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sexta-feira, 24 de maio de 2013



A CAMISA DA ALEGRIA

Era uma vez um rei que, apesar de ser muito rico, era triste, pois não conseguia aumentar o seu tesouro.

Ele estava sempre de mal humor e isto causava enormes problemas a todos, pois seus decretos, rudes e injustos, massacravam o povo com exigências descabidas.

Por fim, o rei acabou entrando em depressão. Seus médicos lhe disseram que a única cura para a sua doença era a alegria. O monarca, então, ofereceu um excelente prêmio a quem pudesse lhe trazer a alegria de volta.

Muitos tentaram, mas ninguém conseguiu arrancar um só sorriso da cara do rei. Nada conseguia alegrá-lo. Nem os músicos, nem o bobo da corte, nem as dançarinas, nem os lançadores de enigmas, nem os mímicos, nem os encantadores.

Os amigos do rei resolveram consultar um grande sábio que vivia ali. Ele lhes disse que se o rei vestisse a camisa do homem mais feliz daquele reino, a alegria voltaria ao seu coração.

Iniciou-se, então, uma intensa investigação, para se descobrir quem era o homem mais feliz de todos.

Para surpresa dos investigadores, o homem mais feliz daquele reino morava longe do luxuoso palácio do rei, num casebre muito simples. Ele, sua mulher e seus filhos trabalhavam de sol a sol no cabo da enxada para conseguir se manter, mas, sempre unidos, passavam o dia rindo e cantando.

Os investigadores contaram-lhe o problema que os havia trazido ali e pediram-lhe que ele lhes desse uma de suas camisas, para que a alegria pudesse voltar ao coração do rei. Só então compreenderam porque aquele homem trabalhava na lavoura de peito nú, ele não tinha nenhuma camisa.

Um dos investigadores, espantado, perguntou-lhes como conseguiam ser tão felizes tendo tão pouco, ao contrário do rei, que tinha tanto, mas era infeliz: - Somos felizes porque o reino de Deus está em nossos corações, respondeu-lhe o homem.

 


O reino de Deus não consiste
no comer e no beber,
mas na justiça, na paz,
e na alegria no Espírito Santo.
Romanos 14.17




PEDRO CESARIO NETO


segunda-feira, 20 de maio de 2013


Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
Eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
Do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
Do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter,
Se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
De quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,
De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram
E de quem não me despedi direito,
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
De gente que passou na calçada contrária da minha vida
E que só enxerguei de vislumbre;
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;
De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,
De certo gostaria de experimentar;
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
Não sei aonde,
Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
E nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar
Sentindo saudades em japonês,
Em russo, em italiano, em inglês,
Mas que minha saudade,
Por eu ter nascido brasileira,
Só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,
Espontaneamente, quando estamos desesperados,
Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,
Seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
Ou seja, lá como possamos traduzir saudade
Em outra língua, nunca terá a mesma força
E significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente,
A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
Todas as vezes que sinto este aperto no peito,
Meio nostálgico meio gostoso,
Mas que funciona melhor do que um sinal vital
Quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
De que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas
Que perdemos ao longo da nossa existência...
Sentir saudade é sinal de que se está vivo!

sábado, 11 de maio de 2013

VIVER



                     Pistas para quem deseja aprender a viver



Como um riso espontâneo, vez por outra brota na gente o esforço para não deixar a vida encalhar no pântano do cinismo. Contemplamos a existência como um teatro de tragédias e comédias, com pessoas no elenco se esforçando para dar continuidade ao espetáculo. Do palco, ouve-se: “Sobreviver não basta, é preciso viver”. Todos querem aprender a viver.

Viver é um constante esforço para armazenar momentos nos escaninhos da alma, ressuscitando o que se imaginou perdido no tempo. Alguns só percebem tardiamente que existir consiste em colecionar saudades. Viver é saber anular o fluir impiedoso daquela ampulheta que silenciosamente encobre tudo e todos de pó. Recordar é viver.

Viver é perceber nas réstias da revelação bíblica o dever de achar a própria essência. Todos, absolutamente todos, precisam tornar-se garimpeiros e caçadores de si. Neste mandado se aprende a ser humano. Desvendar a própria humanidade não implica uma exigência de se divinizar; ninguém precisa ser o que não pode.

Viver é acordar todas as manhãs para uma nova ressurreição; e ressuscitar é se reinventar com lucidez em cada passo da trilha que conduz ao futuro. Quem aprende a viver sabe recriar-se sem a indiferença dos estóicos e sem a prepotência dos ateus. Diante de uma vida que nem sempre é lógica e justa, algumas vezes, precisa-se da coragem dos heróis gregos para que diante das tribulações as pessoas não recorram à máxima: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.

Viver é reconhecer a inutilidade de cobiçar ser deus. O mal se universalizou porque, descontentes com uma vida singela, os homens vivem cobiçando a sorte dos deuses. Todos os dias, novos Ícaros tentam voar rumo ao sol com suas precárias asas, sem perceberem que a cera derreterá, as penas cairão e os heróis tombarão miseravelmente.

Viver é cavar novas trincheiras para se defender de si quando chegar o dia do desencanto, em que se notará que o relógio de areia continuou escorrendo implacavelmente. A morte ceifa grandes e pequenos enquanto eles elaboram seus projetos de conquista de poder, glória e riqueza. Vivem os que acordam desse sonho mirabolante de ser donos do mundo. Quantos desistiram da vida porque seus arroubos juvenis passaram, os narcisos morreram e a vida se impôs cruamente. Dói concluir que se combateram guerras erradas. Contudo, mesmo em meio ao cansaço e ao desânimo, persiste o desafio de revestir-se de coragem e prosseguir.

Viver é insistir que não se pode viver sob a tirania de uma falsa onipotência; é descobrir que a vida é frágil e que a alma não sabe correr. Não se ganha o mundo deixando a alma para trás. Viver é batalhar para não permitir que vença o ativismo. É acatar o pedido dos espelhos, que imploram: “Pare, e ouça quando sua alma pede calma; leia o poema que comunica afetos; dê tempo para os relacionamentos; acorde para o seu próximo”.

Viver é navegar em um barco de velas encardidas e, de longe, contemplar terra firme, consciente de que não existem portos seguros. As dunas brancas também sofrem com o vento. Toda firmeza é instável. Viver é saber que não há escolhas seguras e todas as decisões se ramificam num emaranhado de conseqüências que nem os mais capazes conseguiriam administrar. Nenhum credo, religião ou ideologia oferece âncoras seguras ou chão firme que garanta um porvir sem percalços. Do mar se reconhece que nenhum herói conseguiu gerenciar os desdobramentos de suas escolhas ou das decisões alheias. O maior desafio de quem singra pelo mar da vida é conseguir fugir do apelo de ancorar e viver sem riscos. As contingências e o imponderado tornam a vida fascinante.

Viver é aprender a segurar o presente fugitivo. O passado já se foi e dele resta apenas sua memória; o futuro será sempre incerto. O único bem que todos possuem é o momento. Quem quer viver bem precisa saber valorizar o presente, que sempre se fragmenta e se esfarinha em cada segundo. Carpe Diem! Todo instante é sagrado.

Viver é negar as futilidades que se impõem e entorpecem. A vida já perdeu seu valor para muitos porque, ao correrem atrás do sucesso, perderam o sentido da existência. Os grandes vencedores receberam suas coroas, esquecendo que a deusa da competência lhes exigiu como sacrifício que se imolassem os afetos, a solidariedade com os fracos e a própria sensibilidade.

Viver é ousar sair para os arredores de si mesmo e solidarizar-se com o próximo, tornando-se vizinho da alegria e da dor. É saber chorar diante do colossal desastre em que se tornou a humanidade e celebrar os pequenos gestos de beleza de homens e mulheres. Só os filhos de Deus compreendem a convocação de viverem numa esfera bem maior do que o seu pequeno projeto individual, re-significando todos os eventos bons e ruins dentro de um projeto maior — o do reino de Deus.

Por tempos acreditei que deveríamos preparar o ser humano para ir para o céu. Relendo os Evangelhos, percebi que Jesus se interessava mais em ensinar como viver na terra como uma antecipação da eternidade, e é por isso que hoje trabalho.












DIVINO

 Pode parecer loucura mas há um propósito divino para essa turbulência. Tem estratégias divinas em suas lutas e existem compromissos divino...