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quarta-feira, 1 de maio de 2024

ETARISMO

 ETARISMO, TRABALHO E SENSAÇÃO DE OBSOLESCÊNCIA 


Madonna é reconhecida por levantar a questão do tratamento das mulheres mais velhas na indústria do entretenimento e na sociedade em geral, destacando a necessidade urgente de combater o preconceito relacionado à idade e promover a igualdade de oportunidades para pessoas de todas as idades. Aos 66 anos, ela defende com fervor a ideia de que a idade não deve ser um obstáculo para o sucesso ou a realização pessoal, e enfatiza que todas as pessoas devem ser valorizadas por suas contribuições, independentemente da idade.


No Brasil, a apresentadora Xuxa Meneghel é uma das figuras mais proeminentes na luta contra o etarismo. Aos 61 anos, ela celebra uma carreira longa e bem-sucedida, mantendo-se atenta aos próximos projetos e desafios. Xuxa demonstra uma sabedoria adquirida ao longo dos anos, aprendendo a lidar - ou simplesmente ignorar - os críticos e detratores. Em vez de se render à pressão pela juventude eterna, Xuxa abraça o envelhecimento e se torna uma das vozes mais incisivas contra o etarismo e a cobrança excessiva sobre as mulheres.

Essas duas personalidades destacam a importância de desafiar os estereótipos e preconceitos relacionados à idade, promovendo uma cultura que valorize e respeite as pessoas em todas as fases da vida.


O etarismo, também conhecido como discriminação por idade, é um fenômeno social preocupante que permeia muitos aspectos da vida, inclusive o ambiente de trabalho (não apenas a indústria do entretenimento). Essa forma de discriminação ocorre quando as pessoas são tratadas de maneira desigual com base na sua idade, seja por serem jovens demais ou idosas demais. No contexto profissional, o etarismo pode se manifestar de diversas formas. Para os trabalhadores mais velhos, pode se manifestar na forma de dificuldades para encontrar emprego, sendo preteridos em processos de seleção devido a estereótipos negativos sobre sua capacidade de aprender novas habilidades ou se adaptar a novas tecnologias. Muitas vezes, são vistos como menos produtivos ou menos motivados em comparação com colegas mais jovens, o que pode levar a uma diminuição das oportunidades de promoção ou desenvolvimento de carreira.


Por outro lado, os trabalhadores mais jovens também enfrentam desafios relacionados ao etarismo. Eles podem ser subestimados e não levados a sério devido à sua falta de experiência percebida, o que pode resultar em tarefas menos desafiadoras, salários mais baixos ou falta de reconhecimento por seu trabalho. Além disso, podem enfrentar dificuldades para serem respeitados por colegas mais velhos ou para serem levados a sério em posições de liderança.


Essas formas de discriminação baseadas na idade não apenas prejudicam os indivíduos afetados, mas também têm consequências negativas para as organizações. Quando os trabalhadores são discriminados com base na idade, isso pode levar a um ambiente de trabalho tóxico e desmotivador, resultando em baixa moral, alta rotatividade e perda de talentos. 

Para combater essa forma de discriminação, é fundamental promover uma cultura organizacional inclusiva, onde todas as idades sejam valorizadas e respeitadas. Isso pode incluir políticas de recrutamento e seleção que garantam a igualdade de oportunidades para candidatos de todas as idades, programas de desenvolvimento de carreira que reconheçam e promovam o talento independentemente da idade, e treinamentos para conscientizar os colaboradores sobre os preconceitos relacionados à idade e como evitá-los.


Líderes e gestores devem desempenhar um papel ativo na promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas, independentemente da idade. Isso pode envolver a promoção de oportunidades de mentoramento e colaboração intergeracional, onde os trabalhadores mais jovens possam se beneficiar da experiência e sabedoria dos mais velhos, e vice-versa.


No ambiente de trabalho, o etarismo pode levar os trabalhadores mais velhos a se sentirem menos valorizados ou respeitados, resultando em uma sensação de obsolescência. A obsolescência é a sensação de estar desatualizado, irrelevante ou sem valor devido à idade ou à percepção de que certas habilidades ou conhecimentos já não são mais úteis ou importantes. Isso pode ocorrer de várias maneiras:


1. Exclusão de oportunidades de desenvolvimento: Os trabalhadores mais velhos podem ser excluídos de oportunidades de treinamento e desenvolvimento profissional, com a suposição de que não têm a capacidade de aprender novas habilidades ou tecnologias. Isso pode levar a uma sensação de estagnação e obsolescência, à medida que as habilidades existentes se tornam desatualizadas.


2. Marginalização no local de trabalho: Os trabalhadores mais velhos podem ser marginalizados ou ignorados no local de trabalho, com colegas mais jovens ou superiores hierárquicos menosprezando suas contribuições ou não levando suas opiniões a sério. Isso pode fazer com que se sintam desvalorizados e irrelevantes.


3. Pressão para aposentadoria precoce: O etarismo pode criar uma cultura que valoriza a juventude e a energia, pressionando os trabalhadores mais velhos a se aposentarem antes que estejam prontos para fazê-lo. Isso pode deixá-los sentindo-se descartados e sem propósito, contribuindo para sentimentos de obsolescência.


Além do ambiente de trabalho, o etarismo também pode contribuir para uma sensação de obsolescência na sociedade em geral, incluindo o ambiente religioso. Pessoas mais velhas podem se sentir excluídas ou invisíveis em uma cultura que valoriza a juventude e a beleza, levando a sentimentos de inadequação e desvalorização.


Para combater a sensação de obsolescência causada pelo etarismo, é importante promover uma cultura de respeito e inclusão para pessoas de todas as idades. Além disso, é importante desafiar estereótipos e preconceitos relacionados à idade, promovendo uma visão mais positiva e inclusiva do envelhecimento.

A Bíblia também aborda princípios que podem ser aplicados para lidar com questões de etarismo no ambiente de trabalho, bem como em outros ambientes, inclusive o da igreja. Por exemplo, em Tito 2:6-8, é ensinado que os mais jovens devem ser exortados a serem sensatos, enquanto os mais velhos devem ser exemplos. Esta passagem destaca a importância de valorizar tanto a sabedoria dos mais velhos quanto a energia e o potencial dos mais jovens no local de trabalho.


A Bíblia também nos ensina sobre a importância de não fazer acepção de pessoas. Em Tiago 2:1-4, é dito: "Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre pessoas, tratando-as com parcialidade." Essa passagem nos lembra que todos os indivíduos são igualmente valorizados aos olhos de Deus e devem ser tratados com justiça e equidade.

Portanto, ao enfrentarmos o etarismo no local de trabalho, podemos nos inspirar nessas lições bíblicas para promover uma cultura de respeito, inclusão e igualdade. Isso pode envolver a implementação de políticas e práticas que valorizem e reconheçam as contribuições de todas as idades, bem como a promoção de programas de sensibilização e treinamento para combater os preconceitos relacionados à idade.


Ao fazermos isso, não apenas criamos ambientes de trabalho mais justos e acolhedores, mas também honramos os princípios bíblicos de amor ao próximo e tratamento igualitário para todos. Convém lembrar aqui o que diz o salmista: “Na velhice ainda darão frutos; serão fortes e cheios de vida, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha e nele não há injustiça” (Salmos 92:14-15).

Ninguém deve ser visto como quem tem prazo de validade preestabelecido. Enquanto a vida insiste em pulsar, prosseguimos em nossa evolução pessoal, profissional e espiritual. Mesmo quando desfrutamos de nossa merecida aposentadoria, podemos contribuir com nossa experiência, tornando o mundo um lugar mais justo, seguro e criativo.

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