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quinta-feira, 19 de março de 2015

IGNORANCIA

O drama do Calvário é pleno de significados. Nele são retratadas a grandeza e a miséria humanas. Tem-se o exemplo da mãe que não abandona o filho, mesmo em meio aos maiores perigos. Há os companheiros de Ideal que fogem no momento do testemunho. Eles representam a fragilidade humana, sempre em combate com as exigências do dever. A ex-prostituta permanece junto ao Mestre, a simbolizar a força transformadora da fé genuína. Outra preciosa lição dessa passagem evangélica é que a responsabilidade cresce com a evolução. Em face do populacho ignorante, que vibrava com Seu martírio, Jesus rogou: Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem. Percebe-se a grandeza do Cristo que, mesmo no momento da dor mais atroz, permaneceu lúcido e cheio de compaixão. Mas do episódio também se extrai o ensinamento de que a ignorância atenua a culpa. Tratava-se de pessoas rudes e influenciadas pelos poderosos a quem a figura de Jesus incomodava. A narrativa evangélica mostra Jesus em alguns momentos de severidade, mas nunca em relação ao povo simples e rude. Foram os poderosos e os letrados que experimentaram a contundente chamada para a vida reta. A hipocrisia, a vaidade e a cupidez foram repreendidas pelo Mestre. Mas a simplicidade, mesmo no erro, sempre foi objeto de sua delicada e doce compaixão. Convém refletir sobre essa lição, tendo em vista o tempo transcorrido. Após dois mil anos, o Cristianismo não constitui mais novidade. As lições de Jesus encontram-se largamente difundidas. A cultura mundana também se expandiu bastante. A evolução intelectual revela-se nas inovações tecnológicas, que fazem circular informações com rapidez vertiginosa. Embora não de modo uniforme, é inegável o grande avanço intelectual da Humanidade. Entretanto, sob o prisma moral, ela tarda em evoluir. A ampla maioria da população brasileira afirma-se cristã. Mas a sua conduta não reflete os exemplos e os ensinamentos do Cristo. Após dois milênios de difusão do Cristianismo, pessoas genuinamente virtuosas ainda são uma raridade. Ocorre que a ignorância já não serve de desculpa. Ninguém pode dizer que desconhece a lição segundo a qual é preciso tratar o próximo como se gostaria de ser tratado, se estivesse no lugar dele. Cada qual tem um encontro marcado com a própria consciência. Mais cedo ou mais tarde, ele se produzirá. Chegará o momento de olhar para trás e analisar o que foi vivido. Nesse momento, serão sopesadas as possibilidades e o que se fez com elas. Ciente dessa realidade, preste atenção em suas atitudes e ajuste-as a seus ideais cristãos. Afinal, no momento crucial de seu acerto de contas, não poderá dizer que não sabia o que fazia. Pense nisso.

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