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terça-feira, 30 de setembro de 2014

A IGREJA É REFLEXO DO SEU PASTOR

A Igreja é o reflexo do seu pastor e, se o pastor se espelha nas Escrituras Sagradas, a igreja que ele pastoreia irá refletir esta mesma imagem. Mas o que temos visto por aí nesses últimos anos é uma total descrença no ministério pastoral, pois muitos não estão refletindo a imagem de Cristo. Foi feita uma pesquisa a respeito das três classes que estão mais desacreditadas e a conclusão que se chegou foi: os políticos, a polícia e os pastores. Isso tem ocorrido porque os pastores estão deixando de ser aquilo que pregam. Muitos estão mais envolvidos com as coisas dessa terra do que com o seu chamado. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer país do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de ser embaixadores do Reis dos reis e do Senhor dos senhores”. A crise que tem atingido a sociedade tem respingado na Igreja, e o pior, tem chegado até o púlpito. Embora estejamos vivenciando um crescimento numérico na Igreja Brasileira, não temos visto a transformação da nossa sociedade. Tudo isso é um reflexo de que a Igreja não tem tido uma mensagem transformadora, mas uma mensagem moldadora. Uma mensagem que faz bem aos ouvidos, mas que não transforma o coração. E tudo isso, infelizmente, vem do púlpito. Outros por medo de perderem o seu lugar na igreja local se tornam boca do povo para Deus e não boca de Deus para o povo, ou seja, pregam o que o povo quer ouvir e não o que eles precisam ouvir. Pastores que agem assim são, geralmente, pastores com muita “unção”, mas sem nenhum caráter. É bom lembrar que o caráter sustenta a unção e não vice versa. Há uma crise pastoral e ela precisa ser sanada muito rapidamente, para que a próxima geração não esteja totalmente perdida. Estamos vivendo uma crise ministerial isso é um fato. E isso começa com a teologia que muitos seguem. Muitos estão abraçando várias teologias, menos a bíblica. Vejamos o que tem atuado em muitas igrejas hoje: O Evangelho da Prosperidade – onde a benção e a graça de Deus sobre a pessoa é medida pelos bens que ela possui. Teologia esta que está na maioria dos púlpitos das igrejas pentecostais e neopentecostais. Descobri recentemente um detalhe interessante nesta teologia, que Cristo morreu na Cruz do Calvário para que eu tivesse muita saúde, carro zero, casa na praia e ser muito rico, ou seja, Jesus não passa de um gênio da lâmpada. Teologia Inclusiva – A Teologia Inclusiva, como a própria denominação sugere, é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão, prioritariamente, dos homossexuais. Segundo os seus adeptos, a Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. É o famoso venha como está e fique como está. Alguns textos que condenam o homossexualismo: Gn 19; Lv 18.22, 20.13; Rm 1.24-28,32; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.8-10. Mas Deus é poderoso para mudar a vida dessas pessoas. Teísmo Aberto ou Teologia Relacional – O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas. Deus não é soberano. Deus ignora o futuro, pois Ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa. Igrejas Emergentes – As igrejas emergentes estão mais preocupadas com o ouvinte do que com a mensagem em si, e em seu desejo de pregar um evangelho que seja “aceitável” ao homem pós-moderno, acabam por negligenciar os pressupostos básicos do cristianismo, chegando mesmo a negar a literalidade do nascimento virginal de Cristo, seus milagres, a ressurreição de Jesus e a existência do inferno eterno. É “a preferência pela vivência correta ao invés da doutrina correta”. Teologia passa longe dessas igrejas. Missão Integral – Esse evangelho não passa de uma variante protestante da Teologia da Libertação. Os que defendem essa teologia são líderes cristãos que continuam trancados no armário do socialismo.[1] Teologia Liberal (Liberalismo Teológico) – A “Teologia Liberal é um movimento que, iniciado no final do século XIX na Europa e Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras ao crivo da crítica científica (leia-se ciências humanas) e humanista. No liberalismo teológico, geralmente, não há espaço para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus”. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de “teólogo liberal”. Um pequeno exemplo nós encontramos em relação à existência de Jó. Para os liberais ele não passa de uma alegoria, mas então eu me questiono porque que em Ez 14.14, 20; Tg 5.11 falam dele como se ele fosse um personagem real? Então eu fico com a Bíblia e não com os defensores dessa teologia. Bem disse Jesus “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29). O que temos visto hoje em dia, são muitos pastores confusos teologicamente em seus ministérios. O Rev. Hernandes Dias Lopes nos fala que a igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu. Nessa babel de novidades no mercado da fé, o Rev. Hernandes Dias Lopes identifica alguns tipos de pastores:[2] Primeiro, há pastores que são mentores de novidades. São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha. Segundo, há pastores que são massa de manobra. São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos. Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina. Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual. Quando uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência das Escrituras, seu destino é caminhar rapidamente para a destruição. A teologia define o caráter e à medida que o pastor se afasta da teologia bíblica, automaticamente ele irá se afastar de Deus e seguir outra direção. Mudar a mensagem para agradar aos ouvintes é mercadejar a Palavra de Deus. Os bancos não podem controlar o púlpito. O pastor não pode ser seduzido pelas leis do mercado, mas deve ser um fiel despenseiro de Deus (1Co 4.1,2). O dever do pregador não é encher o auditório, mas encher o púlpito. Querendo as pessoas ou não ouvir a verdade, não temos que fazer marketing religioso e de falar apenas o que elas querem ouvir. A crise moral e espiritual está por demais enraizadas para ser solucionada com remendos superficiais. Por isso precisamos urgentemente reavaliar a nossa teologia, a nossa fé e o nosso ministério para não cairmos também no descrédito assim como muitos tem caído.

SEGUIR A JESUS

Esta área do discipulado é interessante, pois se lida de maneira errada, pode dar a entender que podemos nos preparar para seguir a Cristo. Não, porque como vimos no texto anterior seguir a Cristo não depende de quem quer, mas do próprio Cristo chamar. Chegamos então, nos versículos de 5 a 15 do capítulo 10 do Evangelho de Mateus, onde Jesus, após chamá-los, agora dá as instruções.Reforçando a ideia, primeiro o chamado eficaz de Cristo, depois as instruções. E aqui uma lição importante para nós. As instruções para seguir a Jesus são dadas pelo próprio. Ou seja, eu não posso e não devo seguir a Jesus da maneira que eu queira ou ache que deva fazer, mas sim pelas instruções deixadas pelo mesmo, registradas nas Escrituras. Vivemos num mundo onde os homens querem, a cada minuto, mostrar sua independência de tudo e de todos, inclusive querendo provar a sua não necessidade de Deus. E ser discípulo de Cristo vai exatamente na contramão desse sistema mundano. O discípulo clama aos quatro ventos a sua necessidade do mestre. A ovelha deseja mostrar que não é nada sem o pastor. A noiva, longe da segurança e cuidado do noivo, é frágil. Preocupa-me o fato de muitos acharem que podem seguir a Jesus de qualquer maneira, sem um estudo adequado das Escrituras, transigindo dos meios de graça como a oração, a ceia e abrindo mão da dádiva da igreja local. Por estes motivos, não são poucos os escândalos provocados por ditos cristãos. O que mais impressiona é o fato de estes muitas vezes serem tomados como espirituais, abençoados, ungidos. Mas como pensar na bênção de Deus onde sua Palavra é desprezada? Que pela fidelidade às Escrituras, Deus nos conduza à santidade, pois "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (2 Tm 3.16-17). Os reformadores protestaram por um retorno às Escrituras, e é pelas Escrituras que Deus, preparando os discípulos de Cristo, continua a sua obra no seu povo. Deus nos abençoe.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

NÃO TENHA MEDO DO MEDO

O medo está ali, depois da esquina, esperando para pular em nossas costas. A cada passo da vida, tememos. A cada dia, mais e mais medos se acumulam sobre nossa cabeça. Medo do desemprego. Medo da doença. Medo da escassez. Medo da depressão. Medo do abandono. Medo da solidão. Medo da dor. Medo do sofrimento. Medo de assaltantes. Medo da morte. Medo da vida. Medo do medo. Quem nunca sentiu medo que atire a primeira pedra. Ninguém gosta de sentir medo, mas é líquido e certo que ele virá. Será que há algo que possamos fazer? Será que saber que Jesus caminha conosco tem alguma influência? Difícil, não é? As contas chegam, como não temer a falta de dinheiro? O médico faz aquela cara séria quando recebe o nosso exame, como não temer as dores que virão? O marido diz que precisam conversar, como não temer o divórcio que desponta no horizonte? O filho chega com as roupas cheirando a fumaça, como não temer que esteja dependente de algum vício? O medo está salivando, esperando a próxima situação difícil para gargalhar em nosso rosto com seu hálito fétido e cravar as unhas em nossa pele. Diante do medo, um animal pode reagir de três maneiras diferentes: fugir, lutar ou paralisar. Se você foge, corre o risco de ser alcançado pelo problema. Se luta, pode perder o embate e sucumbir. Se paralisa, as mandíbulas se fecharão sobre você. Então o que fazer? Bem, veja por outro ângulo. Se foge, pode ser que consiga escapar. Se luta, pode ser que consiga vencer. E, se paralisa, pode ser que seja confundido com o ambiente e escape do ataque. Vemos, então, que cada reação pode gerar resultados diametralmente opostos. O que fazer? Jesus enfatizou demais que não deveríamos ter medo. Os evangelhos listam 125 ordens que Cristo pronunciou. Dessas, 21 são “Não tenham medo”, “não temam”, “sejam corajosos” ou “tenham bom ânimo”. O segundo mandamento mais presente, que nos insta a amar a Deus e ao próximo, é mencionado oito vezes. Assim, a declaração que Jesus faz mais que qualquer outra é esta: não tenha medo. Acredito que ele sabia o que estava dizendo. Repare as palavras da vida: “O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam” (Na 1.7). “Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso pode dizer ao Senhor: ‘Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio’” (Sl 91.1-2) “Descanse somente em Deus, ó minha alma; dele vem a minha esperança. Somente ele é a rocha que me salva; ele é a minha torre alta! Não serei abalado! A minha salvação e a minha honra de Deus dependem; ele é a minha rocha firme, o meu refúgio. Confie nele em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois ele é o nosso refúgio” (Sl 62.5-8) A verdade é que não importa se você foge, luta ou paralisa. O que importa é agir tendo Jesus ao seu lado, como seu refúgio, sua fortaleza, a esperança em todos os momentos. Pedro temeu e, por isso, começou a afundar nas águas bravias do mar da Galileia, até que uma mão divina o segurou e o puxou para fora do medo. “Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt 14.30-31). Não duvide. Porque, se o medo puxa você para baixo, Jesus o sustém. Se o medo pula em suas costas, Jesus o arranca. Se os medos cravam as unhas em sua carne, Jesus os espanta. Jesus é segurança. Ele é o sorriso de conforto em meio à angústia. É a mão que nos ergue quando as pernas fraquejam. É o pão que sacia a fome. É a água que nos revigora no deserto. Jesus é a paz. Jesus é o porvir. Jesus é a resposta. Você está sentindo medo neste exato momento? Está envolvido em uma situação sobre a qual não tem controle? As pedras voam em sua direção e você já sofre em antecipação ao impacto? A dor é grande? O que virá é incerto? Só vê sombras no futuro? Está com medo? Então grite em um sussurro: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim…”. Ele ouve, meu irmão, minha irmã. O Criador dos céus e da terra sabe quem você é e cada segundo da sua vida está diante dos olhos do seu Salvador. Ele planejou sua vida, o semeou no ventre de sua mãe, formou o seu corpo, soprou fôlego em suas narinas, o tomou pela mão no berço, o conduziu pela vida, o amou intensamente a cada instante da sua jornada. Por que você acha que neste momento ele o abandonaria? Não. Ele conhece o seu medo. E ele diz: “Não tenha medo”. Não é uma frase feita, um jargão para fazê-lo relaxar sem a certeza de que o alívio virá. Jesus não faz assim. Se ele diz para você não temer é porque ele dá garantias. “Não tenha medo” em nossos lábios humanos é uma esperança. Mas nos lábios que beberam o cálice da cruz é uma promessa e uma certeza: “Não tenha medo. Pois eu sei. Eu controlo. Eu domino. Em governo. Eu reino. Eu mando. Eu estou com você todos os dias, até o fim dos tempos”. Na cruz, ele derrotou o pecado. A morte. O inferno. E o medo.

ALIMENTANDO OVELHA OU DIVERTINDO BODE?

Em dias atuais esta é a pergunta que não quer calar. Ela não é recente, Charles Spurgeon, mais conhecido como o príncipe dos pregadores, teceu-a em um artigo disponível no site Monergismo (acessado em 22/09/2014). Nunca se viu a igreja entretendo tanto o povo ao invés de pregar o evangelho, nunca se viu “pastores” que mais parecem animadores de auditórios ou comediantes de stand up comedy divertindo a massa. Nunca se viu tanta artimanha para atrair os bodes, e, enquanto isso, as ovelhas ficam numa dieta forçada, com pouco alimento consubstanciado e nutritivo – e em alguns casos, nem alimento tem. Estes líderes precisam entender conforme o velho jargão que há nos círculos cristãos “Comida de ovelha todo bode come, mas comida de bode, ovelha não come”. Por que tanta preocupação em agradar os bodes, em atrair os incrédulos e em fazer o evangelho parecer algo divertido e pitoresco ao invés de alimentar as ovelhas em pastos verdejantes? Na atualidade, as igrejas realizam tantas festividades voltadas para o incrédulo que acabam se esquecendo das ovelhas que estão em seu ambiente. Em certa ocasião, tive acesso ao calendário anual de uma determinada igreja e lá constava mais cultos e festas voltadas para o lado de fora da igreja do que algo voltado para os fiéis daquela instituição. Não estou querendo dizer com isso que estas atividades externas não devam existir, mas a atenção maior, sem dúvida, deve ser dada aqueles que estão no lado de dentro da igreja, isso conforme o próprio texto bíblico de 1Tm 5:8. Deve haver uma preocupação primária com os da família da fé. A proposta-mor destes líderes do evangelho humorístico e banalizado, voltado apenas para o incrédulo é a aliança com o mundo. Eles baixam o nível do evangelho para que este seja visto como acessível, retiram a exclusividade de Cristo da pregação, entendendo que isso cria uma barreira para os incrédulos. Omitem preciosas doutrinas bíblicas só para que o evangelho pareça algo diferente daquele que foi pregado pelos apóstolos e pais da igreja. O reverendo Renato Vargens, em seu livro “Reforma agora”, mostra a gama de falsos apóstolos que proferem interpretações bíblicas, se gabando destas interpretações particulares serem mais valiosas que os ensinos dos próprios apóstolos. Recentemente, um líder religioso de uma dessas igrejas, que mais parece um grande picadeiro, teceu a seguinte frase: “Paulo não compreendeu o que Deus quis dizer nesta passagem, e eu irei mostrar a todos o que de fato Deus queria aqui”. Perceba o tom de superioridade e a carga maligna destas palavras. Comportamento bem distinto dos apóstolos de Cristo do primeiro século que, além de humildes, tinham as Escrituras como sendo sua base Jo 3:30 / 2Tm 4:2. Por sinal, no texto citado de Timóteo a recomendação de Paulo é a pregação da palavra e não para contar piadas ou para entreter o povo. Inclusive, Paulo alerta o jovem pastor Timóteo dos tempos que surgiriam homens que iriam repudiar a sã doutrina e com coceiras no ouvido, segundo seus próprios desejos, juntarão mestres para si mesmos (2Tm 4:3). A gama acachapante de homens que desejam que os holofotes e todas as atenções estejam voltadas para eles é realmente surpreendente. O princípio de Jo 3:30 cai por terra. Em Ef. 4:11 as Escrituras relatam que Deus deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. A Bíblia, em lugar nenhum, diz que Deus levantou um ministério do entretenimento ou da comédia, dando este dom a alguém – isso não passa de invenção do homem. Em certa ocasião, certo “pastor” pregou mais de 40 minutos e nem sequer a Bíblia abriu. Este homem contou toda sua história e trajetória de vida, aliando risadagem e contos engraçados. A plateia se deleitava enquanto eu voltava para casa – e eu ainda fiquei com fama de herege. Em outra ocasião, conversando com um amigo, este me disse que o verdadeiro pastor é aquele que abre a Bíblia, lê um texto, e depois disso fecha a Bíblia e prega com ela fechada. Em amor, lhe expliquei que isso não procede. A omissão da Bíblia é uma estratégia para que não se compare ou se avalie o que está sendo dito. Durante mil anos a humanidade sofreu com isso. O que muitas vezes contribui com este panorama é a própria falta de entendimento e ignorância do povo (Os 4:6). Pois, pautados pela a ideia de que julgar não é dever nosso, e este entendimento provém de uma interpretação pobre de Mt 7:1. Alguns dão campo para atuação destes falsos mestres e, com isso, permitem que a igreja se torne um circo e uma fonte de entretenimento, direcionada mais para quem se encontra fora dos portões dela. A Bíblia nos traz vários textos que alertam acerca de falsos prodígios e sinais, mentiras e falsidade, são eles: (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres. Logo, como se deve avaliar se tudo isso é verdadeiro ou como se deve avaliar a postura de um líder? A resposta é JULGANDO DE ACORDO COM AS ESCRITURAS! João adverte para testar os espíritos em 1Jo 4:1. Também adverte acerca daqueles que não são de Deus (1 Jo 4:6). Era mais ou menos o comportamento dos cristãos de Bereia (At 17:10-11) que examinavam o ensinamento de Paulo e de quaisquer outros pela Escritura. As Escrituras são o crivo, e não se o sujeito é ou não cômico ou promove entretenimento. O final do versículo 11 do texto supracitado diz que os cristãos de Bereia examinavam diariamente as Escrituras para ver se os ensinos procediam. Deve ser por isso que cada vez mais as igrejas estão se tornando verdadeiros parques de diversão e as ovelhas estão famintas e desnutridas, em paralelo, os bodes estão cada vez mais robustos e cevados pelo fato de serem alimentados constantemente. Não há mais o costume de examinar as Escrituras e confrontar o que está sendo dito e o que está errado. De certa forma, há um regresso aos tempos medievais, vive-se na atualidade uma nova idade média, onde a Bíblia tem - cada vez mais - caído no esquecimento e na omissão. Isso é fruto da estratégia maligna de alguns líderes tendenciosos. Em Gálatas 1:8-9 Paulo diz que ainda que ele ou um anjo que venha do céu pregue algo diferente, seja este amaldiçoado. Como saberá se é diferente ou não? Por meio das Escrituras Sagradas. Em outras palavras, é como se Paulo estivesse dizendo que ele mesmo, o seu ensino, devia ser confrontado para ver se era ou não verdadeiro. Por que, na atualidade, não vemos os líderes fazendo esta proposta? Por que os pastores atuais não pedem para os fiéis procurarem na Bíblia onde constam estes tipos de ensino como: ungir objetos, dízimos astronômicos, correntes de fé, copo com água santificada ou vendas de objetos santos que transmitem graça? Ou ainda, por que os líderes da atualidade não pedem para os fiéis procurarem nas Escrituras onde existe o ensino de que é preciso fazer algo para alcançar a salvação? Muitos até têm atribuído graça salvífica a certos objetos. Ou seja, ou adquire e vai para o céu ou não adquire e vai para o inferno. É ou não é um medievo contemporâneo? Sim. A resposta para as demais perguntas é a seguinte: Os “líderes e pastores” contemporâneos não pedem que os fiéis consultem a Bíblia à procura destas aberrações porque não há nenhuma passagem bíblica que corrobore com estes sacrilégios heréticos. Isso tudo não passa de ração para bodes, e este tipo de alimento ovelha não come. Na atualidade não se deve avaliar os líderes religiosos pelo o que os mesmos proferem, eles são adeptos de uma verborragia clássica, ou seja, dizem que amam as Escrituras, que creem na graça salvífica, que creem na justificação pela fé e na soberania de Deus na salvação. Mas, as práticas e as atitudes destes líderes os denunciam veementemente. Há um dito puritano que se deve fazer uso no ambiente eclesiástico tupiniquim: “Aquilo que alguém faz fala mais alto que suas próprias palavras”. Alguns líderes têm um discurso bonito quanto às verdades bíblicas, mas os seus atos mostram que são filhos do Diabo. Estes líderes realizam campanha para que se alcance graça salvadora, uns ainda dizem que quem não contribui não vai para o céu e outros líderes chegam até a vender lugar no céu. Outros colocam um óleo perfumado em um patamar mais elevado que a própria oração etc. Estes líderes são, de fato, muito habilidosos quando o assunto é alimentar seus bodes e desprezar as ovelhas. Portanto, a convivência entre bodes e ovelhas não cessará tão cedo, os bodes podem muito bem se alimentar na comida das ovelhas – eles até gostam –, mas, infelizmente, alguns falsos pastores preferem privar as ovelhas de um bom alimento e alimentar tão somente os seus cabritos. É por isso que as ovelhas andam desnutridas. Mas, com toda convicção, há pastos saudáveis e verdadeiros pastores que ainda se preocupam em alimentar suas ovelhas com alimento nutritivo, como fez o pastor do Salmo 23. Como ovelha, aconselho que haja uma procura por pastos saudáveis e por pastores comprometidos em alimentar primariamente seu rebanho, e, ao encontrá-los, possa de fato usufruir e se deleitar numa boa alimentação e num bom pastoreio, sobretudo, no Pastor dos pastores que se encontra na pessoa de Deus.

O PROPOSITO FINAL DA GRAÇA DE DEUS

graça de Deus é mais maravilhosa do que a graciosidade entre os seres humanos por causa dos assombrosos dons que ela proporciona a indignos pecadores. E o propósito final da graça de Deus é tão glorioso quanto a graça em si mesma. O propósito final de Deus é que os pecadores sejam levados, por fim, ao ditoso lugar de vida eterna com Ele. O céu é o último dom gracioso de Deus. A Bíblia usa linguagem figurada para descrever a felicidade do céu. Ela fala de coroas, de tronos e de um reino. Fala de uma herança eterna a ser desfrutada pelos filhos de Deus. Fala de prazeres, para sempre, à mão direita de Deus. Os crentes já têm um antegozo desta alegria. A fé é descrita como "a substância das coisas que se esperam" (Heb. 11:1). O crente tem vida eterna agora. Talvez as alegrias do mundo porvir são antecipadas mais claramente em certas ocasiões do que em outras, porém sempre serão sentidas, em alguma medida, em todos os tempos. A felicidade futura dos crentes pode ser contemplada em dois estágios: primeiro, depois da morte e antes da ressurreição; segundo, depois da ressurreição e do juízo. 1. A alma do crente entra na glória imediatamente após a morte. Assim, para o crente, a morte é uma bênção! "Tudo é vosso", diz Paulo, "seja a vida, seja a morte" (I Cor. 3:21-22). A morte é o portal da glória. E, como Paulo diz em outro lugar, "desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (II Cor. 5:8). Como Jesus disse ao ladrão moribundo: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Luc. 23:43). Cristo prometeu-lhe as alegrias do paraíso, tão logo lhe sobreviesse a morte. Completamente libertados de toda a espécie de perturbações, os espíritos eternos dos santos alegram-se em estar com Cristo. Vêem Sua glória e Suas perfeições deslumbrantemente reveladas, as quais antes só entendiam obscuramente. Cultuam com reverente gratidão a graça que os levou até ali. Não estão simplesmente olhando para o Senhor glorioso. O Senhor está solícito para com eles e alegra-Se com eles. Certamente podemos depreender isso do amistoso relacionamento, que Ele manteve com os Seus discípulos quando esteve aqui na terra. Ele agora está exaltado no céu e Sua amizade com Sua família na glória deve ser mais exaltada ainda. Os membros dela partilham da Sua glória, e isso deve aumentar ainda mais a admiração deles! A capacidade do crente para apreciar as glórias da redenção advinda do Salvador será grandemente aumentada desde que o embotamento pecaminoso deste mundo tenha ficado para trás. Se Paulo com sua compreensão terrena pôde exclamar comovido, "O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus" (Rom. 11.33), quão maior deve ser a maravilha experimentada pelas almas dos crentes no céu! Pois ali elas vêem as grandes riquezas de Deus sem nenhum impedimento em sua visão. Vêem o poder de Deus. Vêem o amor de Deus. Vêem — como nunca antes — o pleno sentido daquilo que Cristo fez para salvá-las. Vêem, no céu, a plena maravilha da graça de Deus para com elas, pecadoras indignas que eram. Que êxtase de regozijo! Que arrebatadas emoções! Nem mesmo a visão da justiça divina, revelada no julgamento dos incrédulos, em nada diminuirá o seu prazer em Deus. Pois agora a santa vontade deles é tão completamente de acordo com a vontade de Deus que eles concordam plenamente com aquilo que Ele faz. Se o rosto de Moisés brilhou depois que ele esteve face a face com Deus no monte Sinai, quão maior será o brilho que Deus comunicará àqueles que O vêem na glória. E vendo a Deus mais claramente significa que o seu amor para com Ele será ainda maior. Livres de todo egoísmo e orgulho e de todas as imperfeições físicas que distorcem o culto aqui na terra, os santos no céu, podem, como nunca antes, adorar a este Deus de toda graça. 2. Todavia, enquanto a experiência do céu é tão feliz para os espíritos "desvestidos", como temos descrito, esta felicidade é menor do que aquela que gozarão depois da ressurreição. Na ressurreição os corpos dos crentes voltarão à vida e se reunirão a seus espíritos. Isso será uma alegria! Enquanto os corpos dos santos estiverem confinados à sepultura, o efeito do pecado não é de todo debelado. Mas, quando seus corpos voltarem à vida, inteiramente novos e sem pecado, e se unirem às almas sem pecado, então a vitória sobre o dano que o pecado causou será triunfantemente completa. É parte fundamental da fé cristã que os mesmos corpos que morreram por causa do pecado, sejam trazidos à vida outra vez para demonstrar a vitória de Cristo sobre o pecado. Contudo, embora sejam os mesmos corpos, eles serão diferentes em natureza. Serão agora corpos incorruptíveis, gloriosos e cheios de poder; serão espirituais como o corpo de Cristo na ressurreição. Podemos nós imaginar o esplendor desse corpo? (I Cor. 15:42-44; I Io. 3:2). Outra coisa que aumentará a felicidade dos crentes na ressurreição é o fato de que eles, então, serão publicamente absolvidos pelo Juiz de toda a terra. O Juiz é Cristo, seu amigo e Salvador. A justiça de Cristo os protege. O sangue de Cristo expiou os seus pecados. Quem pode condená-los? E esta felicidade é para sempre. A herança deles está salvaguardada de qualquer inimigo. A coroa é imarcescível. O reino é eterno. A felicidade dos crentes é tão duradoura quanto o seu Deus, que de tal modo os favoreceu com Sua graça. E Deus é infinito! Assim, foi a benigna misericórdia de Deus que primeiro concebeu o meio de salvação e escolheu os pecadores que deveriam recebê-la. Foi a bondosa decisão de Deus que perdoou, justificou, adotou e santificou Seus filhos. Foi o benigno favor de Deus que providenciou todas as bênçãos necessárias para nutrir e preservar a vida espiritual dos crentes. E, finalmente, é a graciosa disposição de Deus que abre o céu aos crentes como um lar eterno. A graça de Deus tem sido central do começo ao fim. Quando toda a história estiver terminada, que regozijo haverá no céu, "porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela" (Zac. 4:7). E todos os anjos clamarão com alegria, também. Que outras coisas aumentarão a felicidade dos crentes no céu? Não me aventuro a indagar. Não devemos nos entregar à imaginação curiosa. A coisa importante é sabermos que somos herdeiros desta alegria. Leitor, que pensa você a respeito de tudo isto? Provavelmente você espera ir para o céu quando morrer. Seria isso um mero desejo ou uma bem fundada esperança? Por que você espera ser feliz quando muitos serão eternamente miseráveis? Somente aqueles que conhecem a graça de Deus na terra verão a Sua glória no céu. Você não pode ter genuína esperança do céu no futuro, se não tiver agora o amor pela santidade, pois o céu, caso você entrasse lá, não seria um lugar feliz para você! Se você não ama o céu, mas apenas têm medo do inferno, que a graça de Deus te liberte, pois agora és herdeiro da destruição. Se você deixar este mundo nessa condição, nela viverá eternamente. Você é uma pessoa séria? Você baseia a tua esperança na tua seriedade? Uma pessoa pode ser zelosa para com Deus e, no entanto, perecer para sempre (Rom. 9:31-32). Se você ama verdadeiramente a tua alma, não fique na incerteza quanto ao teu futuro. Leia a tua Bíblia; ore para que o Espírito da verdade te dirija. Você é um filho de Deus? Então busque fazer acelerado progresso na religião vital. Use todos os meios da graça. Mantenha regular comunhão com Deus. Guarde-se contra o pecado habitante (Rom. 7:17). Jamais se esqueça de que fora de Cristo e da graça de Deus você é uma criatura indigna e culpada. Comporte-se sempre de tal maneira que quando o Noivo celestial voltar, Ele possa encontrá-lo pronto. Talvez agora tenhamos aprendido que o livre favor de Deus outorgado a nós na salvação pela graça, é um tema tão sublime que tudo o que poderia ser dito, ou escrito a respeito dele, estará bem aquém de um estudo completo. Sim! O assunto permanecerá inexaurível, mesmo na eternidade, pois as riquezas de Cristo são insondáveis e a graça de Deus é incomensurável.

domingo, 28 de setembro de 2014

QUANTO CUSTA SER UM CRISTÃO?

“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14:28) Este versículo é de grande importância. Poucas são as pessoas que não têm freqüentemente de fazer esta pergunta: “Quanto custa?”. Ao comprar um terreno, ao construir uma casa, ao mobiliar as habitações, ao fazer planos para o futuro, ao decidir a instrução e estudos dos filhos, etc., seria sábio e prudente que nos sentássemos a considerar com calma os gastos que tudo isso implicaria. As pessoas evitariam muitas moléstias e dores se ao menos fizessem a pergunta: “Quanto custa ser um crente verdadeiramente ser santo?” Estas perguntas são decisivas. Por não havê-las formulado desde um bom princípio, muitas pessoas que pareciam iniciar bem a carreira cristã, mais tarde mudaram seu rumo e se perderam para sempre no inferno. Vivemos em tempos muito estranhos. Os acontecimentos se sucedem com extraordinária rapidez. Nunca sabemos “o que o dia nos trará”, quanto mais o que nos trará o ano! Nos nossos dias vemos muitos fazerem confissões de sua religiosidade. Em muitas partes do país as pessoas expressam vivo desejo de seguir um curso de vida santo e um grau mais alto de espiritualidade. É muito comum ver como as pessoas recebem a Palavra com alegria, porém depois de dois ou três anos se afastam e voltam a seus pecados. Há muitos que não consideram o custo de ser um verdadeiro cristão e um crente santo. Nossos tempos requerem de um modo muito especial que paremos e consideremos o custo e o estado especial de nossas almas. Este tema deve preocupar-nos. Sem dúvida o caminho da vida eterna é um caminho delicioso, porém seria loucura de nossa parte fechar os olhos ao fato de que se trata de um caminho estreito e que a cruz vem antes da coroa. 1) O que custa ser um verdadeiro cristão? Desejo que não haja mal entendidos sobre este ponto. Não me refiro aqui ao quanto custa salvar a alma do crente. Custou nada menos do que o sangue do Filho de Deus ao redimir o pecador e livrá-lo do inferno. O preço de nossa salvação foi a morte de Cristo na cruz do Calvário. Temos “sido comprados por preço”. Cristo derramou o seu sangue em favor de muitos”(Marcos 14:241 Co.6:20). Porém não é sobre este tema que versa nossa consideração. O assunto que vamos tratar é distinto. Refere-se ao que o homem deve estar disposto a abandonar se deseja ser salvo; ao que deve sacrificar se se propõe a servir a Cristo. É neste sentido que formulo a pergunta: “Quanto custa?”. Não custa grande coisa ser um cristão de aparência. Só requer que a pessoa assista aos cultos do domingo, duas vezes e durante a semana seja medianamente moralista. Este é o “cristianismo” da grande parte dos evangélicos da nossa época. Se trata, pois, de uma profissão de fé fácil e barata; não implica em abnegação nem sacrifício. Se este é o cristianismo que salva e o qual nos abrirá as portas da glória ao morrermos, então não temos necessidade de alterar a mundana descrição do caminho da vida eterna e dizer: “Larga é a porta e largo é o caminho que conduz ao céu”. Porém, segundo o ensino Bíblico, custa caro ser cristão. Há inimigos que vencer, batalhas que evitar e sacrifícios que realizar; deve-se abandonar o Egito, cruzar o deserto, carregar o peso da cruz e tomar parte na grande caminhada. A conversão não consiste em uma decisão tomada por uma pessoa, em um confortável sofá, para logo em seguida ser levado suavemente ao céu. A conversão marca o início de um grande conflito, e a vitória vem após muitas feridas e contendas. Custa se obter a vitória. Daí concluirmos a importância de calcularmos este custo. Tratarei de demonstrar de uma maneira precisa e particular o que custa ser um verdadeiro cristão. Suponhamos que uma pessoa esteja disposta a servir a Cristo e se sente impulsionada e inclinada a segui-lo. Suponhamos que como resultado de alguma aflição, de uma morte repentina, ou de um sermão, a consciência de tal pessoa tem sido avivada e agora se dá conta do valor da alma e sente o desejo de ser um verdadeiro cristão. Sem dúvida alguma, todas as promessas do Evangelho se lhe resultarão alentadoras; seus pecados, por muitos e grandes que sejam, podem ser perdoados; seu coração por frio e duro que seja, agora pode ser mudado; Cristo, o Espírito Santo, a misericórdia, a graça, tudo está à sua disposição. Porém, ainda, tal pessoa deveria calcular o preço. Vejamos uma por uma, as coisas que deverá desejar, ou, em outras palavras, o que lhes custará ser cristão A) Custará sua Justiça Própria Deverá abandonar o orgulho e a auto-estima de sua própria bondade; deverá contentar-se com o ir ao céu como um pobre pecador, salvo pela gratuita graça de Deus e pelos méritos e justiça de outro (Jesus). Deverá experimentar que “tem errado e se tem desgarrado como uma ovelha”; que não tem feito as coisas que deveria ter feito e feito coisas que não deveria; deve confessar que não há nada são nele. Deve abandonar a confiança em sua própria moralidade e respeitabilidade, e não deve basear sua salvação no fato de que tem ido à igreja, tem orado, tem lido a Bíblia e participado dos sacramentos do Senhor, mas que deve confiar, única e exclusivamente na pessoa e obra de Cristo Jesus. Isto parecerá muito duro a algumas pessoas, porém não me surpreende que seja assim. “ Senhor - disse um lavrador, temeroso homem de Deus, a James Hervey - é mais difícil negar o nosso EU orgulhoso, que nosso EU pecador. Porém é absolutamente necessário que o neguemos . Aprendamos, pois, de uma vez por todas, que ser um verdadeiro cristão custará a uma pessoa perder sua justiça própria. B) Custará seus pecados Deverá abandonar todo hábito e prática que sejam maus aos olhos de Deus. Deve virar o seu rosto contra o pecado, romper com o pecado, crucificar o pecado, mesmo contra a opinião do mundo. Não pode estabelecer nenhuma trégua especial com nenhum pecado que amava antes da sua conversão. Deve considerar a todos os pecados como inimigos mortais de sua alma e odiar todo caminho de falsidade. Por pequenos ou grandes, ocultos ou manifestos que sejam os pecados, deve renunciar completamente a todos eles. Sem dúvida estes pecados tentarão vencê-lo, porém jamais poderá ceder. Sua luta contra o pecado será continua e não admitirá trégua de nenhum tipo. Está escrito: “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes...”. “cessai de fazer o mal” (Ez.18:31; ls.l:16). Isto também parecerá muito duro para muitas pessoas; e vemos que freqüentemente nossos pecados são mais queridos do que nossos próprios filhos. Amamos o pecado, o abraçamos com todo nosso ser, nos agarramos a ele, nos deleitamos nele. Separar-nos do pecado é tão duro como separar-nos da nossa mão direita, e tão doloroso como se nos arrancassem um olho. Porém devemos separar-nos do pecado; não há outra alternativa possível. “Ainda que o mal lhe seja doce na boca, e ele o esconda debaixo da língua, e o saboreie, e o não deixe, antes o retenha no seu paladar.. “ ,sendo este o caso, devemos apartá-lo de nós si em verdade desejamos ser salvos (Jó 20:12-13). Se desejamos ser amigos de Deus, devemos primeiro romper com o pecado. Cristo está disposto a receber os pecadores, porém não aqueles que se agarram a seus pecados. Anotemos pois, também isto: o ser cristão custará a uma pessoa seus pecados. C) Custará seu amor à vida fácil. Para correr com êxito a corrida ao céu se requer esforço e sacrifício. Haverá de velar diariamente e estar alerta, pois se encontrará em território inimigo. Em cada hora e em cada instante deverá vigiar sua conduta, sua companhia e os lugares que freqüenta. Com muito cuidado haverá de dispor de seu tempo e vigiar sua língua, seu temperamento, seus pensamentos, sua imaginação, seus motivos e sua conduta em suas relações diárias. Terá que ser diligente em sua leitura da Bíblia, em sua vida de oração, na maneira como passa o Dia do Senhor e participa dos meios de graça. Certamente que não poderá conseguir perfeição em todas estas coisas, porém mesmo assim, não pode descuidar-se. “O preguiçoso deseja, e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta” (Pv.13:4). Também isto parece duro e difícil. Não há nada que nos desagrade tanto como as dificuldades na nossa confissão religiosa; por natureza evitamos as dificuldades. Secretamente desejaríamos que alguém pudesse cuidar de nossas obrigações religiosas e que desempenhasse por procuração nosso cristianismo. Não está de acordo com o nosso coração tudo aquilo que implique em esforço e trabalho; porém sem dor não há lucro para a alma. Deixemos bem firmado este fato: o ser cristão custará a uma pessoa seu amor pela vida fácil. D) Custará o favor do mundo. Se deseja agradar a Deus deve saber que será depreciado pelo mundo. Não deve estranhar se o mundo o engana, lhe ridiculariza, se levanta calúnias contra você e o persegue e o odeia. Não deve se surpreender se as pessoas o depreciam e com desdém condenam suas opiniões e práticas religiosas. Deve resignar-se a que o acusem de tolo, entusiasta e fanático, e inclusive que distorçam suas palavras e representem falsamente suas ações. Não se surpreenda de que o tachem de louco. O Mestre disse: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão vossa” (Jo.15:20). Também isto parece duro e difícil. Por natureza nos desagrada o proceder injusto e as acusações falsas. Se não nos preocupa a boa opinião dos que nos rodeiam deixaríamos de ser de carne e osso._Sempre resulta desagradável ser o alvo de criticas injustificadas e objeto de mentira e falsas acusações; porém não podemos evitá-lo. Do cálix que bebeu o Mestre também devem beber seus discípulos. Estes devem ser “...desprezado, e o mais rejeitado entre os homens... (Is.53:3). Anotemos, pois, o dito: ser cristão custará a pessoa o favor do mundo . Esta é, pois, a lista do que custará a uma pessoa ser cristã. Devemos aceitar o fato de que não é uma lista insignificante. Nada podemos riscar dela. Resultaria uma temeridade fatal se defendesse por justiça própria, os pecados, o amor à vida fácil, o amor ao mundo e crer que vivendo assim poder-se-ia salvar-se. A realidade é esta: custa muito ser um verdadeiro cristão. Porém, que pessoa, no sentido pleno, pode dizer que este preço é demasiado elevado pela salvação da alma? Quando o barco está em perigo de afundar-se, a tripulação não vacila em lançar ao mar a preciosa carga. Quando a gangrena envolve a extremidade de um membro a pessoa se submeterá a qualquer operação, inclusive a amputação deste membro. Com maior motivo, pois, o crente está disposto a abandonar qualquer coisa que se levante entre sua alma e o céu. Uma religião que não custa nada, nada vale. Um cristianismo barato - sem a cruz - cedo ou tarde manifestará sua inutilidade; jamais levará a posse da coroa. Sem cruz não há coroa II) A Importância de Calcular o Custo. Facilmente poderíamos resumir o assunto estabelecendo o princípio de que nenhuma das obrigações prescritas por Cristo pode ser descuidada sem grande prejuízo para a alma. São muitos os que fecham os olhos para a realidade da fé salvadora e evitam considerar o quanto custa ser cristão. E para ilustrar o que digo eu os poderia descrever o triste fim daqueles que, ao declinar seus dias, se dão conta desta realidade e fazem esforços espasmódicos para voltar-se para Deus. Porém, com grande surpresa se dão conta de que o arrependimento e a conversão não eram tão fáceis como haviam imaginado e que custa “uma grande soma” ser um cristão. Descobrem, também, que os hábitos do orgulho e a indulgencia pecaminosa, junto com o amor a vida fácil e mundana, não podem abandonar-se tão facilmente como haviam pensado. E assim, depois de uma débil luta, caem em desespero a abandonam este mundo sem esperança, sem graça e sem estar preparados para comparecer diante de Deus. Em suas vidas alimentaram a idéia de que o assunto espiritual poderia ser solucionado prontamente e facilmente. Porém abrem seus olhos quando já é demasiado tarde e descobrem, pela primeira vez na vida, que estão indo para perdição por não haver antes “calculado o custo”. Porém, há uma classe de pessoas as quais quero dirigir-me ao desenvolver esta parte do tema. E um grupo numeroso e que espiritualmente está em grande perigo. Tratarei de descrever estas pessoas e ao fazê-lo agucemos nossa atenção. Estas pessoas não são, como as anteriores, ignorantes do evangelho; não, ao contrário: pensam muito nele; não ignoram o conteúdo da fé; conhecem bem os esquemas da revelação. Porém, o grande defeito das tais pessoas é que não estão “arraigadas nem fundamentadas na fé”. Com muita freqüência o conhecimento religioso destas pessoas é de segunda mão; têm nascido de famílias cristãs, têm-se educado em uma atmosfera cristã, porém nunca têm experimentado em suas vidas as realidades do novo nascimento e a conversão. Precipitadamente e talvez por pressões diversas, ou pelo desejo de ser como os demais, têm feito profissão de fé e se tem unido a membresia de alguma igreja, porem sem haver experimentado uma obra da graça em seus corações. Estas pessoas estão em uma posição perigosíssima e são as que mais necessitam da exortação de calcular o custo de serem verdadeiros cristão. Por não haver calculado o custo um grande número de israelitas pereceu miseravelmente no deserto entre o Egito e Canaã. Cheios de zelo e entusiasmo abandonaram a terra de Faraó e parecia que nada poderia pará-los. Porém, tão logo encontraram perigos e dificuldades no caminho, seu calor não tardou em esfriar-se. Nunca pensaram na possibilidade de que pudessem surgir obstáculos. Pensavam que em questão de dias entrariam na posse da terra prometida. E assim, quando pelos inimigos, privações, sede e fome, foram provados, começaram a murmurar contra Moisés e contra Deus e desejaram voltar ao Egito. Em uma palavra: “não calcularam o custo” e em conseqüência morreram em seus pecados. Por não haver calculado o custo, muitos dos seguidores de Jesus voltaram suas costas “... e já não andavam com ele” (JO.6:66). Quando pela primeira vez viram seus milagres e ouviram sua pregação, pensaram: “O Reino de Deus virá a qualquer momento”. Se uniram ao número dos apóstolos e, sem pensar nas conseqüências, o seguiram. Porém se deram conta de que se tratava de doutrinas duras de crer, e uma obra dura de realizar, e de uma missão dura de se levar a termo, sua fé se desmoronou e nada ficou da mesma. Em uma palavra: não pararam para “calcular o custo”, por isso naufragaram na sua profissão de fé cristã. Por não haver calculado o custo, o rei Herodes voltou outra vez a seus velhos pecados e destruiu a sua alma. Desfrutava ouvindo a pregação de João Batista. O admirava e considerava um homem justo e santo, e inclusive o ouvia “de boa mente” . Porém, quando se deu conta de que devia abandonar a sua favorita Herodias, sua profissão de fé religiosa se desvaneceu por completo. Não havia pensado nisto; não havia “calculado o custo” (Marcos 6:20).. Por não haver calculado o custo, Demas abandonou a companhia de Paulo, abandonou o evangelho, deixou a Cristo e perdeu o céu. Por longo período de tempo com o grande apóstolo dos gentios e se converteu em um dos seus companheiros de trabalho. Porém, quando se deu conta de que não podia participar da companhia do mundo e de Deus ao mesmo tempo abandonou o cristianismo e se uniu ao mundo. “Demas, tendo amado o presente século” - nos diz Paulo - “me abandonou... “ (II Tm.4: 10). Não havia calculado o custo. Por não haver calculado o custo milhares de pessoas que têm sentido uma experiência religiosa sob a evangelização de famosos pregadores naufragam espiritualmente. Se excitam e emocionam e chegam a pensar que experimentaram uma obra genuína de conversão; porém, na realidade não tem sido assim. Receberam a Palavra com alegria tão espetacular que inclusive surpreenderam os crentes experimentados. Com tal entusiasmo falavam da obra de Deus e das coisas espirituais que os crentes mais velhos chegavam a envergonhar-se de si mesmos. Porém, quando a novidade e o frescor de seus sentimentos se dissiparam, uma repentina mudança lhes sobreveio e demonstraram que na realidade não eram mais do que corações de terreno pedregoso em que a Palavra não pôde lançar raízes profundas. “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo antes de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt.13:20-21). Pouco a pouco se derrete o céu de tais pessoas e seu amor se esfria. Por fim chega o dia quando seu assento na igreja está vazio e já nada se sabe deles. Por que? Porque não “calcularam o custo”. Por não haver contado o custo, milhares de pessoas que professaram ser salvas em reuniões de avivamento, depois de um tempo voltam ao mundo e são motivo de vergonha para o evangelho. Começam com uma noção tristemente equivocada do que seja o verdadeiro cristianismo. Imaginam que a fé cristã não é mais que uma “decisão por Cristo”, uma mera experiência de certos sentimentos de alegria e paz. Logo que se dão conta de que têm de carregar uma pesada cruz no peregrinar até o céu, de que o coração é enganoso e de que o diabo está sempre ativo, se decepcionam e esfriam e retornam a seus velhos pecados. Por que? Porque nunca chegaram a saber o que é o cristianismo da Bíblia. Nunca aprenderam a calcular o custo. Por não haver calculado o custo, freqüentemente os filhos de pais crentes dão um pobre testemunho do que é o cristianismo e são motivo de afronta para o evangelho. Desde a infância se familiarizaram de uma maneira teórica com o conteúdo do evangelho. Têm aprendido de memória longas passagens da escritura e têm assistido com certa regularidade a Escola Dominical, porém na realidade nunca têm pensado seriamente no que têm aprendido. E quando as realidades da vida começam a fazer-se sentirem suas vidas, com grande assombro por parte dos membros da congregação, estes filhos de crentes abandonam toda religião e submergem de cheio no mundo. Por que? Porque nunca chegaram a entender seriamente os sacrifícios e conseqüências que uma profissão de fé séria o cristianismo exige. Nunca se lhes ensinou a calcular o custo. Estas verdades são tão solenes como dolorosas, porém são verdades e põem em relevo a importância do tema que estamos considerando. São considerações que põem de manifesto a absoluta necessidade que têm todos aqueles que professam um desejo profundo de santidade, de fazer-se a pergunta: Quanto custa? Melhor iriam as coisas em nossas igrejas se ensinassem a seus membros a calcular o custo que implica a profissão de fé cristã. A maioria dos líderes religiosos dos nossos dias dão mostras de uma impaciente pressa nas coisas do evangelho. Parece que o único grande fim a que se propõem é a conversão instantânea das almas, e em torno disto centralizam seus esforços. Esta maneira tão parcial e vazia de ensinar e apresentar o cristianismo é funesta. Não interpretem mal o que digo. Eu aprovo inteiramente que se ofereça a salvação de uma maneira imediata, gratuita e completa em Cristo. Aprovo plenamente que se chame com urgência os pecadores a que se convertam imediatamente depois de se ouvir a mensagem de salvação. E a estas coisas não cedo o primeiro lugar. Mas condeno a atitude e o proceder de alguns que apresentam estas verdades por si só, isoladas e sem relação às demais verdades de todo conselho de Deus. Além destas verdades, com toda honestidade devemos advertir os pecadores das obrigações que impõe o serviço a Cristo e o que implica sair do mundo. Não temos direito de forçá-los a entrar no exército de Cristo, se antes não os temos advertido e prevenido da magnitude da batalha cristã. Em uma palavra: devemos adverti-los do custo de ser um verdadeiro cristão. Não foi esta a maneira de proceder do nosso Senhor Jesus? O evangelista Lucas nos diz que, em certa ocasião “Ora, ia com ele uma grande multidão; e voltando-se, disse-lhes: Se alguém viera mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:25-27). Francamente, não se pode reconciliar esta passagem bíblica com a maneira de proceder de muitos mestres religiosos da nossa época; no que a mim concerne, a doutrina do mesmo é clara como a luz do meio dia. Esta doutrina ensina que não temos que forçar os pecadores a uma precipitada confissão de fé cristã, sem antes não os termos advertido claramente da necessidade que têm de calcular o custo. Lutero, Latimer, Baxter, Wesley, Whitefield, Rowland HilI, e outros, procederam segundo a maneira pela qual defende este texto. Todos estavam bem cientes do caráter enganoso do coração humano; e sabiam bem que não é ouro1 tudo que reluz, que a convicção não é conversão, que a emoção não é fé, que o sentimento não é graça, que não é de todo botão que provém fruto. “Não vos enganeis - era o grito constante destes pregadores - pensai bem no que fazeis; não corrais antes de haverdes sido chamados; calculem o custo!”. Se desejamos fazer o bem, não nos envergonhemos de seguir as pisadas do nosso Senhor Jesus Cristo. Exortem as pessoas a que considerem seus caminhos. Obrigue-os com santa violência a que entrem e participem do banquete a que se entreguem completamente a Deus. Ofereça-os uma salvação gratuita, completa e imediata. Insta-os uma e outra vez a que recebam a Cristo na plenitude de seus benefícios. Porém, em tudo, diga-lhes a verdade, toda a verdade! Alguns pregadores se utilizam de atos vulgares para recrutar adeptos. Não fale somente do uniforme, do soldo e da glória, fale também dos inimigos da batalha, da armadura, das sentinelas, das marchas, e dos exercícios. Não apresente apenas uma parte do cristianismo. Não esconda a cruz da abnegação, que todo peregrino cristão deve levar, quando falar da cruz sobre a qual Cristo morreu para nossa redenção. Explique com detalhes tudo o que a1, profissão de fé cristã implica. Rogue com insistência várias vezes aos pecadores que se arrependam e corram para Cristo; porém, insista, ao mesmo tempo, a que se sentem e calculem o preço. III) Sugestões para Ajudar a Calcular Corretamente o Custo. Mencionarei alguns fatores que sempre influenciam nos nossos cálculos para saber o custo do verdadeiro cristianismo. Considere com calma e equilíbrio o que se tem de deixar e o que se tem de provar para chegar a ser discípulo de Cristo. Não esconda nada, considera tudo. E logo, faça as seguintes somas, tendo o cuidado de repassá-las bem para não haver equivoco, pois o resultado correto dos mesmos é alentador: Conte e compare os benefícios e as perdas que um discipulado verdadeiramente cristão contém. Muito possivelmente perderás algo deste mundo, porém ganharás a salvação da alma imortal. Está escrito: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc.8:36). Conte e compare os elogios e censuras, se é que és um cristão verdadeiro. Muito provavelmente terás de sofrer as reprovações do mundo, porém, terás a aprovação de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. As censuras vêm dos lábios de pessoas equivocadas, cegas e falíveis; a aprovação vem do Rei dos reis o Juiz de toda a terra. Está escrito: “Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt. 5:11-12). Conte e compare os inimigos e amigos. Por um lado tens a inimizade do diabo e dos maus; por outro, tens o favor e a amizade de Cristo Jesus. Os inimigos, quando muito, podem produzir-te alguns arranhões, pode rugir forte e rodear a terra e o mar para tratar de arruinar a tua alma; porém não pode de modo nenhum destruí-la. Teu Amigo é poderoso para salvar-te eternamente. Está escrito:“Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer” (Lc. 12:4-5). Conte e compare a vida presente e a por vir . A vida presente não é fácil; implica em vigilância, oração, luta, esforço, fé e labor; porém, só é por poucos anos. A vida vindoura será de descanso e repouso; a influência do pecado já terá terminado e satanás estará acorrentado. E, ah! será um descanso para toda eternidade. Está escrito: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para noS eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentado nós nas cousas que se vêem; porque as cousas que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co.4:17-18). Conte e compare os prazeres do pecado e a felicidade do serviço a Deus. Os prazeres que o homem mundano obtêm são vazios, irreais, não satisfazem. São como a fogueira que fazem os espinhos arder: range e brilha, porém, só por uns minutos, logo se apaga e desaparece. A felicidade que Cristo ou torga a seu povo é sólida, duradoura e substancial; não depende da saúde nem das circunstâncias; nunca abandona o crente, nem mesmo na hora da morte. E uma felicidade que, além disso, se verá galardoada com uma coroa incorruptível. Está escrito: “O júbilo dos perversos é breve” ; “Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo duma panela, tal é a risada do insensato” (Jó 20:5; Ec.7:6). Porém também está escrito: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la a dou com a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo. 14:27). Conte e compare as tribulações que o cristianismo verdadeiro implica e as tribulações que sobrevirão aos maus após a morte . A leitura da Bíblia, a oração, a luta cristã, uma vida de santidade, etc., implica em dificuldades e exigem abnegação por parte do crente. Porém não é nada em comparação com a “ira que virá” e que se desencadeará sobre os impenitentes e os incrédulos. Um só dia no inferno será muito mais intolerável que toda uma vida de peregrinação levando a cruz. O “bicho que nunca morre e o fogo que nunca se apaga” é algo que vai mais além do que a mente humana pode conceber e descobrir. Está escrito: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu em tormentos”(Lc.16:25). Considere e compare, em último lugar, o número daqueles que se voltam do pecado e do mundo para servir a Cristo, e o número daqueles que deixam a Cristo e voltam ao mundo. Os que se voltam do pecado e do mundo para servir a Cristo são muitos; porém nenhum dos que realmente têm conhecido a Cristo voltam ao inundo. Cada ano multidões abandonam o caminho largo e tomam a senda estreita que conduza vida. Nenhum dos que andam pelo caminho estreito se cansam do mesmo e voltam ao caminho. O caminho largo registra muitas pegadas de pessoas que torceram seu rumo e o abandonaram; porém, as pegadas dos caminhantes do caminho estreito, que conduz ao céu todas seguem a mesma direção. Está escrito “O caminho dos perversos é como a escuridão”. “O caminho dos pérfidos é intransitável” (Pv.4:19; 13:15). Porém, também está escrito: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv.4: 18). Estas somas e estas contas freqüentemente não se fazem corretamente; por isso há pessoas que continuamente e não podem dizer se vale a pena ou não servir a Cristo. As perdas e ganhos, as vantagens e desvantagens, as tribulações e os prazeres, as ajudas e os obstáculos, lhes dão um balanço tão igual, que não podem optar por Cristo. É que não têm feito a soma corretamente. Como se explica o erro de tais pessoas? Se deve a uma carência de fé por sua parte. Para chegar a uma conclusão correta sobre nossas almas, devemos conhecer algo daquele poderoso princípio que Paulo menciona no capítulo 11 de sua Epístola aos Hebreus. Permitam-me demonstrar de que maneira intervém este princípio no grande “negócio” de calcular o custo. A que se deveu o fato de Noé perseverar até o fim na construção da arca? Estava só em meio a uma geração pecadora, incrédula e havia de sofrer o opróbrio, a zombaria e o ridículo das pessoas. O que lhe deu fortaleza ao seu braço e paciência em seu labor? Foi a fé. Noé cria na ira que havia de vir; cria que só na arca poderia achar o refúgio seguro. Pela fé considerou e teve como pobre o conceito e a opinião do mundo. Pela fé calculou o custo e não duvidou de que a construção da arca significava um ganho. A que se deveu o fato de Moisés rejeitar os prazeres do Egito e recusar-se ser chamado de filho da filha de Faraó? Como pode escolher ser maltratado com o povo de Deus e dirigir ao povo hebreu á terra da promissão, livrando-o da terra da escravidão? Segundo o testemunho do olho humano dos sentidos iria perder tudo e não ia ganhar nada em troca. O que impulsionou Moisés a agir dessa forma? Foi a fé. Ele cria que acima de Faraó havia UM maior e mais poderoso que o dirigiria e protegeria em sua grande missão. Ele tinha por maiores riquezas o vitupério de Cristo que todos os tesouros dos egípcios. Pela fé calculou o custo e “como vendo o invisível”, se persuadiu de que o abandono do Egito e o peregrinar pelo deserto era, na realidade, ganho. Que foi que fez o fariseu Saulo de Tarso decidir deixar a religião de seus pais e abraçar o Cristianismo? Os sacrifícios e os custos que a mudança implicava eram em verdade enormes. No entanto, Paulo abandonou todas as brilhantes perspectivas que tinha entre os de sua nação; trouxe sobre si, ao invés do favor dos homens, o ódio do homem, a inimizade do homem, a perseguição do homem até a morte. A que se deveu o fato de Paulo poder fazer frente a tudo isso? Se deveu a sua fé. Ele cria que Jesus, a quem conheceu no caminho de Damasco, poderia dar-lhe cem vezes mais do que o que abandonara, e no mundo vindouro a vida eterna. Pela fé calculou o custo, e viu claramente até que lado se inclinava a balança. Cria firmemente que o tomar a cruz de Cristo sobre si era ganho. Notemos bem todas estas coisas. A fé que fez Noé, Moisés e Paulo fazerem as coisas que fizeram, é o segredo que nos levará a conclusões corretas com respeito a nossa alma. A mesma fé tem de ser nossa ajudadora e nosso livro de contas quando nos sentamos para calcular o custo do verdadeiro cristianismo. Esta fé, se a pedimos a receberemos. “Ele dá maior graça” (Tiago 4:6). Armados com esta fé apreciaremos as coisas no seu justo valor. Cheios desta fé, nunca aumentaremos a cruz nem diminuiremos a coroa. Nossas conclusões serão todas corretas; nossa soma total não registrará erros. Conclusão Em conclusão desejo que consideres seriamente se tua profissão de fé religiosa te custa atualmente algo. Mui possivelmente não te custa nada. Com toda probabilidade tua religião não te custa dificuldades, nem tempo, nem pensamentos, nem cuidados, nem dores, nem leitura alguma, nem oração, nem abnegação, nem conflito, nem trabalho, nem labor de nenhuma classe. Bem, pois não te escuses do que vou te dizer: esta profissão de fé nunca poderá salvar tua alma; nunca te dará paz enquanto estás vivo, nem esperanças na hora da morte. lima religião que não custa nada, não vale nada. Desperta! Desperta! Desperta e crê! Desperta e ora! Não descanses até que possas dar uma resposta satisfatória a minha pergunta: “Que te custa?” Pensa se é que necessitas de motivos que te estimulem mais e mais para o serviço do Senhor, pensa no muito que custou a salvação de tua alma. Considera que nada menos do que o Filho de Deus teve de abandonar o céu, fazer-se homem, sofrer a cruz, ser sepultado, para logo ressuscitar vitorioso sobre o pecado e a morte, e tudo para obter a redenção de tua alma. Pensa em tudo isso e te convencerás de que não é algo insignificante possuir uma alma mortal. Vale a pena tomar-se o incômodo de pensar sobre a esta alma tão preciosa. Ó, homem preguiçoso! Ó, mulher preguiçosa! Te conformarás com perder o céu por mero fato de que não queres te preocupar com as coisas espirituais? Tanto te repugna o exercício e o esforço como para permitir que tua alma naufrague para toda a eternidade? Sacode esta atitude covarde e indigna! Lavanta-te e porta-te varonilmente! Que não termine o dia sem que hajas dito a ti mesmo: “Por muito que seja o custo, eu tomo a determinação de esforçar-me para entrar pela porta apertada”. Olha a cruz de Cristo e receberás alento para seguir adiante, e valor para consegui-lo. Sê sincero e realista com tua própria situação espiritual; pensa na morte, no juízo, na eternidade. Poderá custar muito o ser cristão, porém podes estar seguro de que vale a pena. Se algum leitor realmente sente que tem calculado o custo, e tomado sobre si a cruz, eu o exorto a que persevere e continue em frente. Talvez freqüentemente sintas como se teu coração estivesse a ponto de desfalecer, e que o ímpeto da tentação ameaça naufragá-lo no desespero. Eu te digo: persevera, segue em frente. Não há dúvida de que teus inimigos são muitos, e os pecados que te rodeiam batem com ímpeto; talvez os teus amigos sejam poucos, e o caminho íngreme e estreito. Porém, mesmo assim, nestas circunstâncias, persevera e segue adiante. O tempo é muito curto. Uns poucos anos de vigilância e oração, uns vão e vêm sobre as ondas do mar deste mundo, umas poucas mortes a mais, umas mudanças a mais, uns poucos verões a mais, e já não haverá necessidade de muita luta. A presença e companhia de Cristo compensará os sofrimentos deste mundo. Quando nos vemos como somos vistos, e olhamos até a nossa jornada da nossa vida, nos surpreenderemos de nossa debilidade e desmaios de coração. Ficaremos surpresos de que demos tanta importância a nossa cruz, e pensamos tão pouco em nossa coroa. Ficaremos maravilhados de que calculando o custo, chegamos até a duvidar para onde se inclinava a balança. Animemo-nos! Não estamos longe do nosso lugar eterno! PODE CUSTAR MUITO SER UM VERDADEIRO CRISTÃO E UM CRENTE FIEL, PORÉM VALE A PENA!

O VALOR DO ENSINO

Desde o útero, sofremos interferência do meio e da família em que vivemos. Uma gestação desejada, na qual os pais e a parentela estão harmonizados para receber o novo ser com afeto e comprometimento, certamente gera filhos mais seguros e tranquilos. Um lar desajustado gera um desequilíbrio de humor na gestante, que será vivenciado pelo feto até mesmo quimicamente. Já pais ajustados, que se amam e se respeitam, irão formar filhos mais saudáveis física e emocionalmente. Contudo, é a partir dos primeiros dias de vida do bebê que as funções educadora e formativa da família começam a se tornar mais evidentes. Desde cedo a criança começa a discernir entre o sim e o não, o certo e o errado, a conhecer e dominar regras, valores e normas, bem como a sofrer as conseqüências ao quebrá-las. E nestes primeiros meses e anos é primeiramente a família (pais, filhos e irmãos), e depois a parentela (avós, tios, primos etc) que agirão na e sobre a criança, completando seus gestos, interpretando seus movimentos, direcionando suas ações e ensinado as regras de convivência na sociedade em que vivem. Quanto mais os anos passam, mais importantes e atuais se tornam as palavras de Salomão: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”, Pv 22.6. O ensino não só informa, mas forma o caráter e interfere na aquisição das propriedades psicológicas humanas, como inteligência, atenção, memória e linguagem, entre outras. Vale ressaltar que ensinar ou educar os filhos não é uma opção dos pais, mas uma obrigação, um dever da paternidade ou da maternidade. Há muitos avós e parentes que, pela impossibilidade dos pais, criam muito bem algumas crianças. Contudo, quando os pais estão presentes e ignoram os seus compromissos, ou tentam repassar para outros a responsabilidade de educar (para professores da Escola Dominical ou da escola regular, para avós, tios e empregadas), certamente serão pais que colherão desamor e vergonha. Não podemos esquecer que todos nascemos sob o pecado, e que mesmo a criança já tem uma tendência a errar. Ela testa os limites colocados pelos pais, ignora os nãos, busca os seus interesses e procura sempre fazer o que lhe dá prazer. Assim sendo, se ela não for educada, se só fizer o que quer e não for bem direcionada, acabará gerando tristeza para seus pais (Pv 28.17; 29.15). a) Ensinado pelo exemplo: A primeira forma de aprendizagem se dá através da imitação. O bebê, desce cedo, imita o sorriso, os movimentos, a fala e os atos dos que o cercam, antes até de poder interpretá-los. Isso significa que os primeiros sorrisos ou carinhos do bebê acontecem porque alguém sorriu para ele, e não porque ele quis ser simpático ou afetuoso. Só depois de alguns meses é que seus atos começam a ser intencionais. Observamos o outro e aprendemos pela imitação a usar uma gravata ou um xale mais sofisticado, ou imitamos a maneira de utilizar os pauzinhos num jantar chinês ou japonês, por exemplo. Por mais importante que seja o ensino formal, a leitura dos textos bíblicos ou a educação na igreja ou na escola, é o exemplo dos pais e dos irmãos que formarão os primeiros sistemas de ações. Assim sendo, pais que não comem legumes não podem ensinar seus filhos a serem vegetarianos. Pais que não dizem obrigado ou por favor, não terão filhos educados. Ou pais agressivos, que falam alto e asperamente, não formarão filhos mansos e calmos. Já os pais que são justos, formarão filhos justos e felizes (Pv 20.7). Se você quer que seus filhos falem a verdade, não minta, nem de “brincadeira”. Se sua intenção é a de que eles se firmem na igreja, não vá à Casa de Deus de má vontade e não fale mal do seu pastor. Se quer ter filhos carinhosos, dê carinho, colo e afeto. Lembre-se que as duas coisas mais importantes a deixar para os filhos são exemplo e exemplo. b) Ensinando por valores: A despeito das crianças terem espírito, e portanto nascerem com o caráter moral de Deus impresso nelas, os valores que evidenciarão e formarão o bom ou o mau caráter deverá ser ensinado pelos pais. É como se os filhos tivessem o mapa, a potencialidade, mas somos nós quem devemos dar as coordenadas – são os pais que podem dar as diretrizes para que os filhos sejam tudo o que Deus quer que sejam. Portanto, ensine, não importa a idade ou a maturidade dos seus filhos. Ensine regras básicas de educação à mesa (como saber comer de boca fechada ou usar os talheres) e de convívio social. Ensine normas sociais como respeitar os mais velhos, obedecer a autoridades, não usurpar bens dos outros, não maldizer ou fofocar. Abra a Bíblia e ensine leis divinas básicas como não mentir, não fornicar, amar o inimigo e honrar os pais (Pv 10.1).

LEMBRANDO DE NOSSAS PROMESSAS

Muitos de nós verbalizamos que queremos fazer a vontade de Deus, boa decisão, mas muitas vezes as nossas emoções nos levam a declararmos algo que talvez não tenhamos a condição de cumprir. Você lembra o que prometemos a Deus perante a Igreja quando nos batizamos? Talvez nem lembrássemos em que dia foi o nosso batismo, pois bem eu também não lembro na íntegra tive que consultar, a nossa declaração pública de fé foi que cremos no único Deus Verdadeiro que subsiste em três pessoas, Pai, Filho e Espirito Santo, que acreditamos que a Bíblia é a palavra de Deus, e que a Igreja foi instituída por Jesus. – Classificação, direitos e deveres dos Membros da Igreja – Art.14 – São deveres dos membros da Igreja, conforme o ensino e o espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo: a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; c) sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente; d) obedecer as autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras; e) participar dos trabalhos e reuniões da sua Igreja, inclusive assembleias). Sem mencionar quando nos casamos, quando batizados os nossos filhos, ou quando assumimos um ministério, quando saímos de um retiro espiritual (tente lembrar os vários temas abordados que caíram no mar do esquecimento), ou até mesmo quando cantamos “venho Senhor minha vida oferecer…” ou “…eu sou um com você no amor do nosso Pai…”. Deus tem nos dado a oportunidade que revermos nossos conceitos e valores, quer usar você e a mim para uma grande obra em Tabatinga, isso tem tudo a ver com conhecer a Deus e fazer sua vontade. Por mais difícil que seja, possamos lembrar em atitude diariamente dos nossos compromissos assumidos com Deus e nossos irmãos.

sábado, 27 de setembro de 2014

ACERTANDO MAIS ERRANDO MENOS

Você já fez um cálculo de quantas vezes errou na vida? A palavra “errar”tem um poder muito forte pelo seu significado na vida de cada um de nós. Principalmente quando não podemos errar. Imagine que alguém fale para você: “olha, você só tem uma chance e não pode errar, senão será reprovado”. Você se lembra quantas vezes já foi reprovado? Na escola, no vestibular, no exame para carteira de motorista. Ser reprovado não é fácil! A palavra errar significa: Enganar-se Errar nem sempre tem o significado de pecar, no sentido espiritual. Pecar é fazer aquilo que é contrario à vontade de Deus. Quando pecamos prejudicamos nossa vida espiritual, mas existem erros que cometemos que prejudicam toda nossa vida e que não foi um pecado, mas foi um engano nosso. Há um ditado que diz: “errar é humano, mas permanecer no erro é tolice” O rei Salomão foi considerado um dos homens mais inteligentes da bíblia e dos povos da sua época. Um dia Deus fala com ele e diz: “Pede o que quiseres Salomão” (I Rs 3.5-9). E diz a palavra que Salomão pediu sabedoria a Deus para governar o povo de Israel. Deus concedeu o pedido e ainda acrescentou muitas riquezas no reinado de Salomão. A nossa oração diante de Deus deve ser para que Ele nos dê sabedoria. . Para tomar nossas decisões diárias. . Diante da família . Diante da nossa vida financeira . Diante dos nossos relacionamentos EXISTEM DIVERSAS MANEIRAS PELAS QUAIS ERRAMOS DIARIAMENTE E NOS DAMOS MAL. 1- Erramos através de nossas palavras Tg 3.2 “Porque todos tropeçamos (erramos) em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal homem é perfeito e poderoso para refrear também todo o corpo” A pessoa que consegue dominar sua língua, suas palavras, é perfeita! É poderosa! Através de suas palavras você pode: Ficar rico ou perder tudo o que você tem Tornar homens em bandidos ou heróis Abençoar ou amaldiçoar Fazer do seu filho um vencedor ou um perdedor. Imagine o poder que tem a palavra de um presidente de uma nação! 2 – Erramos por causa de nossas ambições Quantos estão falidos hoje porque não souberam lidar com a questão do dinheiro! Quantas endividadas! Muitas gastam mais do que ganham! Muitos fazem dividas além daquilo que podem pagar e algumas até culpam o diabo. Dizem que estão falidas porque foi obra do inimigo. O máximo de dívida que podemos fazer é 30% daquilo que ganhamos. Porque temos outras despesas como, nossa casa, nossos filhos, nossa saúde. PV 22.7 diz que “aquele que toma emprestado se torna escravo do que empresta” É muito importante que evitemos pedir dinheiro emprestado para outras pessoas ou até mesmo ser fiador de alguém, pois na maioria das vezes podemos arranjar confusão com nossos amigos, nossos irmãos e estragar nossos relacionamentos. MAS EXISTEM ERROS QUE SÃO MUITO MAIS SÉRIOS, ALÉM DESTES, QUE COMETEMOS EM NOSSAS VIDAS. São as atitudes e decisões que envolvem as pessoas. E esses erros, na maioria das vezes, é impossível voltar atrás. Deixam marcas profundas. – Erros na escolha do nosso cônjuge e ter que viver o resto da vida com alguém que não se ama. – Em um gravidez indesejada. – Numa infidelidade no casamento. – Nas mentiras que contamos para nossos pais. Erros como esses podem ficar marcados em nossa vida para sempre. Talvez você esteja cheio de experiências amargas em sua vida. Marcas que ficaram por não saber tomar decisões, por um erro que cometeu no passado. Mas Jesus é aquele que transforma a vida do homem em uma nova criatura. Quando ele se encontrou com a mulher samaritana, ofereceu uma água que faria jorrar em sua vida para sempre e ela nunca mais teria sede, isto é, se sentiria vazia, em busca de algo para preencher seu interior. A mulher samaritana teve 05 maridos e o que ela estava agora não era seu marido. Ela errou 05 vezes no seu casamento! Sua alegria tinha acabado. Seu sonho de família estava destruído. Mas ela teve um encontro com o Senhor Jesus que não erra nunca! NÃO OLHE MAIS PARA OS ERROS DO PASSADO, NEM FIQUE LAMENTANDO! DEIXE JESUS TE AJUDAR A TOMAR AS DECISÕES DO DIA-A-DIA! COLOQUE DEUS EM SEUS PROJETOS PARA O PRESENTE E O FUTURO! Fazendo assim, com certeza você vai errar muito menos do que já tem errado e poderá ser um canal de bênçãos onde estiver!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SALVOS POR UM COPO DE LEITE

Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, estava com muita fome e só lhe restava uma pequena moeda no bolso. Decidiu, então, que ao invés de tentar vender, iria pedir comida na próxima casa; porém seus nervos o traíram quando uma encantadora jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida, pediu um copo com água. A mulher percebeu que ele estava com fome e lhe deu um grande copo com leite. Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou: – Quanto lhe devo? – Não me deve nada – respondeu ela. E, continuou: – Minha mãe sempre nos ensinou a ajudar as pessoas. – Pois lhe agradeço todo coração, a você e à sua mãe. O rapaz saiu daquela casa não só refeito fisicamente, mas também com sua fé renovada em Deus e na humanidade. Ele já havia resolvido abandonar os estudos devido às dificuldades financeiras que estava passando, mas aquele gesto de bondade o fortaleceu. Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente a enviaram à cidade grande, para se tratar. O médico de plantão naquele dia era o Dr. Howard Kelly, um dos especialistas do país, naquela área. Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos e de pronto foi ver a paciente. Reconheceu-a imediatamente e determinou-se a fazer o melhor para salvar sua vida, passando a dedicar-lhe atenção especial. Contudo, nada lhe disse sobre o primeiro encontro que tiveram no passado. Depois de uma terrível batalha, eles finalmente venceram aquela enfermidade. Ao receber alta, ela teve medo de ver a conta do hospital, porque imaginava que levaria o resto da sua vida para pagar por aquele tratamento tão caro e demorado. Quando, finalmente, abriu a fatura, seu coração se encheu de alegria com estas palavras: “Totalmente pago – há muitos anos – com um copo com leite – assinado: Dr.Howard Kelly.” Só então ela se lembrou de onde conhecia aquele médico. “Na vida nada acontece por acaso. O que você faz hoje, pode fazer a diferença em sua vida amanhã.”

O HOMEM E A ÁGUIA

O rei queria casar sua filha com um homem sábio. Então ele fez um concurso em que o candidato teria que dar uma grande demonstração de sabedoria. Porém, aos candidatos foi dito somente, que venceria o concurso, aquele que levasse à princesa um presente que refletisse um desejo do próprio candidato. Foi dito também que o escolhido teria o seu desejo realizado pelo próprio rei. Os fidalgos se prepararam, pois a bela princesa era muito cortejada. No dia da festa realizada para a ocasião, viu-se muitos presentes e entre eles alguns muito cobiçados. De todos, três chamaram mais atenção: O primeiro levou um potede ouro e disse que o seu desejo era ter 10 vezes o peso da princesa em ouro. O rei então perguntou o porquê daquele desejo. – Este é para que não falte riqueza para sua filha majestade. O segundo levou o mapa de suas terras e disse que seu desejo era ter todo o reino em suas mãos. E o rei perguntou-lhe o porque do desejo. – Quero ter todas as terras para dar muitos poderes a princesa O terceiro entrou com um lindo e grande jarro bordado com fios de ouro, porém só continha água. E todos riram. Ele disse que o seu desejo era ser igual a água. O rei não entendeu, mas, perguntou o motivo do desejo. E o jovem continuou. – Majestade, a água pode ser sólida, líquida, gasosa e se adapta a qualquer superfície. Tem o maior poder de flexibilidade. E assim terei a condição ideal para me adaptar a qualquer circunstância que a vida requerer, para atender aos desejos da princesa: No inverno, tomarei posse de todas as terras como o gelo do continente. Teremos então muito poder. Na primavera, serei líquido para garimpar nos córregos e rios as pepitas de ouro que guardam seus leitos. Teremos então muita riqueza. No verão, serei as nuvens que regarão as plantações, para alimentar os rebanhos e o nosso povo. Assim não faltará alimento no reino. Todos ficaram em silêncio quando o rei perguntou. – E no outono? – No outono promoverei festas ao meu povo, mostrando-lhes com minha presença constante, que faço parte de suas vidas. É como a água, presente em todos os lugares e corpos. Nesta forma, teremos o reinado de maior comunhão com o povo e por isso, o mais próspero. -Mas esse desejo eu não posso lhe conceder. -Isto não é preciso meu rei, basta me conceder o que puder e desejar, que eu deverei me adaptar.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

TUAS DESCULPAS JA ACABARAM?

Desde o momento em que Deus interrogou Adão e Eva sobre o primeiro pecado, os homens e mulheres têm apresentado desculpas pelo seu comportamento. Aqui estão algumas dessas desculpas que apresentam quando resmungam. "Não estou me queixando, apenas estou expondo os fatos". É ótimo que os cristãos olhem para sua situação de forma realística; todavia, eles não deveriam resmungar. Pelo contrário, estar conscientes dos fatos é estar ciente do quanto Deus é grande em Sua misericórdia para com eles. Se pensam mais sobre seus problemas do que sobre as misericórdias de Deus, então eles têm uma visão distorcida dos fatos. Estar ciente dos fatos não impede o cristão de servir a Deus como ele deve servi-Lo, mas o resmungar sim, isso impede. Sejamos realistas, encaremos os fatos, mas isso deveria tornar-nos gratos a Deus, não apenas pelo que Ele nos tem feito, mas também por aquilo que Ele tem feito para outras pessoas. Se nós as invejarmos, isso mostra que estamos pensando demais sobre nossos problemas e não suficientemente sobre a bondade de Deus. "Eu não estou reclamando: somente estou consciente do pecado". É fácil dizer isso, porém se a causa do pecado for tirada, o suposto senso de transgressão desaparece, e isso simplesmente mostra que não houve nenhuma convicção real de pecado. Cristãos que de fato estão preocupados sobre o pecado não desejarão acrescentar nada à sua culpa por resmungar; pelo contrário, eles se sentirão felizes submetendo-se à disciplina de Deus. "Sou infeliz porque sinto que Deus não está comigo". Mas só porque estamos sofrendo, não significa que Deus nos abandonou. Um pai não se vira contra o filho porque ele teve de discipliná-lo. Deus prometeu estar com Seu povo, especialmente em tempos de tribulações. "Quando passares pelas águas, estarei contigo; quando passares pelos rios, eles não te submergirão" (Isaías 43:2). Portanto Deus está junto na situação, porém pode ser que às vezes os cristãos não o sintam porque seu espírito de murmuração afastou deles o senso da presença de Deus. Se quiserem senti-10 perto, devem ficar quietos e obedientes e ter o zelo de ser o tipo de pessoa que Ele deseja que Seus filhos sejam. "Não é o sofrimento, e sim a atitude de outras pessoas que não consigo suportar". Até mesmo a atitude das outras pessoas está sob o controle de Deus; inclusive os perversos podem ser usados para Seus propósitos, embora os cristãos devessem lembrar de que os ímpios estão sob o julgamento de Deus, e deveriam ser motivo de suas orações. Não importa quão severo seja o tratamento recebido de outras pessoas, os cristãos deveriam sempre lembrar que Deus jamais deixa de ser bom para com Seus filhos. Eles deveriam louvá-Lo: não há desculpas para a murmuração. "Jamais esperava isso". Os cristãos devem esperar problemas nesta vida e precisam estar preparados para os momentos de dificuldades, para que quando vierem eles possam estar prontos para enfrentá-los. E quantas vezes eles são capazes de dizer: "Jamais esperava isso", quando Deus tem sido especialmente bom para com eles! "Meu problema é pior do que os dos outros". Como você sabe disso, meu amigo? Talvez sua murmuração o tenha levado a exagerar. Mas supondo que seja o caso, isso indica que Deus lhe deu uma oportunidade de glorificá-lO ainda maior do que a que deu aos outros. Quando os incrédulos virem como você enfrenta um grande problema, eles louvarão a Deus e talvez sejam auxiliados com problemas menores. "Meu problema não me deixa servir a Deus". Às vezes ocorre que os cristãos não conseguem servir a Deus como gostariam devido às circunstâncias que enfrentam. É bom querermos servir a Deus, e é natural ficarmos tristes quando não conseguimos isso. Mas isso não é desculpa para murmuração. Somos membros do corpo de Cristo. É melhor ser um membro inexpressivo do corpo de Cristo do que ser uma pessoa importante, a qual não é membro desse corpo. Todos os cristãos têm um chamado espiritual para cumprir, não importa quão insignificantes eles pensem que sejam. Deus Se alegra mais com os atos mais simples de um cristão humilde do que com todas as obras mais famosas da história. O que Ele exige não é fama ou realizações brilhantes, e sim fidelidade e paciência. Os que demonstram tais qualidades serão recompensados no céu. Quando cristãos humildes vêem isso, percebem que não têm razões para resmungar. "Não aguento minhas circunstâncias, porque elas sempre são instáveis". Se as nossas circunstâncias são incertas talvez a razão seja para nos ensinar a confiar em Deus em cada passo do caminho. De qualquer forma nosso estado espiritual é seguro, e nossa vida eterna assegurada. Enquanto isso, Cristo nos concede muitas bênçãos, "pois todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça" (João 1:16). "Eu era rico mas agora sou pobre". Isso não é desculpa para murmuração. Você não consegue ser grato pelo fato de ter sido rico e ter tido a oportunidade de se preparar para esse tempo de pobreza? Ou que você uma vez desfrutou de boa saúde e teve a oportunidade de se preparar para esse período de enfermidade? Ou que esteve em liberdade e teve a oportunidade de se preparar para esse tempo de perseguição? Um navegador experiente utiliza os dias de calmaria para preparar seu barco para enfrentar a tempestade. Deus não tem obrigação de dar coisa alguma aos cristãos, por isso deveriam ser gratos pelas bênçãos imerecidas que receberam, tanto no passado quanto no presente. Seria justo murmurar por causa de umas peque nas adversidades ocorridas numa jornada que doutra forma, teria sido satisfatória? Mas talvez o que realmente esta desculpa signifique seja: "Suportei terríveis dores para conquistar isso e não é justo que eu o perca". No entanto, antes que os cristãos se preocupem com qualquer coisa, deveriam certificar-se que têm a atitude correta para com ela. Eles devem estar dispostos a abrir mão daquilo que ambicionam se outra coisa que honre mais a Deus for o que realmente seja melhor para eles.

O MILHO DE PIPOCA

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: Pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recuro do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande tansformação acontece: BUM! – e ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá é o milho de pipoca que se recura a estorurar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode exixtir um coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terninado o estouro alegre da pipoca, no fundo da penela ficam os piruás que nõ servem para nada. Seu destino é o lixo…

O CULTIVADOR DE PEROLAS

Era uma manhã de segunda-feira: nada estava correndo direito. Agarrado no sedimento arenoso, onde o rio desembocava no oceano, o molusco abriu gentilmente a sua concha, a fim de sugar água do mar, exatamente como vinha fazendo durante toda a sua vida. Dessa vez, entretanto, a água que corria pelo seu sistema de filtragem deixou um incômodo grão de areia em seu corpo. Ele não o conseguia deslocar. Nada que ele fizesse seria capaz de eliminar aquela partícula de sílica posta em seu corpo. O grão de areia ficara encravado entre a carne mole da ostra e sua concha. O menor movimento era suficiente para acentuar a irritação: mais ou menos como uma pedrinha, dentro do sapato, cria uma dor crescente, à medida que se anda. Deus proveu a ostra de uma secreção especial cujo nome é nacre. Mais ou menos como uma aranha pode expelir material para armar a sua teia, a ostra pode secretar o nacre em redor do fator de irritação, a fim de abrandar o incômodo. O molusco, fazendo uso do instinto, formou um cisto protetor em redor da substância estranha e foi revestindo sistematicamente o grão de areia com sua secreção. Os meses arrastavam-se e se tornaram anos, mas a irritação não se ia. Embora agora o nacre tivesse formado uma proteção arredondada e lisa, e não cortasse mais a carne, formara-se uma excrescência interna, de tal volume, que o molusco sentia como se alguém estivesse pressionando um dedo em seu lado. Numa certa manhã, um cozinheiro cortou o músculo que mantinha juntas as duas metades de uma concha, e deixou a ostra escorregar para dentro de uma tigela. A cozinha explodiu com um grito de excitação: “Vejam só o que encontrei! É a maior pérola que já vi. Vale uma fortuna!” A maneira como aquela ostra havia trabalhado a causa de sua dor tornara-se fonte de prazer e alegria para outrem.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O PODER DA ESPERANÇA

Faz algum tempo que alguns amigos e eu participamos do programa, “Adote uma Escola”. Uma lição que aprendi desse envolvimento é a importância da esperança. Crianças que conheceram e experimentaram pobreza e opressão extremas podem ser bem-sucedidas se lhes derem esperança. Não falo de sentimentos como “espero que”, o que basicamente significa “faço votos que”, ou “boa sorte”. Falo da esperança verdadeira, conquistada ao ver exemplos reais de pessoas que venceram adversidades semelhantes, e também de receber metas práticas e estratégias que coloquem essas crianças no rumo de uma vida melhor. Sentimentos de desesperança não estão restritos apenas aos guetos ou comunidades desfavorecidas. Um pouco de esperança também seria útil no ambiente de trabalho. Recente pesquisa do Instituto Gallup revelou que apenas 30% dos trabalhadores sentem-se entusiasmados com seu emprego, achando-os significativos e recompensadores. Você pode imaginar isso? Hoje menos de um terço dos trabalhadores abordam suas responsabilidades profissionais com entusiasmo. O que aconteceria se os 70% restantes compreendessem sua vocação como trabalhadores e tivessem esperança: a real sensação de que podem escapar dos sentimentos de escravidão e frustração que dominam sua realidade cotidiana? Se pudessem ter esperança, creio que a maioria se tornaria mais envolvida e produtiva. Em lugar de ser excesso de bagagem para suas organizações, eles se desenvolveriam e se tornariam colaboradores importantes e valorizados. Como isso poderia acontecer? Não existe solução simples e instantânea. Por vezes os colaboradores são como o proverbial “pino quadrado” que tenta se encaixar num buraco redondo. A mescla exclusiva de habilidades e talentos que possuem não está coerente com as responsabilidades que lhes foram atribuídas e que devem desempenhar todos os dias. Eles podem se sentir mal utilizados ou impedidos de explorar oportunidades para seu crescimento profissional e pessoal. Sentem-se imobilizados, como se o trabalho fosse um beco sem saída, sem expectativas de crescimento. Existem vários tipos de testes de competência e de personalidade, bem como ferramentas para avaliação de motivação que as empresas podem usar para avaliar seus colaboradores e encontrar a melhor forma de maximizar sua contribuição. Em alguns casos, um trabalho que pareça um beco sem saída pode ser exatamente isso, significando que o colaborador deveria ser encorajado a buscar alternativas mais compensadoras material, mental e emocionalmente. Todos nós precisamos de esperança: a expectativa ou confiança de que coisas melhores nos esperam adiante e podem ser alcançadas. Provérbios 13.12 sabiamente observa: “A esperança que se retarda deixa o coração doente, mas o anseio satisfeito é árvore de vida”. Falta de esperança pode cobrar um preço físico alto, bem como em outras áreas. Em última instância, os seguidores de Jesus Cristo encontram sua esperança em Deus, confiantes em Suas promessas de cuidar de nós, prover para nós e nos guiar em cada aspecto de nossas vidas. Por exemplo: Deus nos dá esta certeza: “’Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29.11). Por que não teríamos esperança, quando sabemos que Deus tem um plano específico para nós e está trabalhando diligentemente para cumpri-lo? Tome um momento para tentar dar esperança para alguém em seu ambiente de trabalho hoje!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

OS BERIANOS

A Bíblia faz um belo elogio aos judeus de Beréia. Diz que eles foram mais nobres que os tessalonicenses. O que ocorreu foi que, quando Paulo e Silas chegaram à cidade pregando o evangelho, os bereanos não os rejeitaram de pronto, como haviam feito alguns judeus, em outros lugares. Entretanto também não os acolheram sem reservas. Eles se dispuseram a ouvir os apóstolos, sim, mas foram examinar as Escrituras para ver se o que eles diziam “batia” com os escritos sagrados. E estavam corretos em agir dessa maneira. Paulo e Silas haviam aparecido ali com uma novidade. Pregavam que o Messias prometido pelos profetas era Jesus, o Nazareno. Ensinavam que ele fora crucificado, morrera, mas ressuscitara três dias depois. Afirmavam também que tudo que ocorrera com Jesus era o cumprimento das profecias bíblicas. Com base nesse fato, proclamavam a salvação por meio de Cristo. Então os bereanos foram “conferir”, para se certificarem se realmente o que Paulo e Silas diziam era verdade. E constataram que era. Resultado: muitos deles creram no Senhor Jesus e foram salvos. Esses bereanos constituem um ótimo exemplo para nós hoje. Nesses últimos anos, a igreja de Cristo tem visto surgir em seu meio inúmeras “novidades”. Temos recebido diversos ensinamentos sobre novas idéias e práticas eclesiásticas. E qual tem sido nosso critério para avaliar tudo isso? Aí é que temos um problema. Analisando-se o que ocorre na igreja, percebemos que os critérios empregados para a avaliação de tais novidades, nem sempre são muito confiáveis. Se os submetermos a uma análise séria, veremos que não “passam no teste”. Refiro-me a critérios do mundo que nós, os evangélicos, viemos assimilando no decorrer dos anos e pelos quais temos feito avaliações do que se diz ou se faz na igreja. Eles parecem bíblicos. Possuem uma ligeira semelhança com os princípios de Deus, mas na verdade são falsos. Vejamos alguns desses critérios. 1. Aquilo que soa bonito. Existem algumas novidades, algumas idéias que, à primeira vista, apresentam um belo “sonido”. São vistosas e parecem corretas, mas na realidade expressam uma inverdade. Se as cotejarmos com a revelação bíblica, veremos que destoam bastante da Palavra de Deus. Certa vez ouvi alguém dizer: “O importante é ser feliz!” Será que é mesmo? Na realidade, isso não é um conceito bíblico; é um pensamento do mundo. E no entanto há muitos crentes hoje em dia que o repetem, como se fosse uma verdade cristã. Aliás, o que é pior, estão aplicando-o em sua vida. Alguns até usam esse argumento para justificar atos errados. Será que é certo um homem abandonar a esposa e os três filhos e ir morar com outra mulher, alegando que só esta o faz feliz? É certo uma mulher se separar do marido, homem fiel e temente a Deus, em busca do que chama de “minha felicidade”? É bem possível que essas duas pessoas tenham tomado tais atitudes baseadas na idéia de que “o mais importante é ser feliz”. Erraram. Nos dois casos, o certo seria esses crentes se manterem fiéis ao compromisso que assumiram com seus respectivos cônjuges diante de Deus. Quem tem aquele tipo de atitude ou o considera correto, está indo contra a vontade do Senhor. O que é “importante” em termos bíblicos? É que a vontade de Deus seja feita na Terra. E fazer a vontade de Deus é que nos torna felizes. Essa felicidade carnal que tanto buscamos, talvez até tomando decisões erradas, é pura ilusão. Outro tipo de frase a que precisamos estar atentos são as afirmações que se fazem com o nome de Deus. Algumas delas não possuem respaldo na Bíblia. Muita gente menciona Deus para dar força a idéias que elas próprias formulam. Um exemplo disso é aquela já bem conhecida. “Ah, Deus é pai! E um pai não manda o filho para o inferno!” Essa afirmação e outras semelhantes, embora pareçam muito “nobres”, contradizem a revelação bíblica. São invenções humanas. Todavia, como têm um sonido bonito e agradável, parecem certas. No entanto são totalmente antibíblicas. Nem tudo que parece agradável aos nossos ouvidos é perfeitamente correto. Existe muita idéia falsa por aí, vestida com uma “aparência” bonita. O crente só deve acolher no coração aquilo que se harmoniza com a Palavra de Deus. Por isso é necessário que tenhamos o cuidado de sempre nos voltarmos para a Bíblia, para conferir com ela tudo que ouvimos. 2. Aquilo que toca nossa emoção. Outro critério que empregamos para aceitar uma novidade é o da emoção. Se algo nos toca profundamente, proporcionando-nos sensações agradáveis, logo o consideramos espiritualmente correto. Entretanto o mero fato de algo nos dar uma sensação boa não significa que seja necessariamente certo ou biblicamente válido. Um bom exemplo disso era a prática dos judeus do tempo de Jesus que diziam aos pais que tudo que pudessem dar aos seus progenitores iriam consagrar a Deus. (Ver Marcos 7.11-13.) Ora, é muito bom consagrar algo a Deus. Dá-nos a sensação de estarmos agindo certo. Contudo, no caso que citamos, essa consagração era contrária aos desígnios do próprio Deus, pois feria um princípio divino: “Honra a teu pai e a tua mãe”. Jesus condenou tal prática, e repreendeu aqueles que a adotavam. 3. Aquilo que é difícil. Outra idéia errônea muito comum em nosso meio é achar que tudo que é difícil agrada a Deus. Volta e meia, escutamos alguém usar o critério da “dificuldade” para argumentar em favor de alguma idéia. Dizem, por exemplo: “Ah, dar uma esmola é muito fácil. O difícil é a gente ajudar o próximo a conquistar seu lugar ao sol.” A frase em si é correta. Dar esmola é mais fácil que dar uma ajuda trabalhosa. Contudo isso não significa que o “fácil” aí seja errado e somente o “difícil”, certo. Não é errado dar esmolas. Jesus mandou que déssemos esmolas. Acima de tudo, porém, ele ordenou que amássemos nosso próximo como a nós mesmos. Então a atitude correta, nessa questão – e em qualquer outra que se relacione com nosso próximo – é amar, seja dando uma esmola ou ajudando-o de uma forma mais “difícil”. É verdade que muitas das ordenanças bíblicas são realmente “difíceis” para a nossa carne. Contudo não é por isso que elas são válidas e sim porque vêm de Deus. Vemos então que, ao avaliar algum fato, temos de julgá-lo pelo que ele é, à luz das Escrituras, em vez de aceitá-lo ou rejeitá-lo simplesmente porque se trata de algo difícil ou fácil. 4. O que “dá certo”. Esse critério de avaliação acha-se muito em voga em nossos dias. Se algo dá certo, pensamos, então deve estar correto. Isso é muito perigoso. Existem muitas práticas que podem “dar certo” e não ser biblicamente válidas. Até o diabo pode deixar que algo dê certo para nos levar ao engano. Essa questão tem muito que ver com métodos. É a idéia de que “os fins justificam os meios”. Isso é contrário ao ensino bíblico. Muitos dos métodos empregados no mundo não condizem com a santidade divina. É verdade que eles aparentemente “dão certo”. Contudo não servem para o povo de Deus. E se os empregarmos certamente não teremos a bênção do Senhor. Vejamos um exemplo. Suponhamos que alguém use de mentiras e subterfúgios para levar multidões para os templos. Esse método pode até “dar certo”. E é verdade que queremos ver nossas igrejas cheias de ouvintes ansiosos para buscar o Senhor. Contudo o método usado não atende a um critério bíblico. Nesse caso, certamente haverá um desvio de propósitos, e não atingiremos o fim desejado – a salvação de almas. Como cristãos, nosso objetivo não pode ser o “sucesso a qualquer preço”. Portanto é muito necessário que sejamos extremamente cautelosos com essas questões. É preferível sofrermos perdas aparentes e transitórias a adotarmos práticas que ferem os princípios bíblicos. Também aí precisamos ser “bereanos”. 5. Aquilo que é ensinado ou praticado por alguém famoso ou bem-sucedido no mundo. Essa é outra enganosa forma de avaliação. Temos a tendência de achar que se uma pessoa famosa ou bem-sucedida na vida disse ou fez algo, aquilo deve ser válido. Basta um exame superficial desse critério para vermos que se trata de um engano. Todo homem é falho. Embora alguém possa ter fama e poder, isso não significa que tudo que ele (ou ela) diz ou faz é correto. Um exemplo interessante é o texto de João 7.45-49. Os principais sacerdotes enviaram alguns guardas para prenderem a Jesus. Contudo estes não conseguiram pôr as mãos nele. Quando voltaram aos sacerdotes, explicaram que nunca tinham ouvido ninguém falar como ele. E então os fariseus, querendo difamar Jesus, indagaram: “Creu nele alguém dentre as autoridades?” A resposta obviamente é “Não!” O argumento deles aí é que Jesus não poderia ser o Cristo pois as autoridades não creram nele. A verdade é que nem tudo que os ricos, famosos e poderosos deste mundo fazem pode servir de exemplo para nós. Podemos imitá-los somente naquilo em que eles estiverem agindo de acordo com a Palavra de Deus, não pelo que eles são, mas por sua fidelidade a ela. 6. Aquilo que tem sucesso. Muitas vezes avaliamos certos líderes pelo sucesso que obtêm, isto é, pelo número de seguidores que têm ou de livros que vendem. Entretanto nem sempre o fato de alguém contar com um grande número de adeptos significa que o que ele faz é certo. Estamos vendo, por exemplo, certos indivíduos de sucesso no mundo que levam uma vida caracterizada por muitos erros e pecados. Então o sucesso, por si só, não é um “selo” de validade. O mundo valoriza a “quantidade”, mas Deus vê o “coração”, isto é, a qualidade. Não quero dizer com isso que não exista valor na quantidade. Claro que há. O que estamos procurando mostrar é que o “número”, por si só, não é indício de que algo esteja correto e deva ter nossa aprovação. O que temos de fazer é, à luz do ensino da Bíblia, verificar o valor intrínseco de cada situação, o que há por dentro dela, no seu âmago. Só depois de fazer essa análise teremos condições de aceitá-la, se “passar no teste”. Caso contrário, precisaremos rejeitá-la. 7. O que é conservador. Em nosso meio, há pessoas que crêem que o crente tem de ser sempre conservador. Contudo esse critério também pode ser enganoso. É possível um indivíduo ter idéias e atitudes conservadoras e mesmo assim não amar a Deus. Não confundamos o conceito “conservador” com “bíblico”. Os dois termos não são sinônimos perfeitos. É fato que muitos dos princípios divinos possuem características conservadoras. Contudo a recíproca não é verdadeira. Existem alguns irmãos nossos, muito amados por sinal, que só querem louvar a Deus com os cânticos dos hinários denominacionais. Não vemos na Bíblia nenhum ensinamento que defenda essa exclusividade. É certo que os hinos do passado são válidos como forma de adoração a Deus. Contudo existem também muitos cânticos modernos que ressaltam a graça divina, o poder do Senhor Jesus, as maravilhas da vida consagrada a Deus. Tais hinos, acredito, constituem um perfeito instrumento de louvor, pois glorificam ao Senhor. É preciso que se reconheça, porém, que existem alguns desses corinhos que não parecem ter nada que ver com o evangelho de Cristo. A letra não exalta o Senhor, não focaliza uma verdade bíblica, não edifica em nada. Tais hinos podem agradar à carne, mas não merecem ser utilizados no louvor do Deus eterno. Entretanto, usando um critério bíblico de avaliação, veremos que muitos dos cânticos compostos em anos mais recentes possuem um conteúdo bíblico. Podemos perfeitamente usá-los na adoração a Deus. Parece estar claro, então, que a igreja hoje tem muitos motivos para imitar os bereanos. Essa prática seria bastante saudável para nós, pois nos ajudaria a evitar alguns tropeços. Não há dúvida de que precisamos ficar “de olho” na Bíblia, para conferirmos nela as “novidades” que nos aparecem. Aliás, com relação a isso, o apóstolo Paulo nos faz uma advertência muito séria. Ele disse que, nos últimos dias, algumas pessoas seriam enganadas por darem ouvidos a “ensinos de demônios” (1 Tm 4.1). E afirmou ainda que tais cristãos iriam se desviar da fé. Portanto é da maior importância que nos apeguemos com firmeza à Palavra de Deus, pois “bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova” (Rm. 14.22). Então, irmãos, sejamos os novos bereanos do século XXI. Isso pode acabar sendo para nós uma forma de segurança espiritual. Pode nos livrar de cometermos erros graves. Assim seremos como aqueles bereanos, não correndo o risco de rejeitar nosso Salvador!

AMOR

 O amor é um dos sentimentos mais puros e nobres que existem. Que você nunca perca, por mais tombos e tropeços que leve, a sua leveza de ama...