terça-feira, 20 de agosto de 2024

CALÇA

 

Imagine uma calça. Ela possui três aberturas: a da cintura e as das duas pernas.


A abertura da cintura simboliza a moral. Assim como a cintura de uma calça, a moral é ajustável, conforme o peso que damos às coisas. Para ajustar a cintura, usamos um cinto, que pode ser comparado às regras de etiqueta. Às vezes, o cinto é apertado, outras vezes, afrouxado; assim também, a moral muda com o tempo, especialmente em questões relacionadas à sexualidade. Como extensão da cintura, há um zíper, que, por questões de decoro, deve ser mantido fechado em público.


Já as aberturas das pernas são fixas. Diferente da cintura, não podem ser ajustadas. Essas aberturas representam a ética. São duas, porque a ética trata de como nos relacionamos com os outros. O que vale para um, deve valer para o outro. Não é comum alguém usar uma perna da calça boca-de-sino e a outra no estilo ‘pescando siri’, ou uma perna dobrada para dentro e a outra para fora. Ambas devem ter o mesmo corte, comprimento e largura. Assim é a ética: independente do peso que atribuímos a uma ou outra questão, independente da época ou das circunstâncias.


No entanto, parece que temos invertido as coisas. Temos atribuído à moral o valor que deveria ser dado à ética, e à ética, o valor que tem a moral.

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