Senhor, quando escondeste a tua face, fiquei aterrorizado. (Sl 30.7.)
Num salmo, o salmista afirma não ter medo de nada, nem de um exército acampado contra ele; noutro, ele se confessa “aterrorizado” (Sl 27.1-3; 30.7).
Trata-se de uma grande contradição? Ou é o caso de ter coragem numa ocasião e medo em outra? Não é nenhuma das duas coisas.
Em ambos os salmos, o poeta fala de um mesmo assunto. Quando Deus não esconde a sua face, ele não tem medo de nada. Quando Deus esconde a sua face, ele tem medo de tudo. O segredo da coragem é a presença de Deus. O segredo do medo é a grande distância de Deus. Seu estado de espírito, suas reações, tudo está centrado em Deus.
Daí a declaração: “Senhor, com o teu favor, deste-me firmeza e estabilidade; mas quando escondeste a tua face, fiquei aterrorizado” (Sl 30.7).
Essa questão de Deus mostrar o seu rosto e de Deus esconder o seu rosto, o salmista aprendeu com a chamada bênção sacerdotal, que o Senhor mesmo ensinou a Arão e aos seus filhos para que eles abençoassem os israelitas: “O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz” (Nm 6.25,26).
Certo dessa vantagem, várias vezes ele suplica: “Faze o teu rosto resplandecer sobre o teu servo” (Sl 31.16).
Nenhum comentário:
Postar um comentário