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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

VENCENDO A ANSIEDADE

Vencendo a ansiedade Título – Vencendo a Ansiedade Texto – 1 Pedro 5:7 INTRODUÇÃO 1. Se você sente: aperto no peito e garganta, falta de ar, palpitações no coração com formigamento pelo corpo, náuseas e tontura, febre seguida de ondas de ansiedade, preocupações obsessivas e pensamentos indesejáveis, falta de concentração no que acontece ao seu redor, provavelmente você está com fortes indícios de ansiedade. 2. A ansiedade pode ser definida como: “uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis”. Ela pode ser saudável quando nos alerta sobre o perigo iminente. Por exemplo, a ansiedade provocada pelo medo de cair no fogo. 3. Por outro lado, a ansiedade pode ser prejudicial quando provocada sem motivos. Por exemplo: a ansiedade por causa da velhice, a ansiedade por causa do futuro, etc. 4. Os cristãos precisam sabe lidar com a ansiedade, pois temos um Deus que cuida constantemente de nossas vidas. Precisamos colocar nossas preocupações sob os seus cuidados. Como o cuidado de Deus nos permite vencer a ansiedade? O apóstolo Pedro, no versículo 7, direcionou suas palavras para os jovens de sua época. Provavelmente ele sabia que na juventude o coração está sujeito a muitas ansiedades. Ele nos mostra características do cuidado de Deus que nos faz vencedores diante da ansiedade. Primeiramente, I. O cuidado de Deus é receptivo às nossas preocupações. 1. A recomendação do apóstolo Pedro é que as preocupações sejam entregues a Deus (v. 7 “lançando sobre ele...”). O Senhor tem todo poder. Não há porque continuarmos nos afligindo com aquilo que não podemos resolver. 2. A entrega de nossas preocupações implica num ato de fé no Deus que está pronto a nós socorrer. O apóstolo Paulo exortou: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (Filipenses, 4:6 NVI). As preocupações precisam ser vencidas por meio da oração. Quem ora a Deus deve ter a fé no seu cuidado. Uma segunda característica do cuidado de Deus que nos faz vencedores diante da ansiedade é: II. O cuidado de Deus atenta para toda ansiedade. 1. A preocupação precisa ser plenamente depositada nas mãos de Deus (v. 7 “... toda a vossa ansiedade”). Devemos entregar a Deus todas as nossas preocupações. Não entregar a metade, ou dividir o seu cuidado com o nosso. É preciso que a nossa entrega seja plena. 2. A ansiedade é devidamente remediada pelo Senhor, pois ele conhece realmente as nossas dificuldades. Jesus nos ensinou que o Pai sabe do que precisamos antes de lhe pedirmos (Mateus, 6:8). Por isso, confiamos que é ele quem administra as circunstâncias de nossas vidas. A terceira característica do cuidado de Deus que nos faz vencedores diante da ansiedade é: III. O cuidado de Deus estar continuamente sobre as ansiedades dos seus filhos. 1. A razão que o apóstolo Pedro nos dar para confiar as nossas ansiedades a Deus é o seu cuidado sobre a vida (v. 7 “... porque ele tem cuidado de vós”). Deus não falha no seu cuidado sobre nós. Os seus olhos estão enxergando as nossas preocupações a todo o momento. Por isso, não temos o que temer. 2. A vida dos filhos de Deus estar sob a responsabilidade divina. É Deus quem determinou todos os dias de nossas vidas. Ele escreveu com cuidado tudo o que irá suceder conosco. Por isso o salmista disse: “... todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir” (Salmo, 139:16 NVI). CONCLUSÃO Temos um Deus que zela por nós. A ansiedade pode ser uma demonstração de falta de fé em Deus. É preciso que confiemos no Senhor que cuida de nossas vidas em todo momento. Portanto, entreguemos nossas ansiedades nas mãos do Senhor, pois é ele quem cuida de nós. Enviar por e-mail BlogThis!

A JUSTIÇA E A MISERICORDIA DE DEUS

Texto – João 8:1-11 INTRODUÇÃO 1. O texto de João 8.1-11 é uma demonstração da misericórdia de Deus. Diante do ato de adultério que aquela mulher havia cometido, a lei era clara em relação à atitude a ser tomada (Levíticos, 20:10). Ela deveria morrer diante de todos. 2. A justiça pode significar a “qualidade do que está em conformidade com o que está direito” (Houaiss, 2007). Em relação a Deus a justiça é a conformidade com o seu caráter moral. Tudo o que se desvia desse caráter é injusto. 3. A lei revelada por Deus no Antigo Testamento é a revelação da justiça de Deus. Com o objetivo de regulamentar a vida do seu povo em sua vontade o Senhor estipulou o padrão de justiça. a. Os fariseus da época de Jesus se achavam doutores da lei. Tinham a lei como o padrão para o julgamento dos fatos a sua volta. Eles utilizavam a lei para provar a Jesus (João, 8:5,6). b. Eles não possuíam misericórdia diante dos pecadores. A justiça que exerciam não os tornaria filhos de Deus, pois a misericórdia deveria vir junto com a justiça. Jesus era justo e misericordioso. 4. A misericórdia é o atributo de Deus pelo qual ele providência o meio para que haja um escape para o pecado. Em Cristo Deus provou a sua misericórdia, pois providenciou o perdão de nossos pecados. a. A misericórdia de Deus foi clamada pelos aflitos desse mundo (Mateus, 9:27). b. O Senhor espera que os homens conheçam de sua misericórdia (Mateus, 9:13). Como devemos nos exercitar na justiça e na misericórdia? Com base na experiência de Jesus com aquela mulher adultera, podemos extrair atitudes que precisam ser tomadas em relação à justiça e a misericórdia. Em primeiro lugar, I. Precisamos estar vigilantes na aplicação da misericórdia ao invés da justiça. 1. Os fariseus estavam prontos a perceber o erro no cumprimento da lei (João, 8:13). Os seus corações queriam ver a aplicação da lei. Todavia, Jesus estava pronto a exercer misericórdia. Ele não discutiu sobre o que ordenava a lei, mas aplicou o perdão como demonstração de compaixão. 2. Os filhos de Deus devem ser misericordiosos. São muitos os que precisam de nossa compaixão. Um filho que quebra as nossas regras, um cônjuge que desliza em seus compromissos. Uma segunda atitude que precisamos tomar em relação à justiça e a misericórdia é: II. Precisamos estar pronto a socorrermos uns aos outros em suas misérias. 1. Os doutores da lei estavam cegos na hipocrisia. Escondiam o seu pecado, para poderem assim se exaltar entre os seus pares. Por isso, Jesus confrontou o pecado deles: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra nela” (João, 8:7). Se fossem filhos de Deus deveriam socorrer aqueles que são pecadores e não condená-los. 2. Os nossos irmãos são pecadores assim como nós. Por isso, precisamos nos ajudar mutuamente em nossas fraquezas. Precisamos substituir o dedo de acusação pela mão de socorro. Uma terceira atitude que precisamos tomar em relação à justiça e a misericórdia é: III. Precisamos usar de misericórdia sem tolerar o pecado. 1. Depois de ter salvado a mulher dos seus acusadores Jesus ordenou: “... Agora vá e abandone sua vida de pecado” (João, 8:11). O pecado perdoado é uma chance de Deus para nos arrepender dos erros cometidos. A compaixão de Jesus permitiu aquela mulher mudar de vida. 2. A misericórdia não pode ser um meio para a perpetuação do pecado. Aqueles que recebem a compaixão precisam ser exortados a largar os seus pecados. CONCLUSÃO Deus nos encha de compaixão para com o nosso próximo. Precisamos nos socorrer mutuamente em nossos pecados. Portanto, não façamos da justiça o nosso padrão de comportamento, pois precisamos de misericórdia um dos outros. Enviar por e-mail BlogThis!

OS GOSTOS NÃO SÃO IGUAIS

Cada pessoa tem o seu próprio gosto. Há diferenças desde o paladar até as relações sociais. Aquilo que é agradável para alguns não satisfaz a outros. Isto acontece tanto no sentido físico como no sentido sentimental e às vezes, até no sentido espiritual. Nenhum pregador agrada igualmente a todos os ouvintes. Há ouvintes que gostam de pregadores eloqüentes, de uma oratória invejável, não se preocupando com o conteúdo da mensagem. Há outros que preferem ouvir pregadores calmos, tranqüilos, mas que transmitem mensagens cheias da palavra de Deus, inspirados e ungidos pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo foi informado, pelos da família de Cloe, de que havia contendas entre os irmãos da Igreja de Corinto, porque uns gostavam mais das pregações de Paulo, outros das de Apolo e ainda outras das de Cefas (Pedro). Paulo fez-lhes um veemente apelo: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” – 1 Co 1: 1 0-11 . Corinto era, naquela época, uma cidade cosmopolita. Era habitada por pessoas de raças e costumes diferentes. Habitavam em Corinto especialmente romanos, judeus e gregos. A igreja de Corinto era formada por pessoas dessas três nacionalidades uns diziam: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, d~ Cristo” – 1 Co 1: 12. Uns gostavam mais de Paulo, o fundador da igreja, porque as suas mensagens eram baseadas nos ensinos das Escrituras Sagradas, inspiradas e ungidas pelo Espírito Santo sem nenhuma preocupação com a sabedoria humana. (Ele mesmo disse em 1Co 2:1-5 – leia). Outros gostavam mais de ouvir Apoio. Apoio empolgava e atraia a atenção de muitos pela sua fluente oratória, recheada de ensinos filosóficos, baseados na lógica e na razão. Especialmente os gregos gostavam de ouvi-Ia. Cefas, isto é, Pedra, continuava preso aos ensinos e doutrinas do judaísmo e por isso os judeus gostavam mais de ouvi-lo. É muito difícil identificar os do partido de Cristo. À primeira vista parece ser o melhor partido. Contudo, parece que o que eles queriam dizer é que eles não estavam sujeitos ou subordinados a nenhuma autoridade humana. Não estavam subordinados nem a Paulo, nem a Apolo e nem a Cefas. Eles eram inteiramente livres. Só tinham que prestar contas dos seus atos e da sua fé a Cristo. Nos nossos dias também existem grupos agindo da mesma maneira. Dizem que não necessitam de igrejas e muito menos de pastores. Só têm satisfação a dar a Cristo. O pior é que andam de casa em casa orando em nome de Cristo e falando contra a igreja, instituída por Cristo, e contra pastores, ungidos pelo Espírito Santo para pastorearem rebanho do Senhor da Igreja. A Bíblia afirma que estamos sujeitos às autoridades superiores e devemos obedecer-lhes. “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam pelas vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas” – Hb 13:17. Os gostos não são iguais. Contudo, irmãos e irmãs, evitemos partidarismo, contendas e divisões. Sejamos unidos, mesmo que os nossos gostos sejam diferentes, e Deus, sem dúvida, nos abençoará e nos fortalecerá muito mais.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

AS MARCAS DE CRISTO OU MARCAS DO MUNDO

(Gálatas 6:17) - Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. Paulo deixa-nos em suas palavras uma grande lição, ele se orgulha das marcas que carrega sobre si, marcas adquiridas com o passar do tempo, depois de tanto sofrer por amor a Cristo. Marcas que o identificam como um servo fiel, mas não feitas por ele mesmo, nem com o seu consentimento, eram marcas não só na carne, mas que estavam impregnadas em sua alma. E você? Que marcas você carrega sobre o teu corpo? Elas te identificam como um verdadeiro cristão? Como um verdadeiro adorador? Seriam marcas adquiridas verdadeiramente por amor a Cristo, através do sofrimento, das aflições e de uma vida espiritual com Ele? (II Corintios 6:4) - Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, As marcas de Cristo são espirituais, e, nos deixam a cada dia, parecidos com ele. Um exemplo disso é Pedro, que mesmo tentando se esconder, todos o reconheceram. (Mateus 26:69-73) - Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. As marcas do mundo são apenas naturais, auto-mutilações ou auto-marcações no corpo que de maneira nenhuma nos deixam parecidos com Jesus, muito pelo contrário nos deixa muito diferentes dEle. -Os profetas de Baal se auto-mutilaram em louvor a seu deus. (I Reis 18:28) - E eles clamavam em altas vozes, e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si. -Jezabel, pintou-se. (II Reis 9:30-35) - Depois Jeú veio a Jizreel, o que ouvindo Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janela. E, entrando Jeú pelas portas, disse ela: Teve paz Zinri, que matou a seu SENHOR? E levantou ele o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? quem? E dois ou três eunucos olharam para ele. Então disse ele: Lançai-a daí abaixo. E lançaram-na abaixo; e foram salpicados com o seu sangue a parede e os cavalos, e Jeú a atropelou. Entrando ele e havendo comido e bebido, disse: Olhai por aquela maldita, e sepultai-a, porque é filha de rei. E foram para a sepultar; porém não acharam dela senão somente a caveira, os pés e as palmas das mãos. O Apóstolo Paulo nos adverte a sermos seus imitadores e de Cristo. (I Corintios 11:1) - Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. (Efésios 5:1) - SEDE, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; Devemos imitá-lo, mas em espírito, pois, Ele é espírito. (João 4:23-24) - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. Alguns tentam mostrar na carne, que são adoradores, porém, o mais importante em nós, para Deus, é o nosso coração. (Marcos 7:6) - E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; (Joel 2:13) - E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal. Vemos um exemplo disso nos presídios em todo o Brasil e no mundo, onde muitos presidiários tatuam o nome de Jesus nos braços em outras partes do corpo, tentando expressar um sentimento cristão, porém suas intenções e condutas permanecem as mesmas de antes. Quantas vezes abrimos o jornal na página policial e nos deparamos com imagens de jovens assassinados e que em seus corpos apresentam tatuagens de crucifixos ou frases religiosas, também querendo expressar alguma religiosidade, mas na manchete do jornal lemos que a causa da morte geralmente é provocada por drogas ou envolvimento no crime. (Mateus 3:7-8) - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; Nosso corpo é para a glória de Deus. (I Corintios 6:15-20) - Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. A inclinação da carne é para morte, mas a inclinação do Espírito é para vida. (Romanos 8:6) - Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. A inclinação da carne é inimizade contra Deus. (Romanos 8:7) - Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Pois o Espírito é quem dá a vida. (João 6:63) - O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. As pessoas certamente nos julgarão e nos condenarão pela carne, pelo que está na nossa carne ou pelo que fizermos no nosso corpo, porém jamais nos condenarão se andarmos em Espírito. (Romanos 8:1) - PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Portanto se parecemos verdadeiramente com Cristo, se trazemos as suas marcas espirituais em nós, se temos a nosso caráter transformado à imagem e semelhança de Cristo, não precisamos marcar o nosso corpo para sermos reconhecidos, nem pelos homens, nem por Deus, como fazem os que não conhecem Jesus. (Efésios 4:17-20) - E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, (Colossenses 3:1-3) - PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Nós cristãos não precisamos mais nos marcar para sermos reconhecidos, pois já temos muitos itens que nos identificam, a saber: -As marcas de Cristo--(Gálatas 6:17) - Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. -A aparência de Cristo--(Colossenses 3:10) - E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; -O cheiro de Cristo--(II Corintios 2:14) - E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. (II Corintios 2:15) - Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Agradamos a Deus servindo em espírito e não na carne. (Filipenses 3:3) - Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A AGUIA E AS GALINHAS

A ÁGUIA E AS GALINHAS Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato, disse o camponês, é uma águia, mas eu a criei como galinha. Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das grandes asas. - Não, retrucou o naturalista, ela é e será sempre uma águia, pois tem um coração de águia e este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não, insistiu o camponês, ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - Já que você de fato é uma águia, abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma galinha! - Não, tornou a insistir o naturalista, ela é uma águia e uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa e sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe disse…! - Não, respondeu firmemente o naturalista, ela é águia e possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã eu a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo, pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre si mesma, e começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento. - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

COMO SE TORNAR UM CRISTÃO

DEUS AMA VOCÊ PRIMEIRA LEI DEUS TE AMA, E TEM UM PLANO MARAVILHOSO PARA A SUA VIDA. O AMOR DE DEUS - "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que nele cré não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16) O PLANO DE DEUS. Cristo afirma: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância", ou seja, uma vida plena e com propósito (João 10.10). Por que é que a maioria das pessoas não conhece essa "vida em abundância"? SEGUNDA LEI O HOMEM É PECADOR E ESTÁ SEPARADO DE DEUS; POR ISSO NÃO PODE CONHECER NEM EXPERIMENTAR O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A SUA VIDA. O HOMEM É PECADOR - "Pois todos pecaram e separados estão da glória de Deus" (Romanos 3.23). O homem foi criado para ter um relacionamento perfeito com Deus, mas por causa da sua desobediência e rebelião, escolheu seguir o seu próprio caminho, e o relacionamento com Deus desfez-se. O pecado é um estado de indiferença do homem para com Deus. O HOMEM ESTÁ SEPARADO - "Porque o salário do pecado é a morte", significa separação espiritual de Deus (Romanos 6.23). Deus_Santo Deus é santo e o homem é pecador. Um grande abismo separa-os. Mas o homem sente que lhe falta algo, tem um vazio e está continuamente a procurar alcançar Deus e a vida abundante, através dos seus próprios esforços: vida reta, boa moral, filosofia, etc. A Terceira Lei oferece-nos a única resposta para o problema da separação... TERCEIRA LEI JESUS CRISTO É A ÚNICA SALVAÇÃO DE DEUS PARA O PECADO DO HOMEM. POR MEIO DELE VOCÊ PODE CONHECER O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A SUA VIDA. ELE MORREU EM NOSSO LUGAR - "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8). ELE RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS - "Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras." (I Coríntios 15.3,4). ELE É O ÚNICO CAMINHO - Respondeu-lhe Jesus: "Eu sou o caminho e a verdade, e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Jesus_o_caminho Deus ligou o abismo que nos separa dele, ao enviar o seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar. Não é suficiente conhecer estas três leis... QUARTA LEI PRECISAMOS RECEBER JESUS CRISTO COMO SALVADOR E SENHOR, POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL. SÓ ENTÃO PODEREMOS CONHECER E EXPERIMENTAR O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A NOSSA VIDA. PRECISAMOS RECEBER CRISTO - "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber; aos que creem no seu nome" (João 1.12). RECEBEMOS CRISTO PELA FÉ - "Porque pela graça sois salvos; mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2.8-9). RECEBEMOS CRISTO POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL - Cristo afirma: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa" (Apocalipse 3.20). Receber Cristo implica num desejo de mudança de vida, uma nova atitude para com Deus, é deixar de confiar em nossos próprios esforços para crer que Cristo, ao entrar em nossas vidas faz de nos aquilo que Ele quer que sejamos. Estes dois círculos representam dois tipos de vida: Jesus_no_controle Qual dos dois círculos representa a sua vida? Qual deles desejaria que representasse sua vida? Eu gostaria de explicar-lhe como pode receber Cristo. VOCÊ PODE RECEBER A CRISTO AGORA MESMO EM ORAÇÃO. Orar é falar com Deus. Deus conhece o seu coração e está mais interessado na atitude do seu coração do que nas suas palavras. A oração seguinte serve como exemplo: "Senhor Jesus, eu preciso de ti. Abro a porta da minha vida e recebo-te como meu Salvador e Senhor. Toma conta da minha vida. Agradeço-te porque perdoas os meus pecados e me aceita como sou. Desejo estar dentro do teu propósito para minha vida". Esta oração expressa o desejo do seu coração? Se assim for, faça-a agora mesmo e Cristo entrará em sua vida, como prometeu. Você fez esta oração agora?

O VERDADEIRO BUSCADOR

1ª ORAÇÃO Pai gracioso, olha gentilmente para nós. Nosso coração está no deserto, ansiando por água. Desejamos estar Contigo em espírito: que o que Te oferecermos seja verdadeira e real adoração, que cada palavra que proferimos nos leve para mais perto de Ti! Ó Deus, enche nossa aljava, dobra nosso arco e guia a seta para Ti mesmo! Abençoa a todos os que estão aqui reunidos de modo a sentirmos Tua presença. Ó Senhor, tem misericórdia de nós e sê conosco, pelo amor de Jesus Cristo. Amém. 2ª ORAÇÃO Nosso Pai, nós Te bendizemos por podermos usar esse título, e nós podemos! Nós somos todos Teus filhos! Cristo nos levou a Tua família. Temos lugar em Teu amor?Podemos saber com certeza que somos filhos de Deus? Ó Senhor, oramos a Ti: dá-nos confiança em Ti ainda que Tu nos mates. Ó Deus, somos indignos, mas Te agradecemos porque, por meio da dignidade de Cristo, Tu nos deste o espírito de adoção. Oh! Senhor, abençoa todos os que estão aqui, e que sejam um os que Te bendizem. Abençoa toda Tua igreja, a igreja apostólica! Livra-nos de todo o mal. Encha Tua igreja com zelo, para que ela levante a cabeça e fixe os olhos na cruz! Pai, lembra-Te de Genebra! Na Tua compaixão e piedade, lembra-Te dela! Que Teus filhos salvem almas! Envia Tua palavra como um raio de Sol para nos socorrer. Ó Senhor, permita que as pessoas Te conheçam, e então toda a Terra Te louvará! E agora, se há corações desfalecidos entre nós, que Tua compaixão venha sobre eles. Auxilia os fortes, preserva os fracos. Faz-nos ver sem véu Tua face. Mais uma vez, chama aqueles que não Te conhecem e permanecem distantes de Ti, confiando na própria justiça, caindo nas armadilhas de Satanás. Oh! Eu suplico a Ti! Este mundo está cheio de perigos; mesmo nesta audiência pode haver alguns que estão correndo para a perdição. Oh! Braço forte do Senhor, livra-os, pois Teu nome é amor! Que eles sejam levados, alegremente cativos, com os seguidores de Cristo. Oh! Divino amor, habita em nosso coração e acaba com nossa teimosia. Enche-nos com o Espírito Santo e com os atributos morais de Tua excelência! Leva-nos para Ti, ó Deus, a quem, com o Filho e com o Espírito Santo, seja para sempre a glória. Amém. SERMÃO “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.” (Mateus 28:5) O mesmo anjo que trouxe o terror trouxe também o conforto. Os soldados que guardavam a sepultura eram fortes e corajosos, bem instruídos para a guerra, mas, ainda assim, tremeram de medo. As mulheres estavam naturalmente receosas, mas ainda assim sabiam como se regozijar. Agora, meus irmãos, se a consciência de vocês está pesada, vocês não poderão ter conforto até que tenham visto o sangue de Cristo que foi derramado por vocês – e que o homem tremam perante a angústia como de fato tremerá na presença eterna de Deus. Mas os homens bons não vacilarão, mesmo em face das hostes do inferno, mesmo diante do príncipe das trevas. Oh! Que coisa excelente é o fato de nossa alma ser purificada por meio da graça de Deus! Que todos os homens creiam e confiem: o reto sempre estará certo. Se o pilar mais antigo da Terra balançar e todo o céu rachar, os retos não tremerão mais do que as rochas quando as ondas se chocam contra elas. Se a Terra não lhes oferecer nenhum refúgio, o céu se abrirá para recebê-los. Filhos de Deus, nunca temam, mas alegrem-se! Quanto àqueles que ficarão longe de Deus, eles temerão para sempre. Os dias brilhantes deles nada são além de vulcões. Quando dizem: “Minha montanha está firme”, logo ela começa a tremer. Seus melhores dias são repletos de angústia, e, como no dia do julgamento, quando as pessoas clamarão às rochas: “Caiam sobre nós” e às montanhas: “Cubram-nos”, o que eles farão? O que fará, você que está sem abrigo e sem refúgio? Tome isto como primeiro ponto: as mulheres não temeram. Mas, agora, devo avançar para aquilo de que quero tratar nessa noite. Os anjos disseram: “Não temais, pois vós viestes às coisas santas.” Tentarei dar as principais características daquele que busca de verdade. A primeira das características é esta: “Busque-o agora.” Maria Madalena e a outra Maria levantaram-se quando ainda estava escuro. Eu as imagino assim: uma tímida luz começou a nascer, e Maria disse: “Não é esta a luz pálida da manhã?” “Não”, replicou sua companheira, “isto é apenas a luz de algum viajante.” Mas, por fim, o Sol se levantou, e aquelas frágeis mulheres, que não estavam com medo, saíram no raiar do dia à sepultura. Isto é uma característica daquele que busca de verdade: quando ele diz: “Eu quero Cristo hoje!” Jovens pensam em Cristo quando são aprendizes, mas não têm tempo para buscá-Lo. Eles dizem: “Nós buscaremos, quando formos mestres nesse assunto”. Contudo, quando esse tempo chega, eles não têm tempo livre, mas prosseguem dizendo: “Eu O buscarei”, sem jamais tentarem fazer isso. O tempo esperado não chega, eles continuam seguindo a vida e, então, morrem! Você não busca se fala desta maneira. O que busca de verdade clama: “Hoje! Hoje! Hoje! Eu quero Cristo! Eu anseio por Ele! Hoje!” A procrastinação é a rede do diabo que enreda as almas e as faz afundar na perdição. Onde está o amanhã? Ele é como aquela ilha flutuante do lago Lomond: falada, mas nunca vista; é como as cores do arco-íris, indo embora tão rapidamente quanto apareceram. Agarre os momentos! O hoje é seu, o amanhã é de Deus! Oh! Meus queridos ouvintes, a menos que busquem a Cristo hoje, vocês não são, de forma alguma, alguém que busque. Outro marca é esta: aquele que busca de fato busca com seriedade. Ele tem apenas um pensamento. Você já notou na história de Maria que ela perguntou por Cristo para o jardineiro, mas sem nomeá-Lo (Jo 20.15)? É sinal de que ela O estava buscando? Ela pensava somente em uma pessoa. Sua alma estava inteiramente possuída por aquela ideia. Note suas palavras: “Eu o levarei.” Mas Maria, tu não tens força! Ah! Mas ela pensou que poderia; o amor dá força, e não se deve duvidar que ela conseguiria. Esse pequeno incidente prova a seriedade dela, e que não buscamos de maneira alguma a menos que o façamos de todo o coração. A coisa mais abominável é a religião sem coração. Oh! Centenas de homens vão às capelas sem que sua alma tenha jamais ido a Deus, sem terem tido qualquer relação com o Altíssimo. Oh! Acreditem em mim, meus queridos ouvintes: tal religião é um vestido delicado para ir ao inferno, mas não serve para sentar-se à mesa da Ceia do Senhor; é um brilhante cortejo levando ao funeral da eternidade! Não há salvação de almas sem intenção, não há como encontrá-Lo sem buscar! Outrossim, quem busca de fato busca a Jesus e somente a Ele. Maria procurou um, e apenas um. O sol da manhã iluminou gloriosamente as montanhas ao redor de Jerusalém, as flores lançavam seu perfume no ar – foi em vão: o único pensamento dela era Cristo, seu Senhor, seu Mestre. Mas se você procurar duas coisas ao mesmo tempo esteja certo de que não encontrará nenhuma. Não acredite que seja possível andar por duas ruas ao mesmo tempo. Somente bêbados pensam que podem caminhar ao mesmo tempo nos dois lados da rua. Muitos cristãos só são cristãos o suficiente para chegarem às portas do Céu, mas não podem ir mais longe que isso! O verdadeiro Marco Antônio levou dois leões juntos às ruas de Roma, mas o leão do mundo e o Leão de Judá jamais serão postos lado a lado. Nosso Deus é ciumento; Cristo é um salvador ciumento – ele não suportará um intruso – e nós temos de buscar somente a Ele. Mais uma observação. Quem busca de verdade talvez seja muito ignorante. Pobre Maria! Ela sabia muito pouco; ela procurou a imortalidade no túmulo, a divindade num sepulcro humano. “O Mestre não te disse, Maria: Eu levantarei em três dias?” Ah! Mas ela havia se esquecido disso; no entanto, ela ainda dispunha de uma bênção, pois ela procurou verdadeiramente. Que consolo para o coração fraco, para as pessoas sem cultura, saber que Deus lhes dará bênçãos também, pois elas O buscam de verdade. Quando um discípulo deseja ser aceito no seio da igreja, ele deve responder a várias questões, e é esperado que ele consiga respondê-las tão bem quanto Calvino o fez, considerando que essas coisas são, na maior parte das vezes, aprendidas quando mais maduros. Procurando nas Escrituras, encontramos que o amor é a única doutrina cristã. Oh! Não mate os cordeiros, ou onde você encontrará as ovelhas? Oh! Não mate as criancinhas, ou então como você esperará encontrar os gigantes? Uma coisa boa e preciosa para o cristão é estar apto a entender, mas não é requerido que seja um teólogo ou um doutor em divindade. Deixe o amor habitar em seu coração, e que a imagem de Cristo seja impressa em sua alma. Se você crer, terá o suficiente para fazê-lo passar pelas portas de pérola para o Reino da Felicidade. Meus caros irmãos, deixem-me perguntar: vocês são pessoas que buscam de verdade? Se alguns responderem: “Eu era, mas agora já encontrei”, então, se regozijem comigo, pois é precioso buscar com Maria, mais é mais precioso ainda descansar no seio de Cristo. Eu ouço outros dizerem: “Acredito que sou!” A esses digo, caros ouvintes, que se inclinem sobre meu texto, como sobre um esteio, e tentarei remover suas dúvidas e seus medos. “Não temas!” É estranho que, quando estava completamente depravado, o homem não tinha medo, mas, quando começou a se voltar para Cristo, começou também a temer. A razão é esta: quando Satanás vê um homem profundamente agrilhoado pelo pecado, ele o deixa só, sabendo que a presa é segura, mas quando o homem se livra do pecado e procura Cristo, então, o maligno disputa sua presa, chama suas hostes e ordena que lutem por ela, dizendo: “Espíritos das trevas, eis um dos tais que eram nossos – olhem! Ele está se ajoelhando! Vamos perdê-lo! Ao trabalho! Ao trabalho! Perturbem-no! Irritem-no! Que sejam afiadas suas espadas e velozes suas flechas, para que ele não vá à cruz de Cristo!” Daí vêm as dúvidas, os medos, as dificuldades com os quais irei lutar para sossegá-los em algum grau, tirando as flechas e despejando sobre as feridas o óleo da Consolação. Alguns temem ser culpados demais para poder receber perdão. Um homem disse certa vez a um ministro: “Eu sou o maior pecado que já existiu.” “Você está equivocado”, respondeu-lhe o ministro, “o maior pecador morreu há quase 1.800 anos; este foi Paulo, que disse: ‘Eu sou o maior de todos os pecadores’.” Em Cristo todas as nossas transgressões desapareceram para sempre, para sempre ficarão no esquecimento. Aquele que não crê está perdido, mesmo que seus pecados sejam poucos – o verdadeiro crente é feito, pela fé, alvo mais que a neve. Então, tome coragem e traga seus caminhos de pecados para Deus. Há outro medo. “Eu seguiria Cristo”, alguns declaram, “mas Cristo nunca me receberá.” Ó pobre coração, venha! Venha com confiança. Se você O viu na cruz, com os braços abertos como para abraçar todo o universo e para receber todos os pecadores, entenderá que as dúvidas que tem são más e mesquinhas. Ele estará mais feliz em perdoar seus pecados do que você estará em obter o perdão, pois Ele saberá o valor do perdão enquanto você, não. Venha como você é. Nenhum mediador é necessário para chegar a Ele, nenhuma preparação é requerida. Vá com suas vestes imundas à fonte; vá em sua nudez e vista vestes brancas, e não pense que Ele vai recebê-lo rudemente, pois é Ele é todo ternura. Algum outro insistirá que não possui ternura suficiente no coração para ser recebido por Cristo. Ah! Mas, meu bom amigo, um coração tenro é o trabalho de Deus; é o sangue de Cristo que pode derreter seu coração e tirar as pedras dele. Venha para Jesus, eu digo, você que teme, você quebrantado de espírito – não importa, venha como você é. Se você tem uma crença verdadeira, um arrependimento genuíno, venha para Jesus; Ele dará a você tudo o que você quer. Há ainda os que dizem: “Eu não posso crer em Cristo, pois tenho pensamentos assustadores.” Não há muito tempo eu estava falando com um de nossos nobres que proferia esse tipo de dúvida, defendendo a culpa daqueles pensamentos blasfemos (que John Bunyan descreve tão impressionantemente em seu O peregrino). O peregrino está caminhando e alguém o segue, sussurrando maus pensamentos em seu ouvido, pensamentos estes que o peregrino acredita nascerem em sua mente. Irmãos, tenham bom ânimo; eu percebi que tais pensamentos são intrusos na mente de homens bons, como se fossem obedientes à influência satânica. Lide com eles como nos antigos tempos cruéis na Inglaterra, em que se lidava com os vagabundos chicoteando-os impiedosamente para que voltassem para seu próprio bairro. Mas venha como você está, mesmo se esses pensamentos forem mesmo seus, pois foi dito que toda blasfêmia seria perdoada, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, e esta você não cometeu. “Como você sabe?”, talvez você me pergunte. Meu irmão, você já ansiou ser salvo? Enquanto você tiver desejos espirituais, você não cometeu aquele pecado contra a vida de sua alma. Fique feliz de ouvir que o seu Mestre ama individualmente as pessoas deste mundo, que Ele tem misericórdia de coisas pequenas e que ama tomar o desprezado e fazê-lo escolhido de Deus. Outros dizem: “Vamos supor que eu não seja um eleito!”. Mas por que não supor que você é? Ou melhor, findando as suposições, aqui estão promessas sólidas: venha e se apoie nelas. Venham todos! Vocês serão homens justos se vierem! Outro ainda contesta: “Mas eu tenho medo de ir pelo caminho errado.” Ora, é o Pai que nos guia pelo caminho. Prostre-se, confie Nele e você não incorrerá em nenhum erro. Irmãos, se este Livro é a verdade, vocês devem forçosamente ser santos! Mais uma vez deixe-me lançar a rede, pois alguns peixes rebeldes podem ter escapado. “Minha consciência não me dá descanso; então, é uma má consciência”, diz aquele homem. Bem, meu amigo, eu me regozijo em ter de lhe falar. Um médico é mais feliz em ter sido chamado por causa de uma doença que trouxe o paciente ao limite da cova do que por um mal-estar qualquer. Se ele for bem-sucedido em reviver o homem prestes a morrer, oh!, sua fama se espalha! Acontece o mesmo com grandes e pequenos pecadores: você ousaria levantara a sua voz contra o grande Médico? Em um de seus escritos, Lutero diz: “Eu correria para Cristo, mesmo se Ele segurasse uma espada desembainhada nas mãos.” Diga para você mesmo: “Eu sou um grande pecador, portanto, eu serei salvo.” Meu irmão, você pode crer em Cristo mais do que em si mesmo? Você ousará ouvi-Lo, mais do que ouve a seus medos? Oh! Dê a Ele esta honra, eu lhe suplico! E diga: “Na sua promessa eu me apoio.” “Ah! Mas, e se eu crer e continuar pecando.” Você não conseguirá; você odiará o pecado e seguirá pela estrada da glória. Agora, algumas palavras para aqueles que não buscam de modo algum. Você não procura o Salvador? Oh! Tenha piedade deles! Não tenha pena dos mortos; lamente não pelos filhos e filhas que você perdeu, mas lamente por aqueles remanescentes, mortos em seus delitos e pecados. Eles dirão: “Não precisamos de sua piedade; nós somos, alegres, felizes, nós estamos contentes apesar de não termos Cristo.” Eu lhes direi: não há um cristão que trocaria de lugar com vocês, mesmo se vocês fossem imperadores ou reis, porquanto vocês não têm Cristo! Eu conheci uma pobre senhora que tremia em seu sótão durante os dias mais frios do último inverno. “Venha para cá, senhora; eu tenho uma pergunta a lhe fazer. Existe uma jovem que aproveita todos os prazeres e confortos desta vida, mas ela não tem Cristo. Você trocaria de lugar com ela?” Ouça a resposta da idosa senhora cristã: “Não, eu não trocaria, eu não poderia. Vá, você que se vangloria no brilho do tesouro, mas eu jamais trocaria meu quinhão pelo seu. Que Deus consagre sua riqueza.” Vocês precisam de nossa piedade, apesar de não saberem. Há um lugar onde você dará seu último suspiro, há uma cova onde você irá dormir. Acredite, eu o verei morrer, fraco, destruído pela doença; um amigo cristão o visitará, e você dirá a ele, naquele momento horrível, que é uma coisa horrenda morrer como você está morrendo, sem esperança, sem consolo. Eu cuidei, por longos anos, de uma congregação enorme, e em tais fileiras eu testemunhei várias mortes não só pacíficas como felizes. Eu vi, entre outros, várias jovens mulheres morrerem de consunção. É sabido que essa doença impacta no semblante, nessa beleza imaterial, muito superior a qualquer outra, mas essa beleza nunca é tão admirável quando é santificada, consagrada, pela fé cristã. “Eu preferiria esperar um pouco mais”, disse uma delas a mim, “mas eu estou pronta, se for a vontade de Deus me chamar agora.” Eu testemunhei o terror de um homem prestes a morrer – o jovem, o frívolo, o alegre não podem manter o sorriso no leito de morte. Oh! O que eles não dariam para ouvir a palavra de um ministro naquele momento. “A noite chegou! Oh! Dê-me mais um ano, apenas mais um ano! O quê? Não há tempo para me arrepender, nenhuma mão para me salvar!” Meus queridos ouvintes, não brinquem com a religião. Esta noite, no silêncio de seu quarto, ajoelhem-se, lamentem por seus pecados e peçam por misericórdia. Uma vez obtida, esta misericórdia lhes fará enxergar as coisas em cores vívidas; vocês olharão com novos olhos para uma nova vida. Vocês experimentarão uma bênção com a qual só o Céu pode se comparar, o Céu onde cada bênção é gerada e iniciada! Confie Nele! Confie Nele! Ele o guiará, susterá, até que você tenha cruzado o ribeiro de águas, e clame: “Glória a Ele que me trouxe a este lugar de descanso.” A Deus, o Pai, a Deus, o Filho, e a Deus, o Espírito Santo, seja a glória eternamente. Amém!

A CONSEGUENCIA DA SOBERANIA DIVINA

“O SENHOR reina; tremam os povos.” Salmo 99:1 “O SENHOR reina; regozije-se a terra.” Salmo 97:1 Nenhuma doutrina em toda a Palavra de Deus tem excitado mais o ódio da humanidade que a verdade sobre a absoluta soberania de Deus. O fato de que “O Senhor reina” é indiscutível – e é este fato que resulta na maior oposição do coração humano não renovado. “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.” Nós sabemos o que o Senhor pensa à respeito da rebelião contra Ele. – “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará.” Não estejamos, amados, entre aqueles que se recusam a acreditar nesta grande verdade de Deus, mas humildemente nos curvemos perante este temível Soberano, que faz o que Ele quiser entre os exércitos do Céu e entre os habitantes deste mundo inferior. “Deus é Rei de poder desconhecido; Firmes são as ordens do Seu Trono! Se Ele decide, quem ousa se opor, Ou perguntar a Ele por que, ou o quê ele faz?” Deus tem o direito de agir, pois, primeiro, Ele é a fonte de toda existência criada. “No princípio criou Deus os céus e a terra,” e tudo mais que existe é produto de Seu poder criativo! Como o autor do Salmo 100 diz, “Foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos.” Então Ele tem o absoluto direito de fazer conosco o que Ele desejar. Cabia a Ele nos fazer ou não nos fazer. E quando Ele determinou a criação, foi de acordo com Sua própria vontade que Ele fez de uma criatura uma minhoca e outra uma águia; uma formiga rastejando sobre sua pequena colina e outra um leviatã fazendo as profundezas ferverem. Foi por seu decreto que existem praticamente ilimitadas variações dentre a grande família da humanidade. Em constituição, disposição e temperamento – na aparência do nosso corpo, na estranha diversidade de nossas capacidades mentais, em nossa posição sobre o globo ou nosso lugar e circunstâncias em qualquer país e nação – vemos traços do Soberano propósito e vontade de Deus. É verdade que nossos ancestrais, parentes e conhecidos exerceram certa influência sobre nós, mas existem particularidades sobre cada um de nós as quais só podem ser atribuídas ao Soberano beneplácito de Deus. Aquele deverá ser um silencioso e discreto viajante através da peregrinação da vida, e aquele outro deverá ser tão eloquente como orador que encontrão seu eco no mundo todo – aquele deve suar e labutar todos os seus dias, e aquele outro deve ser embalado sobre os joelhos do luxo – nós podemos dizer o que quisermos sobre isso, mas quer concordemos ou não, nós não podemos negar que tudo isso é devido à Divina designação e decreto e, portanto, nós devemos nos submeter a isso – “O Senhor é Rei; quem, então, irá ousar Resistir à sua vontade, suspeitar de Seu cuidado, Ou murmurar aos Seus sábios decretos, Ou duvidar de Suas promessas reais? O Senhor é Rei, criança do pó, O Juiz de toda a terra é justo Santos e verdadeiros são todos Seus caminhos Cantem todas as criaturas o Seu louvor.” Não só cremos que Deus, sendo o Criador, tem o direito de fazer Suas criaturas de acordo com Sua própria vontade, mas também cremos que Ele tem outro direito sobre nós, adquirido pela nossa natureza pecaminosa. Nós podemos dizer, embora falemos com fôlego suspenso na Presença de Sua temível Majestade, que mesmo as criaturas tem seus direitos ao lado do seu Criador. Por exemplo, cada criatura pode reclamar ao seu Criador que não deve ser punida caso não haja ofensa – e que deve ser feita feliz, caso for obediente aos Seus comandos. Tais direitos Jeová tem sempre reconhecido e nunca violou. Porém, eu e vocês, queridos amigos, perdemos todos os direitos da condição de sermos criaturas, pois todos nós pecamos! Um indivíduo deste reino britânico tem o direito à liberdade de ir para onde lhe agrade e fazer o que lhe dê vontade, desde que não ofenda as leis da nossa terra. Mas, se ele cometer traição, roubo, ou qualquer outro crime, e for trazido perante a condenação da lei, ele, imediatamente, perde todos os direitos de sua liberdade, e é colocado na prisão, com outros criminosos. Agora, a lei do universo de Deus, a mais reta e justa Lei, funciona assim, “A alma que pecar, essa morrerá.” E todos nós pecamos – a sentença da morte é registrada contra cada alma nascida de mulher – e a todos nós, é, ainda, permitido viver devido à clemência do grande Rei! Alguns de nós, bendito seja Seu santo nome, fomos perdoados por Ele. E estando perdoados, não devemos, nunca, sermos condenados outra vez – mas outros são deixados de lado durante o desejo da sua Majestade, e isto é um ato da Soberania Divina. Tivesse Ele executado a sentença atribuída à nós tão cedo quanto pecamos, poderíamos lamentar Sua severidade, mas jamais poderíamos acusar Sua justiça, pois deveríamos merecer a mais alta penalidade que nos cabe, pela Sua correta justiça. De forma que, em virtude de nossa condição de pecadores, Deus tem o direito de nos punir, se lhe agradar assim. Porém, se Ele puder, de acordo com os princípios da Eterna Justiça, nos perdoar, Ele tem o direito de assim fazer! Vocês perceberam que eu disse, “de acordo com os princípios da Eterna Justiça,”pois Deus nunca irá violar estes princípios. Ele pode, sempre, fazer como lhe agradar, porém Ele sempre escolherá fazer aquilo que é certo e, através da expiação de Seu querido Filho, Ele fez um caminho pelo qual Ele pôde satisfazer todas as exigências de Sua inflexível Justiça, e ainda pôde ter infinito deleite em conceder Sua misericórdia sobre o culpado! Então, certamente, como a misericórdia não é apenas da procedência de Deus como Rei, mas também teve de ser tão valiosamente comprada pelo sangue precioso de Seu bem-amado Filho, não devemos nos demorar em confessar que Ele tem o direito de conceder esta misericórdia quando Ele quiser. Em todo caso, quer nós acreditemos ou não, essa declaração é ainda trovejada pelo Trono do Eterno, “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” Observem, então, três direitos os quais pertencem à Deus – como criados, como Juiz, e tendo direito de punir o culpado. E como o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, tendo o direito de perdoar pecadores, e fazer assim sem sequer no menor grau violar Sua Justiça. Estas são altas Doutrinas das quais alguns se afastam em desespero. É verdade que elas são altas, tão altas como o Trono do Próprio Deus! Quando penso nelas, eu sinto como o profeta Ezequiel quando ele olhou para aquelas rodas e elas eram tão altas que causavam medo. Sim, amados, como são verdadeiras, prostremo-nos perante elas com espíritos admirados, e ainda com corações crentes, sabendo que o Juiz de toda Terra certamente fará aquilo que for direito! Além disso, a Soberania de Deus é também evidenciada em Sua distribuição de dons em meio ao Seu povo – e com certeza Ele tem o direito de assim fazer, pois os dons são próprios Dele. Se pudéssemos chamar de nossos, não seriam dons – seriam justamente devido à nós, como qualquer outra coisa que nos pertença. Se algum homem tem um clamor válido para misericórdia, então não é misericórdia que ele deveria clamar, mas sim justiça! Se algum homem, por mérito de sua própria obra, merece ser salvo, então a salvação é pela obra, e não pela Graça – mas isso as Escrituras claramente negam! Se vocês chegarem à Deus esperando receber Dele dons espirituais por algum direito empossado em vocês, vocês chegam à Ele em uma posição que Ele não pode tolerar nem por um momento! Ele dirá a vocês, “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” E Ele não dará nada a vocês que clamam por direito. Mas Ele dará tudo que precisam àqueles que chegam a Ele confessando que eles não têm direito à sua misericórdia e pedindo que possa ser concedida à elas através da riqueza de Sua Graça em Jesus Cristo. “Justiça sobre o terrível Trono Mantém os direitos de Deus Enquanto a misericórdia envia seu perdão, Comprado pelo sangue do Salvador” Tenho, portanto, lembrado a vocês da verdade de Deus, que não está somente em nossos dois textos, mas está revelada em muitas outras partes da Escritura – a verdade que “O Senhor reina.” Assim como Ele reina na criação e na providência, também Ele reina no reino da Sua graça. Trazendo os dois textos juntos, quero eu, sinceramente e afetuosamente, primeiro me dirigir ao pecador não salvo. E logo então falar com o crente salvo, esforçando-me em trazer a cada alma os sentimentos gêmeos de júbilo e tremor – “O Senhor reina; tremam os povos”, “O Senhor reina; regozije-se a terra.” I Então, primeiro, DEIXE-ME FALAR COM O PECADOR NÃO-SALVO. Pecador, é de uma misericórdia indescritível, para você, que o Senhor reine, pois é justamente por que Ele reina que você ainda vive. Se Deus não fosse Rei, a sentença da Justiça seria executada rapidamente, certamente, sem misericórdia. E todo pecador, no momento que peca, deve morrer. Porém, pecador, Ele, que é Rei, é benevolente e diz ao oficial de Justiça, “Poupe este homem. Deixe que viva.” Ele poupou alguns de vocês trinta, quarenta, cinquenta, sessenta – e, talvez, até, 70 anos! Você não teria poupado nenhum dos seus semelhantes que o tenha ofendido por todo este tempo. Se um homem provocou a ti na sua face, sua raiva seria como cera quente contra ele, desde antes dos 20 anos! Alguns de vocês não o suportariam nem por 20 minutos – mesmo que você tenha provocado o Senhor ano após ano – mas a longânima paciência no coração de Deus tem suportado você mesmo até agora! Ele diz à respeito de você, vez após vez, “Poupe-o! Poupe-a!” Quando dardos febris são atirados contra você, Deus os desvia! E quando o veneno da doença já está no seu sangue, Ele o remove com sua mão curadora. O Senhor que Reina tem te poupado – portanto, regozije-se! Ainda assim, ao mesmo tempo, trema, pecador, pois este grandioso Rei pode prontamente matar da mesma forma como pode poupar. Um movimento de Sua mão, não, não tanto assim – Ele não precisa sequer levantar Seu dedo mindinho – mas precisa apenas desejar sua morte, onde, então, estará você? Ele que foi tão forte para poupar, pode ser tão igualmente forte para ferir! Ele ainda não tomou o machado em mãos, mas uma vez que Ele o tenha levantado, e sua lâmina cortante caia sobre a árvore infrutífera, o que será dela? “O Senhor reina; tremam os povos”. Se Ele for a ti, esta noite, e regrar o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo, será em vão, para você, toda tentativa de resistir-Lhe. O fôlego das suas narinas está tão absolutamente sob o controle de Deus que nenhum dos médicos do mundo poderá prolongar o contrato da sua vida se Ele disser a ti, “Está noite te pedirão a tua alma.” Então trema, relembrando que “o Senhor reina,”pois você está completamente sob Seu poder, assim como uma mariposa estaria em suas mãos se você a segurasse sabendo que poderia esmagá-la a qualquer momento que quisesse. Outro exemplo da Soberania Divina que pode causar em você tanto alegria como tremor é – Deus enviou o Evangelho para você. Pense neste fato, meu ouvinte! Há milhões e milhões de semelhantes seus que nunca ouviram o Evangelho e que estão descendo para a própria condenação na total ignorância da grande salvação! Seus ídolos não os podem salvar. Suas imagens de madeira e pedra não podem ouvir seus choros de desesperançosa tristeza. Mas em vós esta palavra de salvação é enviada! Muitos em nossa grande cidade de Londres nascem e são alimentados em meio à cenas de depravação e iniquidade – eles nunca entraram na Casa de Oração e, possivelmente, a voz do pregador das ruas nunca chegou-lhes aos ouvidos. Mas alguns de vocês ouviram o nome de Jesus misturado aos sussurros de suas primeiras canções de ninar! Você foi balançado nos joelhos da piedade, e carregado, mesmo quando bebê, nos braços das orações mais sinceras. É mais um ato da graciosa Soberania que lhe tenha ocorrido tais grandiosos privilégios! É o Senhor, o Senhor que reina, a quem você deve tudo isso! Portanto, regozije-se, porém da mesma forma trema, pois estes grandes privilégios envolvem correspondentes responsabilidades – e Ele vai requerer de você uma rigorosa prestação de contas da forma como você usou esses benefícios, os quais outros não possuem. Algum dia desses, ele requererá um inquérito e lhe dirá, ”Eu lhe dei luz – você se alegrou com isso? Eu lhe enviei o Evangelho – você ouviu ao alegre som, ou você tapou seus ouvidos e se voltou contra ele com desprezo e provocou à ira contra você?” Além disso, Pecador, embora você seja capaz de ouvir o Evangelho, hoje, talvez não lhe seja permitido ouvi-lo amanhã! Em vez da mensagem para você ser como a de hoje – “Creia e viva,” amanhã poderá ser – “Afaste-se maldito.” Em vez da súplica ser dirigida à você como hoje, “Convertei-vos, convertei-vos, por que razão morrereis?” Amanhã a terrível sentença poderá ser pronunciada por Jeová, o Rei, “Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do SENHOR: Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão.” Dias de misericórdia não durarão para sempre! Não brincarão com Evangelho de Deus para sempre! Você pode por um tempo se lembrar de ouvir à amorosa, delicada e cortejante voz do Salvador, mas eu tenho que te lembrar que Ele não irá para sempre se submeter, silenciosamente, à vossa rejeição a Seus agradáveis convites. Trema, eu lhe suplico, para que a música do trompete prateado do Evangelho não dê lugar ao áspero ressoar dos sinos, anunciando que você foi levado da Presença do Rei para a terrível prisão onde a voz de amor e misericórdia nunca será ouvida! Portanto, eu lhe convido a regozijar-se nos seus presentes privilégios, mas também a tremer, para que, se você não apreciá-los e usá-los corretamente, eles poderão se levantar em julgamento para te condenar. Há muitos neste lugar que podem bem agradecer ao Rei pela Sua soberana misericórdia para com eles, pois são objetos dos esforços de Seu Espírito Santo. Há muitos aqui que não podem ouvir ao Evangelho sem serem, em certo grau, impressionados por ele. Eles foram vistos derramando lágrimas por causa da consciência do pecado – e houve vezes que foi excessivamente difícil, para eles, continuar no serviço de Satanás. Alguns de vocês não podem pecar e ficar impunidade, enquanto outros podem, e isso, por vezes, tem sido uma dúvida para vocês, se vocês devem ousar sentar nesses bancos sem que tenham resolvido deixar os seus queridos pecados! Bem, se o Espírito Santo tem, portanto, contendido com você, Graças à Deus, pois este é outro exemplo da Sua Soberania! No entanto, lembre-se, quão cedo na história da humanidade Deus havia dito, “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem.” Em um momento a Soberania de Deus pode tirar todos estas comoventes e graciosas influências! E sabe o que acontecerá com você então? Sua consciência seria cauterizada como com ferro quente e sua natural dureza de coração seria seguida por uma judicial dureza de coração, o que seria ainda mais terrível! Você poderia, então, continuar ouvindo o Evangelho, mas seria, contudo, como pregar para os mortos – vocês sentariam em seus bancos e experimentariam tanto sentimento como uma fileira de estátuas sentiria – e você viveria apenas para então partir e se esqueceria que você esteve ouvindo à Verdade de Deus. Eu temo quando olho à volta para alguns de vocês! Não consigo deixar de temer que vocês já alcançaram este terrível estágio e que Deus venha a dizer de vocês, “Eles se ajuntaram com seus ídolos, os deixem sozinhos.” Eu vejo alguns aqui que uma vez fizeram uma profissão religiosa, e até falaram em nome de Deus, mas eles se desviaram! Eles professaram arrependimento, mas depois disso desviaram-se outra vez. E agora, nenhuma mensagem parece os atemorizar. Eles ouviram o Evangelho até que se tornaram endurecidos ao Evangelho – este que deveria ser o meio para sua salvação, se tornou o meio para sua condenação! Este mesmo Evangelho que tem sido um cheiro de vida na vida de muitos outros, se tornou um cheiro de morte para a morte deles! Tenha cuidado, pecador, pois Aquele que comove, pode também endurecer – e se você tem resistido às contendas do Espírito, pode ser que o Senhor lhe permita pecar sem repreensão – até que você tenha enchido a medida da sua iniquidade e recebido a devida recompensa por suas más obras! Deixem-me, também, lembrar aqueles que não são convertidos, que vocês tem outra prova da Soberania Divina no fato que Deus prometeu escutar a oração. Existem várias promessas como essas, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.” Deus, em misericórdia, os convida a chegar à Ele – e este é um fato para alegria sincera – mas também é uma causa de temor, pois as portas de Sua misericórdia nem sempre permanecerão abertas e, “Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois.” Esta noite, Jesus é exaltado na pregação do Evangelho assim como uma vez foi elevado sobre uma Cruz, e Ele nos convida a clamar para você, “Olhai e vivei! Olhai e vivei,” pois ainda é verdade que: “Há vida para o que olhar àquele que está Crucificado Há vida, neste momento, para ti Então, olhe, Pecador, olhe para Ele e seja salvo, Para Ele que foi pregado no madeiro.” Mas se você se recusar a obedecer ao convite do Evangelho, o que poderá ser de você? Seguramente, Capitão Execução, com o machado afiado em sua mão, virá e o levará à bem merecida condenação! Se Deus fosse lidar com você de acordo com seus méritos, que esperança haveria para você? No entanto, que Ele lhe convide ao arrependimento e Ele fale a nós como falou à Ezequiel, “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” A mensagem de Isaías ainda é verdadeira – “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Pecador, eu estou feliz em estar aqui, em pé, como embaixador do meu Rei – e, embora, enquanto eu me alegro, eu temo para que você não rejeite a mensagem que Ele enviou-lhe na grandiosidade de Sua Graça, pois o meu Rei não é se trata com leviandade – Ele lida severamente com aqueles que desprezam Sua misericórdia! Nada O provoca mais que o desprezo lançado sobre Seu querido Filho! Desviar-se do sangue de Seu sacrifício reparador trará sobre você a indignação do Altíssimo! Oh, não se aventure por tal trilha perigosa, mas com esses seus lábios temerosos, beije o Filho, confie Nele, dependa Dele, e você achará salvação, para o louvor e a Glória da boa graça de Deus! – “Por muito, o evangelho você tem desprezado, Por muito tem se demorado a amar seu Deus, Com consciência reprimida, não se converteu Embora persuadido pelo sangue do Salvador! Miserável, arruinada e desamparada alma, Para o sangue do Salvador solicitar Ele sozinho pode te fazer completo, Voe para Jesus, Pecador, voe!” II Assim eu falei aos pecadores. Agora, brevemente, FALAREI COM O POVO DE DEUS. Vocês “os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro,” olhem com fé para seu Rei, Ele está sentado sobre o Trono! E, primeiro, alegrem-se, pois vocês são Dele. É o Rei que lhes salvou! Vosso perdão é assinado pela mão real – seria inútil pra vocês se não tivesse tal assinatura! É a Soberania que coloca a coroa sobre cada atributo de Deus! É o Rei que lhes escolheu, o Rei que lhes salvou! No entanto, Amados, enquanto eu os convido a alegrarem-se, gostaria que se alegrassem com temor enquanto eu lhes sugiro a seguinte questão – vocês estão certos que o Senhor os salvou? Eu coloco essa questão para mim mesmo – Minh’alma, você está certa que o Senhor a salvou? Você fez a si mesmo o convite e escolheu com certeza, antes de exortar outros que procurem o Senhor? É bom que todos nós examinemos a nós mesmos se estamos na fé ou não. Meus irmãos de púlpito, vocês que são oficiais na Igreja, eu lhes chamo a fazer o trabalho certo pela eternidade! Vocês, pais em Israel, não suponha pelas suas cãs, mas examinem-se, ou, ainda melhor, que cada um de nós ore a oração de Davi, “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Vocês pais que tem sido, por anos, membros da Igreja – e vocês, jovens homens e donzelas, que não a muito se juntaram às nossas fileiras – alegrem-se com temor, e cada um de vocês orem, “Oh Senhor, pelo Seu Espírito Santo testemunhando com meu espírito, assegure-me de que eu sou nascido para Deus!” Eu estive pensando nestes dois textos conexos conosco que somos membros desta Igreja. Que notável exemplo da Soberania é exibida na utilidade dos membros desta Igreja! Alguns de nós, de uma forma muito expressiva, fomos feitos pais de crianças espirituais, e nossas sementes têm se tornado mui numerosas. Aí esta a Soberania na qual eu, por exemplo, muito me alegro! E existem irmãos e irmãs aqui que se alegram da mesma forma. Mas eu, por exemplo, preciso temer assim como me alegrar. E se o Mestre resolver retirar o poder o qual Ele nos concedeu? E se nossa pregação se tornar insípida e insossa para o povo de Deus, e sem vida e sem poder para os pecadores? Oh, meu Deus, permita-me morrer antes que esta se torne minha grande tristeza! Eu não poderia suportar viver como alguns ministros parecem contentes assim fazendo. Ser um ocupante do solo, não ver nenhum sinal da mão de Deus sendo movida – oh, isto seria certamente miséria! Que o Senhor nos preserve de termos esta triste experiência. Eu creio, queridos irmãos e irmãs, que todos vocês sentem que seria muito melhor morrer enquanto seu corpo está aflito, a morrer no sentido de não ser mais espiritualmente frutífero. Portanto, enquanto nós nos alegramos pela grande benção a qual o Senhor tem há muito nos enriquecido, que também tremamos para não lhe darmos motivo para reter tal benção no futuro! A menos que coloquemos cada coroa de louro sobre a cabeça do próprio Rei, Ele nos tirará, prontamente, qualquer poder o qual Ele nos confiou – e nós seremos tão fracos como Sansão, quando o Espírito de Deus o deixou. Quão notável exemplo da Soberania Divina nós temos nessa igreja, assim como individualmente nos membros dela! Nós estamos entre os poucos de Sião, mas Deus têm nos multiplicado grandemente. Por que isso? Por que Ele nos abençoou tão espantosamente, e passou por outros os quais mal ouviram falar do choro de um convertido recém-nascido? Qual outra razão nós podemos dar senão esta – pois Lhe pareceu bom aos Seus olhos? Portanto, alegremo-nos, mas também que nos alegremos com temor para que o Senhor não nos tire tais experiências abençoadas! Bem, eu me recordo das palavras daquele homem de Deus que está agora no Céu – querido Sr. Jonathan George – na inauguração desde edifício. Citando Jeremias 33:9, “espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem, e por causa de toda a paz que eu lhe dou.” Ele disse que quanto mais benção e prosperidade o Senhor nos der, mais humildes devemos ser – e mais ansiosos em não O provocar ao ciúme – ou então ele nos tirará a Sua presença do meio de nós. Eu creio que muitos de vocês, Amados, estimam esta ansiedade santa de não O afligirmos e afastarmos de nós. Em todo caso, Eu sei um que, sem ser descrente, está sempre ansioso para que “Ichabod” (a Glória está ausente) não seja escrita nestas paredes. E se o Senhor deixar o vosso zelo crescer frio, vossas doutrinas insalubres e vossas vidas profanas? E se, ao invés de fervor houver apatia? Ao invés de amor houver contenda? Ao invés de harmonia houver divisão e ao invés de poderosas lutas com o Altíssimo houver tristes alegações um contra o outro? Que esses olhos sejam selados em morte antes das coisas chegarem neste estado miserável! E eu sei que muitos de vocês estão dizendo, “Amém,” contanto que vocês, também, estejam preocupados! Todavia tudo isso é possível, pois o Rei quem dá pode também tirar, e Ele quem agora abençoa, pode reter estas bençãos! E Ele assim fará a menos que como Igreja, sejamos fiéis e verdadeiros a Ele. Vá agora para as cidades da Ásia Menor onde uma vez os sete candelabros trouxeram tanta Glória à Deus, e quanta luz você achará lá? Onde está Pérgamo? Onde está Laodicéia? Onde estão as Igrejas da Filadélfia e o resto? Não cessaram elas todas de existirem por que elas deixaram seu primeiro amor e converteram-se ao mundo? E se acharmos alguns Acãs no campo, nós não os apedrejaríamos, mas nós iríamos orar por eles – nós iríamos pleitear com eles à que se arrependessem e tornassem à Deus – para que a Igreja toda não sofra através deles o que Israel sofreu através de Acã. Esta solene verdade da Soberania de Deus descansa fortemente em meu coração. Que ela descanse fortemente no seu também, para que juntos possamos nos alegrar por todas as bondades que o Senhor nos concedeu e, ao mesmo tempo, temer para que nós, de maneira alguma, provoquemos Ele à ira e façamos com que Ele retire Sua presença de nós, e nos diga, “Não irei mais trabalhar através de você, mas o deixarei à seus próprios recursos, que você possa descobrir o que você pode fazer quando Eu me apartar de você.” Deus proíba que isso aconteça conosco! Agora que vamos chegando à Mesa do nosso Senhor, entremos com profunda solenidade, relembrando que há Soberania aqui, também. A observância deste decreto pode ser muito enfadonha ou monótona para você – ou Deus o fez um momento do mais abençoado relacionamento com Ele e um com o próximo. Os meios da Graça podem não ser sempre vantajosos para nós. Os tubos podem ser sempre dourados, porém o óleo sagrado nem sempre flui em sua direção. Existem bênçãos para serem tidas a todo o momento, mas nem sempre você pode recebê-las. Peça para o Rei dar-lhe divina graça para reconhecer Seu direito de dar ou reter a benção – e então contenda com Ele, pelo Amor de Jesus, à lembrar-lhe para sempre! Queira Deus que possa ser assim, pelo Amor de seu querido Nome! Amém!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A MEMBRESIA DA IGREJA

“E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus. 2 Coríntios 8:5.” Algumas pessoas estão tratando sempre de comprovar o que é costume na igreja cristã. Em todo o tempo, estão buscando exemplos e precedentes. O pior do caso é que muitas dessas pessoas buscam coisas antigas que não são suficientemente antigas; as coisas antigas da Igreja de Roma, por exemplo, seus costumes e ordenanças medievais, que não são outra coisa senão um autêntico disparate. Se quisessem coisas verdadeiramente antigas e sólidas, elas deveriam regressar aos tempos apostólicos. O melhor livro de história da Igreja para fazer cópia do ritual, do verdadeiro ritual, é o livro dos Atos dos Apóstolos, e quando a Igreja cristã apelar para esse livro, ao invés de inquirir sobre o que os cristãos primitivos dos séculos dois e três fizeram, então sim, se aproximarão muito mais do real conhecimento do que devem fazer. Agora, nosso texto nos fala de um antigo costume dos dias dos apóstolos. Aqueles que se convertiam em cristãos se entregavam primeiramente ao Senhor, e logo em seguida se entregavam à Igreja, de acordo com a vontade de Deus. Vamos ponderar essas coisas na sua ordem. Claro que iremos refletir primeiro sobre o ponto central e mais importante: esta ação de valor e beleza a tudo que segue e é seu fruto: I. A CONSAGRAÇÃO SUPREMA DA ALMA. A primeira coisa que os cristãos originais fizeram, os cristãos dos tempos antigos e do Espírito Santo, foi que: “a si mesmos se entregaram primeiramente ao Senhor”. Isso é vital, é a oferenda de maior importância. Nós todos que professamos ser discípulos de Cristo realmente temos nos entregado a Deus? Não existe nessa casa de oração alguns que jamais pensaram em fazer isso, e inclusive alguns que rejeitariam com desprezo a simples ideia de fazê-lo? Ó meus leitores, o dia virá quando vocês contemplarão esses assuntos sob uma luz muito diferente, e no mundo vindouro, se descobrirá que se entregar ao Senhor teria sido sua mais alta sabedoria, e que ter vivido para o ego foi sua suprema tolice. Quando esses primeiros cristãos se entregavam ao Senhor, a primeira coisa manifesta era que esta consagração e entrega eram sinceras. Se alguns dos aqui presentes se entregaram ao Senhor, deveriam se perguntar se sua consagração foi sincera. Esses crentes primitivos levavam a sério aquilo que afirmavam, uma profunda realidade estava contida em sua consagração: entregavam-se a Jesus Cristo para serem inteiramente Dele. Recordem que naqueles tempos isso significava sofrer muito mais do que jamais deveremos sofrer agora. Um homem que se entregava a Cristo naqueles dias era expulso da sinagoga se fosse um judeu, e era proscrito da sociedade se fosse um pagão. Ele era arrastado aos tribunais; era frequentemente lançado à prisão; com igual frequência era golpeado com muitos açoites, em muitos casos era executado, sendo queimado ou atravessado pela espada. Porém, esses primeiros cristãos conheciam o que haveriam de passar, e, apesar disso, entregavam-se ao Senhor resolutamente. Ó amados professos aqui presentes, sua consagração a Cristo foi tão sincera como essa, ou simplesmente vieram e fizeram uma profissão de fé porque outros a fizeram, e perseveraram nessa profissão – tendo sido uma mentira – porque não suportavam a vergonha de confessar que tinham cometido um erro? Ó, a profissão é sincera ou não? Se não é, que Deus a converta em sincera, pois somente a profissão que vem do coração é a que permanecerá no último dia do grande juízo. Senhor, livra-nos de ter uma religião desprovida de coração! A consagração deles ao Senhor foi, continuando, uma consagração voluntária. Todos os soldados de Cristo são voluntários, e, no entanto, todos eles são homens forçados. A graça de Deus constrange aos homens para se converterem em cristãos, no entanto, unicamente os constrange sendo consistente com as leis de suas mentes. A liberdade da vontade é uma verdade tão grande como o é a predestinação de Deus. A graça de Deus, sem violar nossas vontades, faz com que os homens estejam dispostos no dia do poder de Deus, e então se ofereçam a Cristo Jesus. Você não pode ser um cristão contra sua vontade. Como isso poderia ser? Um servo de Deus que não o queira ser! Um filho de Deus que não quer sê-lo! Não, nunca foi assim e nunca será. Aqui e agora, a vocês cristãos, perguntar-lhes-ei, vocês não são os alegres, gozosos e, incondicionalmente, servos de Deus? Eu sei que o são, e esse vínculo que estabeleceram há anos não é agora cansativo para vocês, e se vocês são santos genuínos, vocês o renovam essa noite, e esperam repetir esse compromisso na vida e na morte, pois de forma voluntária e alegre vocês pertencem ao Senhor. A consagração que esses primeiros cristãos fizeram foi, continuando, uma consagração inteligente. Nos dias de Paulo, não eram recebidas na igreja pessoas sem inteligência. Elas sabiam que nenhum apadrinhamento poderia ser útil ali. Elas sabiam – e alguém poderia pensar que todas as pessoas racionais deveriam saber – que a religião de Jesus Cristo não pode existir onde não existe uma clara compreensão da verdade salvadora. Unicamente pode existir vida espiritual e verdadeira conversão onde o entendimento foi capaz de compreender o ofício salvador de Jesus. Nenhum rito religioso, cerimônia ou ordenança poderiam conferir isso. Eu escutei alguns ministros que dizem para suas congregações: “vocês foram feitos cristãos em sua infância e devem ser fiéis aos compromissos que foram feitos naquele momento em seus nomes”. Em verdade, a consciência de todo homem lhe diz que não existe nem uma sombra de base para um raciocínio assim. O que eu tenho a ver, ou o que me importam os votos que foram feitos em meu nome quando eu era um nenê? Tenham sido bons ou maus, eu nunca fui consultado sobre eles e não tenho nada a ver, nem terei a ver, com eles. Seja que prometeram que eu serviria a Deus ou que eu serviria ao demônio, rejeito igualmente a responsabilidade e o apadrinhamento deles. Como um ser inteligente, eu falo por mim mesmo diante de Deus, e ninguém deverá falar por mim. Se eu tivesse sido consagrado a Moloque, eu deveria aceitar essa consagração em minha idade adulta? Deus não o queira! E ainda se eu tivesse sido consagrado a Cristo, não aceitarei uma consagração que eu sei que Cristo nunca aceitou, porque Ele nunca a pediu. Ele pede minha consagração pessoal; Ele unicamente pede um amor inteligente, um serviço inteligente, e eu, em verdade, confio que muitos de vocês vieram a Cristo sabendo o que faziam, sabendo o que significava o arrependimento, sabendo o que queria dizer a fé, tendo considerado o custo que representaria uma vida de santidade, e logo, resolutamente, como homens de juízo e entendimento, disseram: “ó Príncipe, nos alistamos sob Teu estandarte. Ó Emanuel, escreve nossos nomes em Teu regimento, pois seremos Teus servos desde agora e para sempre!”. Foi uma entrega sincera, foi uma entrega voluntária e foi uma entrega inteligente essa que os primeiros cristãos fizeram ao Senhor. Ademais, meus irmãos e irmãs, eles realizaram uma entrega completa. Nenhum cristão dos tempos antigos deu-se parcialmente ao Senhor e parcialmente se reservou aos ídolos, ou para si mesmo; e se alguém tivesse tentado fazer isso, teria sido rejeitado, pois na igreja está vigente a regra de Cristo que Ele terá tudo ou nada. Como cristão você deve ser inteiramente cristão ou não será cristão em absoluto. Não existe tal coisa como repartir-se entre Deus e o diabo, entre a justiça e o pecado. A entrega deve ser sem reservas e sem limite. Se vocês se entregaram verdadeiramente ao Senhor, entregaram-Lhe seus corpos, para que esses já não fossem mais contaminados pelo pecado, mas para que fossem templos do Espírito Santo. Deram-Lhe sua mente, para já não serem livres pensadores que buscam o alardeado livre pensamento dos escravos do ceticismo. Entregaram suas faculdades para se sentar com elas aos pés de Cristo, para aprender Dele, para receber Seus ensinos como verdade e Sua palavra como a única corte de apelações para todas as controvérsias. O aceitam como seu mestre mais além de toda disputa e aceitam Sua doutrina como uma verdade pura para vocês. Também Lhe entregaram sua língua para falar por Ele, suas mãos para trabalhar para Ele, seus pés para caminhar ou correr por Ele: entregaram cada uma das faculdades do corpo e da mente em formosa associação para o serviço Dele. Em relação à sua natureza nascida de novo, angélica e espiritual, essa natureza deve ser enfaticamente do Senhor, e sempre será o real poder que reina interiormente. Vocês são hoje, na trindade de sua natureza: corpo, alma e espírito, completamente de Cristo, e isso inclui – se são cristãos sinceros – tudo o que possuem: todos os talentos, todo o tempo, todas as propriedades, toda a influência, todas as relações e todas as oportunidades. Consideram que não possuem nada a partir desse momento, mas sim que falam como a esposa: “eu sou do meu amado, e meu amado é meu”. Ademais, a entrega que cada verdadeiro crente realiza é uma entrega ao Senhor. Aqui, meus irmãos, é onde se deve começar: com o Senhor. Não devemos nos entregar à Igreja até que tenhamos nos entregado ao Senhor. E jamais deve ser uma entrega aos sacerdotes. Ó, desdenhem isso! De todos os seres desprezíveis que vivem, os piores são os sacerdotes. De todas as maldições que caíram alguma vez sobre a terra – e não irei excetuar nem mesmo o diabo – a pior é o sacerdócio, e não me importa se ele leva a veste do ministro Dissidente, ou é um clérigo da Igreja Estabelecida ou da Igreja Católica Romana, ou é um muçulmano ou pagão. Ninguém pode fazer sua religião por você. Se alguém pretende que assim pode fazê-lo, ou que pode perdoar seu pecado, ou fazer algo diante de Deus, deixe-o de lado: é um vil impostor. Jamais submeta seus pensamentos ou sua mente a algum homem. Não pendure opiniões nas mangas do casaco de ninguém. É ao Senhor que vocês devem fazer sua entrega completa e incondicional: façam sua entrega à Sua verdade, à Sua lei, ao Seu Evangelho, de maneira tão completa como se fossem escravos, ou uma pedra que deve ser talhada por Suas mãos. Vocês serão elevados em dignidade, na medida em que seu ego afunde. Vocês se converterão em livres, na proporção que levem as ataduras de Deus. Vocês se converterão em grandes, conforme se voltem pequenos em si mesmos. Entreguem-se completamente a Deus. Assegurem-se de que a entrega seja a Ele e não a algum homem, algum credo, alguma denominação, mas sim completa e inteiramente ao Senhor, que os amou desde antes da fundação do mundo; ao Senhor, que os comprou com o sangue de Seu coração; ao Senhor, cujo Espírito selou dentro de suas almas sua adoção. Prestem atenção a isso, então, registrem como primeiro passo em todos os atos públicos da religião: vocês devem se entregar primeiro ao Senhor. Vocês não possuem o direito de falar sobre se unir a uma igreja cristã, enquanto não tiverem feito isto: “primeiro ao Senhor”. Não possuem o direito de serem batizados, enquanto não tiverem feito isto: “primeiro ao Senhor”. Não possuem o direito de se sentarem à mesa da comunhão, enquanto não tiverem feito isto: “primeiro ao Senhor”. Entreguem-se primeiro ao Senhor: com um verdadeiro arrependimento do pecado e uma simples e sincera confiança em Jesus, e então, com uma completa consagração ao Senhor, vocês podem vir a qualquer ato sagrado de serviço, a cada privilegiado festim de amor, mas não até então. Ó senhores, Deus aborrece seus sacramentos e suas cerimônias enquanto não Lhe tiverem entregado primeiro seus corações. Vãs são suas oblações; seu incenso é uma abominação para Ele. É algo mal e pior ainda que algo mal; seria uma zombaria para Deus, um insulto para Ele, se seu coração não se rendesse a Jesus, e sua natureza humana não se tornasse legítima propriedade de Deus, mediante sua voluntária entrega do coração a Ele! Não posso forçar esse assunto questionando cada um dos presentes, mas, no entanto, gostaria de pedir a cada consciência, especialmente, a cada cristão professo, que responda a esta pergunta: “minha alma, você se entregou, por meio da graça de Deus, para pertencer ao Senhor?”. Fala seriamente ou se trata de uma farsa? Realmente você fez uma entrega real ou é tudo fingimento? Sente dentro de sua alma essa noite um desejo de convertê-la a uma consagração mais completa? Você ora pedindo mais graça para fazer a entrega completa no futuro? Descansa unicamente no precioso sangue de Jesus? Então, você deseja glorificar a Deus, enquanto está nesse corpo? Ó, então tudo vai bem contigo, e pode dar comigo o seguinte passo. Se não for assim, não se aproximem das ordenanças, não toquem nas promessas! Não existe nada para você na Bíblia e não existe nada na Igreja para você, enquanto você não esteja primeiramente reconciliado com Deus pela morte de Jesus Cristo. E agora, prossigamos a considerar brevemente a segunda consagração da alma: II. A ENTREGA QUE SEGUE À CONSAGRAÇÃO SUPREMA. Quero entender esta passagem corretamente. Creio que a entendo. “a si mesmos se entregaram primeiramente ao Senhor, e logo a nós”; isto é, deram “a si mesmos” a nós, pela vontade de Deus. Depois que um verdadeiro cristão se entregou ao Senhor, o seguinte ato imediatamente é de se entregar à Igreja Cristã; deve tentar imediatamente, como Paulo o fez, unir-se aos irmãos de Cristo. Se houver alguma Igreja cristã em algum lugar do distrito em que vive, o crente recém-nascido deve buscar de imediato a comunhão com os outros que amam o seu Senhor, porque foram salvos por Sua graça. A forma correta de fazer isso é entregar-se a si mesmo. Não seu nome, não seu dinheiro, não sua mera presença, nem sua simpatia, seus trabalhos ativos: todas essas coisas são parte da entrega; mas a alma de tudo isso radica em entregar-se a si mesmo. Com toda a força e o peso de sua influência, de sua personalidade e habilidade, na medida em que Deus o ajude, você deve se entregar à Igreja. O que está envolvido nessa entrega de nós mesmos à Igreja cristã? Irei repetir para refrescar a memória de muitos membros daqui que tenham esquecido. É seu dever unir-se à Igreja cristã. O que isso significa? Que deveres se originam disso? Primeiro está o dever da consistência de caráter. Se vocês não fazem uma profissão de religião e vivem como lhes agrada, terão que responder por isso no último grande dia. Mas se vocês são membros de uma Igreja cristã, tenham atenção de como vivem, pois suas ações podem se tornar duplamente vigiadas, e elas serão duplamente pecaminosas se caírem em inconsistências. Você é um servo na família e um membro de uma Igreja cristã: não deve existir em você propensão de servir somente quando lhe vigiam; não deve existir nada em você que desonre um bom servo de Jesus Cristo. Se você é um esposo, não tem o direito de ser um tirano dominante e de mau caráter para com sua esposa; se o é, não deve ser um membro de uma igreja cristã absolutamente. Se você é uma esposa, não deve ser uma mulher desalinhada, preguiçosa, leitora de novelas, que descuida seus deveres familiares; se assim é, não me importa a que classe frequenta ou em quais reuniões você participa; você não tem direito de atuar assim se professa ser uma cristã. Você diz que é um cristão e é membro da igreja: então em seu negócio você não tem o direito de cair em armadilhas e desonestidade que são comuns em todas as partes. Se você não pode viver sem ser um patife, não seja um professo da religião; seria melhor que fosse ao inferno imediatamente, tal como é, do que ir para lá com uma pedra de moinho atada em seu pescoço por conta de ter feito uma profissão, uma profissão de piedade vil e malvada, que você não exerceu. Não senhores, se vocês não se esforçarem – na força e espírito da graça de Deus – por alcançar a consistência de uma conduta moral, vocês não terão direito de falar em se entregar à Igreja, para a qual causaria opróbrio. Só pecariam para alcançar uma maior condenação; portanto, não se aproximem da membresia. O seguinte que é requerido de cada membro da Igreja de Cristo é a assistência aos meios da graça. Não me refiro meramente à assistência ao culto dominical. Qualquer hipócrita vem no domingo, mas até onde sei, nem todos eles vêm em uma segunda-feira na reunião de oração e não vêm ao serviço do dia de semana, que tem às quintas-feiras. Estou muito certo disso, ainda que alguns pudessem vir. As reuniões e os serviços que acontecem no dia de semana são uma poderosa prova. Muitos não podem frequentar, eu sei, e não peço que os deveres domésticos sejam sacrificados, nem mesmo pela adoração pública; mas existem alguns que deveriam estar presentes e não estão, e, em verdade, todos vocês, enquanto têm oportunidades, e morando dentro de uma distância razoável, deveriam frequentar essas reuniões. Tenham cuidado de não se tornarem frouxos a esse respeito. Outro dever de todos os membros da igreja é ajudar e consolar uns aos outros. Justo como entre os maçons, que dão a mão à maneira dos maçons, e de imediato obtêm uma palavra amável e um reconhecimento fraternal, assim deveria ser entre os cristãos, só que em um sentido mais elevado. Vocês devem consolar os que choram, ajudar os pobres e, em geral, devemos vigiar os mútuos interesses, vendo que, na Igreja, todos somos membros de uma mesma família. Vocês devem “fazer o bem a todos, e especialmente aos da família da fé”. As migalhas devem ser entregues aos pardais que estão fora, mas seus irmãos e irmãs devem receber o maior e o menor do que vocês podem dar. Esse é o claro dever de todo cristão. Também, todo membro da igreja deve procurar se entregar a ela no sentido de fazer sua parte em toda a obra da Igreja. Que vergonha para o membro da Igreja que não tem uma posição que ocupar, que não é nem generoso com a carteira, nem diligente com sua mão, nem sincero com seu coração nem fala com sua língua. Ninguém pode fazer tudo, mas que cada um há de tomar seu lugar e seu nicho, pois todo aquele que não está fazendo algo, que é senão um zangão na colmeia, que será expelido logo, logo? Eu creio, meus queridos amigos, poder dizer que fiz isso quando me uni à Igreja de Cristo. Lembro muito bem como me incorporei, pois eu forcei minha entrada à Igreja de Deus, dizendo ao ministro – que era uma pessoa frouxa e lenta – depois de tê-lo buscado quatro ou cinco vezes sem poder vê-lo, que eu já tinha cumprido com meu dever, e se não me concedia uma reunião, eu mesmo convocaria uma reunião da Igreja, e lhes diria que eu creio em Cristo, e lhes pediria que me recebessem. Eu sei que quando eu disse, tinha a intenção de fazê-lo. Eu sei que não existia ninguém entre todos eles que tivesse a intenção de fazê-lo mais intensamente naquele momento, e o digo seriamente. Eu me entrego a Cristo e à religião de Cristo. Não me importa falar sobre política quando tem que ver com o cristianismo; não me importa cooperar com a causa comum da filantropia, ou com qualquer obra para o bem de meus semelhantes; mas não me entrego de todo coração e espírito a nenhuma obra senão àquela de divulgar o conhecimento do nome de Cristo. Isso, penso dever ser o primeiro e o último para o cristão. Sua religião cobre sua roupa, ou sua roupa cobre seu cristianismo? Qual dos casos é aplicável para você, meu amigo? Você é um político: isso está muito bem; alegra-me que haja um homem honesto em um lugar assim; no entanto, sua religião cobre sua política, ou sua política devora sua religião? Você é um trabalhador; bem, essa é uma posição honrosa, e toda honra deve ser dada ao homem que trabalha duro; porém, sua religião permeia e dá qualidade ao seu duro trabalho? Você ama a Cristo em meio de tudo isso? Sente em todo momento que, sobre tudo, deve ser um cristão? Então não me importa o que seja, quer seja um ferreiro ou um varredor, um rei ou um limpador de chaminés; isso não tem importância. O primeiro e o mais importante é que você seja um cristão, e todo o demais deve se subordinar a isso, pois a Igreja cristã tem o direito de esperar isso. Agora, eu sei que existe alguns que dizem: “bem, eu espero ter-me entregado ao Senhor, mas não pretendo entregar-me a nenhuma igreja, porque ___________” Agora, por quê não? “Porque posso ser um cristão sem ela”. Você está muito convencido disso? Você pode ser tão bom cristão desobedecendo aos mandamentos de seu Senhor, como se fosse obediente a eles? Bem, suponha que todos demais fizessem o mesmo; suponha que todos os cristãos do mundo dissessem: “eu não me unirei à Igreja”. Então, não existiria uma Igreja visível; não haveria ordenanças. Isso seria algo muito mau e, no entanto, se um o fizesse – o que é correto para um é correto para todos – por que não teríamos que fazê-lo, todos os demais? Então, você crê que se fosse cometer um ato que tem a tendência de destruir a Igreja visível de Deus, seria tão bom cristão como se fizesse o mais que pudesse para edificar essa Igreja? Eu não creio nisso, amigo! Nem você tampouco. Você não crê em tal coisa: trata-se somente de uma desculpa enganosa para esconder algo mais. Ali está um ladrilho, e isso é muito bom. Para que esse ladrilho está montado? Para ajudar a construir uma casa com ele. Não tem caso que esse ladrilho lhe diga que é tão bom ladrilho enquanto esteja posto no chão como se estivesse na casa. É um ladrilho que não serve para nada; não serve enquanto não seja colocado na parede. De igual maneira, vocês, cristãos vagabundos, eu não creio que vocês estejam cumprindo seu propósito; estão vivendo contrariamente à vida que Cristo quer que vivam, e devem ser culpados em grande medida pelo dano que fazem. “Ó” – um diz – “ainda espero que amo ao Senhor, se eu fosse me unir à Igreja, eu sentiria que é uma grande atadura para mim”. É justo o que deveria sentir. Você não deveria sentir que está ligado à santidade agora, e ligado a Cristo agora? Ó, essas benditas ataduras! Se existe algo que pudesse me fazer sentir mais ligado à santidade do que estou, eu gostaria de sentir esses grilhões, pois se sentir ligado à santidade não é outra coisa que liberdade, retidão e solicitude de vida. “Ó” – diz outro – “se eu me unisse à Igreja, temo que não seria capaz de persistir”. Você espera persistir, suponho, fora da Igreja; quer dizer, você se sente mais seguro desobedecendo a Cristo do que o obedecendo! Que estranho sentimento é esse! Ó, seria melhor que fosse e dissesse: “meu Senhor, eu sei que teus santos devem estar unidos na comunhão da Igreja, pois as igrejas foram instituídas por Teus apóstolos, e eu confio que tenho graça para cumprir com essa obrigação; não tenho nenhuma força própria, meu Senhor, mas minha força radica em apoiar-me em Ti; irei onde Tu me guies, e tudo o mais deixarei em Tuas mãos”. “Ah, mas” – diz outro – “eu não posso me unir à Igreja; ela é tão imperfeita”. Então, você é perfeito, é claro! Se é assim, aconselho-o que se vá para o céu, e se una lá à Igreja, pois certamente você não é idôneo para se unir a ela na terra, e você estaria fora de seu lugar. “Sim” – diz outro – “mas eu vejo que os cristãos possuem muitas coisas más”, e não existe nada mau em você mesmo, suponho! Eu só posso dizer, meus irmãos, que se a Igreja de Deus não é melhor do que eu sou, sinto muito. Quando eu me uni à Igreja, eu senti que receberia muito mais bem do que eu poderia retribuir-lhe, e com todas as falhas que vi ao viver esses vinte anos ou mais na Igreja cristã, posso dizer-lhes, como homem honesto, que os membros da igreja são os excelentes da terra, nos quais está todo o meu deleite, ainda que não sejam perfeitos, e realmente estejam a grande distância de o serem. Se fora do céu fosse buscado alguém que realmente viva perto de Deus, esses são os membros da Igreja de Cristo. “Ah” – diz outro – “mas existem muitos hipócritas”. Você mesmo é muito cabal e sincero, suponho. Confio que o seja, mas então, deveria vir e unir-se à Igreja, para aumentar a integridade dela por meio da sua. Estou seguro, meus queridos amigos, de que nenhum de vocês fecharia sua loja, amanhã pela manhã, ou recusaria aceitar qualquer moeda de ouro, quando algum cliente lhes fosse pagar algo, só porque existem alguns falsificadores que estão pagando com moedas de ouro falsas. Não, vocês não fariam isso, e vocês não acreditam na teoria de certas pessoas de que devido a que alguns cristãos professos são hipócritas, então, todos os cristão o são, pois isso seria como se fosse dito que porque algumas moedas de ouro são falsas, então, todas as moedas de ouro são falsas, o que seria claramente um erro, pois se todas as moedas de ouro fossem falsas, não seria negócio para o falsificador apresentar suas moedas falsificadas: as moedas falsas só são de valor quando a quantidade de bom material excede o mau material. Existe ainda muito boa quantidade de respeitáveis cristãos de ouro no mundo e inclusive ainda na Igreja, e podem estar certos disso. “Bem” – diz alguém – “eu não creio – ainda que espero ser um servo de Deus – que eu possa me unir à Igreja; verá, ela é muito desprezada”. Ó, que bendito desprezo é esse. Eu em verdade creio, irmãos, que não existe honra no mundo que se equipare ao de ser desprezado pelo que se dá em chamar “Sociedade” nesse país. A maioria das pessoas são escravas do que chamam “Respeitabilidade”. Respeitabilidade! Quando um homem coloca no dia de Domingo um abrigo que comprou com seu dinheiro; quando adora a Deus pela noite ou durante o dia, quer seja que os homens o vejam ou não: quando é um homem honesto e íntegro – não me importa que baixos sejam seus rendimentos – ele é um homem respeitável, e não deve dobrar seu pescoço diante da ideia da Sociedade ou de sua respeitabilidade artificial. Esses diversos tipos de farsantes, pois não são outra coisa, impedem que muitos se unam à Igreja cristã, porque têm medo de serem desprezados pela gente respeitável da Sociedade. Precisamente ontem, li em um periódico que não serviria de nada criar membros da nobreza não conformistas, para que se voltassem respeitáveis em sua religião, porque na seguinte geração deixará de existir não conformistas, e temo que é verdade! É terrível que tão logo como algumas pessoas se elevam em sua posição social, renunciam à Igreja, a qual se entregaram quando se consagraram ao Senhor. O dia chegará quando os cristãos mais pobres serão exaltados acima dos nobres mais altivos que não temeram ao Senhor; quando Deus tome das miseráveis casas e barracas de Londres, uma nobreza de uma raça imperial que fará enrubescer a todos os reis e príncipes do mundo. E a esses os porá por cima dos serafins, enquanto outros serão lançados fora de Sua presença. Eu digo a qualquer de vocês que não queira se unir à Igreja porque fazê-lo rebaixaria sua respeitabilidade: tampouco eu lhe peço que se una a ela, nem tampouco Cristo o pede: se a Sociedade e a Respeitabilidade são os deuses que você adora, acuda a seus deuses miseráveis e a adorá-los, mas Deus o requererá de suas mãos no dia do acerto das contas. Não existe nada melhor que o serviço de Cristo. No que a mim diz respeito e se o serviço de Cristo o requer, aceito ser desprezado, ser apontado, ser vaiado nas ruas, ser chamado de todos os tipos de apelidos, e prefiro isso a todas as estrelas das ordens de cavalaria e dignidades da nobreza, pois essa é a verdadeira honra do cristão quando serve verdadeiramente a seu Senhor. Vem o dia em que o Senhor fará uma divisão entre aqueles que O amam e aqueles que não O amam, e cada dia se está alistando para essa última divisão. Nesta mesma noite, essa divisão está sendo realizada; na pregação do Evangelho se está implementando. Que cada homem tome sua posição, e se faça a pergunta: está com Cristo ou com Belial? Está com Deus, com Cristo, com o sangue precioso, ou ainda está no nível dos prazeres pecaminosos e seus deleites? Como você terá que responder por eles quando os céus estejam ardendo, e a terra estremeça, e a trombeta do juízo o convoque diante do grande trono branco, então, dê conta disso agora! E vocês, espíritos valorosos, que amaram o seu Salvador, se jamais se uniram ao Seu exército, venham e alistem-se agora. E vocês, espíritos amantes, que são ternos, e que retrocederam por um tempo, passem para frente agora – “Vocês que são homens agora sirvam-no, Contra incontáveis inimigos. Seu valor cresça com o perigo, E à força oponham força.” Hoje, apoiem Jesus: hoje, estejam dispostos a ser a escória de todas as coisas por causa de Seu nome; e logo, quando Ele venha na glória, a recompensa será sua, uma recompensa que sobrepassará todas as perdas que vocês poderiam experimentar hoje. “Aquele que crer e for batizado será salvo”. “O que crê em seu coração, e confessa com sua boca, será salvo”. Crê no Senhor Jesus Cristo, e que Sua benção descanse sobre você. Amém.

O CEU E O INFERNO

“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; e os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus 8:11-12 Em nossa terra é permitido falar aberta e claramente, e seu povo está sempre pronto a prestar ouvidos atentos a qualquer um que possa dizer algo digno de atenção. Por isso tenho certeza que disporemos de um auditório atento, pois não existe nenhuma razão para supor o contrário. Esse campo, como todos vocês estão cientes, é de propriedade privada. E eu queria sugerir aos que saem para pregar ao ar livre, que é muito melhor ir a um campo ou a um terreno sem edificações, do que bloquear caminhos e interromper negócios; e é ainda muito melhor estar em um lugar que tenha proteção, para prevenir de imediato qualquer distúrbio. Essa tarde pretendo animá-los para que busquem o caminho ao céu. Terei que expressar também algumas coisas severas relativas ao fim dos homens que se perdem no abismo do inferno. Sobre esse dois temas irei pregar, com a ajuda de Deus. Porem, lhes suplico, por amor de suas almas, que discirnam o que é correto e o que não é; comprovem se o que eu lhes digo é a verdade de Deus. Se não é, rejeitem totalmente meu ensino e o joguem fora para bem longe – mas se é verdade, e o desprezam, será por sua conta e risco; pois como terão que responder diante de Deus, o grandioso Juiz de céus e terra, não lhes irá bem se desprezam as palavras desse servo e de Sua Escritura. Meu texto consta de duas partes. A primeira é muito agradável para mim, e me dá grande prazer; a segunda é terrível; mas posto que ambas são verdades, ambas devem ser pregadas. A primeira parte de meu texto é: “Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus”. A frase que eu chamo de a parte negra, escura e ameaçadora é essa: “E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” I. Tomemos a primeira parte. Aqui existe uma PROMESSA EXTREMAMENTE GLORIOSA. Irei ler ela novamente: “Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus”. Gosto muito desse texto, porque me revela o que é o céu, e me apresenta um belo quadro dele. É dito que é um lugar onde me sentarei com Abraão, Isaque e Jacó. Oh, que pensamento mais doce é esse para o trabalhador. Muitas vezes ele limpa seu suor de sua fronte, e se pergunta se acaso existe uma terra onde não terá que afanar-se nunca mais. Muito raramente come uma casca de pão que não esteja úmida com seu suor. Diversas vezes vai para casa esgotado e se deixa cair numa cadeira, talvez desmaiado e cansado para poder dormir. Ele se pergunta: Ah, não existe um a terra onde eu possa descansar? Não existe um lugar onde eu possa ficar quieto?” Sim, você que é filho do trabalho árduo e estafante: “Existe uma terra feliz Longe, longe, muito longe” Onde esse trabalho árduo e estafante é desconhecido. Alem do firmamento azul, existe uma formosa cidade luminosa, cujos muros são de jaspe, e cuja luz brilha mais que o sol. Ali “os ímpios deixam de perturbar, e ali os de esgotadas forças descansam.” Ali estão os espíritos imortais que não precisam se limpar do suor de suas frontes, pois “não semeiam nem segam”, nem estão submetidos a um trabalho árduo e cansativo – “Ali em um monte verde e florido Suas cansadas almas se sentarão: E com gozos grandiosos farão Um conta das fadigas de seus pés” Para minha mente, uma das melhores visões do céu é que ele é uma terra de repouso; especialmente para o trabalhador. Os que não têm que trabalhar duro, pensam que amarão o céu como um lugar de serviço. Isso é muito certo. Porem, para o trabalhador, para o homem que labora arduamente com seu cérebro ou com suas mãos, sempre será um doce pensamento que exista uma terra onde iremos descansar finalmente. Pronto, essa voz não será forçada mais: logo, esses pulmões não terão que se exercitar alem de seu poder; logo, esse cérebro não será atormentado pelo pensamento; mas eu me sentarei à mesa do banquete de Deus; sim, estarei reclinado no peito de Abraão, e estarei tranquilo para sempre; oh filhos e filhas de Adão que estão cansados, não terão que empurrar o arado em um ingrato solo no céu, não terão que se levantar para desempenhar árduos trabalhos antes que o sol nasça, e trabalhar ainda quando o sol tenha se posto já a um bom tempo; mas sim estarão tranquilos, estarão quietos, descansarão, pois todos são ricos no céu, todos são felizes lá, todos estão em paz. Trabalho duro, problemas, cansaços, esforços, são palavras que não podem ser soletradas no céu; não existem tais coisas ali, pois ali todos sempre repousam. E notem com que boa companhia comparte. Eles “sentarão com Abraão, Isaque e Jacó.” Algumas pessoas pensam que não reconhecerão ninguém no céu. Mas nosso texto declara que nós nos sentaremos “com Abraão, Isaque e Jacó”. Então, tenho certeza que estaremos conscientes que eles são Abraão, Isaque e Jacó. Eu escutei a história de uma mulher que perguntou a seu marido, quando estava prestes a morrer: “meu querido, você crê que me conhecerá quando você e eu cheguemos ao céu?” Ele respondeu: “Se eu a reconhecerei? Vamos, sempre a conheci enquanto esteve aqui, e pensa que irei ser mais insensato quando chegue ao céu?” Penso eu que foi uma excelente resposta. Se nós nos conhecemos aqui na terra, nos reconheceremos depois. Eu tenho queridos amigos que partiram para o além, e sempre é um pensamento doce para mim que, quando pise meu pé, como espero fazê-lo, no umbral no céu, ver minhas irmãs e irmão me tomarem pela mão, dizendo: “Sim, amado, já está aqui.” Parentes queridos que foram separados, se encontrarão novamente no céu. Alguns de vocês perderam uma mãe que se foi ao céu; e se você segue as pisadas de Jesus, você se encontrará com ela lá. Em outro caso, parece-me que vejo a alguém que vem lhe receber à porta do paraíso; e ainda os laços de afeto natural possam ter sido esquecidos em certa medida – se me permitem usar uma figura – que abençoada ela seria quando ela se voltasse para Deus e lhe dissera: “Aqui estou eu, e os filhos que me tens dado.” Reconheceremos a nossos amigos: esposo, você reconhecerá sua esposa. Mãe, você reconhecerá a seus amados filhinhos; você via suas figuras quando jaziam brancas, ficando sem alento. Você se lembra como se jogou sobre suas tumbas ao momento de ser lançada a fria terra sobre eles, e se disse: “A terra à terra, o pó ao pó, as cinzas às cinzas;” porem, você voltará a escutar suas amadas vozes de novo; você escutará essas doces vozes uma vez mais; você ainda saberá que as pessoas que você amou, foram amadas por Deus. Por acaso não seria um lúgubre céu para nossa habitação, um onde não pudéssemos conhecer a ninguém e ninguém nos reconhecesse? Não me interessaria ir a um céu assim. Eu creio que o céu é a comunhão dos santos, e que nos reconheceremos uns aos outros ali. Muitas vezes pensei que terei muito gosto em ver a Isaias; e tão logo chegue ao céu, creio que irei perguntar por ele, porque ele falou mais sobre Jesus do que todos os demais profetas. Estou certo que vou querer encontrar George Whitefield, quem continuamente pregou ao povo, e se gastou como zelo mais que seráfico. Oh sim, teremos uma companhia eleita no céu, quando cheguemos. Não haverá distinção entre cultos e incultos, clero e leigos, mas sim caminharemos livremente entre todos; sentiremos que somos irmãos; sentaremos-nos com “Abraão, Isaque e Jacó.” Escutei outra vez sobre uma dama que recebeu a visita de um ministro em seu leito de morte, e lhe disse: “quero fazer-lhe uma pergunta, agora que estou a ponto de morrer.” “Bem,” perguntou o ministro, “qual é a pergunta?” “Oh”, respondeu ela, muito afetada, “quero saber se existem dois lugares separados no céu, pois eu não poderia suportar que Beth, a cozinheira, estivesse no céu junto comigo. Ela é tão pouco refinada.” O ministro deu a volta e respondeu: “oh, não se preocupe por isso senhora, não há temor disso; enquanto não se despoje desse seu orgulho maldito, você jamais entrará no céu.” Todos nós devemos nos despojar de nosso orgulho. Devemos nos humilhar e estar sobre uma base de igualdade diante dos olhos de Deus, e ver em cada homem um irmão, antes de poder esperar ser recebido na glória. Bendizemos a Deus, e lhe damos graças porque não preparará mesas separadas para uns e para outros. O judeu e o gentio se sentarão juntos. O grande e o pequeno se alimentarão dos mesmos pastos, e “nos sentaremos com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.” Mas meu texto tem ainda uma doçura mais profunda, pois afirma que “muitos virão e se sentarão.” Alguns fanáticos de mente estreita pensam que o céu será um lugar muito pequeno, onde haverá pouquíssima gente que assistiu a sua capela ou a sua igreja. Eu confesso que não tenho nenhum desejo de um céu pequeno, e me dá muito gosto ler nas Escrituras que na casa de meu Pai há muitas mansões. Que freqüento escuto que o povo diz: “Ah, estreita é a porta e apertado o caminho, e poucos que são os que acertam com ele. Haverá poucas pessoas no céu; a maioria se perderá.” Meu amigo, eu não estou de acordo contigo. Acaso você crê que Cristo permitirá que o diabo ganhe dele? Que permitirá que o diabo tenha mais pessoas no inferno das que Ele tenha no céu? Não, isso é impossível. Pois então Satanás se riria de Cristo. Haverá mais pessoas no céu das que haverão entre os que se perdem. Deus disse: “Eis aqui uma grande multidão, da qual ninguém pode contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam diante do trono e na presença do Cordeiro;” mas Ele nunca disse que haverá uma multidão que ninguém pode contar que se perderá. Haverá hostes incontáveis que chegarão ao céu. Que boas notícias para você e para mim! Pois, se existem tantos que serão salvos, por que eu não haveria de ser salvo? Por que também aquele homem que está no meio da multidão, não pode dizer: “não poderia eu mesmo ser um desses da multidão?” E essa pobre mulher que está ali não poderia recobrar ânimo e dizer também: “Bom, se só se salvarão meia dúzia de pessoas, por que eu não haveria de ser salva?” Anime-se, você que está desconsolado! Alegre-se, filho da dor e da aflição, ainda há esperança para você! Eu não posso crer que alguém esteja mais alem do alcance da graça de Deus. Haverá uns quantos que cometeram esse pecado que é para morte e Deus os abandonou; mas a vasta maioria da humanidade está ainda dentro do alcance da misericórdia soberana: “E muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão no reino dos céus.” Olhem outra vez para meu texto, e vocês verão de onde vêm essas pessoas. Eles “virão do oriente e do ocidente.” Os judeus diziam que todos eles viriam da Palestina, cada um deles, cada homem, cada mulher e cada criança; que não haveria ninguém no céu que não fora judeu. E os fariseus pensavam que se todos eles não eram fariseus, não poderiam ser salvos. Mas Jesus Cristo disse que virão muitos do oriente e do ocidente. Haverá uma multidão daquela terra muito distante, China, pois Deus está fazendo uma obra grandiosa ali, e nós esperamos que o Evangelho seja vitorioso nessa terra. Haverá uma multidão dessa terra ocidental de Inglaterra; e também do pais ocidental que está alem do mar, de América; e do sul, da Austrália; e do norte, do Canadá, Sibéria e Rússia. Desde os confins da terra virão muitos que se sentarão no reino de Deus. Mas eu creio que esse texto não deve ser entendido tanto no sentido geográfico somente, tanto como no sentido espiritual. Quando diz que “muitos virão do oriente e do ocidente”, eu penso que não se refere particularmente as nações, mas sim a diferentes tipos de pessoas. Agora, “o oriente e o ocidente” quer dizer aqueles que se encontram mais longe da religião; no entanto, muitos deles serão salvos e chegarão ao céu. Existe uma classe de pessoas que será considerada sempre como desajuizada. Muitas vezes escutei, seja de um homem ou de uma mulher, um comentário sobre essas pessoas, “ele não pode ser salvo: é demasiadamente desleixado. Para que ele presta? Pedi-lhe que vá a um lugar de adoração: ele estava bêbado na noite de sábado. De que serviria argumentar com ele? Não existe esperança para ele. É um tipo endurecido. Olhe para o que ele fez durante todos esses anos. De que serviria falar com ele?” Agora, escutem isso, vocês que pensam que seus companheiros são piores que vocês; que condenam aos outros quando vocês mesmo são tão culpados quanto eles: Jesus Cristo disse: “muitos virão do oriente e do ocidente.” Haverá muitos no céu que uma vez foram bêbados. Eu creio que, em meio desse multidão comprada com sangue, haverá muitos que se cambalearam entrando e saindo de uma taverna durante a metade de suas vidas. Mas pelo poder da graça divina eles foram capazes de lançar a copa de licor fora. Eles renunciaram ao desenfreio e a intoxicação – fugiram dela – e serviram a Deus. Sim! Haverá muitos no céu que foram beberrões na terra. No céu haverá também muitas prostitutas: algumas das mais dissipadas serão achadas ali. Vocês recordam da história de Whitefield que uma vez disse que haverá pessoas no céu que foram “descartadas pelo diabo”; alguns que o diabo dificilmente pensaria que são bons o suficiente para ele, mas que Cristo salvará. Lady Huntingdon sugeriu-lhe uma vez com delicadeza que essa linguagem não era decorosa. Mas justo nesse momento se escutou a campainha e Whitefield desceu as escadas e se dirigiu a porta. Depois subiu e disse: “senhora, o que crê que acaba de me contar uma pobre mulher? Ela era uma triste perdida me disse ‘oh senhor Whitefield, quando você estava pregando nos disse que Cristo receberia os rejeitados do diabo e eu sou um deles.’”. E esse foi o instrumento de sua salvação. Alguma vez alguém nos impedirá que preguemos aos mais baixos dos baixos? Fui acusado de reunir toda a plebe de Londres a meu redor. Deus abençoe a plebe! Deus salve a plebe! Logo eu digo: suponhamos que eles são “a ralé”! Quem poderia necessitar do Evangelho mais que eles? Quem requer que Cristo seja pregado mais do que a eles? Temos a muitos que pregam às damas e aos cavaleiros, mas precisamos que alguém pregue a ralé nesses dias degenerados. Oh, aqui existe consolo para mim, pois muitos elementos do povo virão do oriente e do ocidente. Oh, que vocês pensariam se vissem a diferença que existe entre alguns que estão no céu e outros que estarão lá? Poderia ser encontrar alguém ali cujo cabelo estejam emaranhados e descabelado em sua testa e em seus olhos, seus olhos vermelhos saltando para fora e rindo como um idiota, que bebeu até consumir seu cérebro de tal forma que a vida parece ter partido no que concerne ao sentido e ao ser; no entanto eu lhe diria: “esse homem é suscetível de salvação”, e em um poucos anos eu poderia dizer “olhe para lá: vê aquela estrela brilhante? Reconhece aquele homem com uma coroa de ouro fino sobre sua cabeça? Nota aquele ser coberto com vestes de zafira e roupas de luz? Esse é aquele mesmo homem que se sentava ali como um pobre ser desviado, quase idiotizado; no entanto, a graça soberana e a misericórdia o salvaram! Não existe nada exceto esses que eu mencionei antes, que cometeram o pecado imperdoável, que esteja alem da misericórdia de Deus. Tragam-me aos piores homens, e ainda assim eu pregarei para eles o Evangelho; tragam-me os mais vis, e eu lhes pregaria, porque recordo que o Senhor disse: “Vá pelos caminhos e pelos becos, e força-lhes a entrar, para que minha casa se encha.” “e os digo que virão muitos do oriente e do ocidente, e se sentarão com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.” Existe uma palavra mais que devo ressaltar antes de terminar com essa doce porção: essa é a palavra “irão vir (virão)”. Oh, eu amo os “eu farei” e, por consequência, os “eles farão”, de Deus! Não existe nada comparável a essas expressões. Se o homem diz: “Se fará”, que há com eles? “Eu vou a” diz um homem, porem, nunca o cumpre; “eu varei,” diz, mas quebra sua promessa. Porem não acontece o mesmo com os “eu farei” de Deus. Se Ele diz “será”, assim será; quando Ele diz “sucederá”, assim será. Agora Ele disse aqui “muitos virão, muitos irão vir.” O diabo diz “não virão”, mas “eles sim virão”. Seus pecados dizem: “vocês não podem vir”, mas Deus diz : “vocês irão vir”. Vocês mesmos dizem: “não viremos”; mas Deus diz “você virão”. Sim, existem algumas pessoas aqui que estão rindo da salvação, que se burlam de Cristo e ridicularizam o Evangelho; mas eu lhes digo que inclusive alguns de vocês virão! “Como” – respondem – “pode Deus conduzir-me a ser cristão?” Lhes digo que sim, pois ali radica o poder do Evangelho. Ele não lhes pede seu consentimento; o consegue de fato. Ele não diz ‘quer recebê-lo?’ mas faz que vocês queiram no dia do poder de Deus. Não contra sua vontade, mas faz que vocês queiram. Ele mostra-lhes seu valor, e logo vocês se encantam dele, e correm diretamente atrás dele e o obtêm. Muita gente disse: “não aceitamos nada que tenha que ver com a religião”, mas, no entanto, foram convertidas. Eu ouvi a história de um homem que uma vez foi a uma capela para escutar os hinos, e tão logo que o ministro começou a pregar, esse tipo tapou os ouvidos com seus dedos, para não escutar a pregação. Porem, logo depois, um pequeno inseto posou em sua face, pelo qual se viu obrigado a tirar o dedo com que tapava o ouvido, para espantar esse bicho. Nesse preciso momento o ministro disse: “O que tem ouvidos para ouvir, ouça.” O homem ouviu, e Deus se encontrou com ele nesse instante para conversão de sua alma. Saiu convertido em um novo homem, com um caráter transformado. Ele, que tinha vindo para se divertir, se retirou para orar; quem veio para passar uma hora no ócio, regressou para casa para passar uma hora em devoção com seu Deus. O pecador se converteu num santo; o libertino se converteu em um penitente. Quem sabe se não haverá alguém assim aqui, essa noite. O Evangelho não precisa de seu consentimento, ele o obtêm. Tira a inimizade de seu coração. Vocês dizem: “não quero ser salvo”; Cristo diz que serão salvos. Ele faz que sua vontade de um giro total, e em consequência você clama: “Senhor, salva-me, que eu pereço!” Ah, então o céu exclama: “Eu sabia que faria que dissera isso”; e então, Ele se regozija por sua causa, porque mudou sua vontade e o conduziu a querer no dia de Seu poder. Se Jesus Cristo subisse a essa plataforma essa tarde, o que muita gente faria com ele? “Oh”, alguém dirá, “o faríamos Rei.” Não creio nisso. O crucificariam de novo se tivessem a oportunidade. Se Ele viesse e dissesse: “aqui estou, e os amo, querem que Eu os salve?”. Nenhum de vocês daria seu consentimento se fossem deixados à sua vontade. Se Ele os olhasse com esses olhos ante cujo poder o leão teria se encolhido; se Ele falasse com essa voz que derramou cataratas de eloquência como um rio de néctar vertido desde os penhascos, nem uma só pessoa viria para ser Seu discípulo; não, o poder do Espírito para fazer com que os homens venham a Cristo é necessário. Ele mesmo disse: “Nenhum pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer”. Ah! Precisamos disso; e aqui o temos. Eles virão! Eles virão! Vocês poderiam rir disso, poderão desprezar-nos; mas Jesus Cristo não morrerá em vão. Se alguns de vocês o rejeitam, haverá outros que não o rejeitarão. Se existem alguns que não são salvos, outros o serão. Cristo verá sua linhagem, viverá por largos dias, e a vontade do SENHOR prosperará em Sua mão. Alguns crêem que Cristo morreu, mas que algumas das pessoas pelas quais morreu, se perderão. E jamais poderia entender essa doutrina. Se Jesus, minha garantia, levou minhas dores e carregou com minhas aflições, eu me considero tão seguro como os anjos no céu. Deus não pode pedir o pagamento duas vezes. Se Cristo pagou minha dívida, terei que pagá-la outra vez? Não – “Livre do pecado eu caminho em liberdade, O sangue do Salvador é minha completa absolvição; Estou contente em Seus amados pés, Sou um pecador salvo, e o louvo rindo.” Virão! Virão! E nada no céu, nem na terra, nem no inferno, pode impedir que venham. E agora, você que é o primeiro dos pecadores, escute por um instante enquanto lhe chamo para que venha a Jesus. Existe uma pessoa aqui essa noite, que se considera a pior alma que jamais tenha vivido. Existe alguém que se diz a si mesmo, “eu estou certo que não mereço ser chamado para vir a Cristo!” Alma, eu a chamo! Você que é o mais miserável perdido, essa noite, pela autoridade que Deus me deu, lhe exorto que venhas a meu Salvador. Faz algum tempo, quando fui à corte de um condado, para ver o que faziam, ouvi que chamavam alguém por seu nome, e imediatamente o homem respondeu “abram espaço, abram espaço, estão me chamando”, e se aproximou com prontidão. Agora, essa tarde, eu chamo ao principal dos pecadores, e lhe peço que diga: “me dêem licença, apartem-se dúvidas! Saiam temores! Fora, pecados! Cristo me chama! E se Cristo me chama, isso é o suficiente!” – “Eu me aproximo a Seus pés cheios de graça, Cujo cetro oferece misericórdia; Talvez Ele me ordenasse que O toque! E então o suplicante viverá Eu poderia perecer se vou; Mas estou resolvido a tentar; Pois se fico longe, eu sei Que devo morrer para sempre. Porem, se morro com a misericórdia buscada, Tendo provado ao Rei Isso seria morrer (deleitável pensamento!) Como um pecador jamais morreu!” Venha e prove a meu Salvador! Vem e prova meu Salvador! Se te deica fora depois que O tenha buscado, divulgue no Abismo que Cristo não quis lhe escutar! Porem, a você jamais será permitido fazer isso. Seria uma desonra para a misericórdia do pacto, que Deus deixe fora a um pecador penitente; e nunca ocorrerá isso enquanto esteja escrito: “e os digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.” II. na segunda parte, meu texto é penetrante, eu prego com grande deleite sobre a primeira parte, mas aqui existe uma triste tarefa para minha alma, porque encontramos palavras tenebrosas. No entanto, como lhes disse, o que está escrito na Bíblia deve ser pregado, seja tenebroso ou alegre. Existem alguns ministros que nunca mencionam nada sobre o inferno. Escutei de um ministro que uma vez disse para sua congregação: “Se vocês não amam ao Senhor Jesus Cristo, vocês serão enviados a esse lugar cujo nome não é cortês se mencionar.” A esse ministro não se lhe devia permitir que pregasse novamente, se era incapaz de usar palavras claras. Agora, se eu vejo que aquela casa está pegando fogo, vocês acreditam que eu ficaria imóvel dizendo: “eu acho que ali está se desenvolvendo uma combustão”. Não, eu gritaria: “Fogo! Fogo!” e então todo mundo entenderia o que estou dizendo. Assim, se a Bíblia disse: “os filhos do reino serão lançados às trevas exteriores”, devo me apresentar aqui e expor as coisas favoravelmente? Deus não queira! Devemos dizer a verdade, tal como ela está escrita. É uma terrível verdade, pois diz: “e os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores” Agora, quem são esses filhos? Direi-lhes. “Os filhos do reino” são essas pessoas que se fazem notar por suas amostras externas de piedade, mas que não possuem suas características interiores. Pessoas que vocês verão marchando para a capela, tão religiosamente como é possível, com suas Bíblias e seus hinários, ou indo a igreja, tão devotas e modestamente como poder, mostrando-se tão sóbrias e sérias como sacristãos paroquiais, imaginando-se que estão seguros de serem salvos, ainda que os corações deles não estão ali de fato, alem de somente seus corpos. Essas são as pessoas que são “os filhos do reino”. Não possuem graça, nem vida, nem a Cristo, e serão lançados às trevas exteriores. Ademais, essas pessoas são filhas de pais e mãe piedosas. Não existe nada que comova tanto o coração de um homem, notem bem, como falar sobre sua mãe. Eu ouvi a história de um marinheiro blasfemo, que ninguém podia controlar, nem sequer a polícia, que por onde passava distúrbios. Uma vez, ele foi a um lugar de adoração, e ninguém podia mantê-lo quieto; porem, um cavaleiro se aproximou e disse: “João, você teve uma mãe uma vez.” Com isso, as lágrimas rolaram por sua face. Ele disse: “Sim, já!” “bendito sejas amigo, é certo que a teve,” e o perturbador disse: “e eu levei com dor seus cabelos grisalhos à tumba, e sou um descarado ao estar aqui essa noite.” E logo, se assentou, muito quieto e submisso pela simples menção de sua mãe. Ah, e existem alguns de vocês, “filhos do reino”, que podem se lembrar de suas mães. Sua mãe o sentou em seus joelhos e lhe ensinou logo cedo a orar: seu pai o instruiu nos caminhos da piedade. E, no entanto, você está aqui essa noite sem graça em seu coração: sem a esperança do céu. Está descendendo até o inferno tão rápido como seus pés lhe permitem. Existem alguns de vocês que quebrantaram o coração de sua pobre mãe. Oh, se pudesse lhes dizer o que ela sofreu por vocês enquanto vocês estão entregando-se ao pecado durante a noite. Se dão conta de qual era sua culpa, “filhos do reino”, depois que as orações e as lágrimas de uma mãe piedosa caíram sobre vocês? Não posso conceber que ninguém entre ao inferno com uma pior graça que o homem que vai para lá com as gotas de lágrimas de sua mãe sobre sua cabeça, e com as orações de seu pai seguindo seus calcanhares. Alguns de vocês suportariam inevitavelmente essa condenação; alguns jovens e mulheres de despertarão um dia e se encontrarão nas trevas exteriores, enquanto seus pais estarão acima no céu, olhando até abaixo com olhos de reprovação, como que querendo dizer: “Como! Depois de tudo o que fizemos por você, tudo o que lhe dissemos, você chegou a isso?” “Filhos do reino!” não creiam que uma mãe piedosa possa salvá-los. Não pensem que porque seu pai foi um membro de tal e tal igreja, sua piedade os salvará. Posso supor a alguém parado à porta do céu rogando, “deixem-me entrar! Deixem-me entrar!” “Por que?” perguntam. “Porque minha mãe está ali dentro.” Sua mãe não teve nada que ver contigo. Se foi santa, foi santa para ela; se foi perversa, foi perversa para ela. “Mas meu avô orou por mim.” Isso não lhe serve para nada agora. Você orou por você mesmo? “Não, não orei”. Então as orações do avô e da avó, e as orações do pai e da mãe, podem amontoar-se umas sobre as outras até que alcancem as estrelas, mas nunca poderão formar uma escada que você possa usar para subir ao céu. Deve buscar a Deus por ti mesmo; ou melhor, Deus deve buscar-lhe. Você deve ter uma experiência vital de piedade em seu coração, pois do contrário está perdido, ainda que todos seus amigos estejam no céu. Uma mãe piedosa sonhou um sonho terrível e o contou a seus filhos. Ela pensou que o dia do juízo tinha chegado. Os grandes livros foram abertos. Todos eles estavam diante de Deus. E Jesus Cristo disse: “Separem a palha do trigo; coloquem os cabritos à esquerda e as ovelhas à direita da grande assembleia. E o anjo veio, e disse: “tenho que levar a mãe: ela é uma ovelha, ela deve ir para direita. Os filhos são cabritos, e eles devem ir para esquerda.” Ela sonhou que ao retirar-se, seus filhos a agarravam e lhe diziam: “Mãe, por acaso podemos nos separar? Devemos estar separados?”. Então, ela os abraçou enquanto lhes dizia: “meus filhos, se fosse possível, eu os levaria comigo.” Porem, em um instante o anjo a tocou: suas faces estava secas, e agora, sobrepondo-se ao afeto natural, sendo transformada em um ser sobrenatural e sublime, rendida à vontade de Deus, ela disse: “meus filhos, eu lhes ensinei bem, eu os eduquei, e vocês abandonaram os caminhos de Deus, e agora tudo o que tenho que dizer é amem a sua condenação.” Então, nesse momento, eles foram arrebatados longe, e ela os viu em tormento perpétuo, enquanto ascendia ao céu. Jovem, o que você pensaria quando o ultimo dia venha, e escute que Cristo diz: “Aparte-se de mim, maldito!”? E haverá uma voz justamente atrás Dele, dizendo, amem. E quando investigue de onde procede essa voz, descubra que foi a voz de sua própria mamãe nesse “amem”? Ou também, moça, quando sejas lançada nas trevas externas, o que pensaria ao ouvir uma voz dizendo “Amém”, e quando olhe, veja ali sentado a seu papai, e seus lábios ainda se agitam com a solene maldição. “Ah, filhos do reino,” os réprobos penitentes entrarão no céu, muitos deles; publicanos e pecadores chegarão ali; bêbados arrependidos e blasfemos serão salvos, mas muitos dos filhos do reino serão deixados às trevas exteriores. Oh, pensar que você que foi educado tão bem, se perda, enquanto que muitas das piores pessoas serão salvas. Será o inferno do inferno para você quando eleve o olhar e veja ali “ao pobre João,” o bêbado, reclinado no peito de Abraão, enquanto você que teve uma mãe piedosa é lançado ao inferno, simplesmente porque não creu no Senhor Jesus Cristo; apartou de você mesmo o Evangelho, e viveu e morreu sem ele! Isso será o pior aguilhão de todos, se ver a si mesmo lançado fora nas trevas, quando o principal dos pecadores encontra a salvação! Agora, escutem-me um momento – não os deterei por largo tempo – enquanto assumo a triste tarefa de dizer-lhes o que é que acontecerá a esses “filhos do reino”. Jesus Cristo diz que eles “serão lançados nas trevas exteriores, e ali haverá choro e ranger de dentes.” Primeiro, observem, eles serão lançados. Não diz que vão ir, mas quando cheguem aas portas do céu serão lançados. Tão logo como o hipócrita suba as portas do céu, a Justiça dirá: “lá vem, lá vem! Menosprezou as orações de um pai, se burlou das lágrimas de uma mãe. Ele forçou seu caminho de caída contra todas as vantagens que a misericórdia lhe proveu. E agora vem. Gabriel, agarre esse homem”. Então, o anjo, os prendendo pelos pés e mãos, o pende por um instante sobre as boas do abismo. Ele o ordena que olhe para baixo, para baixo, para baixo. Não existe fundo: e você ouve umas palavras que se elevam desde esse abismo: “gemidos, queixas profundas, e alaridos de espíritos torturados.” Você estremece, seus ossos se derretem como cera, e sua medula se abala dentro de você. Onde está agora seu poder, e, onde está sua jactância e fanfarronice? Dá um alarido e choras, e pede misericórdia; mas o anjo, com seu tremendo punho, o sustenta firme, e logo lhe lançar ao abismo, com o grito: “longe, longe!” e você caia ao buraco que não tem fundo, e se desce para sempre para baixo, sem achar jamais um lugar de descanso para planta de seus pés. Será lançado fora. E, onde será lançado? Deve ser lançado “nas trevas exteriores;” ser colocado no lugar onde não haverá esperança. Pois, por “luz”, nas Escrituras, nós entendemos “esperança”; e você será lançado “às trevas exteriores, onde não existe luz: não existe esperança. Existe algum homem aqui que não tenha esperança? Não posso imaginar a uma pessoa assim. Talvez, algum de vocês diga: “Tenho uma dívida de trinta libras esterlinas, e logo serei vendido; mas tenho a esperança de obter um empréstimo, e assim poderei escapar de minha dificuldade.” Outro diz: “Meu negócio está na ruína, mas as coisas ainda podem mudar: tenho a esperança.” Outro diz: “Eu estou submerso na angustia, mas espero que Deus me dê a provisão”. Outro diz: “eu devo cinquenta libras esterlinas; eu; eu sinto muito, porem, irei colocar minhas fortes mãos a trabalhar e vou fazer um grande esforço para sair do problema.” Alguém pensa que seu amigo está morrendo – mas tem a esperança que talvez a febre regresse: espera que possa viver. Mas no inferno não existe esperança. Nem mesmo a esperança de morrer: a esperança de ser aniquilados. Eles estão perdidos para sempre, para sempre, para sempre! Em cada cadeia do inferno está escrito: “para sempre”. Nos fogos, ali, sobressaem as palavras: “para sempre”. Acima de suas cabeças, eles lêem: “para sempre”. Seus olhos estão amargurados e seus corações estão doloridos pelo pensamento de que é para sempre. Oh, se eu pudesse dizer-lhes nessa noite que o inferno irá desaparecer queimado um dia, e que os que estavam perdidos poderiam ser salvos, haveria um jubilo no inferno motivado pelo simples pensamento desses. Porem, não pode ser: é “para sempre” que “são lançados nas trevas exteriores”. Mas eu gostaria de terminar co isso tão logo quanto possa, pois, quem pode suportar falar dessa forma a seus companheiros? O que é que os perdidos estão fazendo? Estão “chorando e rangendo seus dentes”. Você agora range os dentes? Não faria isso a menos que sentisse dor e estivesse agonia. Bem, no inferno sempre existe um ranger de dentes. E, sabe por quê? Há um que range seus dentes para seu companheiro e murmura: “eu fui conduzido ao inferno por vocês, você me levou a extraviar, você me ensinou a beber pela primeira vez”. E outro range os seus dentes também e lhe responde: “E daí se o fiz, você me fez mais mal do que eu teria sido”. Existe ai uma criança e olha para sua mãe e diz para ela: “Mãe, você me treinou no vício”. E a mãe range os dentre de volta ao menino, e lhe responde: “não sinto piedade por você, pois você me superou no vício e me conduziu ao profundo do pecado”. Os pais rangem seus dentes para seus filhos, e os filhos aos pais. E me parece que se existe alguns que terão que ranger os dentes mais que outros, serão os sedutores, quando vejam àqueles que desviaram dos caminhos de virtude, e os ouçam dizer: “ah, nos dá gosto que você esteja no inferno conosco, você merece, pois você nos trouxe aqui”. Algum de vocês tem sobre sua consciência no dia de hoje o fato de que conduziu a outros ao abismo? Oh, que a graça soberana o perdoe. “eu andei errante como ovelha extraviada”, Davi disse. Agora, uma ovelha extraviada jamais se extravia sozinha se pertence ao rebanho. Recentemente li sobre uma ovelha que saltou sobre a varanda de uma ponte, e cada uma das ovelhas do rebanho a seguiu. Assim, se um home se desvia, conduz a outros ao desvio com ele. Alguns de vocês terão que prestar contas pelos pecados de outros quando cheguem ao inferno, assim como pelos seus próprios pecados. Oh, que “choro e ranger de dentes” haverá nesse abismo! Agora encerro o livro negro. Quem quer dizer algo mais sobre ele? Eu lhes adverti solenemente. Falei para vocês da ira vindoura! A tarde cai, e o sol está se pondo. Ah, e as tardes enegrece para alguns de vocês. Vejo aqui a homens de cabelos grisalhos. Por acaso são seus cabelos grisalhos uma coroa de glória ou um gorro de um insensato? Vocês estão na própria borda do céu, ou estão cambaleando a beira da sua tumba, e afundando-se para perdição? Permitam-me adverti-lhes, homens de cabelos grisalhos; seu entardecer se aproxima. Oh, pobre homem de cabelos brancos que vacila, você dará seu ultimo passo para o abismo? Deixe que um pequeno menino se interponha na sua frente e lhe suplique que reconsidere. Ali está seu cajado: não tem mais nenhum pedaço de terra sobre o qual descansar; e agora, antes que morra, recapitule essa noite – deixe que se levantem precipitadamente setenta anos de pecado; deixe que os fantasmas de suas esquecidas transgressões marchem sobre seus olhos. O que você fará com setenta anos desperdiçados pelos quais tem que responder, com setenta anos de crimes que irá trazer diante de Deus? Que Deus lhe dê nessa tarde graça para que se arrependa e que coloque sua confiança em Jesus. E vocês, homens de meia idade, não estejam tão seguros: a tarde cai para vocês também; podem morrer logo. Faz uns quantos dias, fui levantado cedo de minha cama por conta de um pedido para que me apressasse a visitar um moribundo – porem, quando cheguei à casa, ele já estava morto: era um cadáver. Enquanto estava naquela casa, pensei: “ah, esse homem não tinha a menor ideia de que morreria tão rápido.” Ali estavam sua esposa e seus filhos e amigos; não pensaram que ia morrer, pois era um homem sadio, robusto, vigoroso somente há alguns dias atrás. Nenhum de você tem uma apólice de seguro de sua vida. Se o tem, onde está? Vão e vejam se a possuem escondida nos baús de sua casa. Não! Vocês podem morrer amanhã. Portanto, permitam-me advertir-lhes pela misericórdia de Deus – deixem-me lhes falar como um irmão falaria com vocês; pois eu os amo, e vocês sabem que é assim, e eu gostaria que gravassem isso em seus corações. Oh, estar entre as muitas pessoas que serão aceitas em Cristo: que benção será! E Deus disse que todo aquele que invoque Seu nome será salvo: não rejeita a ninguém que venha a Ele por meio de Cristo. E agora, moços e moças, uma palavra para vocês. Talvez pensem que a religião não é para vocês. “Sejamos felizes” dizem: “estejamos alegres e cheios de gozo”. Por quanto tempo, rapaz, por quanto tempo? “Até que eu cumprir vinte e um anos.” Você está seguro de que alcançará essa idade? Deixe-me dizer-lhe uma coisa. Se de fato você vive até essa data, e mesmo assim não tem um coração para Deus, tampouco terá um quando chegue nessa idade. Se os homens são deixados por si mesmos, não se fazem melhores. Sucede com eles o mesmo que acontece com um jardim; se o abandona e permite que cresça ervas daninhas nele, não espere encontrá-lo em melhor estado seis meses depois: estará pior! Ah, os homens falam como se pudessem se arrepender quando queiram. É obra de Deus nos dar arrependimento. Alguns, inclusive, chegam a dizer: “irei me voltar a Deus tal e tal dia.” Ah, se sentisse de maneira correta diria: “devo correr a Deus, e pedir-lhe que me dê o arrependimento agora, para que não morra antes de ter encontrado a Jesus Cristo meu Salvador”. E agora, uma palavra para concluir essa mensagem. Falei-lhes do céu e do inferno, qual é o caminho, então, para escapar do inferno e para ser encontrado no céu? Não lhes irei repetir meu velho conto essa noite. Eu lembro quando os contei anteriormente, um bom amigo que se encontrava entre a multidão me disse: “Nos dê algo que seja fresco, velho amigo”. Agora, realmente quando se prega dez vezes pela semana, nem sempre podemos dizer coisas frescas. Já ouviram falar de John Gough, e você sabem que ele repete suas histórias uma e outra vez. Eu não tenho nada senão o velho Evangelho. “o que crer e for batizado, será salvo.” Aqui não existe nenhuma referência a obras. Não diz: “Aquele que seja um bom homem será salvo.” Bem, que significa crer? Significa colocar inteiramente sua confiança em Jesus. O pobre Pedro uma vez creu, e Jesus lhe disse: “Vamos Pedro, caminhe até mim sobre a água.” Pedro foi, pisando as cristas das ondas, sem afundar; mas quando olhou as ondas, começou a temer, e se afundou. Agora, pobre pecador, Cristo lhe diz: “Vamos, caminha sobre seus pecados; venha a Mim”; e se você faz isso, Ele lhe dará poder. Se você crê em Cristo, será capaz de caminhas sobre seus pecados, pisar sobre eles. E vencê-los. Eu posso recordar aquele tempo quando meus pecados me olharam pela primeira vez em minha cara. Eu me considerei o mais execrável de todos os homens. Eu não havia cometido grandes transgressões visíveis contra Deus; mas tinha presente que tinha sido educado e guiado muito bem, e por isso pensava que meus pecados eram piores que os de outras pessoas. Clamei a Deus por misericórdia, mas Ele não me ouviu, e eu não sabia o que era ser salvo. Algumas vezes estava tão cansado do mundo que desejava morrer: mas então me lembrava que existia um mundo pior depois desse, e que não seria bom me apressar em me apresentar diante de meu Senhor sem estar preparado. Às vezes, pensava perversamente que Deus era um tirano sem coração, porque não respondia minha oração; e logo, outras vezes, pensava: “eu mereço Seu desgosto; se Ele me envia ao inferno será justo.” Porem, recordo que a hora quando entrei a um lugar de adoração, e vi a um homem alto e delgado subir ao púlpito: nunca voltei a lhe ver depois desse dia, e provavelmente nunca o veja novamente, até que nos encontremos no céu. Abriu a Bíblia, e leu, com uma voz frágil: “Olhai para mim, e sereis salvos, todos os términos da terra, porque eu sou Deus, e não há outro.” Ah, eu pensei, eu sou um dos términos da terra, e então, voltando-me, e fixando seu olhar em mim, como se ele me conhecesse, esse ministro disse: “olhe, olhe, olhe”. Vamos, eu pensava que havia muitas coisas que eu deveria fazer, mas descobri que só tinha que olhar. Eu pensava que eu mesmo tinha que tecer um vestido: porem, descobri que seu olhava, Cristo me daria um vestido. Olhe, pecador, isso é ser salvo. Olhe para Ele, todos os términos da terra, e sejam salvos. Isso é o que os judeus fizeram, quando Moises levantou a serpente de bronze. Ele disse: “olhem”, e eles olharam. As serpentes andavam a seu redor, e eles chegavam quase mortos; mas simplesmente olhavam, e no momento que olhavam, as serpentes cairam fulminadas, e eles eram sarados. Olhe para Jesus, pecador. “Ninguém exceto Jesus pode fazer bem aos pecadores desvalidos.” Existe um hino que cantamos sempre, mas que não é muito correto, que diz – “Aventure-se Nele, aventure-se inteiramente; Não deixes que nenhuma outra confiança se intrometa.” Agora, não é uma especulação confiar em Cristo. O que confia em Cristo está muito seguro. Eu recordo que quando o querido John Hyatt estava morrendo, Matthew Wilks lhe disse: “E bem, John, pode confiar agora sua alma nas mãos de Jesus Cristo?” “Sim,” respondeu “um milhão, um milhão!” estou certo que cada cristão que tenha confiado em Cristo pode dizer: “amem” a isso. Confia nele, nunca irá se enganar. Meu bendito Senhor nunca lhe lançará fora. Devo terminar minha mensagem, e só me resta agradecer-lhes sua amabilidade. Nunca vi a tantas pessoas reunidas, que estejam tão tranqüilas e tão quietas. Realmente penso, depois de todas as duras coisas que se disseram, que os ingleses sabem que os ama, e que eles estarão com o homem que esteja com eles. Dou graças a cada um de vocês, e sobre todas as coisas, lhes suplico, se existe razão ou sentido no que eu disse, reflitam sobre o que são, e que o bendito Espírito lhes revele sua verdadeira situação! Que lhes mostre que estão mortos, que estão perdidos, arruinados. Que lhes faça sentir que coisa tão terrível seria se afundar no inferno! Que lhes assinale o caminho ao céu! Que os tome, dizendo: “Fuja! Fuja! Fuja! Olhe para o monte; não olhe para trás de ti, não pare em toda a planície. “e que todos nos reunamos ao fim no céu; e ali seremos felizes para sempre.

ESPELHO

 Pois, quando nele vos olhais, nada vedes senão a vossa própria imagem. E nenhum de vós esperaria ver refletida a figura de outra pessoa; sa...