domingo, 25 de agosto de 2024

PERCA

 DIFÍCEIS PERDAS DA VIDA


Compilado Por Israel Reis 


Introdução 


Todos nós passamos pelas perdas. Algumas não nos impactam tanto, mas outras nos impactam profundamente e dolorosamente, como a perda de um ente querido, no seu caso a sua mãe. Seja a perda de alguma coisa importante (um emprego, por exemplo) ou a perda de uma pessoa importante, precisamos saber biblicamente como lidar com as perdas para que consigamos seguir no caminho que Deus tem para nós. É por isso que quero compartilhar cinco dicas bíblicas para lidar com a perda de coisas ou pessoas. Seguindo essas dicas será muito mais fácil passar pelas perdas da vida de uma forma que agrada a Deus.


I. COMO ENFRENTAR AS MAIS DIFÍCEIS PERDAS DA VIDA?


1°) SABENDO QUE NÃO É PECADO SOFRER PELAS PERDAS 


Nós somos seres providos de sentimento, Deus nos fez assim. Sentir as perdas, chorar, até entristecer-se, não é pecado. Quando Lázaro morreu e Jesus chegou e viu toda a tristeza da família, é relatado algo que Jesus fez: “Jesus chorou. Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava” (João 11:35-36). Colocar os sentimentos para fora de maneira positiva não é pecado. Porém, nossos sentimentos podem nos levar a pecar se os deixarmos descontrolados. Um sentimento de perda descontrolado pode nos levar à descrença, a jogarmos tudo para cima, à revolta, à murmuração. Jesus chorou, mas manteve sua fé em Deus.


2°) SABENDO QUE NÃO COMPREENDEREMOS PLENAMENTE OS PROPÓSITOS DE DEUS DE IMEDIATO 


Quando sofremos perdas queremos saber os motivos. Mas nem sempre os descobrimos. Por que você perdeu sua mãe? Por que Deus a levou neste momento e não mais tarde quando ela estivesse bem velhinha? Não sabemos! Quando Jesus certa vez foi questionado do porque fazia determinado ato, Ele respondeu aos seus discípulos: “Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois” (João 13:7). Devemos descansar o nosso coração na certeza de que Deus tem propósitos abençoadores até mesmo em nossas perdas. Muitos desses propósitos não serão compreendidos por nós de imediato. 


▪︎ Foi o que Jó concluiu após sofrer diversas perdas e sequer saber porque elas ocorreram: “Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (Jó 42:3). Saber disso deve criar em nosso coração uma fé na plenitude da justiça de Deus, uma fé que faz o nosso coração descansar diante das perdas.


3°) SABENDO QUE DEUS É SOBERANO SOBRE AS NOSSAS PERDAS 


A Bíblia afirma a soberania de Deus em todas as coisas. Isso significa que também em nossas perdas mais difíceis existe a soberania de Deus atuando. Isso nos faz descansar o coração sabendo que Deus está fazendo aquilo que é correto e justo, ainda que não entendamos. Quando descansamos o nosso coração nesse fato, estaremos fortalecendo a nossa fé para superar da melhor maneira possível as nossas perdas.


4°) NÃO ABANDONAR A FÉ NUNCA 


Quando perdemos algo, a atitude humana mais natural é achar alguém que possamos culpar. Quando não achamos ninguém, ou mesmo quando a situação que passamos é muito dolorosa, culpamos a Deus. Deus deveria ter feito alguma coisa, pensamos! Com esse pensamento Deus passa a ser em nosso coração como uma espécie de inimigo. Porém, pensar e agir assim tornará a nossa perda em algo destrutivo para nosso coração. Tão difícil quanto sofrer uma perda é sofrer uma perda e ir para longe de Deus. Paulo, no final de sua vida, com orgulho santo, declarou: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Timóteo 4:7). Esse apóstolo passou por grandes perdas. Mas ele orgulhava-se de ter guardado a fé. Ele não a perdeu, não a abandonou. Creu em Deus sobre todas as coisas, venceu, superou tudo!


5°) NÃO SE ISOLAR 


Quando sofremos perdas o desejo de ficar isolado, de se fechar, aparece de forma muito acentuada. Abandonar a igreja, não conversar com as pessoas, enfim, sofrer de forma isolada agravará o nosso estado. É evidente que momentos a sós são importantes para a reflexão pessoal, mas esses momentos não podem acontecer o tempo todo. Mesmo diante das perdas precisamos saber que a vida continua! Temos uma missão, precisamos abençoar vidas, atuar na obra de Deus, cumprir o nosso papel no mundo. Fazemos isso nos envolvendo com outros. Envolver-nos com outras pessoas ajuda a superar as perdas, ajuda-nos a ver que lá fora existe muito a ser feito e que nós podemos ser agentes de bênção. Quando Elias foi ameaçado de morte pela rainha Jezabel, ele fugiu, se isolou, ficou deprimido, se trancou em uma caverna. Mas veja o que Deus diz a ele: “Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (1 Reis 19:9). A seguir Deus mostra a Elias que o isolamento e a lamentação não o levariam ao caminho que Deus tinha para ele: “Disse-lhe o SENHOR: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria” (1 Reis 19:15). A vontade de Deus nunca é que fiquemos isolados nas cavernas da vida. Ele nos quer lá fora, superando tudo e fazendo a vontade Dele!


(Esboçando idéias)


***

REFLEXÃO 


II. LIDAR COM AS PERDAS 


Não é fácil lidar com perdas. Sobretudo, quando essas perdas não são de coisas, mas de relacionamentos.


Jó perdeu seus filhos e isso trouxe-lhe uma dor inexprimível. Perdeu o apoio da mulher e o companheirismo dos amigos. Sua alma foi coberta por um manto de crepe.


O luto encharcou seu peito. A dor fuzilou sua alma. No miolo dessa tempestade, ergueu sua voz a Deus. Espremeu o pus da ferida.


Fez sua queixa. Construiu suas perguntas. O silêncio do céu, porém, gritava mais alto aos seus ouvidos do que o barulho das circunstâncias.


No tempo oportuno, Deus mudou a sorte de Jó. Restaurou sua saúde, seu casamento, suas amizades, seus bens e ainda lhe deu mais dez filhos.


O nosso Deus é o Deus da restituição. Ele nos consola na dor e nos refaz a alma para prosseguirmos a caminhada da vida.


(Hernandes Dias Lopes)


***

Conclusão 


III. O DEUS QUE NOS CONSOLA


"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus" (2Co 1.3-4 ACF)


Não é fácil cruzar o vale do sofrimento; não é fácil chorar a dor da saudade de alguém que amamos; não é fácil lidar com as perdas. Nessas horas sentimos um aperto no peito, uma avalanche desabando sobre a nossa cabeça. Não temos forças para suportar toda essa tempestade com nossas próprias forças. Precisamos do socorro que vem de Deus. 


Precisamos do consolo que só o Pai das luzes pode oferecer. O apóstolo Paulo disse que Deus é o Pai de toda consolação e é ele que nos consola em toda a nossa angústia para sermos consoladores na vida daqueles que estão passando pelas mesmas angústias. Bendito seja Deus que nos consola para sermos consoladores!


IV. AQUIETAI-VOS E SABEI QUE EU SOU DEUS!


▪︎ "Há momentos na vida que o mundo parece desabar sobre a nossa cabeça e o chão fugir de debaixo dos nossos pés. O mundo se transtorna e as ondas e vagas passam sobre nós com grande fúria. Nessas horas, nossas forças se esgotam, nosso ânimo se abate e nosso coração se estremece. Mesmo, porém, quando tudo parece perdido, o nosso Deus se apresenta como o nosso refúgio e fortaleza. Ele é o Deus de Jacó, nosso amparo e protetor. Ele desarticula a trama do inimigo contra nós. Ele quebra o arco do inimigo e despedaça sua lança. Ele nos dá a vitória e nos conduz em triunfo" - (Hernandes Dias Lopes)


V. NÃO CULPE A DEUS


Não é muito difícil de, nos momentos de perdas inesperadas, o ser humano se desesperar e passar a blasfemar contra Deus. Não é isso que aprendemos com Jó (cf. Jó 1.21,22). O antigo patriarca nos ensina a viver a confiança em Deus mesmo no momento delicado da morte inesperada de um ente querido. Nem sempre saberemos o motivo da morte de uma pessoa amada ou de um determinado sofrimento. Há mistérios na vida que não conseguimos desvendar na Terra (Dt 29.29). O próprio livro de Jó não revela por que os seres humanos sofrem. O que o livro nos ensina e encoraja é suportar o sofrimento com paciência, achando-se fiel nos caminhos do Senhor diante do processo de um sofrimento imerecido. Haverá um dia que tudo estará patente diante de nossos olhos (1Co 13.12).


▪︎ "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (I Coríntios 13:12 ACF)


VI. A FÉ SOBREVIVE AO SOFRIMENTO


▪︎ Muitos pensam que, por crerem em Deus, Ele os livra dos problemas. Assim, quando ocorrem as calamidades, questionam a bondade e a justiça divinas. Mas a mensagem de Jó é que não desistamos de Deus quando Ele permite que tenhamos experiências ruins. A fé em Deus não garante prosperidade pessoal, e a falta de fé não é sinônimo de problemas nesta vida. Se assim fosse, as pessoas creriam em Deus apenas para enriquecimento próprio. Deus é capaz de nos resgatar do sofrimento, mas pode também permitir que o sofrimento ocorra por motivos além da nossa compreensão. A estratégia de Satanás é fazer com que duvidemos de Deus neste exato momento. Aqui Jó mostra uma perspectiva maior que a busca de seu conforto pessoal. Se sempre soubermos os motivos de nossos sofrimentos, nossa fé não terá espaço para crescer.


▪︎ Num mundo materialista quase não há espaço para encarar a realidade das perdas humanas. Até mesmo alguns crentes parecem viver o mundo encantado das “vitórias e conquistas” a qualquer preço. Contudo, perder filhos, imóveis e dinheiro, por exemplo, são consequências naturais da vida, inclusive dos que seguem a Cristo. A grande questão é: Como devemos nos comportar diante de tais acontecimentos? Já dizia certo pastor: “A verdadeira fé não se mostra nas bênçãos que recebemos, mas na resignação ante a soberania divina, mesmo quando perdemos o que Ele nos deu” 


▪︎ Jó passou pela experiência das perdas de todos os seus bens — gado, rebanho, funcionários e filhos — mas em tudo reconheceu a soberania e a grandeza de Deus.


VII. AS PERDAS 


1°) De ordem material. Por intermédio de uma vida imediatista, alguns cristãos, em momentos de perdas significativas, têm dificuldades de confiar em Deus. Quando se perde bens materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por roubo ou devido à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se abre e tudo vem abaixo. Para lidar com tais questões não há receitas nem manuais. O que temos é a promessa viva e real de Jesus (Mt 6.33). Acalme seu coração! E, em Cristo, recomece com fé e coragem!


2°) De ordem afetiva. Ser preterido no namoro, ou no noivado, é um processo angustiante. Perder os pais, por mais que seja algo esperado, não deixa de ser doloroso para o ser humano. Sepultar o cônjuge é dilacerante para a alma. Enfrentar a separação no casamento, principalmente por adultério, é como sofrer a amputação de um membro do corpo. A dor finca suas estacas no âmago do nosso ser, traumatizando-nos violentamente (Sl 42.11; 142.7). Devido ao apego emocional e sentimental que temos por nossos familiares e por aqueles que nos cercam, as perdas de ordem afetiva trazem pavor e sofrimento ao nosso coração. Por isso, ficamos sem direção e mostramo-nos inconformados. É nessa hora que a nossa saúde psíquica é comprometida, podendo, inclusive, comprometer-nos a vida espiritual e social (1 Rs 19.9,10). Por isso, não podemos nos esquecer do socorro divino. Sem Ele, desmoronamo-nos.


3°) De ordem espiritual. Uma vez que a saúde emocional está comprometida, a crise espiritual rapidamente se instaura. O crente desenvolve um sentimento de inércia para buscar a Deus. Ele não vê fundamento algum para viver, e acaba desejando a própria morte (1 Rs 19.4). Não podemos ignorar a seriedade do assunto. Se as perdas existenciais na vida do cristão não forem tratadas bíblica e equilibradamente, certamente haverá consequências graves. Assim, um bom começo para superarmos as perdas e angústias é lançar sobre o Senhor todas as nossas ansiedades, por que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).


▪︎ O bom caminho para superarmos as perdas de ordem material, afetiva e espiritual é lançar sobre o Senhor todas as ansiedades, pois Ele cuida de nós.


▪︎ "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo" (I Pedro 5:7-9 ACF)


VIII. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS


a) SUA GRAÇA. 'TUA GRAÇA ME BASTA' Num momento de grande angústia, Paulo clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe removesse um espinho que o incomodava intensamente. Jesus, porém, limitou-se a responder-lhe: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9).


▪︎ O apóstolo, então, passa a entender que a sua força está na fraqueza, pois o poder de Cristo aperfeiçoa-se justamente em nossas debilidades. A graça de Deus é insondável, infinita e incomensurável! Essa graça resgatou-nos. E de tão completa, ela nos basta por si mesma.


b) SEU AMOR. A graça de Deus é fruto do seu amor por nós. Sua graça é real na vida de todos os que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do nosso sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso está no fato de que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16). Sim, Ele entregou seu precioso Filho por amor a nós. Seja qual for a sua perda, sinta-se amado por Deus. Esse amor é poderoso para preencher todo o vazio e solidão que nos ameaça destruir. Como o apóstolo do amor, podemos dizer: “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).


c) DEUS INTERVÉM NA HISTÓRIA. Servimos a um Deus que, em graça e amor inefáveis, intervém na história humana. Ele interveio na tragédia existencial de Jó. Depois de um longo período de perdas, angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente restaurado, enquanto orava por seus amigos (Jó 42.10a). Não desista da sua existência! Busque a Deus em oração. Ele não tarda em socorrer-nos. Como Deus interveio na vida de Jó, fazendo com que o seu último estado fosse melhor que o primeiro, Ele também entrará com providência em sua história. Ele não se esqueceu de você.


▪︎ Ainda que percamos os mais preciosos bens, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus. Ele intervém em nossa história!


▪︎ Podemos perder tudo nessa vida — casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades, relacionamentos, pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria saúde. Mas, apesar de todos os infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de Cristo, pois Ele é o nosso baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em ganhos eternos, conforme afirma o profeta Habacuque: 


▪︎ “Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é minha força” (Hc 3.17-19a)


Pense nisso!


▪︎ "Há algumas lágrimas em nossas vidas que Jesus decidiu que só enxugará no último dia"


▪︎ "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias E O DEUS DE TODA A CONSOLAÇÃO; QUE NOS CONSOLA EM TODA A NOSSA TRIBULAÇÃO, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" (II Coríntios 1:3-7 ACF) - Apóstolo Paulo 


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