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sábado, 28 de março de 2015

A LEI DA SEMEADURA

Nasceu em minha horta um pé de jiló que eu não havia planejado. Nasceu, cresceu, frutificou e gostei. Mas nasceu também muita tiririca, invasora, daninha, que aniquila as plantas e eu não gostei. Não bastou gostar do jiló ou desaprovar a tiririca, pois foi necessário cuidar de um e arrancar o outro. Encarar a situação como um problema meu, adotando manejo condizente com a colheita almejada. Então, fiquei a pensar: Quem semeou o “joio no meio do meu trigo?” E quem contribuiu para que o pé de jiló ali chegasse? É verdade que caruru, urtiga e grama fizeram parte da brotação misteriosa, o que tornou ainda mais intrigante a questão da semeadura. Triste foi a minha conclusão: Mesmo a erva perniciosa e indesejável que ali nasceu, foi resultado de minha própria semeadura. – Mas como? Alguém poderia perguntar. Só foram compradas sementes de alface, couve, espinafre e salsa. Como eu poderia ter semeado aquilo que não queria? Tudo começou na compra do adubo orgânico, usado para melhorar a qualidade da terra. Comprei caro o esterco bovino, que também custou caro para ser transportado e manuseado, pois exigiu uma mão-de-obra experiente. Carrinho de mão, enxadas, pás, botas, luvas e muita disposição foram necessários. Mas o que eu não sabia é que o alimento dado ao boi, continha as sementes que eu não queria. Aquilo que sobreviveu à ruminação, prejudicou a minha horta. Colher as verduras frescas e livres de agrotóxicos foi para mim uma experiência singular. Melhor ainda, foi a lição de que, para colher a paz, a amizade, a fé, a intimidade com Deus, o casamento sadio, a educação dos filhos, o equilíbrio financeiro, a bondade, a sabedoria, frutos saborosos e almejados, precisamos cuidar da semeadura e manejar adequadamente a vida. Cumpre-se a promessa: “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Às vezes pagamos caro por excrementos que adubam o nosso coração, que alimentam a nossa mente. Mas, mesmo aquilo que ruminamos como um sonho, pode conter invisíveis sementes, que brotarão sem qualquer cerimônia, podendo fazer de nossa vida um quintal do mal. Semeemos só a semente santa, apela o nosso “viticultor”.

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