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domingo, 7 de abril de 2019

Temos variadas opiniões sobre o que é a Igreja, mas dificilmente nos reportamos a Palavra para entender a expectativa de Deus. Quero repartir com todos que me acompanham um pouco do que podemos ler sobre a Igreja na Bíblia. Tenho afirmado de várias maneiras que a compreensão mais bíblica e adequada de ser Igreja do Senhor é a maneira metodista. A Igreja visível de Cristo é uma congregação dos fiéis na qual se prega a pura Palavra de Deus, e se ministram devidamente os sacramentos com todas as coisas a eles necessárias, conforme a Instituição de Cristo. Somos uma Igreja conciliar à semelhança da Igreja Primitiva, que se reunia para discutir e decidir os problemas; vejam Atos 6.1-7, a eleição dos diáconos, ou Atos 15.6-29, com o Concílio de Jerusalém. A forma de governo da Igreja Metodista é episcopal e seu sistema representativo. Outra característica é que somos uma Igreja conexional, isso significa que o dom de ser povo de Deus não se esgota na experiência da igreja local, mas se projeta sobre outras igrejas locais, formando um distrito, e os distritos nesta conexão missionária formam a Região Eclesiástica, e as Regiões Eclesiásticas a Igreja Metodista brasileira, e, como Igreja brasileira nos conectamos com o Metodismo mundial no Concílio Mundial Metodista. Mas vejamos pontualmente na Bíblia características que apontam o modo de ser Igreja Viva: 1) A Igreja Viva tem sede de Deus. Não basta ter uma eclesiologia correta, dispor de boas instalações, poltrona, ar condicionado, etc. Ter uma agenda cheia de programas, convidar bons pregadores. A presença de Deus em nosso meio não é garantida por um bom louvor, melhor som e instrumentos. Lembrem da Igreja de Laodicéia: “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” e “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap. 3.16-17e 20).Que tragédia uma igreja rica, tinha tudo, mas não tinha Deus, e o pior, o Senhor estava do lado de fora querendo entrar e eles não percebiam. Ou ainda, como a Igreja de Éfeso: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.” (Ap. 2.4). Perder o primeiro amor é fazer as coisas de Deus por hábito, por tradição, sem paixão, amor e alegria. Examinemos nossas motivações em fazer a obra de Deus. 2) A Igreja Viva sabe qual é sua Missão. Gosto muito da definição canônica “A missão da Igreja Metodista é participar da ação de Deus no Seu propósito de salvar o mundo”. Me entusiasmo com a visão regional “O Evangelho para cada pessoa, um grupo de discipulado para cada rua, uma igreja em cada bairro ou cidade a fim de alcançar 1 milhão de discípulos e discípulas”. Mas são letras, precisam se tornar carne, sangue nas veias do povo metodista, a começar pela classe pastoral. Wesley era muito prático ao definir a missão aos seus pregadores: “Vocês não tem nada a fazer, senão ganhar almas. Portanto, gastem e sejam gastos nesta obra. Devem ir sempre, não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas dos que precisam mais.” Sua ênfase na disciplina, santificação e discipulado foi o que manteve o avivamento Metodista na Inglaterra vivo e crescente. As classes de cuidado mútuo e crescimento foram o modo de discipulado mais reconhecido no mundo todo. Moody disse sobre elas: “As reuniões de classe metodista são a melhor instituição para treinamento de convertidos que o mundo já viu”. “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28.18-20). 3) A Igreja Viva é uma Igreja da Palavra. Há muitas fórmulas para ser uma Igreja bem sucedida, livros sobre o tema são inumeráveis, pode se escolher os modelos que se oferecem, mas nenhum supera o modelo bíblico. Ainda que muitos afirmem serem suas igrejas bíblicas, cabe comentar, pois eu já tenho mostrado os equívocos trazidos pelos modismos de sucesso, reunir muita gente não faz uma igreja ser bíblica. Lembrem do profeta Isaias: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene”.(Is 1.13). Se nós oferecermos cura, libertação, prosperidade, sem conversão a Jesus e discipulado, temos ajuntamento religioso, mas não a Igreja do Senhor. Uma Igreja bíblica tem fundamento: “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16.16-18). Ouçamos ainda Pedro afirmando: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. (At 4.11-12). Este é o nosso fundamento bíblico, o qual identifica a Igreja Viva e sua Missão. Por fim, há o exemplo da Igreja de Beréia: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens”. (At 17.11-12). É disso que precisamos, uma Igreja que conheça e viva a Palavra do Senhor. 4) A Igreja Viva tem Visão Missionária. Como o Senhor que serviu e deu sua vida por resgate de muitos, a Igreja não vive para sobreviver, não vive para si mesma. Celebra, louva, ora, mas seu coração está nas famílias não alcançadas da Igreja, no bairro, na cidade, no país e no mundo. Jesus após a ressurreição deu esta visão missionária estratégica: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8). Nossa fronteira missionária começa na nossa Jerusalém, nossa família, nosso bairro, e vai até os confins da terra. Uma Igreja Viva precisa destas dimensões claras em sua estratégia missionária. Nós somos herdeiros de uma tradição histórico-eclesiástica mais rica da História da Igreja, o Metodismo do Rev. João Wesley e seus irmãos e irmãs do Metodismo Primitivo na Inglaterra. Não preciso dizer o quanto foi ativo, itinerante e missionário o Metodismo de João Wesley, prefiro que o diga o Bispo Francis J. Ensley: “… o ministério de Wesley é impressionante, mesmo em nossos dias de algarismos astronômicos. Havia 70.000 metodistas, só na Inglaterra, quando Wesley faleceu. Talvez outros 70.000 houvessem falecido na fé metodista durante seu longo ministério do Metodismo Primitivo na Inglaterra.” E sua visão era “O Mundo é a Minha Paróquia”. Preciso falar mais? 5) Uma Igreja Viva é uma Igreja Discipuladora. Discipular é a forma de ser da Igreja. Assim foi para Jesus e para a Igreja primitiva. Discipular não é uma opção a mais de trabalho na vida das igrejas locais. Discipular é uma ordem de Jesus a qual devemos obedecer. Principalmente quando Jesus diz: “Ide, fazei discípulos de todas as nações… ensinando-os a guardar (praticar) todas as coisas que vos tenho ordenado”. (Mt 28.19-20). Esses desafios consistem em ajudar a todos os cristãos, tanto os novos convertidos como os antigos membros de todas as igrejas locais, a viverem efetivamente como discípulos de Jesus. Assim fazendo, contribuiremos para a multiplicação do número dos ministros e ministras, e para o seu crescimento como pessoas em Cristo. E, por conseguinte, para o crescimento do número de ministérios na vida da Igreja, para o cumprimento da Missão. Cada discípulo(a) tem dons e exerce seu(s) ministério(s), que concorre(m) para o crescimento numérico da Igreja, abençoando vidas, bairros e cidades. É necessário definir com clareza a origem bíblica do discipulado e sua implicação na vida da Igreja. Anotem um detalhe, o discipulado é fim e meio. É fim porque a ordem é fazer discípulos; é meio porque o discípulo maduro, pronto, torna-se um cristão ativo e frutífero na sociedade, mudando o ambiente onde vive, sendo sal da terra, luz do mundo, sinal do Reino; com isso, a missão se realiza e o Reino de Deus cresce em nosso meio. E nos tornamos como a Igreja de Filadélfia “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. (Ap 3.10). Conclusão Hoje, se queremos ser uma Igreja Viva, devemos criar um ambiente espiritual favorável em nosso meio, uma paixão e amor pelos perdidos sem Cristo, de modo que, como resultado vidas se convertam e aceitem a Jesus como Senhor e Salvador. Falando disso: Quantas pessoas se converteram em sua igreja local no mês passado? Atenção! Quando falo de ambiente da Igreja Viva, não estou falando do templo ou da propriedade da igreja local somente, estou falando de onde vivem os membros da igreja, mas do sentir da comunidade, que são de fato o que caracteriza a Igreja de Cristo. Uma Igreja Viva tem seu ministério projetado muito além dela mesma. Sua vida como povo de Deus causa impacto. Tenho por hábito, antes de chegar à igreja local, que vou visitar, perguntar na vizinhança sobre onde fica a igreja. Na maioria das vezes tenho me alegrado com as respostas, pois as pessoas lembram e mencionam ações ministeriais da igreja, e me indicam com segurança como chegar a ela. Algumas vezes, com desolação, ouço as pessoas, a menos de cinco quadras da igreja, dizerem que nunca ouviram falar desta igreja; não desisto, insisto com a pergunta, para conferir, mas o desconhecimento persiste. Minha preocupação com uma Igreja Viva se baseia no fato de que como é fácil cairmos numa rotina de manutenção, perdendo a paixão missionária. Manter a chama acesa é nosso desafio diário. Deus nos abençoe.

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