domingo, 29 de setembro de 2024

HOJE

 O “PAI NOSSO” - I

“Assim, pois, é que haveis de orar: Pai Nosso que estais nos Céus; santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino. Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos Céus. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.

Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo mal. Assim seja.” (Mateus, 6:9 a 13.).

A oração dominical é, sem dúvida, o mais perfeito modelo de prece que poderia ser concebido.

Concisa, simples e clara, “ela resume” — “todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade”.

Pena que muita gente, ao recitá-la em seus exercícios devocionais, não procure compreender a profunda significação de seu contexto, nem se aperceba das normas de bem viver que ela prescreve a todos.

Detenhamo-nos, pois, na análise de tão sublime oração, meditando um pouco sobre cada uma das partes que a compõem:

“Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome”.

A noção que tenhamos da Divindade reflete-se, inevitavelmente, em nosso modo de agir.

Nos primórdios da civilização, os homens faziam dos deuses um conceito mais ou menos uniforme, tomando-os por potências iradas, às quais era preciso agradar com a oferta de presentes, não só para desviar os dardos do seu furor, como também para granjear-lhes os favores e, com sua ajuda, conseguirem saúde, bem-estar e prosperidade.

Tais oferendas, a princípio, consistiam em frutos; depois começaram a ser oferecidos animais, que os próprios sacerdotes degolavam, sendo que entre muitos povos introduziu- se, por fim, o costume horrível de sacrificar criaturas humanas, especialmente crianças e mocinhas.

Abrimos o Velho Testamento e o Deus que ali deparamos — Jeová, o Senhor dos Exércitos, também se nos apresenta como um ser faccioso, violento, iníquo e vingativo, eis que “escolhe para si um povo no meio das nações”, cumulando-o de graças, enquanto aos demais só faz conhecer desgraças; que ordena as mais cruentas matanças, inclusive de crianças e de animais; que aconselha pilhagens dignas dos piores bandoleiros e ameaça com pragas repugnantes todos quantos lhe não atendam às determinações.

Com tais ideias a respeito da Divindade, os homens de então não poderiam mesmo ser melhores, e daí o darem vazão aos seus instintos brutais, serem implacáveis em seus ressentimentos e mostrarem-se impiedosos para com os inimigos.

Um dia, porém, o Cristo desce à Terra e nos fala de um Deus diferente. Um Deus infinito em suas perfeiçoes, cuja omsciência e onipotência manifestam-se por meio das leis imutáveis e sábias que regem a Criação; um Deus sem favoritismos de espécie alguma; um Deus bastante amigo para compreender nossas fraquezas e bastante inteligente para saber corrigi-las e não apenas castigá-las; um Deus que não quer pereça uma só alma, mas que todas se salvem e participem de sua glória; um Deus, enfim, a quem podemos dirigir-nos confiantemente, chamando-o pelo doce nome de Pai.

Notemos, entretanto, que, ao ensinar-nos a chamar-lhe Pai Nosso, Jesus deixa claro ser Ele pai de toda a grande família humana, e não apenas de uns poucos escolhidos.

Contrariamente, portanto, ao ensino de certas religiões, são filhos de Deus todos os homens espalhados por todas as longitudes e latitudes do globo; de todas as raças e civilizações; de todas as classes e de toda fé: católicos e protestantes, espíritas e budistas, muçulmanos e judeus, rosacrucianos e fetichistas, e até os ateus, apesar de pecadores, apesar de transviados, porque todos, absolutamente todos, são amados por Ele com igual e paternal solicitude e hão de ser procurados e salvos pelo Divino Pastor: Nosso Senhor Jesus Cristo.

Por isso, ó Deus, porque sois todo Amor e Bondade, Justiça e Misericórdia, seja o vosso santo nome bendito e louvado por toda a Terra, assim como por todo o Universo, nos astros mais remotos, nos espaços incomensuráveis, onde quer que a vida que provém de vós se haja manifestado, pois não há quem não pressinta a vossa existência e o fim ditoso para que nos criastes!


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