ASAS

 O encontro diário com a esperança é uma necessidade que sinto, desde o início da nova jornada. Na caminhada diária e na oração conventual consigo renovar o estoque de esperança, para dar conta das muitas atividades de cada dia. Sempre conservei o trio bem unido: fé, esperança e caridade. E tem dado muito certo, pois quem cultiva a fé percebe o desabrochar da esperança e sente uma vontade enorme de exercitar a caridade. A esperança aguarda para ser convocada e implementada. É necessário querer se encontrar com a esperança para que ela aconteça em nossa vida. Até mesmo quando nada está dando certo, ainda assim há um espaço para que a esperança se movimente e desencadeie um processo de transformação. Recebemos muitas informações, de todos os tipos e gêneros. Temos consciência de que os desacertos possuem uma maior divulgação do que as coisas boas que acontecem. Por isso, ter esperança é remar contra a corrente, é acreditar para além dos dados estatísticos. A esperança deve carregar consigo um certo grau de teimosia, pois ela não se entrega facilmente e nem deixa de ocupar o seu lugar predileto: o nosso coração. Concordo que a esperança tem asas e é capaz de voar alto, além de sobrevoar os períodos mais exigentes, quer sejam pessoais ou sociais. Quem carrega a esperança é capaz de cantarolar a melodia sem conhecer a letra da canção. Mas o que é mais encantador na esperança é que ela nunca deixa desistir. Quem tem esperança tenta quantas vezes forem necessárias, sem lamentação e sem desânimo. É natural enfrentar situações adversas e contrariedades, mas nem por isso devemos optar por seguir outro rumo, desistir de trilhar aquele mesmo caminho que sempre permitiu alcançar novos patamares. Em determinados momentos é importante levantar voo e deixar que a calmaria retorne. Enquanto isso, por causa da esperança, vamos continuar cantando a melodia, mesmo não sabendo a letra da canção. Desistir? Nunca.