PEDRO CESARIO

"Pois Deus os comprou e pagou o preço" (1 Co 6:20). Uma transação mercantil acontece quando o que você deseja está à venda e você possui condições de comprar. Por um preço – geralmente expresso na moeda corrente do lugar onde vai acontecer a operação – você troca algo de valor geral, o dinheiro, por algo de uma utilidade específica: um carro, alimento, um remédio. Em tempos idos podia-se comprar pessoas. Elas eram colocadas em lugares públicos, preço estabelecido e pronto. Comprado. Vendido. Marcava-se a pessoa. Era propriedade do seu dono. Naquela época, as pessoas substituíam as comodidades modernas, os eletrodomésticos, as máquinas, os equipamentos. Para tirar água do poço, um escravo e um balde. Para falar com alguém, enviava-se um mensageiro – não havia telefone. E por aí vai. Era comum uma pessoa rica necessitar de dezenas de escravos para fazer as coisas comuns. Pedro, o apóstolo do Senhor, disse que nós fomos comprados. Inclusive, custamos caro. Alto preço. O preço do sangue do Cordeiro sem mácula. Não que estivéssemos à venda, que tivéssemos algum valor, alguma utilidade. Tínhamos sido penhorados por dívida. Como uma duplicata, não paga, a injustiça levou-nos ao mercado. Daí vem a expressão paulina que fomos "resgatados". Sim, resgate. Termo forense. Assim como se resgata uma promissória, uma duplicata, uma conta, uma jóia penhorada, fomos também resgatados. O sangue de Cristo comprou-nos e tornou-se, ao mesmo tempo, nossa fiança diante de Deus. Ele é nossa garantia. Somos cobertos! Palavra popular evangélica, mas na sua profundidade, o sangue afiança nossa relação com Deus, e é o penhor (a garantia) da nossa redenção. Por isso as Escrituras afirmam: "Porque fostes comprados por preço" (1 Co 6:20). Quem foi comprado tem dono. Tem Senhor. Agora, nada pode comprar-nos – pois fomos adquiridos por alto preço. Valemos muito para Deus.