de Deus, de acordo com sua experiência pessoal com Jesus Cristo. Seu relacionamento com Cristo era vital e estava sempre crescendo, permitindo que o apóstolo ministrasse com eficácia ao povo de Deus. 

O pastor deve ser um homem que caminha com Deus e que cresce em sua vida espiritual. Paulo admoestou o jovem Timóteo: 

“Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto” (1 Tm 4.15). 


No original, o termo “progresso” significa “avanço pioneiro”. Os pastores devem estar sempre avançando para novos campos de estudo, realização e ministério. 


“Se os líderes da igreja não estiverem progredindo, a igreja como um todo também não avançará.”


“Amamos nosso pastor – um membro muito dedicado de uma igreja me disse durante um congresso. – Mas estamos cansados de ouvir sempre as mesmas coisas. Ele se repete com frequência e parece não saber que há outros livros na Bíblia além de Salmos e Apocalipse.”


Esse pastor estava precisando tornar-se um “pioneiro espiritual” e avançar para novos territórios, a fim de conduzir seu povo a novas bênçãos e desafios. Por vezes, Deus permite que sobrevenham tribulações a uma igreja para que seu povo seja forçado a crescer e a descobrir novas verdades e novas oportunidades. Por certo, Pedro cresceu em sua experiência espiritual ao sofrer por Cristo na cidade de Jerusalém. Claro que não era um homem perfeito, tanto que Paulo teve de repreendê-lo uma vez por sua incoerência (Gl 2.11-21). Mas Pedro era submisso a Cristo e estava disposto a aprender tudo o que Deus desejava lhe ensinar. 


Se me pedissem para dar um conselho a pastores do rebanho de Deus de hoje, eu diria: 


“Cultivem um relacionamento crescente com Jesus Cristo e compartilhem com as ovelhas o que ele dá. Desse modo, tanto vocês quanto as ovelhas crescerão.”


Segundo, Uma terna preocupação com as ovelhas de Deus (1Pe 5.2,3).


A imagem do rebanho é usada com frequência na Bíblia e é bastante instrutiva (ver SI 23 e 100; Is 40.11; Lc 15.4-6; Jo 10; At 20.28; Hb 13.20, 21; 1 Pe 2.25; Ap 7.17). Éramos como ovelhas desgarradas caminhando para a destruição, mas o Bom Pastor nos encontrou e nos recolheu no aprisco. Ao contrário dos cães e porcos, as ovelhas são animais puros (2Pe 2.20-22).

 As ovelhas costumam se arrebanhar, e o povo de Deus deve permanecer unido. São conhecidas por sua ignorância e por sua tendência de se perder se não seguirem o pastor. Normalmente são indefesas e precisam do pastor para protegê-las (SI 23.4).


As ovelhas são animais extremamente úteis. Os pastores em Israel não criavam ovelhas para o abate (o custo era muito alto), mas para que produzissem lã, leite e cordeiros para aumentar o rebanho. O povo de Deus também deve ser útil ao Senhor e, sem dúvida, deve se “reproduzir” levando outros a Cristo. As ovelhas eram usadas para os sacrifícios, e devemos ser “sacrifício vivo”, fazendo a vontade de Deus (Rm 12.1,2). Pedro lembra os pastores das responsabilidades que receberam de Deus. Alimentar o rebanho (v. 2). A palavra alimentar quer dizer “pastorear, cuidar”. O pastor precisava realizar várias tarefas a fim de cuidar do rebanho. Tinha de proteger as ovelhas dos ladrões e saqueadores, da mesma forma que o pastor deve proteger o povo de Deus dos que desejam saquear o rebanho (At 20.28-35). 


Por vezes, as ovelhas não gostam quando seu pastor as repreende ou adverte, mas esse ministério é para seu bem. O pastor fiel não apenas protege o rebanho, como também o conduz de um pasto a outro, a fim de que as ovelhas sejam devidamente alimentadas. O pastor sempre ia adiante do rebanho e explorava a região para ter certeza de que não havia nada ali que fizesse mal às ovelhas. Verificava se não há via cobras, valas, plantas venenosas e animais perigosos. Como é importante os pastores conduzirem as pessoas aos pastos verdejantes da Palavra de Deus, a fim de que se alimentem e cresçam! Por vezes, era necessário o pastor procurar uma ovelha desgarrada e lhe dar atenção pessoal. Hoje em dia, alguns pastores só estão interessados em multidões e não têm tempo para os indivíduos. 


Jesus pregou a grandes multidões, mas separou tempo para conversar com Nicodemos (Jo 3), com a mulher samaritana junto ao poço (Jo 4), e outras pessoas com necessidades espirituais.


Paulo ministrou às pessoas de Tessalônica pessoalmente (1 Ts 2.11) e as amava profundamente. Se uma ovelha é rebelde demais, o pastor pode precisar discipliná-la de algum modo. Se uma ovelha tem uma necessidade especial, o pastor pode carregá-la nos braços, junto ao coração. No final de cada dia, o pastor fiel examinava as ovelhas uma por uma para ver se precisavam de atenção especial. Ungia as feridas com óleo curativo e removia espinhos da lã. Um bom pastor conhecia todas as ovelhas pelo nome e entendia as características específicas de cada uma.


Não é fácil ser um pastor fiel das ovelhas de Deus! É uma tarefa que não tem fim e que exige o poder sobrenatural de Deus, a fim de ser realizada corretamente. O que torna esse trabalho ainda mais desafiador é o fato de que o rebanho não pertence ao pastor, mas sim a Deus. Às vezes, ouço um pastor dizer: 


“Bem, na minha igreja as coisas funcionam assim...” 


e sei o que querem dizer, mas estritamente falando, trata-se do rebanho de Deus, comprado com o sangue precioso do seu Filho (At 20.28). Nós, pastores, devemos ter cuidado com o modo de ministrar às ovelhas de Deus, pois, um dia, teremos de prestar contas de nosso ministério. Mas, nesse dia, as ovelhas também terão de prestar contas de como obedeceram a seus líderes espirituais (Hb 13.17), de modo que tanto os pastores quanto as ovelhas têm uma grande responsabilidade mútua.


Supervisionar o rebanho (v. 2). Podemos observar que o pastor está tanto “entre” o rebanho como “sobre” ele, uma situação que pode tornar-se problemática, se não for devidamente compreendida pelas ovelhas. Pelo fato de ser uma das ovelhas, o pastor está “entre” os membros do rebanho. Mas pelo fato de ter sido chamado para liderar, está “sobre” o rebanho. Há quem procure enfatizar o relacionamento “entre” e que se re cuse a aceitar a autoridade do pastor. 

Outros querem colocar o pastor em um pedestal e transformá-lo em um “supersanto” que nunca se mistura com as pessoas. A fim de ter um ministério eficaz, o pastor precisa dos dois níveis de relacionamento. Deve estar “entre” seu povo, a fim de conhecê-lo, descobrir quais são suas necessidades e problemas; e deve estar “sobre” seu povo, a fim de conduzi-lo e de ajudá-lo a resolver seus problemas.


Não deve haver conflito entre o pastoreio e a pregação, pois ambos são ministérios do pastor fiel. O pregador precisa ser um pastor, a fim de aplicar a Palavra às necessidades das pessoas. O pastor precisa ser um pregador, a fim de ter autoridade ao participar de suas necessidades e problemas diários. O pastor não é um palestrante religioso que, a cada semana, transmite uma série de informações sobre a Bíblia. Ele é um pastor de ovelhas que conhece seu rebanho e que procura ajudá-lo por meio da Palavra. A liderança espiritual de um rebanho traz consigo certos perigos, e Pedro indica alguns pecados dos quais os pastores devem guardar-se. 


O primeiro é a preguiça – “não por constrangimento, mas espontaneamente”.

Seu ministério não deveastores devem guardar-se. 


O primeiro é a preguiça – “não por constrangimento, mas espontaneamente”.

Seu ministério não deve

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