domingo, 15 de setembro de 2024

MAR



As maiores riquezas não estão na superfície, seja da terra ou do mar. Por isso, desde os tempos bíblicos, a mineração já era praticada, conforme está escrito:


“Na verdade, há veios de onde se extrai a prata, e lugar onde se refina o ouro. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre” (Jó 28.1-2).


Para que esses metais sejam descobertos e extraídos, requer-se muito esforço e persistência. De igual modo acontece com a escavação de poços em busca de água. Contudo, em todos os aspectos da vida, corremos o risco de sermos superficiais. Desse tipo são muitos conhecimentos, atitudes e relacionamentos. Nesses tempos de Internet, as amizades superficiais se multiplicam, mas, de fato, algumas devem continuar assim.


Quando, porém, vemos que alguma pessoa ou objetivo vale a pena, devemos ser dedicados no correto aprofundamento da situação, como é o caso da nossa relação com Deus e o tratamento das questões espirituais. 


Por exemplo, o Senhor declarou a respeito dos judeus, contemporâneos de Jeremias:

 

“Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. E curam SUPERFICIALMENTE a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz" (Jr 6.13-14).


Os falsos profetas daquele tempo tinham uma boa palavra para os aflitos, que servia como alento imediato, mas o Senhor disse que esta era apenas uma cura superficial. É o caso de quem trata os sintomas sem tratar a doença, ou cuida dos efeitos sem buscar a causa. Seria como colocar um curativo sobre uma ferida cancerígena. 


No caso específico do citado texto, o problema profundo dos judeus era a idolatria. Por isso, o Senhor disse que eles iriam para o cativeiro babilônico. Contudo, os falsos profetas ofereciam apenas palavras de conforto, em vez de tratarem a questão do pecado. 

As palavras não podem mascarar ou maquiar a realidade. Não basta falar palavras positivas, se as ações são ruins.  


Em muitas passagens bíblicas, o homem é comparado à árvore. Podemos estar muito preocupados com folhas e frutos, e eles são importantes, mas o descuido com as raízes pode levar à morte. De tal ordem é o materialismo que anula a vida espiritual.


Assim, precisamos tomar cuidado com a superficialidade que conduz à superfluidade, ou seja, um modo de vida voltado para o supérfluo, como está escrito: 

 

“Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas" (Tg 1.21).


Nas questões mais importantes da nossa existência, não podemos ser superficiais, principalmente no que diz respeito à vida cristã. Não podemos nos contentar apenas em cantar alguns cânticos, conhecer alguns versículos, orar quase nada e jejuar jamais. 


Precisamos ir além do mínimo, além da superfície, pois esse nível medíocre pode ser inútil. Devemos ser mais intensos, empenhados e profundos, como a bíblia diz: 


“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7-8).


“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). 


Tudo isso nos convida a um processo de envolvimento crescente com o Deus, o que se nota, também, na visão das águas purificadoras, em Ezequiel 47. O profeta foi orientado a ir cada vez mais longe e entrar cada vez mais fundo no rio de Deus, até que as águas começaram a arrastá-lo. Permanecer na margem não seria suficiente.


Que o Senhor nos ajude a alcançar níveis profundos de dedicação. Que nunca nos envolvamos com as profundezas dos abismos de Satanás (Ap 2.24), representadas pelo ocultismo e pelo agravamento do pecado, mas que sejamos dedicados a buscar tudo que Deus tem para nós, como o apóstolo Paulo declarou: 


“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Romanos 11.33-36). 



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