MOMENTO

 Vivemos num momento da história onde as informações e os meios se multiplicam cotidianamente. Estamos sobrecarregados de palavras, fatos e registros. Talvez, a melhor saída seja se desfazer de algumas informações para aliviar a mente e até alegrar o coração. Porém, a tentativa de forçar o esquecimento pode ser uma armadilha que nos prende ainda mais às memórias dolorosas. Quanto mais tentamos apagar algo de nossas mentes, mais reforçamos sua presença em nossos pensamentos. É como tentar empurrar um objeto submerso: quanto mais força aplicamos, mais ele resiste. Em vez disso, a verdadeira forma de esquecer não está em lutar contra as lembranças, mas em continuar vivendo e permitindo que o tempo e as novas experiências suavizem as feridas. Continuar vivendo é um ato de coragem. É escolher seguir em frente, mesmo quando o passado ainda nos assombra. É abrir-se para novas possibilidades, para novos encontros e para novas memórias que podem substituir as antigas. A vida segue em frente e nós devemos acompanhá-la, deixando que o fluxo do tempo leve consigo as dores que insistem em permanecer. Cada novo dia é uma oportunidade de renovar nossa esperança e de criar novas lembranças. A vida nos oferece constantemente chances de recomeçar, de nos reinventar e de descobrir novas razões para sorrir. Quando nos permitimos viver plenamente, damos espaço para que a dor do passado perca sua força. Dinamizemos nossos dias com atividades significativas, com o amor de pessoas queridas e com momentos de alegria que, aos poucos, fazem as antigas dores se tornarem apenas sombras distantes. Talvez seja o momento de mudar a abordagem, de focar menos na luta contra as lembranças e mais na criação de novas experiências. A cura vem não quando esquecemos o que nos machucou, mas quando aprendemos a viver além disso, a encontrar novos propósitos e novas alegrias. Que possamos, a cada dia, continuar vivendo com coragem e determinação, sabendo que é na vivência plena que encontramos o verdadeiro esquecimento. Viver é muito bom.