A sensibilidade humana é algo incrível. Com maior ou menor intensidade, todos sentem os fatos, as palavras e as diferentes manifestações humanas. A capacidade de sentir é simplesmente infinita. O desafio reside em saber o que fazer com aquilo que se sente. Faço parte do grupo daqueles que convivem com uma sensibilidade aguçada, que sentem até a sonoridade da respiração. Nunca desejei ser menos sensível, mas devo confessar que a sensibilidade é uma fonte de felicidade e, ao mesmo tempo, uma vertente que faz jorrar sofrimentos. Mas quando colocamos na balança as alegrias e as tristezas, não é difícil concluir que vale a pena continuar sendo sensível, pois as alegrias são verdadeiramente infinitas. Os anos vão sendo somados e a capacidade de conviver com tudo o que a sensibilidade absorve naturalmente aumenta. O ideal é chegar ao ponto de não permitir que aconteçam abalos emocionais por questões secundárias, que podem ser resolvidas com a ajuda do tempo. Tem um aprendizado que é necessário ser assimilado: encontrar o equilíbrio entre a racionalidade e a emoção. Quando o coração está machucado é importante visitar a razão e escutar o que ela tem para explicitar. Colocar na balança os sentimentos e a racionalidade pode ajudar, quando se trata de amenizar o sentimento de dor que está provocando tanto mal estar. Não se trata de deixar de ser sensível, mas de aprender a não sofrer por diferentes ou insignificantes motivos. Pode demorar um tempo, mas é possível aprender a ser menos vulnerável diante das palavras e atitudes dos outros. Mas se for praticamente impossível não sofrer, convém recordar que tal sofrimento passa e que, aos poucos, a vida encontra novos motivos para seguir em frente. Somos fortes e temos uma grande capacidade de aprender com os acontecimentos, sem deixar de vislumbrar novos caminhos e outras possibilidades. Não tenho dúvida: ser sensível é uma enorme qualidade humana.
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