“Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” (1 Coríntios 10:14)
Quando eu considero este dito do bendito Apóstolo Paulo: “estou limpo do sangue de todos”
(Atos 20:26); e aquilo que o fez dizer isso, foi porque ele nunca deixou de anunciar (aos
seus ouvintes então entregues aos seus cuidados) todo o conselho de Deus. Paulo havia
sido fiel às almas das pessoas; ele anunciou a verdade, e denunciou o erro. A consideração
disso me pôs, neste tempo, sobre a Escritura: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”. A
partir da qual, eu irei (pela Divina permissão e assistência) afirmar a verdade da Religião
Protestante, contra a inovação papista; e entre todos os erros que são feitos contra o Evan-
gelho, nenhum é mais grave, desonroso, nem perigoso, do que aqueles mencionados e
definidos em um Conclave Papista: e portanto, havia boa razão pela qual o Apóstolo diria:
“Portanto, meus amados, fugi da idolatria”.
A idolatria brota e floresce na religião Papista. Deveria ser a oração fervorosa e esforço de
cada bom Cristão que nenhum desses fluxos venenosos que fluem a partir da Sé de Roma,
possam alguma vez infestar esta ilha britânica.
Meu maior e principal propósito neste momento é mostrar-vos alguns poucos dos mui gran-
diosos erros que há no Papismo, ou na religião Papista, e igualmente, fortalecê-lo contra
eles.
Dentre muitos outros, existem estes treze grandes erros no Papado, dos quais todo bom
Cristão deve evadir-se e fugir.
O primeiro erro é este: Os romanistas sustentam que o Papa é a Cabeça da Igreja: isso é
diametralmente e categoricamente oposto à Escritura; em Colossenses 2:9, Cristo é cha-
mado de: Cabeça da Igreja. Agora, fazer do Papa a Cabeça da Igreja é fazer da Igreja um
monstro, tendo duas Cabeças. Isto é tornar a Esposa de Cristo em uma Prostituta. Eu leio
em Apocalipse 13:1, sobre uma besta subindo do mar. Pela besta, aqui os intérpretes com-
preendem o místico Anticristo, ou seja, o Papa. Agora, se o Papa é a besta aqui, e em outro
lugar falado; quão ridículo, sim, quão ímpio é fazer da besta a Cabeça da Igreja de Cristo.
Este é o primeiro.
Um segundo erro, que eu apenas nomearei, é este, que os Papistas asseguram que o Pa-
pa está acima da Escritura, e que suas leis, decretos e cânones ordenam mais do que a serviços, e o pecado não pode satisfazer o pecado. Esta é a regra segura (e eu oro para
que vocês observem isso) que qualquer oferecimento que trazemos a Deus por aceitação,
devemos deixar sobre o altar de Jesus Cristo, pois a justiça de Deus não aceita nenhuma
satisfação, senão por meio e através do Senhor Jesus. E este é o quarto erro.
Em quinto lugar, um quinto erro é: Não há distinção entre pecados mortais e pecados
veniais: Os pecados mortais são assassinato, perjúrio, adultério, e tais semelhantes; estes
(eles dizem) merecem a morte e condenação; os pecados veniais, tais como os pensa-
mentos vãos, raiva imprudente, concupiscência, estes (eles dizem) não merecem a morte.
Mas, nós dizemos e afirmamos que não há tais pecados como eles chamam de veniais. É
verdade, os maiores pecados sendo arrependidos, são perdoáveis através do sangue de
Cristo; mas não há pecado o qual podemos dizer que não merece a morte e condenação.
E isso eu provarei por um duplo argumento.
1. Se o mínimo pecado for (como de fato é) uma quebra e violação da Lei de Deus, então
este não é mais venial do que um maior. Mas, o mínimo pecado é uma violação da Lei de
Deus; portanto, o mínimo pecado não é mais venial do que um maior. A menor [proposição]
é claramente provada a partir de Mateus 5:28: “qualquer que atentar numa mulher para a
cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Nesta passagem, nosso Salvador
faz de um olhar lascivo, uma olhadela impura, ser uma quebra e violação da Lei de Deus.
2. Se o mínimo pecado expõe os homens a uma maldição, então eles não são mais veniais
do que o maior; mas o mínimo pecado expõe os homens a uma maldição, como está em
Gálatas 3:10: “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão es-
critas no livro da lei, para fazê-las”. Aquele que falha em um mínimo jota ou i, esta falha o
expõe a uma maldição. E lembrem-se disso (meus irmãos), que sem arrependimento, Deus
provê um grande inferno para pequenos pecados. Esse é o quinto.
Em sexto lugar, um sexto erro no Papado é: Sua afirmação da doutrina do livre-arbítrio.
Aquele Golias dos Papistas, Berlarmino, disse que a vontade do homem é inclinável ao
bem, e que um homem tem um poder inato para fazer o que é bom. Mas a vontade do ho-
mem, sendo corrompida e depravada, não é inclinável para aquilo que é bom, mas exata-
mente o contrário. E isso é evidente a partir de nossa própria experiência, se não tivesse-
mos nenhuma Bíblia para confirmá-la.
Quando o leme de um navio está quebrado, o navio é levado para cima e para baixo, e
outra vez, para o lado que o vento sopre: assim é também com a vontade do homem, sendo
corrompida. Agostinho, em suas Confissões, diz que, antes de sua conversão, ele se acos tumou a roubar frutas, não tanto por amor ao fruto, quanto pelo roubo. Por isso é que os
homens são ditos amar o mal (Miquéias 3:2).
Mais uma vez, a vontade, sendo depravada e corrupta, não tem poder inato para fazer o
que é bom. Na verdade, os Papistas dizem que o homem tem alguma semente do bem ne-
le; mas a Escritura não o diz. O homem, como Ambrósio bem diz, tem um livre-arbítrio para
pecar, mas não sabe como fazer o que é bom.
O pecado suprimiu os ferrolhos de onde a nossa força repousa. Assim, somos ditos ser fra-
cos (Romanos 5:6). Os pecadores são ditos estarem em laço de iniquidade, e assim não
em uma postura para correr a corrida ao Céu. Um homem, por natureza, não pode fazer
isso; ele não tem a mínima inclinação e tendência para o que é bom; ele está tão longe de
realizar uma boa ação, tanto quanto ele não consegue pensar um bom pensamento. Por
isso, é que o homem é dito ter um coração de pedra; ele não pode se preparar para sua
conversão, mais do que uma pedra pode se preparar para a construção; os homens natu-
ralmente são mortos espiritualmente. Na vontade do homem não há apenas a impotência,
mas a obstinação. Por isso, é que os homens são ditos resistir ao Espírito Santo (Atos 7).
Mas eu prossigo.
Em sétimo lugar, um sétimo erro é: as suas indulgências. Eles dizem que o Papa tem o
poder de conceder um perdão e uma indulgência, por meio da virtude da qual os homens
são libertos de seus pecados aos olhos de Deus.
Além da blasfêmia desta afirmação, que nada mais é senão um truque astuto e artifício dis-
simulado para conseguir dinheiro, isto é de fato, o que traz a munição ao moinho do Papa.
Como isso é contrário à Escritura, que diz: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?”
[Marcos 2:7].
Esta doutrina da indulgência Papista é uma chave que destrava e abre uma porta para todo
tipo de licenciosidade e impureza; pois, que necessidade as pessoas têm de cuidarem do
que fazem, se elas (por meio de seu dinheiro) podem obter um perdão? Sr. Foxe em seu
Livro dos Mártires, menciona alguém que ao princípio era um papista, e sendo trazido diante
de Bonner, disse: “Senhor, no começo eu era de sua religião, e então eu não importava so-
bre como eu vivia, porque eu podia, com meu dinheiro, obter um perdão. Mas agora eu es-
tou persuadido de outra forma e acredito que: Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
Em oitavo lugar, um oitavo erro, a doutrina dos méritos: eles dizem que as boas obras
expiam o pecado e merecem a glória. Belarmino disse, um homem tem um duplo direito à
glória; um pelos méritos de Cristo, e o outro por seu próprio; e para isso ele insiste em Timóteo 4:8: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo
juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim [...]”.
Qual é o justo Juiz. Ora, Belarmino, diz: Aquele Deus, em justiça, recompensa as nossas
obras, e se Ele o faz corretamente e em justiça, então, certamente elas têm méritos.
A isso, respondo de duas maneiras:
1. Deus nos concede em justiça uma recompensa: isto não é pela dignidade de nossa obra,
mas pela dignidade de nosso Salvador.
2. Deus como um justo Juiz recompensa as nossas obras, não porque merecemos uma re-
compensa, mas porque Ele tem prometido um galardão, e por isso é justo em conceder o
que Ele prometeu.
Objeção. Mas eles dizem: Deus coroa o nosso trabalho, portanto, eles merecem.
Resposta. Deus (para falar à maneira dos homens) mantém dois tribunais, um tribunal de
justiça, e um tribunal de misericórdia: Em Seu tribunal de justiça, nada pode vir, senão os
méritos de Cristo; mas no tribunal da misericórdia, nossas obras podem vir. Não, deixe-me
dizer-lhes, Deus em livre graça coroa aquelas obras no tribunal da misericórdia, as quais
Ele condenou no tribunal de justiça. Agora, que nós não temos, nem podemos ter méritos
por nossas boas obras, eu provarei por um argumento tríplice, e este cordão de três dobras
não será facilmente quebrado.
Primeiramente, (e vos suplico que considerem isso) quais méritos na mão de Deus, devem
ser um presente que damos a Ele, e não um débito que devemos a Ele? Agora, tudo o que
podemos fazer por, ou dar a Deus, é apenas um justo e devido débito.
2. Aquele que mereceria da mão de Deus, deve dar a Deus algo excedente; mas, infeliz-
mente, se não conseguimos dar a Deus o básico, como Lhe daremos o lucro? Se não pode-
mos Lhe dar o Lhe é devido, como podemos dar-Lhe o excedente?
3. Aquele que mereceria qualquer coisa da mão de Deus, deve oferecer a Ele o que é per-
feito; mas, então, podemos dar a Deus qualquer coisa que seja perfeita? Não são as nossas
melhores ofertas inchadas com orgulho e corrupção?
Amados, ai do homem vivo mais santo se Deus lhe pesasse na balança do santuário e não
lhe concedesse alguns grãos. Concluo isto com aquele ditado de Ambrósio, as boas obras são o caminho, mas não a causa da salvação. Portanto, quando vocês fizerem tudo, digam
que são servos inúteis (Lucas 17.10).
Não há anjo que possa merecer (pois Ele os atribui loucura [Jó 4.18]), muito menos o
homem vil e pecaminoso. Portanto, considerem toda a sua justiça própria, apenas como
excremento e comida de cães. Em uma palavra, não confiem em seus próprios méritos,
coloquem a coroa sobre a cabeça de livre graça. Esse é o oitavo.
Em nono lugar, o nono erro da religião Papista é a doutrina do purgatório. Há, dizem
eles, um lugar intermediário e infernal, chamado de purgatório. Agora, o que é isto senão
um artifício sutil e truque para ganhar dinheiro? Pois, quando eles (especialmente aqueles
que são ricos) estão prestes a morrer e fazer os testamentos, se tão somente eles derem
grandes somas de dinheiro, os sacerdotes orarão por eles para que não vão para o purga-
tório; ou se o forem, que sejam rapidamente retirados dele. Quão contrário e repugnante é
isto à Escritura, que não afirma sobre nenhum lugar intermediário!
Os ímpios, quando morrem, suas almas vão imediatamente para o inferno, Lucas 16:23. O
homem rico foi sepultado, e no inferno, ergueu os olhos.
É verdade que há um purgatório nesta vida, e este é o sangue de Cristo, 1 João 1:7, se nós
não somos purgados por este sangue, enquanto vivemos, seremos purgados depois, pelo
fogo. Os homens ímpios, quando morrem, não entram em um fogo de purgação, mas de
condenação.
E, por outro lado, os crentes quando morrem, passam imediatamente para o Céu, Lucas
23:43: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Cristo Jesus estava nessa hora sobre a
cruz, e estaria instantaneamente no Céu; e o ladrão penitente estaria com Cristo. Aqui não
é mencionado tal lugar como um purgatório. Os antigos e ortodoxos pais todos foram contra
o purgatório, homens como Crisóstomo, Cipriano, Agostinho e Fulgêncio.
Em décimo lugar, o décimo erro é, a invocação dos anjos, uma oração para eles. Esta
é uma regra certa, que culto aos anjos é um culto segundo a sua própria vontade, expressa-
mente proibido na Escritura (Colossenses 2:8).
A distinção deles sobre mediadores de redenção e de intercessão não lhes ajuda; embora
oramos (eles dizem) aos anjos como mediadores de intercessão, ainda assim oramos a
Cristo como mediador de redenção.
Resposta. Jesus Cristo na Escritura não é apenas chamado de Redentor, mas também de um Advogado, e é um pecado fazer de qualquer um outro nosso intercessor, senão Jesus
Cristo. Que isso é pecado, rezar aos anjos, é claro a partir de muitas Escrituras: Vejam Ro-
manos 10:14: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?” Observem, nós não
podemos orar para alguém, senão para quem nós cremos. Mas, nós não “cremos” em um
anjo, portanto, nós não oramos para um anjo. Assim, em Hebreus 10:19: “Tendo, pois, ir-
mãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus”. A Ele somente deve ser
dirigida a oração, por meio de quem temos entrada no Santo dos Santos; logo, é por meio
de Jesus Cristo que entramos no Santo dos Santos, portanto, é apenas por meio de Jesus
Cristo que oraremos. Este é o décimo.
Décimo Primeiro. Outro erro na religião Papista é o seu culto a Imagens; eles queimam
incenso diante da imagem, que é um culto divino à imagem. Ora, isto é diretamente contrá-
rio à própria letra do mandamento (Êxodo 20:4-5). Culto à imagem, e culto ao ídolo são ter-
mos sinônimos. Deus diz sobre os ídolos, que eles falam vaidade (Zacarias 10:2). E não é
uma coisa vã adorar as coisas que são vãs, e que falam vaidades? Ninguém pode esculpir
uma imagem de um espírito, quem, então, pode fazer uma imagem daquele que é o Pai
dos espíritos? Esta opinião sobre o culto às imagens tem sido condenada e destruída por
vários Concílios e os Sínodos.
Décimo Segundo. Outro erro na religião Papista é: eles negam que Jesus Cristo sofreu
as dores do inferno em Sua alma. Na verdade, para dar-lhes o que Lhe é devido, eles agra-
vam as dores do corpo de Cristo, mas eles negam que Ele sentiu as dores e tormentos do
inferno em Sua alma. Esta opinião em muito reduz os sofrimentos de Cristo por nós, a mes-
ma reduz o amor de Cristo por nós. Mas, isto é claro: Cristo sentiu as dores do inferno em
Sua alma.
Mas quando nós dizemos, Cristo sofreu as dores do inferno em Sua alma, não queremos
dizer que Ele sentiu o terror de consciência, como o do condenado; mas queremos dizer
que Ele sentiu o que era equivalente a isso, Ele sentiu o peso e dor da ira de Deus. Cristo
Jesus sofreu equivalentemente às dores do inferno, para que assim Ele realmente nos
libertasse dos tormentos do inferno.
Décimo Terceiro. E, finalmente, outro erro é este, o Papa (eles dizem) tem um poder
de absolver os homens de seus juramentos. Que triste consequência, e como isso pode
ser perigoso para os estados Protestantes, eu deixo que eles mesmos julguem. Isso tem
sido frequentemente determinado por eruditos Causuítas, que um juramento uma vez feito
(a matéria deste sendo lícita), as pessoas não podem ser absolvidas dele. Porém, nada
mais disso importa.Agora, eu concluirei tudo em uma ou duas palavras de aplicação, e isso será nas palavras
de meu texto. Portanto, meus amados, fugi da idolatria, fujam do Papado; afastem-se desta
Religião que produz tantos monstros. E além desses treze erros, considerem brevemente
estas seis ou sete particularidades:
1. A religião Papista é uma religião impura, imunda, eles permitem de prostíbulos a bordéis
por dinheiro: além disso, alguns dos próprios Papas têm sido acusados de sodomia e simo-
nia.
2. Ela é uma religião supersticiosa; o que aparece em seu batismo de sinos, e seu uso de
sal, cuspe e cruz no batismo; de fato Paulo gloriou-se e regozijou-se na cruz de Cristo. Pau-
lo tinha o poder da Cruz em seu coração, não o sinal da cruz em sua testa. É uma indizível
indignidade e desonra a Jesus Cristo, usar isso em Sua adoração, o que Ele nunca instituiu.
3. O Papado é confirmado por meio do engano e mentira: Como eles desmentiram tanto
Calvino e Lutero. Eles disseram de Lutero, quando ele morreu, que demônios foram vistos
dançando em volta dele, e que ele morreu com muito horror e desespero, enquanto ele par-
tiu do mundo serena e docemente, suas últimas palavras foram aquelas de nosso bendito
Salvador: Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito.
4. A religião Papista é uma religião superficial, carnal, que consiste em coisas exteriores,
como chicote, jejum, adulação: Não há nada de vida e espírito em seu culto, é apenas um
esqueleto e carcaça; não há nada de alma e espírito nele.
5. A religião papista é uma religião não edificante, ela não edifica os homens em sua santís-
sima fé, ela não progride a obra de santificação; há mais de pompa do que de pureza nela.
6. Ela é uma religião cruel, é mantida e propagada por sangue e crueldade. O Papa quer
ter a espada de São Paulo, bem como chaves de São Pedro; e o que ele não pode manter
por obrigação e força de argumento, ele se esforçará para manter pela força das armas.
Em uma palavra, a Igreja Romana é uma meretriz púrpura, tingida com o sangue dos santos
e dos mártires.
7. E, por último, a religião Romanista é uma religião de autocontradição. Um de seus Câno-
nes diz que um homem (em alguns casos) pode tomar o sacramento da mão de um herege;
em outro Cânon, ele não pode. Um erudito e perspicaz escritor observa mais de cem contra-
dições na Religião deles. Por isso, mais uma vez eu pressiono as palavras do meu texto:
Portanto, meus amados — não, deixem-me dizer, meus queridos amados — fujam da
idolatria.Para encerrar tudo, permitam-me exortar-vos a estas duas ou três coisas:
Primeiro. Segurem firmemente a doutrina da verdadeira Religião Protestante ortodoxa: o
próprio pó desse ouro é precioso. Guardem todos os artigos da fé Cristã; se você abandonar
um artigo fundamental da sua fé, você arrisca a sua salvação. Quando Sansão derrubou
apenas um pilar, imediatamente todo o edifício caiu: assim, se vocês destroem um pilar, se
vocês abandonam uma verdade fundamental, vocês arriscam tudo.
Em segundo lugar, anunciem a profissão da Religião Protestante, eu digo: não apenas se
apeguem à doutrina da Religião Protestante, mas exponham a profissão da Religião Protes-
tante: Não se envergonhem de usar as cores de Cristo. Cristãos, lembrem-se desta única
coisa: aquelas pessoas que têm vergonha de Cristo, são uma vergonha a Cristo. A religião
da qual exorto-vos a fugir, é uma inovação; a que eu vos pressiono a permanecer é uma
verdade; ela é conforme a Escritura; ela é construída sobre o fundamento dos profetas e
apóstolos, e tem sido selada pelo sangue de muitos santos e mártires.
Em terceiro lugar, e por último, não apenas apeguem-se, e anunciem, mas também ador-
nem a Religião Protestante: esta é a santa exortação de Paulo a Tito, Tito 2:10: “[...] sejam
ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador”. Adornem a Religião com santa conver-
sação. Não há nada que endurece Papistas tanto quanto a devassidão dos Protestantes.
Portanto, adornem a sua santa Religião com uma santa conversação. Façam como fez
Cristo, sigam as Suas pisaduras; façam de Seu Salvador o seu padrão. Deixem-me asse-
gurar-lhes, eu mal posso pensar que realmente acreditam em Cristo, aqueles que realmente
não obedecem a Cristo. A santidade dos Cristãos primitivos muito propagou o Cristianismo.
E, isso é o que vos rogo que levem para casa convosco: Apeguem-se e anunciem a Religião
Protestante e a adornem com uma santa e bíblica conversação; e quando não me ouvirem
pregando para vocês, ainda assim, rogo-vos que ouçam esta boa Palavra falando convos-
co: “Por isso meus amados, fugi da idolatria”.
Considerem o que tem sido dito, e que o Senhor torne isso proveitoso para todas as vossas
almas.
Ecumenismo: Uma Armadilha do Diabo
Não existe união com catolicismo em hipótese nenhuma. As discordâncias com o catolicismo não são questões triviais, são coisas basilares, sérias e que mexem no profundob da fé. Eu jamais participaria de uma missa, jamais consideraria um padre, bispo ou papa c
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