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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A COMPAIXÃO DO SENHOR

TEXTO: OSÉIAS 1.7 “Porém da casa de Judá me compadecerei e os salvarei pelo SENHOR, seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.” I - INTRODUÇÃO: Hoje, quando a Igreja está comemorando 23 anos de fundação, pretendia pregar sobre um tema mais ameno, talvez mais festivo. Entretanto, diante do trágico acontecimento que abalou nossa cidade nesta semana, quando 12 crianças foram mortas barbaramente e outras 11 feridas, de maneira inexplicável, enquanto se consideravam seguras dentro de sua escola, resolvi adequar meu tema ao momento. Coincidentemente, encontrei uma poesia de Tasso da Silveira, advogado, professor, poeta e homem público curitibano, que deu nome a Escola Municipal palco do trágico acontecimento, que bem ilustra o momento vivido: “Intróito Nós temos uma visão clara desta hora. Sabemos que é de tumulto e de incerteza. E de confusão de valores. E de vitória do arrivismo. E de graves ameaças para o homem.” Com certeza, o prof. Tasso da Silveira jamais imaginaria que a escola de que se tornaria patrono preconizaria a cena de maior “tumulto”, “incerteza” e “ameaças para os homens”, nos últimos tempos. Tomando o texto de Oséias escolhido como tema, talvez pudesse atualizá-lo para o nosso contexto, recitando-o da seguinte forma: “Porém do meu Povo me compadecerei e os salvarei pelo Senhor, seu Deus, pois não os salvarei pelo fuzil, nem pela metralhadora, nem pelas táticas de guerra, nem pelos carros de combate, nem pelos soldados.” O apelo do profeta Oséias é um dos mais veementes, dos mais desesperados de toda a Bíblia, visando salvar uma nação não só pecadora, mas, sobretudo, cega pelo seu pecado, insensível pelo pecado, perdida em seu pecado, perdida, particularmente, pelo total desconhecimento de Deus. No capítulo quarto, Oséias faz uma síntese da situação do seu mundo, discorrendo a respeito das trágicas conseqüências do pecado do povo: 1 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. 2 O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios. 3 Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem. Penso que este texto dispensa qualquer atualização ou adequação ao tempo presente! Oséias ainda comenta – no mesmo capítulo 4 – a respeito da conduta da liderança religiosa da sua época, alimentada pelo próprio pecado do povo. Declaram os versos 8 e 9: 8 Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente. 9 Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote; castigá-lo-ei pelo seu procedimento e lhe darei o pago das suas obras. Evidentemente, guias religiosos deste nipe não levam o povo a fugir do pecado, a buscar uma conversão genuína e a desejar a presença de um Deus Santo. Enquanto líamos a carta confusa deixada pelo assassino das crianças da Escola Municipal Tasso da Silveira, percebíamos um total desconhecimento de quem é Deus, do seu amor, do sentido que dá à vida. Ainda pudemos perceber que, mesmo se tratando de uma mente doente e, muito provavelmente, perturbada, nada conhecia a respeito do caráter de Deus, de como Ele age, do seu amor, da sua misericórdia, graça e perdão. Escolhi focar minha palavra esta noite em Oséias, sobretudo, porque tem uma mensagem perfeitamente aplicável ao nosso tempo, marcado pelos mesmos pecados, desmandos e mazelas daqueles praticados em sua época. Seu tempo é marcado pela insensibilidade de um povo engodado por promessas de vitórias e regalias, de bênçãos e de prosperidade, que cria no poder de um pedaço de pau ou de barro, mas que não era instado a deixar seu pecado e aproximar-se do Deus verdadeiro e santo, misericordioso e perdoador. Um tempo de tumulto, incertezas, onde vale qualquer método para se atingir algum alvo. Um tempo de “graves ameaças para os homens”, como também compreendeu, embora por outro prisma, Tasso da Silveira. Penso que é tempo da Igreja de Cristo Jesus restaurar sua mensagem fundamental de arrependimento e conversão, baseada na graça e no amor precioso do Pai, conforme João 3 verso 16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” II - A LIÇÃO DE OSÉIAS: Para demonstrar da maneira mais óbvia e clara possível o pecado do povo e afastamento de Deus, Oséias, profeta do Deus Altíssimo, sob a ordem do Senhor se casa com uma mulher de prostituição e notadamente adúltera. Com essa atitude Oséias pregava: “porque a terra adulterou, apartando-se do Senhor.” (1.2) Pouco tempo depois de ter tirado sua mulher da prostituição, Oséias a vê, novamente, voltando a sua vida anterior de pecado e de sujeira, vendendo seu corpo num templo pagão. O verso 1 do capítulo 3, retrata claramente o amor e misericórdia de Deus por seu povo, através da determinação dada a Oséias: “Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas.” Oséias, assim, vai e compra sua mulher de volta, a preço de prata e de cevada (3.2). Particularmente, o nosso resgate teve o preço impagável e incalculável do sacrifício oferecido por Cristo, que morreu em nosso lugar. O apóstolo Paulo em I Timóteo 2 verso 6, assim escreve a respeito deste sacrifício de Cristo: “o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.” Oséias vai mostrar como Deus pacientemente sempre tentou cuidar de seus filhos, colocou-os no colo, levando-os nos braços, como fez com Efraim, enquanto eles sacrificavam aos deuses estranhos e ofereciam libações às imagens de escultura. (11.1-3) Deus os atraía sempre com circunstâncias favoráveis, tentando prendê-los junto a si com laços de amor: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer.” (Oseías 11.4) Posso, embora de longe, imaginar o sofrimento de Deus vendo suas criaturas e até seus filhos, afastando-se cada vez mais. Por isso Oséias clama: “Agora, pecam mais e mais, e da sua prata fazem imagens de fundição, ídolos segundo o seu conceito, todos obra de artífices, e dizem: Sacrificai a eles. Homens até beijam bezerros!” III – CONCLUSÃO: Verdadeiramente Deus está sempre pronto a nos perdoar e nos receber de volta em seus braços! Quando via as imagens passadas na televisão, de dor e sofrimento daqueles que perderam seus queridos, fiquei pensando em duas coisas: 1ª: Qual a razão de tanta violência, de tanta maldade e de tanta dor?; 2ª: O que poderia dizer para tentar consolar corações tão abatidos, tão contristados por tanta desolação, tão amargurados e machucados? Sem grande dificuldade, compreendi que o pecado e afastamento do Deus verdadeiro, são a causa de tantas trevas e de tanta dor. Quanto mais longe de Deus, mais em trevas os homens estão. Adoram imagens que nada podem fazer por eles, pois são de barro ou de madeira, feitas por mãos pecadoras e mortais como dos outros homens, que não tem ouvidos para ouvir, nem mãos para atender. Outros, na sua ignorância, adoram deuses que não podem perdoar, que exigem derramamento de sangue inocente, que buscam vingança pessoal. Por isso o apóstolo Paulo adverte ao jovem Timóteo, em sua Segunda Carta, capítulo 3 versos 1 à 5, que: 1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, 2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Essa é a conseqüência trágica do pecado e afastamento de Deus! Por outro lado, cheguei a conclusão que pouco ou nada teria a dizer para consolar aqueles corações tão machucados, marcados pelas tragédias, pela maldade dos homens impiedosos. Creio que somente poderia “chorar com os que choram”, rogando ao bom e piedoso Espírito Consolador que derramasse da Sua Graça e Amor, tomando-os em seus braços piedosos, embalando-os como filhos amados. Porisso o convite final de Oséias aos seu povo, no capítulo 15 versos 1 à 7, do seu livro: 1 Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído. 2 Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios. 3 A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia. 4 Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. 5 Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. 6 Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano. 7 Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano. Este é o chamado de Deus a sua Igreja, da mesma forma que é seu ministério glorioso de chamar o homem à confissão de seus pecados, ao arrependimento e a mudança de atitude. Nossa salvação não está nas armas de guerra, nas estratégias de combate ao crime, nem nos tanques, “caveirões” ou soldados bem armados, mas no Senhor nosso Deus que é rico em perdoar. Sua promessa à adultera é a mesma que nos faz a todos, nestes dias atuais, conforme Oséias declarou a seu povo (2.14-15): “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei, dali, as suas vinhas e o vale de Acor por porta de esperança.” Embora possamos ser levados ao deserto, ou já nos achemos no deserto, ali Deus nos falará ao coração, dando-nos de volta a vida perdida em razão do nosso pecado e afastamento, transformando o “Vale de Acor”, Vale da Destruição e do Desespero, em “Porta de Esperança”. Para recebermos em nossas vidas a graça de Deus, só há uma exigência da parte de Deus: nos apresentarmos a Ele com mãos vazias. Nossas mãos cheias de argumentos, desculpas e de defesas, nos impedem de receber e desfrutar de sua graça salvadora, consoladora e transformadora. A confissão e reconhecimento de fraqueza são a melhor forma de esvaziarmos nossas mãos. Venha e sacie sua vida da graça, de graça!

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