GRANDE

 O projeto de inauguração de um santuário dedicado a Lúcifer em Gravataí, RS, gerou grande polêmica e acabou sendo interditado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A Nova Ordem de Lúcifer na Terra, responsável pelo santuário, acusa a prefeitura de intolerância religiosa. Porém, a interdição ocorreu devido à falta de alvará de funcionamento, e não por motivos religiosos, segundo o TJ-RS. A repercussão nas redes sociais, somada às preocupações quanto à segurança, levou à decisão de interditar o local. Agora, a Nova Ordem planeja regularizar o santuário e possivelmente abrir o espaço ao público no futuro.

No dia em que a inauguração foi anunciada e a imagem da estátua divulgada, cristãos expressaram sua indignação nas redes sociais. Para muitos, Lúcifer é visto como “o anjo caído” e a personificação do “mal”, intensificando a controvérsia.

Contudo, é importante lembrar que na Bíblia, Daniel e seus amigos não protestaram contra a estátua erigida por Nabucodonosor; eles simplesmente se recusaram a adorá-la. Não temos o direito de impedir que outros professem sua fé, mesmo que essa fé seja baseada em uma interpretação que julgamos equivocada dos elementos da nossa própria crença. O mito de Lúcifer como o arqui-inimigo de Deus não é unanimidade entre teólogos, e o nome Lúcifer, na verdade, é uma tradução latina do termo “estrela da manhã”, também aplicado a Cristo em Apocalipse.

Para quem deseja se aprofundar nesse tema, leia meu livro O Rastro da Serpente e a Verdadeira Batalha Espiritual, disponível em e-book na Amazon. O que deveria realmente nos preocupar não é uma estátua de Lúcifer, mas o fato de que o verdadeiro Satanás se transfigura em anjo de luz para enganar a muitos. O problema não é uma estátua, mas os mensageiros de Satanás de carne e osso. Como sempre, coamos mosquitos e engolimos camelos.