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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SAUL E DAVI

Saul e Davi: decisões para destinos diferentes Tão próximos, tão parecidos, tão intimamente ligados pelos laços familiares, porém com vidas tão distintas. Saul, o filho de Quis, escolhido por suas habilidades incríveis para a guerra. Homem apontado pelo povo para lutar as importantes lutas contra a variedade de inimigos que ameaçavam a soberania de uma nação que parecia perder sua identidade cada vez mais. Um povo que era constantemente lembrado de suas proezas do passado, quando, pela mão divina, vencera obstáculos aparentemente intransponíveis. Mas que se esquecia disso e insistia: queremos um rei. E tinha de ser Saul. Belo, amado, guerreiro, contundente, obstinado, o homem certo para o momento certo. Na visão de um povo que não dava mais ouvidos ao velho profeta Samuel, ao idoso que agora falava sozinho. Sua voz contrária a essa ideia não tinha mais eco. Para tantos, era Samuel tentando impedir o povo de ser feliz e se consolidar como força militar contra os aterradores vizinhos. Saul enfrentou os filisteus. Angariou vitórias significativas que ficaram marcadas na mente dos cidadãos que apoiaram seu reinado. Do outro lado, estava Davi. Filho de Jessé, piedoso jovem. Um humilde pastor de ovelhas, com simples tarefas e um simples lugar, não o preferido e nem o mais cortejado de sua casa. Quase esquecido pelo pai quando esse foi questionado pelo profeta sobre quem poderia ser ungido como futuro rei. Davi. Talvez não tão belo, mas também afeito a guerras e lutas. Corajoso, bem focado na missão de defender o seu povo das mãos dos inimigos. Enfrentou e venceu o temido Golias. Ganhou notoriedade. Passou a ser quase uma celebridade. Saul e Davi. Ambos guerreiros que se consideravam chamados por Deus para batalhar, desde que a causa fosse a favor do Senhor. Tornaram-se, cada um a seu modo e a seu tempo, favoritos de boa parte do povo. Dividiram a nação quanto a preferências. Mas o tempo e suas decisões os diferenciaram Criaram dois partidos. Duas facções. Dois caminhos. Duas maneiras de se conduzir nessa guerra chamada vida. Saul se tornou cheio de si, impávido, imaturo, incapaz de ouvir conselhos e de entender quando parar e quando agir. Desobediente, trouxe para si o desagrado divino. Mesmo assim, teimou em não sair do trono que começava a deixar de ser seu. Cometeu vários erros e deles não se arrependeu. Perseguiu a Davi. Pura inveja. Perdia o favoritismo, que era tudo o que tinha de mais valioso…a coroa já estava saindo de sua cabeça. Saul decidiu que não seria um rei-servo. Seria um cabeça dura até o fim. Faria o que os insensatos faziam, perseguiria a um inocente. Sua marca ficou: desobediente. Davi fugiu, fez aliança com o filho de Saul, deixou que Deus o direcionasse até a hora de assumir o reino. Foi perseguido, chegou a mentir em alguns momentos, dissimulou, mas não deixou de confiar em Deus. Era o favorito, mas isso não era o mais importante para ele. Preferiu depender de Deus. O Senhor o conduziu até o trono. Davi não buscou a glória, deixou de matar Saul seu principal opositor, teve misericórdia para com a geração do invejoso primeiro rei de Israel. Os dois não foram perfeitos. Davi adulterou, provienciou para que o marido traído fosse morto na frente de guerra, mas se arrependeu sinceramente. Seria assim até o fim, um homem que aceitava a condução divina mesmo quando se desviava e voltava ao plano original. Faria o que os sensatos fazem. Deixaria Deus realmente lhe mostrar o caminho a seguir. Sua marca ficou: um homem segundo o coração de Deus. Quem era o melhor? Saul ou Davi? Não havia melhores. Havia decisões diferentes que levaram a destinos diferentes. Não foi Deus quem definiu que Saul entraria para a história como o vilão e Davi como mocinho. Eles escolheram deliberadamente. E assim assumiram as consequências.

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