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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Novas máximas, velhos conceitos As abordagem técnicas utilizadas hoje como novidades trazem em si os conceitos simples de Jesus. O mundo corporativo e o mundo espiritual, sobretudo bíblico, podem realmente estar em campos distintos e até opostos, mas alguns conceitos se tornam comuns hoje em dia. Desde que comecei a contrastar os ensinamentos expostos em um dos livros mais antigos do mundo – a Bíblia Sagrada – com as teorias, estudos e afirmações de pensadores da estratégia corporativa especialmente no marketing e de comunicação fiquei surpreso. Constato, cada vez mais, que há pontos de convergência claros entre os dois universos. Kotler, referência há décadas em marketing no planeta, registrou em um dos seus mais recentes livros chamado Marketing 3.0 – as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano, que “a necessidade espiritual é o maior motivador da humanidade, que libera a mais profunda criatividade humana”. Ele e os outros dois autores que assinam a obra inferem que o atendimento ao consumidor hoje passa não apenas pela satisfação das necessidades básicas, de segurança ou sociais apenas, mas a autorrealização que passa necessariamente por questões mais profundas como as espirituais. São deduções de homens de negócio muito semelhantes às palavras de Jesus Cristo séculos antes em discursos proferidos em montes do Oriente Médio. Os evangelistas registraram máximas de Jesus que soam extremamente familiares com a retórica de Kotler a respeito das necessidades humanas como em trechos onde está dito que “busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Em recente congresso latinoamericano de comunicação corporativa, que pude assistir, vi cerca de dez palestras sobre as mais diferentes abordagens e estratégias para tornar a comunicação mais eficaz. Em síntese, entendi que três palavras são essenciais: planejamento, relacionamento e autenticidade. O planejamento é considerado elemento indispensável para sucesso em qualquer ação empresarial. Milhares de livros existem a respeito unicamente deste tema. Autores exageram e chegam a deificar o planejamento como soberano de tudo e todos. Mas o ministério de Jesus Cristo nos fala muito de planejamento e preocupação em se alcançar metas bem perceptíveis. Cristo não passou três anos e meio entre a humanidade sem um objetivo traçado. Foi assertivo, pois, conforme assinalou Lucas no capítulo 19 e versículo 10, “o Filho do homem veio para buscar e salvar o que estava perdido”. E dessa maneira Ele trabalhou ao formar líderes com perfil de discípulos, ao atender a multidão em suas necessidades básicas e ensiná-las ao mesmo tempo e a, finalmente, morrer na cruz consumando o plano (planejamento) original alinhado com a vontade de Seu Pai. Relacionamento é palavra da moda no mundo corporativo, especialmente por causa da febre do uso de redes sociais virtuais. De cada cinco palestrantes do congresso do qual participei, quatro falaram acerca da necessidade de executivos saberem se comunicar com as pessoas através de Twitter, Facebook, Pinterest, Linkedin, etc. Em algumas corporações multinacionais, foram estruturadas equipes com mais de 30 ou 40 pessoas exclusivamente para dialogar com os clientes na web. Há centenas de anos, Jesus Cristo e Seus discípulos (os 12 e posteriormente os demais) destacaram, com notável antecipação, que relacionamento com as pessoas é o que garante adesão e compartilhamento de ideias e conceitos e convence as pessoas de algo. No encontro a mulher siro-fenícia, Jesus proporcionou um momento para que uma piedosa cidadã da região de Decápolis mostrasse sua grande confiança em Deus e servisse pedagogicamente e exemplo aos Seus seguidores mais próximos que ainda vacilavam na fé e pensavam que só havia gente religiosa nos arredores de Jerusalém. Trabalho puro de relacionamento com o público-alvo. E finalmente ressalto a palavra autenticidade, objeto de muitos comentários dos palestrantes. É até engraçado ver como ser autêntico começa a ganhar importância no mundo corporativo. Esse elemento deveria permear sempre as ações e projetos das empresas, mas somente agora adquire um status de maior respeito e consideração. O motivo é que o consumidor de hoje recebe uma quantidade maior de dados a respeito do que se passa no planeta e com uma rapidez muito maior do que no passado. Não significa que as pessoas estão mais cultas, mas são submetidas a uma maior quantidade do que se chama de informação. Com isso, reagem mais e questionam o que as corporações falam sobre si mesmas. Por isso, o quesito autenticidade merece mais preocupação no segmento empresarial. Ser autêntico, no mundo corporativo, é não mentir ao consumidor para que ele continue adquirindo produtos ou serviços. Mas na dimensão espiritual, autenticidade é sinônimo de lealdade a Deus que é autêntico em essência. É mais do que um comportamento, contudo se traduz em um estilo de vida ou uma maneira de ser. Jesus declarou que os homens deveriam ser a luz do mundo. Esse conceito é extremamente abrangente e tem íntima relação com a ideia de autenticidade, pois ser luz implica necessariamente não estar na escuridão ou na obscuridade. É conseguir iluminar a partir do ato de refletir a luz maior (Cristo) na vida. Talvez as coporações não se permitam ir tão fundo nesse conteúdo, mas a Bíblia vai. E é por isso que os dois universos ainda são bastante distantes, apesar de o mundo corporativo começar a seguir a mesma lógica milenar dos ensinos cristãos.

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