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domingo, 18 de janeiro de 2015

DEFEITOS

"Viver pela graça significa reconhecer toda a minha história de vida, o lado da luz e da escuridão. Ao admitir o meu lado escuro, eu aprendo quem eu sou e o que a graça de Deus signfica", Brennan Manning Há algum tempo, não sei precisar os anos, um jovem conversava comigo e manifestou um desejo que, até certo ponto, me surpreendeu. Disse-me então que gostaria de passar pelo menos 24 horas comigo para me conhecer mais de perto. Minha resposta saiu com bastante naturalidade. Afirmei-lhe que ele não ganharia muita coisa, senão perceber que eu era uma pessoa de carne e osso, com virtudes, mas também cheia de defeitos. Sempre que o encontro, ainda hoje, lembro-me desse dia. Sua pergunta era apenas um verniz para um conceito que as pessoas constroem acerca de quem exerce algum tipo de liderança: o da perfeição quase beirando à infalibilidade. Mas de lá para cá não mudei nada. Continuo a ter virtudes, mas os defeitos permanecem. Como qualquer outro cristão, lido com todas as ambiguidades inerentes à natureza humana. Aprendi muito cedo a lidar com o orgulho, mas vez ou outra ele põe as unhas de fora, tenho momentos em que a ira quer assumir o controle de minhas ações e em outras horas vivo a agonia da incerteza, das frustrações, das decepções, e acabo também sendo um agente de incerteza, frustrações e decepções para outras pessoas. Lembro-me das diferentes ocasiões em que fui precipitado e das vezes em que deixei passar tanto o tempo que perdi a "grande" oportunidade da vida. Se você tinha outras expectativas a meu respeito, faço questão de descontruí-las. Já passei da idade de viver de fachada, embora sempre tenha procurado expor a minha vida do avesso. Não sou nem a primeira, nem a do meio e nem a "última coca-cola do deserto". Sou um errante maltrapilho que tateia neste mundo conturbado diante do pecado que tão de perto nos rodeia. Já errei bastante querendo acertar. Já sofri sérias consequências pela teimosia em fazer escolhas, que, depois, vi serem erradas. Já me vi profundamente envergonhado por não conseguir cumprir compromissos em virtude de minhas limitações. Já me senti em completo desânimo sobre que direção seguir. Enfim, sou necessariamente humano! Mas aprendi algumas lições. Descobri, por exemplo, que Deus é especialista em pôr as coisas em seus devidos lugares, mesmo quando tudo pareça sem qualquer controle. Aprendi tambem que não adianta usar a carne para tentar dominar a carne. É uma luta inglória, um esforço vão, pois ambas são da mesma natureza. A carne jamais se subjugará à carne. Em outras palavras, só o Espírito pode dominá-la e só teremos como vencê-la em nossa luta diária contra o pecado, se andarmos em Espírito e deixar que ele se esforce em nosso lugar e em nosso favor. Mas a grande descoberta é que, mesmo miserável (não foi esse o sentimento de Paulo?), maltrapilho, errante, sujeito aos sentimentos mais primitivos, quando me sinto injustiçado, ainda assim, tenho um espinho extremamente desconfortável na carne, pelo qual não adianta orar, a me lembrar todas as horas que a graça de Deus me é suficiente, plena, doce e surpreendente no mais tenebroso dos dias. Bendita graça que me vence e me tira do pó para manter-me assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus... porque sou necessariamente humano!

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