A ORAÇÃO NO SOFRIMENTO
Em Atos 4 lemos que, após Pedro e João serem libertos da prisão, reuniram-se com os demais cristãos e oraram. A Palavra nos mostra que a oração foi unânime, com concordância de todos (v.24). Essa oração começa exaltando a Deus, reconhecendo que Ele está acima de todos (“Tu és soberano Senhor”), é o Criador de todas as coisas (“fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há”) e fala com os homens (“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi”). Essa oração manifesta quem Ele é, o que Ele fez e como Ele fala (v.24-25).
Logo depois faz uma rápida transição para a realidade que experimentam e descreve o sofrimento, relembrando que haviam perseguido e crucificado Jesus e que agora se revoltaram contra a sua igreja. Pedem, assim, que Deus olhe para as ameaças que sofrem e termina com um pedido, sobre o qual chamo a sua atenção (v.26-29).
Lembre-se que a igreja vivia o início da perseguição com o encarceramento de seus líderes e logo depois enfrentaria a morte de Estêvão e dias terríveis que se abateriam sobre todos. Era um momento sensível, de incertezas, graves ameaças e muita insegurança.
A oração termina com um pedido a Deus. Poderíamos esperar que o pedido fosse por livramento, quem sabe tolerância na perseguição ou ainda firmeza na fé. Mas surpreendentemente o pedido é outro: “concede aos teus servos que anunciem com intrepidez a tua Palavra” (v.29).
Devemos orar por livramento em meio ao sofrimento, cura em dias de enfermidade e alegria quando a angústia se aproxima. Sim, devemos fazê-lo com fé e esperança. Mas parece-me que uma oração essencial é que Deus nos dê coragem para que em qualquer circunstância ou crise anunciemos com alegria, na Palavra, quem é Jesus.
Para os que, em meio à dor, não conseguem mais orar, lembrem-se que o Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza e também intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26). Ele conhece a sua dor e vê as suas lágrimas.
Em meio à crise, os apóstolos se puseram a orar. Devemos fazer o mesmo. Ore com confiança e intrepidez. Ore com gratidão e descanso. Ore com amor e compaixão. E creia que Deus ouve as orações. Ele nos surpreenderá! “Ouve, ó Deus, a minha súplica; atende à minha oração” (Sl 61:1).
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