CLICHÊS

 OS CRENTES E SEUS CLICHÊS

“Deus ama o pecador, mas odeia o pecado” - Desculpa perfeita para julgar o estilo de vida alheia, apontando o que consideramos pecado, enquanto disfarçamos os nossos. No fundo, recorremos a este clichê como licença para odiar o pecador, enquanto amamos e cultivamos nossos próprios pecados. Principalmente quando o tal pecador tem a coragem que nos falta para viver sem se preocupar com o julgamento dos outros.

“Vai e não peques mais!”- diz aquele que nunca parou de pecar, mas se acha mais santo que os demais. O que não sabem ou fingem não saber é que Jesus só disse tais palavras a duas pessoas que estavam sendo julgadas por terceiros, à mulher flagrada em adultério que por pouco não foi apedrejada, e a um cego acusado de ser responsável por sua própria deficiência. A recomendação de Jesus não visava intimida-los, mas adverti-los quanto ao risco de serem novamente vítimas do olhar julgador da sociedade. 

Se fosse uma fórmula que devêssemos repetir exaustivamente a todos quanto abordarmos, Jesus teria dito a mesma coisa à prostituta que lhe lavou os pés, bem como ao corrupto Zaqueu. Jesus nunca coagiu ninguém. Ele simplesmente amou. Na mesma abordagem em que disse “Vai e não peques mais”, Jesus também disse àquela mulher: “Onde estão os seus acusadores?” Ela olhou à sua volta e não viu ninguém, pois todos largaram suas pedras e saíram constrangidos com o que Jesus lhes falou: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.” 

E olhando ternamente para ela, disse: “Eu também não te condeno.” Ora, Jesus não condena alguém fora dos padrões morais vigente, não sou eu quem vai condenar quem quer que seja. Hoje, os acusadores estão lotando os bancos de muitas igrejas, robotizados por discursos que soam como piedade, mas não passam de perversidade e falta de amor.